segunda-feira, dezembro 31, 2007

Família Humana: Comunidade de Paz


O Dia Mundial da Paz é já amanhã - dia 1 de Janeiro. E o Papa mais uma vez fez publicar uma Mensagem para esse dia, intitulada: "Família humana: comunidade de paz".

Este tema "funda-se na convicção de que a consciência de um destino comum e a experiência da comunhão são factores essenciais para a realização do bem comum e para a paz da humanidade".
"A unidade do género humano está entre as verdades mais originais do Cristianismo", assinala o texto, lembrando que, neste contexto, a família humana "é concebida por Deus como comunidade de paz".O tema de 2008 vem na sequência dos escolhidos para 2006 (Na verdade, a paz) e 2007 (A pessoa humana, coração da paz).
"Reconhecer a unidade da família humana é ainda mais providencial no actual momento histórico, assinalado pela crise das organizações internacionais e pela presença de graves inquietações na comunidade internacional", alerta a Santa Sé.

"A percepção de um destino comum e a experiência da comunhão são factores essenciais" para realizar "o bem comum e para a paz da humanidade".Nessa convicção de Bento XVI, informa uma nota de apresentação do tema do Dia Mundial da Paz-2008, se fundamenta a escolha desse tema, em linha com o que já havia afirmado o Concílio Vaticano II acerca de todos os povos, que "formam uma só comunidade, têm uma só origem, porque Deus fez habitar todo o género humano em toda a face da Terra", motivo pelo qual "todo o grupo deve considerar as necessidades e as legítimas aspirações dos outros grupos, aliás, o bem comum de toda a família humana".

"Se a dignidade da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, é revelada ao homem, já no Antigo Testamento, a unidade do género humano é uma das verdades mais originais do Cristianismo."

"Todo homem, todo o povo, é o auspício final subjacente ao tema do Dia Mundial da Paz-2008, é chamado a viver e a sentir-se parte da família humana, concebida por Deus como comunidade.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Catolicismo já é a religião com mais praticantes na Inglaterra


Um estudo divulgado antes do passado Natal revelou que já são mais os católicos que os anglicanos a frequentar as igrejas da Grã-Bretanha.
A Inglaterra separou-se oficialmente de Roma durante o reinado de Henrique VIII, mais de 450 anos atrás. Com isso, a Igreja Anglicana tornou-se dominante no país. Até porque foi proibida a Igreja Católica.
Agora um estudo conduzido pelo grupo Pesquisas Cristãs e divulgado no jornal Sunday Telegraph mostrou que, em 2006, cerca de 860 mil católicos foram à missa semanalmente no país, superando os 850 mil anglicanos que foram à igreja.
Os resultados do estudo vieram a público depois da notícia de que o ex-primeiro-ministro Tony Blair, que foi educado como anglicano, se converteu ao catolicismo.
A frequência de fiéis nas cerimónias religiosas anglicanas caiu para metade nos últimos 40 anos. Apenas seis por cento da população frequenta a igreja regularmente. Nos Estados Unidos, a cifra equivalente é de quase 40 por cento da população.
Embora os números relativos à frequência de igrejas estejam caindo tanto entre católicos quanto anglicanos, os de católicos estão diminuindo bastante menos.
Os líderes católicos manifestaram a sua alegria com os números e com a conversão de Blair, vendo nisso um ressurgimento da popularidade católica num país que, no passado, proibiu essa religião ou tudo fez para a apoucar.

domingo, dezembro 23, 2007




Votos de FELIZ NATAL para todos!
Que o Menino-Deus nos ajude a construir um mundo de PAZ, CONCÓRDIA e AMOR!

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Presépio na boca dum protestante


«Embora no nosso país a tradição católica de culto aos santos tenha suscitado em muitos evangélicos uma recusa "a priori" do presépio como símbolo natalício, sou de opinião que hoje, com a nossa mente liberta de superstições e idolatrias do passado, não deve haver relutância em adoptar o presépio como o mais natural, e indicado símbolo do Natal, pois quer didáctica quer criativamente, é, sem comparação, o mais próprio e adequado à festividade que se comemora, e montar um presépio em nada infringe o mandamento "não farás para ti imagem de escultura alguma, nem lhes darás culto", porque não será essa a intenção, mas simplesmente ensinar à criança através da habilidade manual, da criatividade plástica e da imaginação, a mais linda história que se lhe pode contar e visualizar. Esta é uma opinião pessoal que concordamos que haja quem com ela não concorde.

A Arvore de Natal, símbolo preferido dos Protestantes, e hoje universalmente adoptado, dizem ter sido criação da imaginação de Martinho Lutero, para numa noite de Natal entreter seus filhos, adornando-a e cantando canções que compunha, pois era também músico e cantor.
A beleza do pinheiro alpino, especialmente quando carregado de neve, nos Dezembros frios do Norte da Europa é certamente uma imagem de grande beleza, e só por si dispensa adornos para se tornar encantadora Mas, como perguntar não ofende, e responda quem puder, que tem a árvore a ver com a história do nascimento de Jesus? Será que a perenidade da sua roupagem verde simboliza vida e esperança? Cremos que é aí que podemos encontrar alguma simbologia embora remota, com alguma relação à vida e missão do Salvador, mas nunca com relação directa ao seu nascimento. Daí que nos pareça forçado insistir-se em ter árvores de Natal nos salões de culto, onde por vezes se cai no autêntico disparate, liturgicamente chocante, de terminarem cultos do Natal cantando o "Meu bom pinheirinho"!...

Não gostaria de aprofundar mais esta nota sobre a árvore de Natal, que aprecio desde menino, que gosto de ver nas festas de pequenada, mas sinto que devo lembrar aos leitores que sua rápida adopção, especialmente pelos povos nórdicos e de origem germânica, teve muito a ver com os pro fundos estratos do insconsciente colectivo desses povos, em cujos cultos pagãos pré-cristãos, as árvores de grande porte tinham um lugar privilegiado, como símbolos do poder da natureza e habitação de espíritos.»
Ireneu Cunha, Bispo Metodista

domingo, dezembro 16, 2007

Presépios na tradição portuguesa


Este ano estive mais atento a esta tradição portuguesa (e não só) de fazer o Presépio. É que o Secretariado de Catequese da Diocese de Coimbra pediu aos catequistas que o implementassem não apenas nos grupos de catequese mas mesmo nas famílias de cada catequisando. E muitas foram as notícias publicadas na comunicação social de concursos de presépios e afins implementados pelas próprias câmaras.

Até em pleno Alentejo a Câmara Municipal de Beja organizou um Concurso de Presépios que serão colocados numa exposição que decorrerá no "Pax Júlia - Teatro Municipal de Beja" até 6 de Janeiro de 2008.

Embora a época natalícia evoque valores cristãos e a população portuguesa se diga em cerca de 90 por cento católica, ultimamente tem havido um combate de pequenas minorias à exibição de símbolos cristãos. O presépio seria um deles. Mas para já essas campanhas têm tido um efeito contrário.
Até quando, não sabemos
.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Campanha para a Casa do Gaiato


Está em marcha uma Campanha de Natal em ordem a comprar e oferecer 40 colchões à Casa do Gaiato de Miranda do Corvo. Custarão 2.000 euros.

Se quiser colaborar, entre em contacto com o sr. António Simões residente em Ansião, pelos seguintes meios: Telem. 91 781 78 55; Fax: 236 622 121; ou email: mailto:exalunosdafigueira@sapo.pt

Veja também o blog: http://expectore.blogspot.com/, onde vi a foto inserida neste post e que mostra alguns dos gaiatos residentes em Miranda do Corvo.

sábado, dezembro 08, 2007

A Esperança


"Salvos pela esperança" (Spe salvi) é o título da nova encíclica de Bento XVI, dedicada ao tema da esperança cristã, num mundo dominado pela descrença e a desconfiança perante as questões relacionadas com o transcendente.

«O homem tem necessidade de Deus, de contrário fica privado de esperança», pode ler-se. O Deus em que os cristãos acreditam apresenta-se como verdadeira esperança para o mundo contemporâneo porque lhe abre uma perspectiva de salvação.
Bento XVI considera que só é possível viver e aceitar o presente se houver "uma esperança fidedigna" e destaca a importância da eternidade, não no mundo actual – "a eliminação da morte ou o seu adiamento quase ilimitado deixaria a terra e a humanidade numa condição impossível", aponta – mas como "um instante repleto de satisfação, onde o Todo nos abraça e nós abraçamos a totalidade".


Num mundo cheio de descrença e medo, a Igreja deve viver e pregar a Esperança. Cristo, e n’Ele todos os que seguiram e seguem o seus ensinamentos, já venceram ou hão-de vencer as limitações físicas e espirituais da vida terrena e viverão a Felicidade plena no Reino de Deus. O Advento que estamos a celebrar aponta-nos sempre para os tempos que hão-de vir, que serão de paz, de justiça, de amor e de salvação. O Advento é a expectativa dos tempos futuros, do mundo e do homem novos que se desejam. E a esperança de que os homens encontrem o verdadeiro Salvador, Jesus Cristo, que os ama de tal modo que se fez menino e homem como nós para nos levar até Deus.

Como escreveu Papini, todos têm necessidade de Deus, mesmo aqueles que o não sabem. «O faminto pensa que procura pão, e tem fome de Ti; o sedento julga querer água, e tem sede de Ti; o doente ilude-se com ansiar pela saúde e o seu mal é a ausência de Ti».
«Quem procura a beleza do mundo, procura, sem se aperceber, a Ti que és a beleza completa e perfeita; o que busca, nos pensamentos, a verdade, deseja, sem querer, a Ti que és a única Verdade digna de ser conhecida; quem se afadiga no encalço da paz, a Ti procura, a única paz em quem podem repousar os corações inquietos».

sexta-feira, novembro 30, 2007

Nova Encíclica


A "Spe salvi" já pode ser lida no nosso sítio "Ansiao na net".
Ver a Encíclica "Salvos na esperança"

Nova roda


Segundo noticiaram há dias os meios de comunicação, um recém-nascido foi confiado a uma associação de apoio a mães em dificuldade em Anvers, no Norte da Bélgica, graças a um sistema de «gaveta de bebés», que permite o abandono anónimo e em segurança. O menino, aparentando uma semana, foi encontrado por membros da associação «Das mães para mães» num cubículo instalado há sete anos num edifício no bairro popular de Borgerhout, mas que nunca tinha sido utilizado.

O bebé foi colocado, um pouco antes do meio-dia, na grande «gaveta», um espaço com um metro de comprimento e 50 centímetros de altura, aquecido e equipado com colchões.

A porta do cubículo, que dá para a rua para permitir a entrega da criança, garante o anonimato. Uma vez fechada novamente, a porta fica bloqueada e o bebé não pode ser recuperado senão pelo interior do edifício onde está instalado o berçário.

Um sistema de alarme alertou os membros da associação, que foram buscar a criança minutos mais tarde. O recém-nascido, que foi encontrado de boa saúde, alimentado, limpo e vestido, deverá ser confiado a uma família de acolhimento.

Existem em vários países, por exemplo, na Alemanha e na Itália, berçários para recolha anónima de bebés, que imitam a «Roda dos Conventos» que existiu nos países europeus católicos, como Portugal, durante muitos séculos, pois nasceu em Marselha – França, no século XII, e existia ainda no século XIX.

Se é verdade que a necessidade da existência da referida Roda pode ser criticada, muito mais deplorável e triste é o que vem ocorrendo com muitas crianças no nosso país e em muitos outros. Volta e meia os meios de comunicação falam de crianças lançadas no lixo ou ao relento, ou violentadas brutalmente em todos os sentidos, quando não são assassinadas. Desde Herodes não víamos tanta barbárie.

Também neste aspecto, o Governo poderia imitar estes países, fazendo uma lei que permitisse a entrega anónima de crianças não desejadas pelos pais, que assim encontrariam novos braços que as acolhessem.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Sondagem positiva


Sou dos que gostam de publicitar o que os meios de comunicação nos dizem sobre a confiança que a Igreja Católica merece aos diversos povos.

Hoje trago para aqui uma sondagem feita pela “Cofindustria”, a organização dos industriais italianos sobre “instituições, confiança e poder”. Dos resultados se deduz que a instituição em que mais confiam os cidadãos da Itália é a União Europeia (66 por cento), logo seguida da Igreja Católica com 60 em cem pessoas a confiar nela. Em último lugar figuram os partidos políticos com 20 por cento.

Não sei se estes resultados seriam mais ou menos iguais em Portugal. Mas desconfio que sim. Afinal é o que se tem visto noutros países. A União Europeia está lá longe e tem mandado muito dinheiro. A Igreja Católica caminha com o povo e está sempre pronta a dar uma mão a quem precisa.

sexta-feira, novembro 16, 2007

Os Bispos e o Papa


A visita dos nossos Bispos portugueses ao Vaticano foi ocasião para reflectir o estado da Igreja Católica em Portugal. Por um lado obrigou os prelados a fazer um relatório da sua Diocese e enviá-lo para Roma, por outro tiveram ocasião de contactar os responsáveis máximos dos Serviços Centrais da Igreja e ouvir os seus conselhos.
A Comunicação Social fez-se eco do mal-estar que se vive em Portugal. Por um lado, quase 90 por cento dos portugueses se dizem católicos, por outro o número dos que praticam realmente a religião que dizem ter vai descendo em muitas regiões do país.
D. Carlos Azevedo – Secretário da Conferência Episcopal – disse isto mesmo antes de partir.
O Papa no encontro que teve com os 37 bispos presentes acentuou: “É preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros”. “Só com um novo estilo de organização e com outra mentalidade, Portugal pode ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do clero e do laicado”.
Os sacerdotes são cada vez menos e não podem estar a fazer o que compete aos leigos, quereria dizer o Papa.
Esta já era uma preocupação dos nossos bispos, acentuada talvez até um pouco exageradamente por D. Carlos Azevedo: Não é missão do padre: ser gestor de centros sociais; ser administrador dos bens de uma paróquia ou diocese; ser o burocrata de serviço da paróquia. A sua missão específica é: evangelizar; formar cristãos; ser mistagogo, isto é levar as pessoas a abrirem-se ao mistério de Deus e da Salvação.
E acrescentou D. Carlos Azevedo:
"Cada vez mais as tarefas educativas e administrativas devem ser entregues a leigos para que os padres assumam a sua missão específica."
No referido encontro Bento XVI falou claro e deu pistas concretas, dizendo aos bispos que, para evitar o aumento do número de não praticantes, o melhor é rever a catequese de iniciação e a forma como é ministrada. “À vista da maré crescente de cristãos não praticantes nas vossas dioceses, talvez valha a pena verificardes a eficácia dos percursos de iniciação actuais”, disse o Papa, acrescentando que é necessário que, “na vida da Igreja”, os padres se ocupem cada vez mais das coisas de Deus e os leigos das coisas dos homens.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Ajudar para ser feliz


Este é mais um dado de um estudo feito há alguns meses nos Estados Unidos e que contraria o que muita gente pensa: "Ganhar muito dinheiro é que faz as pessoas felizes".
A felicidade pode não ter muito ou mesmo nada a ver com a remuneração do trabalho. As pessoas mais felizes são, segundo um estudo do National Opinion Research (NORC) da Universidade de Chicago, as que ajudam os outros.

Este estudo realizado durante mais de três décadas (1972-2006), entre mais de 27 mil pessoas, demonstra que nos Estados Unidos da América, são as pessoas que trabalham em favor dos outros e que vêem os resultados do seu trabalho que se sentem mais felizes.
Em primeiro lugar vêm os que exercem trabalho de liderança religiosa, com 87,2 % a dizerem que são muito felizes; 80,1% dos bombeiros dizem o mesmo; a seguir e em 3.º lugar aparecem os fisioterapeutas com 78,1 % a dizerem-se muito felizes; depois vêm, por ordem decrescente, os autores, os professores de ensino especial, os administradores do sector do ensino, os pintores, escultores e artistas, os psicólogos, etc..
Tom Smith, director da organização que fez a referida pesquisa, declarou ficar surpreendido ao verificar como as profissões de prestígio e bem remuneradas, não são as que proporcionam mais felicidade, mas sim as envolvidas em solidariedade e ajuda aos outros.

"Esperávamos que os trabalhos mais prestigiados fossem os que proporcionassem maior satisfação e felicidade, mas as profissões melhor classificadas são as que implicam cuidado e ajuda aos outros", explica Tom Smith.

O referido estudo pode ser consultado aqui.
Mais uma vez se comprova que a Bíblia tem razão. A felicidade está mais no dar que no receber, está escrito no Livro dos Actos 20, 35.
As pessoas mais felizes raramente são as mais ricas, ou as mais bonitas, ou mesmo as mais talentosas. Nem sequer as que têm melhores empregos. Os olhos das pessoas felizes estão voltados para fora, compassivos. Eles têm gosto em ajudar. Têm a capacidade de amar.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Igreja na América Latina


Um inquérito recentemente fei-to na América Latina constatou que a Igreja Católica é de longe a instituição mais respeitada nesse continente: 71% da população dizem que confiam na Igreja Católica.
Trata-se dum continente muito religioso mas onde há muitas e variadas religiões. O santuário de Nossa Senhora de Guadalupe é de longe o mais concorrido de todo o mundo.

Os partidos políticos (22%), o Congresso (27%) e o Poder Judicial (36%) são os que ocupam os últimos lugares entre as instituições em que os povos da América Latina mais confiam, segundo a pesquisa Latinobarómetro 2006. Nada muito diferente do que acontece em muitos outros países. Os três são os protagonistas mais frequentes do noticiário negativo. A reforma política ajudaria, pelo menos aqui, a mitigar a crise de credibilidade dos partidos e do Congresso.

No topo da lista, estão os bombeiros (82%), a Igreja Católica(71%), a rádio (69%) e a televisão (64%). O presidente vem em sexto lugar (47%), e os jornais em oitavo (44%), empatados com as Forças Armadas.

sábado, outubro 27, 2007

Discriminação


Corre na internet – Petição – e não sei se também por outros meios, uma "Petição contra a discriminação dos pais casados ou viúvos em sede de IRS", cuja subscrição continuará aberta aos cidadãos até ao dia da aprovação do Orçamento de 2008.
As associações subscritoras viram-se obrigadas a recorrer a este meio porque as constantes chamadas de atenção para a política dirigida contra as famílias formalmente constituídas, quer em reuniões com governantes e grupos parlamentares, quer nas Comissões da Família e de Concertação Social na última dezena de anos, não têm tido qualquer eco por parte dos governantes.
Como já mais que uma vez nos fizemos eco, o código do IRS penaliza fortemente os pais casados ou viúvos, ao não permitir que possam deduzir ao seu rendimento o valor de 6.500 Euros por filho, permitindo aos pais com qualquer outro estado civil fazê-lo através da pensão de alimentos, o que é uma inaceitável violação dos artigos 13º, 67º e 104º da Constituição da República Portuguesa.
Quer dizer, uma pessoa vivendo em “União de facto” ou “Separação de facto” e até uma pessoa com o estado civil de casada ou solteira pode fazer a sua declaração de rendimentos como "unido de facto" com um irmão seu, desde que este seja maior de 16 anos, mas se o fizer como casada legalmente com o seu marido já não tem direito àquele desconto.
Como se vê, trata-se duma lei aberrante, altamente penalizadora das famílias legalmente constituídas, mas que nenhum dos últimos governos quis mudar.
Alguns casais já começaram mesmo a recorrer ao divórcio apenas para efeitos legais, continuando a viver em “União de facto”.
A continuar assim mais vale o governo acabar com a figura de casamento civil. Quem quiser casa-se religiosamente – o que actualmente em Portugal não é possível – ou fica a viver em “União de facto”, estado que a Igreja Católica e outras Comunidades religiosas consideram irregular para os seus fiéis.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Novos pobres


«Os números são alarmantes. Um terço da população activa (entre os 16 e os 64 anos) seria pobre se dependesse apenas dos rendimentos do trabalho, de capital e de transferências privadas. Um quinto dos portugueses vive com menos de 360 euros por mês. E 32% da população activa entre os 16 e os 34 anos seria pobre se dependesse só do seu trabalho» – noticiava há dias o "Diário Económico" .

De acordo com as estatísticas publicadas no dia 15 pelo INE, sem as pensões de reforma e as transferências sociais do Estado, mais de quatro milhões de portugueses (quase metade dos portugueses) estariam numa situação de pobreza. As pessoas estão cada vez mais dependentes dos subsídios do Estado. É certo que muitos já descontaram do que receberam mas muitos outros estão em total dependência para subsistir. E o Estado cada vez distribui pior. Por isso tem aumentado o fosso entre ricos e pobres.

«A situação é alarmante», garante Fernando Nobre, presidente da AMI (Assistência Médica Internacional). «No último ano, os cem portugueses mais ricos viram a sua fortuna aumentar cerca de um terço [33%], quando a média da população portuguesa só conseguiu aumentar o seu rendimento em cerca de 2% ou 2,5%", conta o médico fundador da associação.O próprio governo (e não só este) vai aumentando os salários dos que mais recebem e diminuindo os salários mais baixos. Tudo ao contrário do que se esperaria dum governo com sensibilidade social.

Assim o rendimento dos dois milhões de portugueses mais ricos do país é quase sete vezes maior do que o rendimento dos dois milhões de pessoas mais pobres.As pessoas que estão mais perto do limiar da pobreza em Portugal são os idosos que vivem sozinhos e as famílias constituídas por dois adultos com três ou mais filhos. Em contraponto, os portugueses mais ricos do país correspondem, em regra, a famílias com apenas um filho ou a um casal sem crianças dependentes.Depois há os desempregados que são os novos pobres. E o governo vai só olhando para o déficit!

quarta-feira, outubro 17, 2007

Moral chinesa


A China acaba de reforçar a proibição de publicidade na rádio e televisão promovendo roupas que realçam os decotes femininos, assim como os brinquedos eróticos e mesmo cirurgias plásticas do mesmo teor, na mais recente medida do governo comunista destinada a erradicar dos meios de comunicação do país aquilo que chama de poluição social.

"Propagandas ilegais sobre 'tratamento sexual' e outros anúncios prejudiciais representam uma grave ameaça à sociedade", declarava o comunicado da AGRCT, divulgado na semana passada e publicado no site da agência.

"Essas propagandas não só enganam gravemente os consumidores, prejudicam a saúde da população, poluem o ambiente social e corrompem os costumes sociais, mas também afectam directamente a credibilidade da comunicação pública e a imagem do Partido Comunista e do governo", dizia o comunicado.

Dizem os comentadores que isto acontece, como já em outras alturas sucedeu, a poucas semanas do congresso do Partido Comunista que ocorre duas vezes em cada dez anos, e que entre outros pontos faz um balanço da moralidade pública.

Todos sabemos que a China é governada pelo Partido Comunista e muitos dos nossos leitores hão-de ficar admirados ao ler isto e hão-de compará-lo ao que as forças de esquerda parece quererem para o nosso país.

Se alguém ousasse sugerir que se fizesse o mesmo em Portugal, cairia o Carmo e a Trindade. Mas já era assim que se procedia nos derrubados regimes comunistas, pois a história ensina que nenhuma sociedade onde se promove uma cultura de erotismo e liberalismo sexual pode subsistir por muitos anos. A destruição das famílias e a corrupção dos indivíduos dá cabo de qualquer sociedade.

Então por que é que tudo isto é permitido e até exaltado nos nossos países ocidentais? A resposta parece-me óbvia: liberalismo e guerra cultural. E muita gente já está hoje a sofrer os seus efeitos perversos, com infidelidades, abandonos e separações.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Uma boa surpresa



Quando lhe é perguntado qual a sua atitude perante Deus, responde desta maneira:
«Existe um velho provérbio húngaro que diz que na cova do lobo não há ateus, por isso julgo que não existe quem não acredite. O nada não existe na física ou na biologia e quando se lêem os grandes físicos entende-se como eram homens profundamente crentes, que chegaram a Deus através da física e da matemática e que falavam de Deus de uma maneira fascinante. A minha relação é a de um espírito naturalmente religioso, cada vez mais, não no sentido desta ou daquela igreja mas porque me parece que a ideia de Deus é óbvia. Cada vez mais o é para mim. É um bocado como diz Einstein, quando afirma que Deus não joga aos dados».


E o escritor que já foi militante da APU (Aliança Povo Unido – coligação liderada pelo Partido Comunista Português) explica a sua relação com Deus:
«A minha atitude em relação à religião é essa, não estou a falar de igrejas, estou a falar em relação a Deus e não acredito quando as pessoas dizem que são agnósticas ou ateias. Não estou a dizer que a pessoa não esteja a ser sincera, mas dentro dela e em qualquer ponto há algo... Uma vez perguntaram ao Hemingway se acreditava em Deus e a resposta foi às vezes, à noite».

À pergunta do entrevistador, se tem dúvidas, o escritor e médico psiquiatra responde:
«Acredito sempre mas a dúvida e pôr constantemente em questão é próprio da fé. Muitas vezes pergunto-me será que existe? É óbvio que sim».

Dúvidas?
«Todos os teólogos as tiveram, Sto. Ambrósio dizia "não busco compreender para crer, creio para compreender"; Sto. Agostinho esteve cheio de dúvidas toda a vida e o Sto. António... O mesmo se passa em relação aos livros, pergunto-me será que isto está bem feito? Não é esta palavra ainda, será que é possível fazer aquilo que eu quero fazer ou será demasiado ambicioso?»

Não sei se a Fé acompanhou sempre este homem. Mas o cancro a que foi operado há tempos deve-o ter ajudado nesta caminhada de crente. Para alguma coisa há-de servir o sofrimento!...

terça-feira, outubro 09, 2007

Padres nos hospitais


Segundo o "Correio da Manhã", os administradores da maioria dos grandes hospitais portugueses vão comunicar ao primeiro-ministro, José Sócrates, que é um "erro" riscar os capelães dos quadros hospitalares e, com isso, acabar com a assistência religiosa aos doentes internados.
O mesmo jornal apurou junto de seis dos maiores hospitais portugueses, em Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, que mais de 40 por cento dos doentes internados solicitam, habitualmente, a assistência religiosa, sendo 95 por cento destes praticantes da Religião Católica.Lino Mesquita Machado, presidente do Conselho de Administração do Hospital Central de Braga afirma que "a assistência religiosa é uma exigência dos doentes, com que o Governo não deve acabar".Lembrando que os capelães passaram a fazer parte dos hospitais já depois do 25 de Abril, Lino Mesquita Machado sublinha que "o peso que têm em termos de custo não é comparável à valia do serviço que prestam".Referindo que "os capelães são, ao contrário do que se pensa, cada vez mais requisitados, o administrador do Hospital de Braga diz que "é um erro de palmatória comparar a assistência religiosa nos hospitais ao serviço que prestam, por exemplo, os capelães militares". Um governo, por mais laicista que seja, tem de respeitar a Fé dos cidadãos. E, ainda por cima, todos os estudos estão de acordo que a religião ajuda a criar esperança e, com isso, favorece a cura dos doentes.Limitar a assistência espiritual nos hospitais não constitui um condicionamento da liberdade religiosa. Constitui, antes de mais e acima de tudo, um estrangulamento da liberdade humana. Nem sequer colhe o argumento de privilégio à Igreja Católica. Tem sido feito um bom trabalho de interligação entre as principais confissões religiosas na maior parte dos hospitais. E os doentes não podem ser castigados só porque são na grande maioria católicos.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Se a moda pega!


Os jornais trouxeram a notícia: a multimilionária Leona Helmsley, de 87 anos, dona de um império imobiliário nos Estados Unidos, morreu há dias e deixou uma surpresa para a sua família. Ela deserdou dois netos e deixou 12 milhões para sustentar o seu cachorrinho e depois gastar num mausoléu ao lado da sua dona a quem sempre fez companhia.

Aos seus netos David e Walter ela deixou 5 milhões para cada um, mas com uma condição: que eles visitem pelo menos uma vez por ano, de preferência no dia do aniversário da morte, o túmulo de seu pai, conforme determina o testamento. Craig e Meegan, os outros dois netos, ficaram sem nada "por razões por eles conhecidas", – diz o referido testamento – do que deduzimos que eles não ligavam à família.A guarda do cachorrinho mimado ficará a cargo de Alvin Rosenthal, irmão da finada e que receberá 10 milhões de dólares.Esta notícia trouxe-me à mente um caso que dificilmente alguma vez esquecerei. Uma senhora viúva que quase todos os dias cumprimentava à porta de sua casa apresentou-se certa vez muito chorosa e de luto, lamentando a morte de seu gato. Repliquei-lhe que não era caso para tanta lamentação.

– Se fosse um filho, até se compreendia – disse-lhe.

Mas calei-me, quando ela me afirmou muito convicta:

– Pois olhe que preferia que me morresse um filho do que a minha companhia!
Filhos e outros familiares que abandonam os seus velhinhos não faltam nos nossos dias, infelizmente. Conheço alguns que, mesmo vivendo perto, passam semanas sem os visitar. Outros vivendo longe têm alma de vir à terra de origem e não os vão ver.

Às vezes sucede que filhos e netos abandonam de todo os seus velhinhos num lar, sem nunca os visitar. Mereciam o mesmo castigo que aquela senhora deu a dois dos seus netos.

Se um dia lhes suceder o mesmo, então saberão avaliar o desgosto que isto provoca num idoso. E lá diz o ditado: "Filho és, pai serás; como fizeres, assim encontrarás".

quinta-feira, setembro 27, 2007

Boa lição para as crianças


Um grupo de quatro crianças, com idades entre os 11 e 13 anos, tiveram de cumprir uma ‘pena’ de serviço comunitário, procedendo à limpeza de um monumento na Foz do Arelho, pois tinham-no sujado com pinturas, vulgarmente conhecidas por grafittis.


Os menores lembraram-se de usar como tela a Fonte dos Namorados – um local emblemático da praia da Foz do Arelho. Uma moradora viu e denunciou-os à GNR, que os apanhou em flagrante delito.Para evitar eventuais procedimentos legais, a Junta de Freguesia da Foz do Arelho falou com os pais e propôs às crianças que limpassem o que sujaram, uma medida pedagógica que resultou. Com o acordo dos pais, os miúdos decidiram aceitar a proposta para limparem a Fonte dos Namorados e muros envolventes – um local recatado, construído em 1916, pelo qual os habitantes têm um grande carinho, porque a tradição diz que é um ponto de encontro dos namorados.

"É a atitude correcta, mais do que estar a aplicar-lhes um castigo. Vieram de livre vontade, não foram forçados e a ideia é eles saberem o que custa limpar, para que pensem duas vezes antes de voltarem a pintar", explicou Fernando Horta, presidente da Junta de Freguesia.Segundo o autarca, a ideia "acaba por funcionar, para eles terem a noção de que o património público é para estimar e não destruir".Nas palavras do autarca, as crianças fizeram a limpeza e ainda se ofereceram para limpar a fonte.

Quando vemos tanto vandalismo pelas nossas vilas e aldeias ficamos a pensar como as coisas seriam diferentes se pais e autoridades seguissem o exemplo relatado acima. "De pequenino é que se torce o pepino" – diz o provérbio. Se quando o menino suja ou parte, os pais o fizessem limpar, segundo as suas capacidades, a criança aprenderia o que custa e pensaria duas vezes antes de deitar coisas para o chão ou de sujar.

Mais do que castigar, a missão dum educador é apontar o caminho. E ajudar a criar hábitos bons e a evitar os maus.

sábado, setembro 22, 2007

O exemplo vem de França


Todos sabemos que a escola tem primordial importância para o futuro de um país. Logo a seguir à família. E isto na formação profissional mas também na educação humana e cívica. Apostar na formação de bons professores é, por isso, vital. Mas há também necessidade de os valorizar perante a sociedade e sobretudo os alunos.

O que se fez ou permitiu fazer em Portugal, nos últimos anos, vai em sentido contrário. Por isso quero aqui realçar o exemplo do Presidente francês, que escreveu uma carta a todos os alunos, professores e pais das escolas de França, estimulando-os a colaborarem num "renascimento" da escola francesa.


Nessa carta, Nicholas Sarkozy pede que se estimule o respeito mútuo (o respeito é a base de toda a educação) e que se recompense o bem, sancionando as faltas, cultivando a admiração pelo que é bom, justo, belo, grande, verdadeiro e profundo e recusando o que é mau, injusto, feio, insignificante, falso, superficial e medíocre". O chefe do Estado francês questionou também o secularismo, que rejeita a presença religiosa nas escolas e programas de ensino franceses. "Estou convencido de que não deveríamos deixar o tema da religião à porta da escola", afirmou, advertindo que não defende o proselitismo nas escolas. "A origem das grandes religiões, suas visões do homem e do mundo devem ser estudadas, não num espírito de proselitismo, não com uma abordagem teológica, mas como uma análise sociológica, cultural, histórica, que permita compreender melhor a natureza do facto religioso." E continua: "O espiritual e o sagrado sempre acompanharam as experiências humanas. São a fonte de toda civilização. A gente pode abrir-se com mais facilidade aos outros e dialogar com as pessoas de outras religiões quando entende a sua própria religião".


Aos professores pede que reflictam sobre a grave responsabilidade que têm em "guiar e proteger espíritos e sensibilidades que ainda não se formaram completamente, que não alcançaram a sua maturidade, que estão em busca e que são ainda frágeis e vulneráveis". À família lembra que os pais "são os primeiros educadores de seus filhos" e os alenta a envolver-se intimamente no processo da educação.

Esperamos que este bom exemplo também seja seguido entre nós.

quinta-feira, setembro 20, 2007

De novo a escola


As nossas escolas estão a começar um novo ano lectivo. E isto é sempre motivo de esperança. A escola é, logo a seguir à família, o lugar onde as crianças, adolescentes e jovens passam mais tempo. Por isso ela deixa marcas profundas na educação das novas gerações. Como todos os políticos dizem, é nas escolas que está o futuro do país.

No entanto ficámos há dias a saber que as políticas de combate ao abandono escolar não estão a funcionar. A percentagem de jovens que saíram precocemente da escola e cujo nível de estudos não ultrapassa o 9º ano de escolaridade subiu de 38,6%, em 2005, para 39,2%.
Os últimos dados do Eurostat, compilados pelo Observatório do Emprego no estudo Aspectos Estruturais do Mercado de Emprego, revelam ainda outra realidade desencorajadora. Apesar de ter havido uma contenção de três pontos no abandono escolar, ao longo dos últimos seis anos, "a taxa portuguesa continua a ser mais do dobro da verificada para a média da União Europeia".

Estes resultados inviabilizam as metas traçadas pelo Governo tanto no Plano Nacional de Acção para o Abandono Escolar, como no plano nacional de emprego. Neste último, o Governo propunha-se reduzir a saída precoce do sistema de ensino para 30% até 2008 e para 25% até 2010. E aumentar a percentagem de jovens com o ensino secundário para 65% até 2010.
Num meio escolar em que a insatisfação dos professores é grande, tudo concorre para um ambiente desfavorável em que a indisciplina ganha terreno. Por outro lado, as dificuldades económicas das famílias e o desemprego não favorece em nada um bom ambiente familiar.

A ajuda a estas famílias desempregadas ou de baixos recursos é imprescindível para uma boa educação de seus filhos. E o combate ao desemprego, que parece não ser prioridade para o governo, é o melhor investimento que se pode fazer. Mais do que a distribuição de computadores e de outros recursos tecnológicos, muitos dos quais ficarão dentro em breve ao abandono.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Seria eu capaz do mesmo?


A polícia chinesa deteve pela 11.ª vez em três anos Jia Zhiguo, bispo da diocese de Zhengding, na província de Hebei, noticia um grupo de direitos religiosos, que diz desconhecer as razões que levaram à detenção e o local onde o bispo está preso.
A mesma organização adianta em comunicado que Jia, que no total já cumpriu 20 anos de prisão e esteve cinco dias sob apertada vigilância policial.
A anterior detenção de Jia verificou-se há dois meses, dias antes do Papa Bento XVI enviar uma carta aos cerca de dez millhões de chineses que, de forma clandestina, seguem o catolicismo no país asiático, celebrando e catequizando em casas particulares.
Nessa altura, as autoridades religiosas da China advertiram Jia de que não devia manifestar apoio público à missiva de Bento XVI.

Muitos têm sido os católicos que têm sofrido corajosamente perseguições de toda a ordem e por vezes a morte, mas que se mantiveram firmes na fé. E isto não só na China mas em muitos outros países.
É conhecida a proibição de um muçulmano se converter a outra religião, sob pena de ser mesmo condenado à morte. No entanto, volta e meia aparecem pessoas que afrontam a lei e se sujeitam ao pior. E tudo isto por amor a Cristo.
Seríamos nós capazes do mesmo?

Corre na internet uma "história" que talvez nunca se tenha passado. Diz o seguinte:
"Num domingo de manhã durante o culto religioso com uma igreja cheia, apareceram dois homens mascarados, vestidos de preto da cabeça aos pés e armados com armas automáticas.
Adiantando-se um dos homens disse:
– Aquele que estiver disposto a morrer por amor a Jesus Cristo fique onde está.
Imediatamente todos aqueles que estavam a cantar no coro fugiram. Os acólitos desapareceram e a maioria dos fiéis daquela Igreja saíram também. Das centenas de pessoas que estavam na igreja, ficaram muito poucos. O homem que falou tirou a máscara e o capuz, olhou fixamente o celebrante e disse:
– Okey, agora que já só cá estão pessoas de Fé, pode celebrar a Missa. Desejo-vos um bom dia."

Se acontecesse na minha igreja um caso idêntico, que atitude tomaria eu?

terça-feira, setembro 11, 2007

Luz desde a escuridão



Deixo aqui alguns fragmentos duma entrevista do postulador da Causa de Canonização da Beata Madre Teresa, por me parecerem elucidativos da razão por que ele publicou algumas cartas da referida fundadora das Irmãs da Caridade.

Pergunta do entrevistador ao Padre Kolodiejchuk:

Como se relaciona o seu sofrimento redentor pelos demais, no meio dessa profunda escuridão, com seu carisma particular?

Resposta: – Durante os anos cinquenta do século passado, madre Teresa rendeu-se e aceitou a escuridão. O padre Joseph Neuner [um dos diretores espirituais que teve em sua vida] ajudou-a a compreender isso, relacionando a escuridão com seu carisma: saciar a sede de Deus.

Ela costumava dizer que a maior pobreza era não se sentir amado, solicitado, cuidado por ninguém, e era exactamente o que ela estava vivendo em sua relação com Jesus.

Seu sofrimento redentor era parte da vivência de seu carisma a serviço dos mais pobres entre os pobres.

De maneira que, para ela, o sofrimento era não só um meio para identificar-se com a pobreza física e material, mas que, no âmbito interior, identificava-se com os não amados, com os que estão sozinhos, com os que são rechaçados.

«Se minha separação de ti permite que outros se aproximem de ti e tu encontras alegria e deleite em seu amor e companhia, quero de todo coração sofrer o que sofro, não só agora, mas pela eternidade, se for possível», escreveu Teresa.

Numa carta a suas irmãs, faz mais explícito o carisma da Ordem:

«Minhas queridas filhas, sem sofrimento, nosso trabalho seria somente trabalho social, muito bom e útil, mas não seria obra de Jesus Cristo, não participaria da redenção. Jesus desejava ajudar-nos compartilhando nossa vida, nossa solidão, nossa agonia e morte. Tudo isso ele assumiu em si mesmo, e o levou à noite mais escura. Somente sendo um de nós podia nos redimir."

Pergunta:Então, o que o senhor diz a quem qualifica sua experiência como uma crise de fé e que ela realmente não acreditava em Deus, ou a quem sugere que sua escuridão era um sinal de instabilidade psicológica?

Padre Kolodiejchuk: – Ela não teve crises de fé, ou falta de fé, mas teve uma prova de fé na qual experimentou o sentimento de que ela não acreditava em Deus. Esta prova requereu muita maturidade humana, porque, se não, não teria sido capaz de suportá-la. Teria desequilibrado.
Como disse o padre Garrigou Lagrange, é possível experimentar simultaneamente sentimentos contraditórios entre si. É possível ter uma «alegria cristã objetiva», como a chamou Carol Zaleski, e ao mesmo tempo entrar na prova ou sentimento de não ter fé.

quarta-feira, setembro 05, 2007

A honestidade dos lisboetas


Há poucos anos foi com carteiras contendo 150 euros. Desta vez com telemóveis de gama média. O teste foi realizado por várias revistas em 32 cidades mundiais, e na capital portuguesa ficou a cargo da "Readers Digest".

A prova era simples: vários telemóveis eram «estrategicamente» perdidos na cidade e os repórteres ficavam escondidos para avaliar as reacções dos que os encontravam, inclusive se faziam alguma chamada. Mal as pessoas pegavam nos telemóveis, os jornalistas ligavam e pediam-lhes para devolver o aparelho. Nalguns casos, os aparelhos foram desligados de imediato. Noutros, a pessoa chegou a marcar um encontro para a entrega, mas nunca apareceu.

Mas também houve o contrário. E muitas vezes pessoas aparentemente mais fáceis de tentar, como um desempregado de 44 anos que correu a devolver o telemóvel a uma repórter que o tinha deixado no banco de um centro comercial.

Porém, dos 30 telemóveis de média gama, abandonados em vários pontos da cidade de Lisboa, só 15 foram devolvidos. Este estudo mostrou que a honestidade dos lisboetas anda muito por baixo. Lisboa teve o 28.º lugar em 32. Pior só mesmo Amesterdão, Bucareste, Hong Kong e Kuala Lumpur. No extremo oposto, com cidadãos mais honestos, destacaram-se Liubiliana da Eslovénia, Toronto e Seul.

Muitos dos que entregaram os telemóveis disseram que a sua consciência não lhes permitia ficar com coisas alheias. Outros afirmaram que não queriam dar maus exemplos a seus filhos. Uma senhora disse mesmo: “Meu querido, como é que eu poderia ficar com uma coisa que não é minha por direito? Deus transformar-me-ia em pedra.” Estes estudos não conseguiram apurar se a educação religiosa tem alguma coisa a ver com a honestidade das pessoas mas quero crer que sim. Vários foram os que aludiram à sua formação de consciência.

O 7.º mandamento diz-nos para não furtarmos nem retermos o que não é nosso.

Será que temos isso em conta na nossa prática diária?

sábado, setembro 01, 2007

De enfermeiro a padre missionário


«Os jovens de hoje já não querem ser padres». Esta é uma das ideias feitas, que ouço volta e meia.
Temos falta de vocações consagradas não há dúvidas. Os filhos são poucos e os pais – mesmo às vezes muito religiosos – não vêem com bons olhos o ingresso dos filhos nos seminários ou nas congregações religiosas. Até porque querem ter assegurada a descendência. Por isso há muitos jovens que só se decidem entregar ao serviço de Deus e da Igreja quando tiram um curso. Sobretudo nas grandes cidades.
Os exemplos são muitos felizmente e hoje falo no do enfermeiro Daniel, porque o li na revista “Fátima Missionária”.
Daniel, de 23 anos, de Ermesinde, acaba de tirar o curso de enfermagem. Mas decidiu não ser só enfermeiro. Por isso vai entrar no Seminário. Quer ser padre missionário.
Podia ir, como é seu desejo, para um país de missão dar a sua colaboração às Missões como enfermeiro. Mas quer mais. «Não quero trabalhar 50 anos como enfermeiro. Quero fazer mais, ter a possibilidade de trabalhar com os jovens, em áreas diferentes da da saúde».
Aos amigos, a decisão "faz-lhes con-fusão". Acham engraçado, mas "não é normal um jovem da minha idade, acabar o curso de enfermagem, com um futuro promissor em mãos" e partir para o incerto.
Para ele, entregar a vida inteira "faz sentido". Até porque já fez a experiência missionária no grupo de Leigos Missionários da Consolata. Gostou mas achou que é pouco. Ele quer dar toda a sua vida às Missões, junto dos mais pobres.
Os amigos "não con-seguem entender e eu não lhes consi-go explicar". O Daniel sabe bem que os jovens de hoje "vivem a hora, buscam o prazer, o bem-estar e não o sacrifício". Mas assim dificilmente serão felizes. E ele quer ser feliz, contribuindo para a felicidade dos outros. Como o pai e a mãe que só são felizes se virem os filhos felizes. O amor é assim.
Daniel, com mais dois colegas nas mesmas circunstâncias, vai agora partir para a Itália. Onde os esperam quatro anos de estudo e formação.

domingo, agosto 26, 2007

São muitos os que se salvam?


Neste Domingo, a Palavra escutada nas celebrações católicas põe-nos a reflectir sobre a Salvação.

Eis alguns pontos da minha reflexão:

1. "Deus que nos criou sem nós não nos salva sem nós" - S. Agostinho de Hipona.

2. Deus quer a salvação de todos mas exige que escolham a "porta estreita" e o "caminho íngreme" do cumprimento do Seu mandamento: "Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos".

3. As diversas religiões são "caminhos" para atingir o Reino dos Céus. Todas nos orientam para o amor de Deus e do próximo.

4. A religião cristã não só nos aponta o caminho mas oferece-nos "apoios" para lá chegar. Esses apoios são gratuitos e por isso se chamam "graça de Deus".

5. Deus não força ninguém a seguir este ou aquele "caminho". É opção livre de cada um.

6. "Virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul e sentar-se-ão à mesa do Reino de Deus....".
Isto é: Salvar-se-ão pessoas de todas as religiões, de todas as raças, línguas e nações.
Condicão essencial é que tenham amado a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmas.

domingo, agosto 19, 2007

Fé, ciência e jovens


Acabo de ler que o Doutor Charles Townes, Prémio Nobel de Física, e que recebeu o Prémio Templeton 2005 por promover a convergência entre ciência e religião, declarou que considera que agora se nota um maior interesse por uma «visão religiosa».
Outrora recebeu críticas de cientistas por causa de ser religioso, mas agora sente que há um maior interesse por parte dos cientistas pela Religião.
A minha dúvida é:
Os meus colegas "bloguistas" também têm sentido esse maior interesse nas pessoas que os rodeiam?
Ou acham que os jovens actuais já (ou ainda) não se põem esse problema?

quarta-feira, agosto 01, 2007

O testemunho dos cristãos coreanos



A Coreia tem dado grandes lições de perseverança na Fé. Tudo começou com o interesse pelo Cristianismo por parte de um grupo de letrados que ao lerem o livro do missionário Mateus Ricci com o título "O verdadeiro sentido de Deus", tiveram a iniciativa de encarregar o filho do embaixador coreano na China, na busca das riquezas de Jesus Cristo. Yi Sung-Hun dirigiu-se ao bispo de Pequim que o catequizou e baptizou, entrando por aí a Boa Nova na Coreia. Pois foi este jovem leigo cristão que começou a evangelização cristã naquele país.
Várias vezes solicitaram do bispo de Pequim o envio de sacerdotes, a fim de organizarem a Igreja. Roma, porém, vivia tempos difíceis sofrendo a prepotência de Napoleão. Por isso, somente a Igreja pôde ouvir os apelos dos cristãos coreanos, trinta anos depois, quando muitos já tinham sido martirizados, entre os quais 103 mártires que foram canonizados pelo Papa João Paulo II, na sua visita a Seul em Maio de 1984.

Agora a Agência “AsiaNews” noticiou o próximo início do processo de beatificação de 36 monges beneditinos martirizados em cadeias e campos de trabalho forçado do regime comunista na Coreia do Norte. Eles preferiram morrer a renunciar à fé católica, entre 1949 e 1952. No cativeiro, eles administravam os sacramentos, pregavam e mantinham alta a esperança dos demais prisioneiros. O grupo de mártires foi liderado pelo Bispo-Abade Bonifácio Sauer e pelo Pe. Benedito Kim.

Até ao presente, a perseguição comunista norte-coreana vitimou cerca de 300 mil pessoas, muitas delas eram cristãs. Mesmo assim há muita gente que prefere morrer a renegar a sua Fé.


À data da canonização, 1984, a Coreia no seu todo contava com 1.4000.000 católicos, 14 dioceses, 1.200 sacerdotes, 3.500 religiosos e 4.500 catequistas, atestando mais uma vez a frase de Tertuliano:
"O sangue dos mártires é sangue de novos cristãos!"



Nota final: Os vinte e três reféns sul-coreanos, incluindo 18 mulheres, todos voluntários da Igreja evangélica de Saemmul, são um novo testemunho da Fé cristã da Coreia.
Dois já foram mortos. Rezemos pela libertação dos restantes.

sexta-feira, julho 27, 2007

Amoras de silvas


Hoje deixo aqui estas amoras. E o convite a ir colher mais.

Dizem os entendidos que a amora das silvas é depurativa, contém potássio, fósforo e cálcio. Tem acção diurética e digestiva, além de servir como adstringente quando usada na pele.

Alguns componentes destas amoras podem contribuir para prevenir o mal de Alzheimer, segundo um estudo publicado no mais recente número da revista Chemistry & Industry.

Os cientistas que elaboraram esse estudo chegaram à conclusão que certos componentes das amoras, a antocianina e os polifenólicos, têm um efeito protector muito forte nos neurónios.
"Esses componentes também têm efeito nas células do hipocampo extraídas do cérebro", declarou James Joseph, um dos autores da pesquisa.

Segundo Joseph, da universidade Tufts de Boston, há "provas" de que a antocianina e os polifenólicos protegem contra o Alzheimer, embora não esteja claro ainda de como o fazem exactamente.

Trata-se da primeira vez que se demonstra cientificamente que as amoras ajudam a proteger as células do cérebro, já que outras pesquisas realizadas previamente sobre este assunto apontavam simplesmente que actuavam como antioxidantes, segundo o artigo publicado pela Chemistry & Industry.

Saia , pois, de casa e vá pelos campos fora. Ainda encontrará as deliciosas amoras silvestres.

terça-feira, julho 24, 2007

Papa irá à China?


«A Igreja católica de Pequim espera poder receber o Papa Bento XVI na China e orar por ele», declarou nesta terça-feira o vice-presidente da Associação Católica Patriótica da China, Liu Bainian, em entrevista ao jornal La Repubblica. «Espero com todas as minhas forças poder ver um dia o Papa celebrar aqui, em Pequim, uma missa para todos os chineses», afirmou Liu.

Por seu lado o papa Bento XVI considera "um pouco complicada" uma viagem à China.
«Não posso dizer nada nesse momento. É um pouco complicado», respondeu o Papa, que se encontra de férias nos Dolomitas (norte da Itália), falando a jornalistas sobre a possibilidade de viajar à China.


Esta atitude positiva da igreja controlada pelo regime comunista chinês acontece depois da carta que Bento XVI dirigiu aos fiéis chineses em 30 de Junho, convidando-os a ser "bons cidadãos e colaboradores respeitosos e activos em favor do bem comum de seu país".


Agência AFP

sexta-feira, julho 20, 2007

Vontade de viver


Médicos chineses desenvolveram um dispositivo especial que está a dar mobilidade a um homem que, em 1995, sofreu um acidente e foi cortado transversalmente ao meio, próximo à altura da cintura, por um camião.

Peng Shulin ficou imóvel numa cama por mais de dez anos, mas graças ao invento dos médicos do Centro de Pesquisa e Reabilitação da China, em Pequim, agora está a voltar a andar.
Depois do acidente, Peng precisou da ajuda de vinte médicos que conseguiram mantê-lo vivo. Sem as pernas, o homem que ficou com apenas 78 cm de altura, começou em 2006 a fortalecer seu corpo para voltar a realizar tarefas simples como lavar o rosto ou escovar os dentes.
A ideia dos médicos - como se vê na foto - foi criar um aparelho semelhante a um "copo", equipado com pernas mecânicas.


Um hino à vida é esta vontade de viver, decerto com muitas dificuldades e sofrimento.

sexta-feira, julho 13, 2007

Divórcio express triplicou rupturas na Espanha


O Instituto de Política Familiar (IPF) denunciou que dois anos depois da promulgação da lei do divórcio express, que agiliza os trâmites do divórcio e o permite por qualquer motivo, triplicou-se o número de rupturas matrimoniais na Espanha.

O IPF publicou o relatório "Aos dois anos da lei do divórcio express", que avalia o impacto da norma. Esta lei eliminou o tempo de separação prévio (prazo de reflexão) ao acesso ao divórcio, permite a unilateralidade e não exige uma causa para o divórcio.

"Se a ruptura familiar teve uma evolução muito negativa na Espanha durante os últimos anos, nestes dois últimos anos, e depois da aprovação da lei do divórcio express, o incremento foi de tal envergadura que, entre outras coisas, os divórcios triplicaram neste tempo", sustenta o IPF.

Se assim continuar, em 2010 por cada casamento celebrado, haverá uma ruptura de outro.
E estará ainda mais em causa a estabilidade familiar, o bem dos membros da família, sobretudo crianças, e a saúde psíquica de muita gente.

O Instituto da Política da Família propõe medidas que considera imprescindíveis para abordar a problemática da ruptura matrimonial na Espanha como a rectificação e/ou derrogação da Lei de extensão do divórcio de 2005; a elaboração de uma Lei de prevenção e mediação familiar; a criação e/ou potencialização dos centros de Orientação e Terapia familiar; a criação da mesa sobre a ruptura familiar; a criação de uma subcomissão não permanente no Congresso para analisar a ruptura familiar na Espanha e recomendar as mudanças legais necessárias; um plano nacional sobre o matrimônios dos jovens; campanhas de sensibilização e de conscientização da importância do matrimônio e a família; um plano integral de apoio à família; e medidas sobre protecção dos cônjuges e filhos quando a ruptura definitiva se produziu.

sábado, julho 07, 2007

Não podia estar mais de acordo


«Apresento o caso concreto da despenalização da interrupção voluntária da gravidez ou, melhor, do abortamento. Houve um referendo, com os resultados conhecidos, apontando para uma lei moderada. Na campanha e até na noite da votação, apresentou-se como modelar a lei alemã.

Em ordem a uma decisão - e isso é tanto mais verdade quanto mais grave -, é de bom senso ter o máximo de informação possível. Ora, foi publicada recentemente em Diário da República a portaria que regulamenta a nova lei, e, quando se lê, pergunta-se o que leva o Estado, que deve proteger a vida, a ter receio de dar directamente mais informação à mulher que quer abortar. Porquê tanto receio no aconselhamento? Porque é que o esclarecimento sobre os apoios do Estado à maternidade e nomeadamente a possibilidade de adopção é remetido para folhetos?

Mas o que é intolerável mesmo é a isenção de taxas moderadoras para as mulheres que decidem abortar. Não é legítima a equiparação às grávidas e futuras mães, e é uma injustiça social, quando se pensa nos doentes que têm de pagá-las, sendo os mais pobres a pagar cada vez mais pelos serviços de saúde. Porque não há apoios nos problemas da infertilidade?

Afinal - e isto é o mais grave -, muita gente andou enganada: tinha sido dito que o referendo tinha como objectivo a despenalização, quando realmente a intenção parece ser liberalizar.»


Excerto do artigo do P.e Anselmo Borges no Díario de Notícias de 7-07-2007.

Leia todo o artigo.

quinta-feira, julho 05, 2007

Igreja Patriótica e a carta do Papa



A Associação Patriótica Católica da China (APC)- a Igreja controlada pelo Estado - já veio saudar as «boas intenções» de Bento XVI, dois dias após a divulgação
de uma carta na qual o Papa pede uma «autêntica liberdade religiosa» no país.

«A carta do Papa destaca as suas boas intenções», declarou
à AFP o vice-presidente da APC, Liu Bainian, ligado ao Partido
Comunista Chinês.
«O Papa expressou o seu amor e interesse pelos fiéis da China», apontou, referindo que «as anteriores cartas papais se opunham ao comunismo e queriam punir os membros da Igreja patriótica chinesa».


No sábado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China pediu à Santa Sé que não crie novos obstáculos na melhoria da relações bilaterais.
Para o restabelecimento de relações diplomáticas, a China exige que o Vaticano deixe de reconhecer Taiwan como país independente (obtendo aparentemente o consentimento do Vaticano, neste ponto) e que o Vaticano aceite também a nomeação dos bispos chineses por parte da APC controlada pelo Estado. Nesta questão, contudo, a posição da Santa Sé tem-se mantido inalterável.


Embora o Partido Comunista Chinês se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais (Associações Patrióticas), entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica "clandestina", ligada ao Papa e fora do controlo de Pequim, conta mais de oito milhões de fiéis.

A Associação Patriótica Católica (APC) foi criada em 1957, para evitar «interferências estrangeiras», em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado. A partir da década de 80 do século passado, a APC passou a procurar a aprovação do Vaticano para os seus Bispos, em segredo.
E o Papa na carta diz aceitar mesmo os bispos que não pediram a aprovação.

Creio que não tardará o acordo entre o Vaticano e o governo chinês. As declarações do vice-presidente daquela Associação parecem indicar isso mesmo.

segunda-feira, julho 02, 2007

Porque será?!


O Jornal de Notícias escrevia ontem, dia 1 de Julho:

«Tony Blair, se se converter, não será mais do que um rosto público do caminho de regresso à fé católica de milhares de ingleses, a maioria proveniente da Comunhão Anglicana. A maior diocese católica londrina, Westminster, baptiza, em cada ano, 800 novos católicos. A nível da Inglaterra, pode dizer-se que a Igreja Católica recebe 5000 novos fiéis adultos cada ano, vindos da Comunhão Anglicana, de outras igrejas e de agnósticos e de ateus convertidos».


Mas não é só na Inglaterra que se dá este fenómeno. Nos Estados Unidos, por exemplo, passam para a Igreja católica todos os anos mais de 170 mil adultos e, nestes últimos anos, foram admitidos no catolicismo cerca de quinhentos pastores ou sacerdotes protestantes.

Na França, onde recebem o baptismo cerca de 9 mil adultos por ano, converteu-se recentemente o "bispo" luterano Michel Viot.

E não é só gente anónima. Muitas figuras de renome têm passado para a Igreja católica nos últimos anos. O que é de admirar, num tempo em que a Igreja Católica é criticada por tudo e por nada.

quarta-feira, junho 27, 2007

Uma mulher das arábias


A RTP apresentou nos últimos tempos mais que uma vez a obra de solidariedade duma portuguesa a residir no Dubai. Chama-se Maria do Céu da Conceição, tem 29 anos e é hospedeira da United Emirates, uma companhia aérea daquele país.

Esta rapariga, numa das suas viagens em serviço, deparou-se com a miséria no Bangladesh e não conseguiu ficar indiferente. Criou, então, uma ONG (Organização Não Governamental) para ajudar as famílias carenciadas de Dhaka , uma cidade do Bangladesh. O seu projecto – "DHAKA project" – já começou a dar frutos ensinando crianças, ajudando as famílias através de vacinação, cuidados de higiene e alimentação, ministrando ofícios a homens e mulheres.

Esta portuguesa é uma mulher com uma força incrível, patente nas imagens que mostram o seu esforço diário para ajudar aquela população. Através de coisas simples, Maria do Céu consegue mobilizar famílias, e principalmente os mais jovens, por uma vida melhor. Em menos de dois anos, e sem qualquer apoio institucional ou governamental, a Maria, como carinhosamente é tratada por grandes e pequenos, lidera uma das muitas ONGs que funcionam no Bangladesh. Com o seu ordenado como hospedeira, e diversas ajudas, consegue pagar a 53 funcionários. Tudo o resto é feito com muita persistência, intuição e capacidade de mobilizar os outros para este projecto de solidariedade para com os mais pobresHá quem a compare com Madre Teresa de Calcutá, mas a hospedeira diz que o seu trabalho para com os pobres é só a tempo parcial, pois continua a exercer a sua profissão. Madre Teresa deu-se toda e a tempo inteiro à causa dos mais carenciados. A verdade é que a jovem dedica-se de alma e coração aos seus protegidos. E até o namorado – um fotógrafo de profissão – é mobilizado para esta causa.

Cerca de 600 pessoas são beneficiadas directamente pelo seu Projecto, sobretudo as crianças. Consegue arranjar comida para elas e ainda paga as despesas com os monitores, as vacinas e outros tratamentos médicos. E a reportagem da RTP mostra que não é fácil lidar com os pais. Alguns lançam boatos descabidos, pois acham que as crianças devem ser desde já fontes de rendimento para as famílias.

Quem já lidou com famílias pobres sabe que não é um trabalho fácil. Mas a portuguesa é uma mulher de armas. Ou como lhe chama a reportagem da RTP, uma mulher das arábias.
Se ainda não viu e tem acesso à internet pode conhecer esta nossa patrícia vendo a mencionada reportagem da RTP em
Uma Mulher das Arábias

sexta-feira, junho 22, 2007

Kaká: um exemplo a seguir


A capa do último número da edição italiana da revista Vanity Fair traz em primeiro plano o que é considerado o melhor jogador do mundo – Kaká. Mas o tema central da entrevista não foi o futebol, nem a recente vitória da sua equipa, o Milan, na Liga Europeia dos Campeões, ou sua candidatura à Bola de Ouro 2007. Foi a sua revelação de que nunca teve qualquer relação sexual até ao casamento, nem com a sua noiva nem com qualquer outra pessoa.

A entrevista provocou uma enxurrada de comentários. E relançou o debate que parecia, até hoje, exclusividade da Igreja católica: a virgindade ainda é um valor no terceiro milénio?
A declaração de Ricardo Izécson Santos Leite – o célebre jogador Kaká – que não é católico mas cristão evangélico, abriu um verdadeiro debate sobre tal assunto.

A ideia de um jogador de futebol casto parece inacreditável num mundo em que a maioria das raparigas sonha namorar craques ricos e lindos como o campeão brasileiro. E todos conhecemos como hoje é fácil encontrar rapazes e raparigas que não pensam sequer nas consequências de se entregar sem mais a verdadeiras orgias de sexo.

Kaká explica:
– Sou um jovem normal. Não foi fácil chegar ao casamento sem nunca ter estado com uma mulher. Eu e Caroline (sua mulher) nos beijávamos e o desejo existia. Mas soubemos nos conter. Se hoje a nossa vida é mais bonita, acho que é porque esperámos pela hora certa.
«Por mais que estas declarações estejam fora de moda, não é esse o tipo de consciência e responsabilidade que todo pai e mãe sonham que os filhos tenham?» – exclama a jornalista. E Berlusconi – o patrão do Milan – comentou numa entrevista:
– Kaká é o genro ideal, pena é que já esteja casado.

O referido jogador é mesmo um bom rapaz. Cumpridor de suas obrigações, franco e equilibrado, ele é o protótipo de um jovem exemplar. Nunca foi visto em lugares esconsos, ou a discutir com o técnico e muito menos a ser envolvido em escândalo dos paparazzi italianos, que levou um punhado de fotógrafos para a cadeia no início do ano por chantagear jogadores (entre eles, alguns brasileiros) com fotos comprometedoras.

domingo, junho 17, 2007

Um hino à vida!

Encontrei este vídeo sobre duas irmãs siamesas que acho espectacular.
Quem pensar que elas não agradecem a Deus e aos pais e médicos a vida, está enganado.
Elas amam a vida!!!

Elas possuem duas cabeças e duas colunas que se juntam na pélvis. Possuem dois estômagos e três pulmões. Nasceram com três braços e um deles foi amputados quando pequeninas. O vídeo mais abaixo foi feito aproximadamente quando elas fizeram 16 anos de idade e foi apresentado em 17 de dezembro de 2006 no The Learning Channel nos EUA.
Veja que vale a pena!


quinta-feira, junho 14, 2007

Compromisso


Como noticiámos, o Papa foi há dias ao Brasil para inaugurar a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, em Aparecida.
Ficam aqui alguns extractos do compromisso que aqueles bispos querem que sejam assumidos por toda aquela parcela do povo de Deus:

Assumimos o desafio de trabalhar para dar um novo impulso e vigor à nossa missão.

Renovamos a nossa fé, proclamando com alegria: Jesus é o caminho que nos permite descobrir a verdade e alcançar a plena realização de nossa vida!

A nossa maior alegria é ser seus discípulos! Ele chama cada um de nós pelo próprio nome, para conviver com Ele e enviar-nos a continuar a sua missão (cf. Mc 3, 14-15).

Identificados com o Mestre, a nossa vida é movida pelo impulso do amor e no serviço aos demais. Este amor implica uma contínua opção para seguir as Bem-aventuranças.


Todos somos chamados a ser discípulos e missionários, a ser Igreja de braços abertos, que sabe acolher e valorizar cada um dos seus membros. Por isso, no nosso serviço pastoral, façamos que todos, ao serem valorizados, se possam sentir na Igreja como em sua própria casa.


Queremos ser uma Igreja que aprende a rezar e ensina a rezar. Uma oração que nasce da vida e do coração e é ponto de partida de celebrações vivas e participativas que animam e alimentam a fé. Que ninguém fique de braços cruzados.


Reafirmamos a nossa opção preferencial e evangélica pelos pobres. Comprometemo-nos a defender os mais fracos, especialmente as crianças, os doentes, os incapacitados, os jovens em situações de risco, os idosos, os presos, os migrantes.


Convocamos todas as forças vivas da sociedade para cuidar da nossa casa comum, a Terra, ameaçada de destruição. Queremos favorecer um desenvolvimento humano e sustentável, baseado na justa distribuição das riquezas e na comunhão dos bens entre todos os povos.

Queremos abraçar todo o continente para lhe transmitir o amor de Deus e o nosso. Desejamos que este abraço alcance também o mundo inteiro.

sábado, junho 09, 2007

Ainda o aborto


O Diário de Notícias dá conta que cerca de 80% dos médicos dos hospitais de Lisboa e porto são objectores de consciência contra o aborto.


Entretanto seis clínicas privadas na zona de Lisboa já solicitaram às autoridades sanitárias licenças para poder realizar abortos, no âmbito da nova lei, noticia este sábado o semanário Sol.
De acordo com o jornal, cinco das unidades são portuguesas, às quais se junta a espanhola Los Arcos.


Quanto a mim, esta é uma lei que nunca devia ter sido aprovada, pois vai agravar ainda mais a falta de crianças. Já para não falar de que é uma lei desumana, pois se vira contra seres humanos em gestação.

quinta-feira, junho 07, 2007

Eucaristia



A Fé da Igreja dos primeiros séculos

— Grande mesa é aquela em que os manjares são o próprio Senhor da mesa! Ninguém se dá a si mesmo aos convivas em alimento; isto fá-lo Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é quem convida, Ele é o alimento e a bebida para nos saciar. (S. Agostinho, Sermões).

— Assim como o pão, que é fruto da terra, depois da invocação de Deus já não é pão ordinário e corrente, mas Eucaristia, composta de dois elementos, o terrestre e o celeste, também os nossos corpos, recebendo a Eucaristia, já não são totalmente corruptíveis, porque têm a esperança da ressurreição (S. Ireneu, Tratado contra as heresias).

— Desde que o próprio Cristo disse: "Isto é o meu Corpo", quem ousará duvidar de que verdadeiramente é o Seu Corpo? (S. Cirilo de Jerusalém).

— Queres honrar o Corpo de Cristo? Mão permitas que seja desprezado nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres aqui no templo com vestes de seda, enquanto lá fora O abandonas ao frio e à nudez.
Deus não precisa de vasos de oiro, mas de almas de oiro. Ao dizer isto não quero impedir que se façam ofertas ao templo; o que quero é pedir que além dessas, e antes dessas, se pense na esmola aos pobres. Deus recebe de facto aqueles dons; mas agrada-lhes mais a caridade para com os pobres (...)
De que serviria adornar a mesa de Cristo com vasos de oiro, se Ele morre de fome na pessoa dos pobres? (...) Por conseguinte, enquanto adornas o templo, não esqueças o teu irmão que sofre, porque este templo é mais precioso que o outro (S. João Crisóstomo, Homilias).

quarta-feira, junho 06, 2007

Na véspera do Corpo de Deus


Viver segundo o domingo

72. Esta novidade radical, que a Eucaristia introduz na vida do homem, revelou-se à consciência cristã desde o princípio; prontamente os fiéis compreenderam a influência profunda que a celebração eucarística exercia sobre o estilo da sua vida. Santo Inácio de Antioquia exprimia esta verdade designando os cristãos como « aqueles que chegaram à nova esperança », e apresentava-os como aqueles que vivem « segundo o domingo » (iuxta dominicam viventes).(204) Esta expressão do grande mártir antioqueno põe claramente em evidência a ligação entre a realidade eucarística e a vida cristã no seu dia-a-dia. O costume característico que têm os cristãos de reunir-se no primeiro dia depois do sábado para celebrar a ressurreição de Cristo — conforme a narração do mártir São Justino(205) — é também o dado que define a forma da vida renovada pelo encontro com Cristo. Mas, a expressão de Santo Inácio — « viver segundo o domingo » — sublinha também o valor paradigmático que este dia santo tem para os restantes dias da semana. De facto, o domingo não se distingue com base na simples suspensão das actividades habituais, como se fosse uma espécie de parêntesis dentro do ritmo normal dos dias; os cristãos sempre sentiram este dia como o primeiro da semana, porque nele se faz memória da novidade radical trazida por Cristo. Por isso, o domingo é o dia em que o cristão reencontra a forma eucarística própria da sua existência, segundo a qual é chamado a viver constantemente: « viver segundo o domingo » significa viver consciente da libertação trazida por Cristo e realizar a própria existência como oferta de si mesmo a Deus, para que a sua vitória se manifeste plenamente a todos os homens através duma conduta intimamente renovada.


In Sacramentum Caritatis de Bento XVI

sábado, junho 02, 2007

A Santíssima Trindade


Neste Domingo celebra-se a Santíssima Trindade. Este é um dos mistérios do Cristianismo. E é mistério porque só é conhecido através da Revelação das palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, que era Deus e Homem verdadeiro.

Disse o Senhor: "Ensinai todas as gentes, e baptizai-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28, 19). Na oração da última Ceia, o Salvador pede que seus discípulos sejam um como seu Pai e Ele são um só (S. Jo., 17, 21). E afirmou: "Meu Pai e eu somos um" (Jo., 10, 30), deixando clara a unidade de natureza entre o Pai e o Filho.
Na promessa de enviar o Espírito Santo, Nosso Senhor, antes de se elevar ao Céu, anunciou aos Apóstolos que o Pai lhes enviará o Espírito Santo, que os ensinaria e os fortaleceria na fé: "Rogarei a meu Pai e Ele vos mandará outro consolador" (Jo 14, 16, 26), "o espírito da verdade" que "vos ensinará tudo" (Jo, 14, 26).

Ora, como não há ninguém senão Deus, capaz de ensinar tudo, resulta dessas palavras que tal consolador é Deus, como o Pai e o o Filho que hão-de mandá-lo.
S. Pedro repreende Ananias que procurou iludir o Espírito Santo e acusa-o de ter assim mentido a "Deus", não aos homens (Act. 4, 5, 11) Na mesma passagem sobre o Espírito Santo, fica claro que as pessoas são distintas: O Pai que envia, o Filho que roga ao Pai, o Espírito Santo que será enviado.
No "baptismo" de Nosso Senhor, ao sair da água, os céus se abriram e o "Espírito, como uma pomba", desceu sobre Nosso Senhor e uma voz "veio dos Céus:
"Tu és o meu filho amado, em ti me ponho todo o meu enlevo".
Em São Mateus, lemos: "Só o Pai conhece o Filho e o Filho conhece o Pai"(Mt 11, 27; Lc. 10, 22). Em S. João, está que o Espírito Santo "procede do Pai", que é "enviado pelo Filho" (Jo 15, 26; 16, 7).

S. Agostinho escreveu um tratado enorme sobre a Santíssima Trindade. Mas também foi dizendo que é impossível ao homem compreendê-lo de todo.
Em certo passo, Santo Agostinho conta:

«Andava eu numa praia meditando sobre este mistério da Santíssima Trindade: um Deus em três pessoas distintas...
Enquanto caminhava, observei um menino que tinha nas mãos um pequeno balde com água. A criança ia até o mar, trazia a água e despejava-a dentro de uma pequena poça que havia feito.
Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, resolvi interrogá-lo sobre o que pretendia.
O menino, olhando-me, respondeu com simplicidade:
"Estou querendo colocar a água do mar neste buraco".
Santo Agostinho conta que lhe sorriu e respondeu:
"Mas não percebes que isso é impossível?".

E a criança respondeu-lhe prontamente:
«É mais fácil eu trazer toda a água do mar para esta poça do que tu compreenderes inteiramente o mistério de um só Deus em 3 pessoas».
E Agostinho teve de se calar perante a sabedoria do Espírito que falava por meio daquela criança.