sábado, abril 22, 2006

Ainda o preservativo!...


Acho "estranho" que os meios de comunicação social continuem a dar relevo a declarações de dignitários da Igreja sobre o preservativo como "mal menor". Já ouvi isso tantas vezes que acho que dizer o contrário (há alguém que o diga?!) é que era notícia.
Será que as declarações de D. Martini são assim tão revolucionárias?
Transcrevo-as em parte:


«O arcebispo emérito de Milão considerou que, na luta contra a sida, o uso do preservativo pode constituir, «nalgumas situações, um mal menor» e recordou os casais em que um dos cônjuges sofre da doença.
Estas opiniões são expressas pelo cardeal Carlo Maria Martini durante uma longa conversa com o cirurgião Ignazio Marino, publicada hoje no semanário italiano «L¿Espresso» e em que tratam, entre outros, assuntos como as células estaminais, a fecundação assistida e as adopções.
Ao abordar o tema da Sida e a sua expansão, o jesuíta assinala que «há que fazer tudo para combater» a doença.
«Sem dúvida, a utilização do preservativo pode constituir nalgumas situações um mal menor», se, por exemplo, «um dos esposos padecer de sida, fica obrigado a proteger o outro e este deve poder proteger-se».
Religioso e médico falam também de fecundação assistida, dos embriões congelados durante anos sem que se decida o seu destino e a possibilidade de uma mulher ser fecundada com o sémen de um terceiro na impossibilidade de o ser com o do seu cônjuge.
Martini declara-se «prudente» ao falar sobre a fecundação através de uma dador, tal como quando se trata de decidir «sobre a sorte dos embriões, de outra forma, destinados a morrer e cuja implantação no útero de uma mulher, ainda que solteira, pareceria preferível à pura e simples destruição».

quinta-feira, abril 20, 2006

Jornalismo a metro!!!

Vaticano actualiza lista dos pecados modernos


<«Passar muitas horas a ver televisão, fazer buscas na Internet ou simplesmente ler o jornal são actividades consideradas pelo Vaticano como «novos pecados», de acordo com a nova orientação enunciada pelo cardeal Francis Stafford».

Estava escrito no «Diário Digital». Assim mesmo!...
Burrice do jornalista pois a agência dizia que o excesso, que fazia descurar os deveres, é que devia ser considerado pecado.

Nada de novo no discurso do delegado do Papa que apresentou uma série de perguntas, em exame de consciência, ajudando a preparar os fiéis antes de se aproximarem do sacramento da penitência.
Dessas questões fazem parte a forma como se passa o tempo, exemplificando-se o caso do tempo despendido com os media em comparação com o tempo a «meditar e a ler a sagrada escritura».

sábado, abril 08, 2006

Parábola actual

Um jovem à prova


Era uma vez um jovem que recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a um outro rei de uma terra distante.
Recebeu também o melhor cavalo do reino para o transportar na jornada..
«Cuida do mais importante e cumprirás a missão»! - disse o soberano ao despedir-se.
Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada à cintura, sob as vestes.
Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte.
E não pensava sequer em falhar.
Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa.
Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças.
Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e procurava atalhos que sacrificavam sua montaria.
Assim, exigia o máximo do animal.
Quando parava numa estalagem, deixava o cavalo ao relento, não o aliviava da sela e nem da carga, tampouco se preocupava em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração.
«Assim, meu jovem, acabas perdendo o animal», disse alguém.
«Não me importo», respondeu ele. «Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro».
Com o passar dos dias e sob tamanho esforço, o pobre animal não
suportando mais os maus-tratos, caiu morto na estrada.
O jovem simplesmente o amaldiçoou e seguiu o caminho a pé. Acontece que nessa parte do país havia poucas habitações e eram muito distantes umas das outras.
Passadas algumas horas, ele se deu conta da falta que lhe fazia o animal. Estava exausto e sedento.
Já havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava-se da recomendação do rei:
"Cuida do mais importante!"
Seu passo se tornou curto e lento.
As paragens, frequentes e longas.
Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota.
Mais tarde, caiu exausto no pó da estrada, onde ficou sem sentidos.
Para sua sorte, uma caravana de mercadores que seguia viagem para o seu reino, o encontrou e cuidou dele. Ao recobrar os sentidos, encontrou-se de volta à sua cidade. Imediatamente foi ter com o rei para contar o que havia acontecido e com a maior desfaçatez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo "fraco e doente" que recebera.
«Porém, majestade, conforme me recomendaste, dizendo "cuida do mais
importante", aqui estão as pedras que me confiaste».
Devolvo-tas todas. Não perdi uma sequer.
O rei recebeu-as com tristeza e o mandou embora, mostrando completa frieza diante de seus argumentos.
Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado.
Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia:
"Ao meu irmão, rei da terra do Norte! O jovem que te envio é candidato a casar com minha filha.
Esta jornada é uma prova. Dei-lhe alguns diamantes e um bom cavalo.
Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifica o estado do cavalo.
Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a fidelidade e força de quem o auxilia na jornada. Se porém, perder o animal e apenas guardar as pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância à rainha nem àqueles que o servem".