sábado, outubro 27, 2007

Discriminação


Corre na internet – Petição – e não sei se também por outros meios, uma "Petição contra a discriminação dos pais casados ou viúvos em sede de IRS", cuja subscrição continuará aberta aos cidadãos até ao dia da aprovação do Orçamento de 2008.
As associações subscritoras viram-se obrigadas a recorrer a este meio porque as constantes chamadas de atenção para a política dirigida contra as famílias formalmente constituídas, quer em reuniões com governantes e grupos parlamentares, quer nas Comissões da Família e de Concertação Social na última dezena de anos, não têm tido qualquer eco por parte dos governantes.
Como já mais que uma vez nos fizemos eco, o código do IRS penaliza fortemente os pais casados ou viúvos, ao não permitir que possam deduzir ao seu rendimento o valor de 6.500 Euros por filho, permitindo aos pais com qualquer outro estado civil fazê-lo através da pensão de alimentos, o que é uma inaceitável violação dos artigos 13º, 67º e 104º da Constituição da República Portuguesa.
Quer dizer, uma pessoa vivendo em “União de facto” ou “Separação de facto” e até uma pessoa com o estado civil de casada ou solteira pode fazer a sua declaração de rendimentos como "unido de facto" com um irmão seu, desde que este seja maior de 16 anos, mas se o fizer como casada legalmente com o seu marido já não tem direito àquele desconto.
Como se vê, trata-se duma lei aberrante, altamente penalizadora das famílias legalmente constituídas, mas que nenhum dos últimos governos quis mudar.
Alguns casais já começaram mesmo a recorrer ao divórcio apenas para efeitos legais, continuando a viver em “União de facto”.
A continuar assim mais vale o governo acabar com a figura de casamento civil. Quem quiser casa-se religiosamente – o que actualmente em Portugal não é possível – ou fica a viver em “União de facto”, estado que a Igreja Católica e outras Comunidades religiosas consideram irregular para os seus fiéis.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Novos pobres


«Os números são alarmantes. Um terço da população activa (entre os 16 e os 64 anos) seria pobre se dependesse apenas dos rendimentos do trabalho, de capital e de transferências privadas. Um quinto dos portugueses vive com menos de 360 euros por mês. E 32% da população activa entre os 16 e os 34 anos seria pobre se dependesse só do seu trabalho» – noticiava há dias o "Diário Económico" .

De acordo com as estatísticas publicadas no dia 15 pelo INE, sem as pensões de reforma e as transferências sociais do Estado, mais de quatro milhões de portugueses (quase metade dos portugueses) estariam numa situação de pobreza. As pessoas estão cada vez mais dependentes dos subsídios do Estado. É certo que muitos já descontaram do que receberam mas muitos outros estão em total dependência para subsistir. E o Estado cada vez distribui pior. Por isso tem aumentado o fosso entre ricos e pobres.

«A situação é alarmante», garante Fernando Nobre, presidente da AMI (Assistência Médica Internacional). «No último ano, os cem portugueses mais ricos viram a sua fortuna aumentar cerca de um terço [33%], quando a média da população portuguesa só conseguiu aumentar o seu rendimento em cerca de 2% ou 2,5%", conta o médico fundador da associação.O próprio governo (e não só este) vai aumentando os salários dos que mais recebem e diminuindo os salários mais baixos. Tudo ao contrário do que se esperaria dum governo com sensibilidade social.

Assim o rendimento dos dois milhões de portugueses mais ricos do país é quase sete vezes maior do que o rendimento dos dois milhões de pessoas mais pobres.As pessoas que estão mais perto do limiar da pobreza em Portugal são os idosos que vivem sozinhos e as famílias constituídas por dois adultos com três ou mais filhos. Em contraponto, os portugueses mais ricos do país correspondem, em regra, a famílias com apenas um filho ou a um casal sem crianças dependentes.Depois há os desempregados que são os novos pobres. E o governo vai só olhando para o déficit!

quarta-feira, outubro 17, 2007

Moral chinesa


A China acaba de reforçar a proibição de publicidade na rádio e televisão promovendo roupas que realçam os decotes femininos, assim como os brinquedos eróticos e mesmo cirurgias plásticas do mesmo teor, na mais recente medida do governo comunista destinada a erradicar dos meios de comunicação do país aquilo que chama de poluição social.

"Propagandas ilegais sobre 'tratamento sexual' e outros anúncios prejudiciais representam uma grave ameaça à sociedade", declarava o comunicado da AGRCT, divulgado na semana passada e publicado no site da agência.

"Essas propagandas não só enganam gravemente os consumidores, prejudicam a saúde da população, poluem o ambiente social e corrompem os costumes sociais, mas também afectam directamente a credibilidade da comunicação pública e a imagem do Partido Comunista e do governo", dizia o comunicado.

Dizem os comentadores que isto acontece, como já em outras alturas sucedeu, a poucas semanas do congresso do Partido Comunista que ocorre duas vezes em cada dez anos, e que entre outros pontos faz um balanço da moralidade pública.

Todos sabemos que a China é governada pelo Partido Comunista e muitos dos nossos leitores hão-de ficar admirados ao ler isto e hão-de compará-lo ao que as forças de esquerda parece quererem para o nosso país.

Se alguém ousasse sugerir que se fizesse o mesmo em Portugal, cairia o Carmo e a Trindade. Mas já era assim que se procedia nos derrubados regimes comunistas, pois a história ensina que nenhuma sociedade onde se promove uma cultura de erotismo e liberalismo sexual pode subsistir por muitos anos. A destruição das famílias e a corrupção dos indivíduos dá cabo de qualquer sociedade.

Então por que é que tudo isto é permitido e até exaltado nos nossos países ocidentais? A resposta parece-me óbvia: liberalismo e guerra cultural. E muita gente já está hoje a sofrer os seus efeitos perversos, com infidelidades, abandonos e separações.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Uma boa surpresa



Quando lhe é perguntado qual a sua atitude perante Deus, responde desta maneira:
«Existe um velho provérbio húngaro que diz que na cova do lobo não há ateus, por isso julgo que não existe quem não acredite. O nada não existe na física ou na biologia e quando se lêem os grandes físicos entende-se como eram homens profundamente crentes, que chegaram a Deus através da física e da matemática e que falavam de Deus de uma maneira fascinante. A minha relação é a de um espírito naturalmente religioso, cada vez mais, não no sentido desta ou daquela igreja mas porque me parece que a ideia de Deus é óbvia. Cada vez mais o é para mim. É um bocado como diz Einstein, quando afirma que Deus não joga aos dados».


E o escritor que já foi militante da APU (Aliança Povo Unido – coligação liderada pelo Partido Comunista Português) explica a sua relação com Deus:
«A minha atitude em relação à religião é essa, não estou a falar de igrejas, estou a falar em relação a Deus e não acredito quando as pessoas dizem que são agnósticas ou ateias. Não estou a dizer que a pessoa não esteja a ser sincera, mas dentro dela e em qualquer ponto há algo... Uma vez perguntaram ao Hemingway se acreditava em Deus e a resposta foi às vezes, à noite».

À pergunta do entrevistador, se tem dúvidas, o escritor e médico psiquiatra responde:
«Acredito sempre mas a dúvida e pôr constantemente em questão é próprio da fé. Muitas vezes pergunto-me será que existe? É óbvio que sim».

Dúvidas?
«Todos os teólogos as tiveram, Sto. Ambrósio dizia "não busco compreender para crer, creio para compreender"; Sto. Agostinho esteve cheio de dúvidas toda a vida e o Sto. António... O mesmo se passa em relação aos livros, pergunto-me será que isto está bem feito? Não é esta palavra ainda, será que é possível fazer aquilo que eu quero fazer ou será demasiado ambicioso?»

Não sei se a Fé acompanhou sempre este homem. Mas o cancro a que foi operado há tempos deve-o ter ajudado nesta caminhada de crente. Para alguma coisa há-de servir o sofrimento!...

terça-feira, outubro 09, 2007

Padres nos hospitais


Segundo o "Correio da Manhã", os administradores da maioria dos grandes hospitais portugueses vão comunicar ao primeiro-ministro, José Sócrates, que é um "erro" riscar os capelães dos quadros hospitalares e, com isso, acabar com a assistência religiosa aos doentes internados.
O mesmo jornal apurou junto de seis dos maiores hospitais portugueses, em Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, que mais de 40 por cento dos doentes internados solicitam, habitualmente, a assistência religiosa, sendo 95 por cento destes praticantes da Religião Católica.Lino Mesquita Machado, presidente do Conselho de Administração do Hospital Central de Braga afirma que "a assistência religiosa é uma exigência dos doentes, com que o Governo não deve acabar".Lembrando que os capelães passaram a fazer parte dos hospitais já depois do 25 de Abril, Lino Mesquita Machado sublinha que "o peso que têm em termos de custo não é comparável à valia do serviço que prestam".Referindo que "os capelães são, ao contrário do que se pensa, cada vez mais requisitados, o administrador do Hospital de Braga diz que "é um erro de palmatória comparar a assistência religiosa nos hospitais ao serviço que prestam, por exemplo, os capelães militares". Um governo, por mais laicista que seja, tem de respeitar a Fé dos cidadãos. E, ainda por cima, todos os estudos estão de acordo que a religião ajuda a criar esperança e, com isso, favorece a cura dos doentes.Limitar a assistência espiritual nos hospitais não constitui um condicionamento da liberdade religiosa. Constitui, antes de mais e acima de tudo, um estrangulamento da liberdade humana. Nem sequer colhe o argumento de privilégio à Igreja Católica. Tem sido feito um bom trabalho de interligação entre as principais confissões religiosas na maior parte dos hospitais. E os doentes não podem ser castigados só porque são na grande maioria católicos.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Se a moda pega!


Os jornais trouxeram a notícia: a multimilionária Leona Helmsley, de 87 anos, dona de um império imobiliário nos Estados Unidos, morreu há dias e deixou uma surpresa para a sua família. Ela deserdou dois netos e deixou 12 milhões para sustentar o seu cachorrinho e depois gastar num mausoléu ao lado da sua dona a quem sempre fez companhia.

Aos seus netos David e Walter ela deixou 5 milhões para cada um, mas com uma condição: que eles visitem pelo menos uma vez por ano, de preferência no dia do aniversário da morte, o túmulo de seu pai, conforme determina o testamento. Craig e Meegan, os outros dois netos, ficaram sem nada "por razões por eles conhecidas", – diz o referido testamento – do que deduzimos que eles não ligavam à família.A guarda do cachorrinho mimado ficará a cargo de Alvin Rosenthal, irmão da finada e que receberá 10 milhões de dólares.Esta notícia trouxe-me à mente um caso que dificilmente alguma vez esquecerei. Uma senhora viúva que quase todos os dias cumprimentava à porta de sua casa apresentou-se certa vez muito chorosa e de luto, lamentando a morte de seu gato. Repliquei-lhe que não era caso para tanta lamentação.

– Se fosse um filho, até se compreendia – disse-lhe.

Mas calei-me, quando ela me afirmou muito convicta:

– Pois olhe que preferia que me morresse um filho do que a minha companhia!
Filhos e outros familiares que abandonam os seus velhinhos não faltam nos nossos dias, infelizmente. Conheço alguns que, mesmo vivendo perto, passam semanas sem os visitar. Outros vivendo longe têm alma de vir à terra de origem e não os vão ver.

Às vezes sucede que filhos e netos abandonam de todo os seus velhinhos num lar, sem nunca os visitar. Mereciam o mesmo castigo que aquela senhora deu a dois dos seus netos.

Se um dia lhes suceder o mesmo, então saberão avaliar o desgosto que isto provoca num idoso. E lá diz o ditado: "Filho és, pai serás; como fizeres, assim encontrarás".