sexta-feira, setembro 29, 2006

Missa e longevidade



Sabia que ir à Missa com pontualidade ou rezar com frequência pode aumentar a longevidade de vida das pessoas?

Este é o resultado de um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade Pittsburgh, dos Estados Unidos, que depois de minuciosa investigação concluíram que participar em cerimónias religiosas com regularidade e ir à Missa regularmente, pode aumentar a esperança média de vida.

O estudo destes investigadores acentua o que já se sabia: que a religião tem uma função preponderante na redução do stress, e ajuda a ultrapassar as preocupações do dia a dia.

terça-feira, setembro 26, 2006

As heresias entre os cristãos



Afirmei no meu segundo artigo desta secção que todas as igrejas ditas cristãs aceitam os mesmos livros do Novo Testamento Bíblico. Porém isso não é nem nunca foi suficiente para a unidade da Fé. E as divergências são muitas e substanciais. Eis alguns exemplos:

Uns afirmam que Jesus é Deus, com o Pai e o Espírito Santo e outros acham que ele
é apenas homem ou mesmo anjo;
Uns pensam que Maria é verdadeira mãe de Jesus, outros acham que ela é apenas mãe adoptiva;
Uns afirmam que os cristãos podem comer e beber de tudo, outros dizem que não se pode comer carnes de animais impuros ou não sangrados e não se podem beber bebidas alcoólicas ou fazer transfusões de sangue;
Uns veneram os Santos, pedem a sua intercessão e fazem-lhes imagens e outros dizem que isso é idolatria;
Uns aceitam o baptismo de crianças e guardam o Domingo, outros acham que isso é ir contra a Bíblia;
Uns acreditam na vida para além desta vida, acreditando no céu e no Inferno, outros ensinam que só os justos terão outra vida – 144 mil no Céu, os restantes na Terra;
Uns acham que a religião cristã nos manda ser desprendidos dos bens da terra, outros ensinam que as riquezas terrenas são paga e bênção de Deus.


Como entender tais divergências?
O Novo testamento já tinha alertado para o surgimento de novas doutrinas.
Quando o apóstolo S. Paulo chegou a Mileto, enviou um recado aos chefes da igreja de Éfeso para que se encontrassem com ele, pois queria falar-lhes. O texto de Actos 20.17-38 conta a despedida de Paulo e suas advertências:

«Sejam pastores da Igreja de Deus, pois Ele adquiriu-a com o sangue do Seu próprio Filho. Sei, que depois da minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio de vós e não pouparão o rebanho. E dentre vós mesmos se levantarão homens que torcerão a verdade, a fim de atrair os crentes para si mesmos. Por isso, vigiem! Lembrem-se de que, por três anos, jamais cessei de advertir a cada um de vocês, noite e dia, com muitas lágrimas" (Actos 20.28-31).
Ao escrever a Timóteo, S. Paulo declara: "O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas do Demónio" (1Timóteo 4:1).

quinta-feira, setembro 21, 2006

Constantino e a Fé cristã



Há quem afirme que foi o imperador romano que impôs a Bíblia actual e obrigou todos os cristãos a obedecer ao bispo de Roma – o Papa. O imperador teria sido mesmo o verdadeiro chefe da Igreja.
Nada mais falso. Constantino legalizou e apoiou a cristandade no tempo em que se tornou imperador, com o Édito de Milão, mas também não tornou o paganismo ilegal ou fez do cristianismo a religião estatal.


Nascido por volta do 271, Constantino, que ficou na história com o cognome de Magno, passou grande parte da sua vida a guerrear os seus opositores. A sua vitória em 312 sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio resultou na sua ascensão ao título de Augusto Ocidental, ou soberano da totalidade da metade ocidental do império. Ele consolidou gradualmente a sua superioridade militar sobre os seus rivais com o esfarelamento da Tetrarquia até 324, quando ele derrotou o imperador oriental Licínio, tornando-se imperador único.


Não foi por motivos religiosos que ele deu liberdade aos cristãos, em 313, ou convocou o Concílio de Niceia, em 325. Foi a sua visão de político sagaz que o levou a apostar na religião que se tinha imposto no Império do Ocidente e do Oriente e que agora queria que não fosse motivo de mais desuniões.


Se ele se tivesse convertido deveras à nova Fé, não teria feito os crimes que a história lhe aponta: matou, já depois do Concílio de Niceia, o seu próprio filho Crispus. Sufocou depois sua mulher Fausta num banho sobreaquecido. Mandou também estrangular o marido de sua irmã, e chicotear até à morte o filho de sua irmã.


A convocação do Concílio de Niceia foi um acto político como já disse acima, para resolver as divergências doutrinais originadas pelo arianismo, de que falarei noutro artigo. Constantino facilitou transportes e fez tudo para todas as diversas Igrejas estarem representadas. Conseguiu juntar umas trezentas pessoas. De Roma seguiram apenas quatro padres e o Papa não esteve presente, decerto por não concordar que a iniciativa viesse do imperador, ainda por cima pagão, não baptizado. Mas como as resoluções desse concílio acabaram por ser concordes com a doutrina oficial da Igreja de Roma, aceitou-as de bom grado.


Constantino só foi baptizado e cristianizado no final da vida. Ironicamente, este imperador poderá ter favorecido o lado perdedor da questão ariana, uma vez que ele foi baptizado por um bispo ariano, Eusébio de Nicomedia.

quarta-feira, setembro 20, 2006

O Papa e o islão



Com este título, VASCO PULIDO VALENTE escreveu no Público um artigo que me pareceu muito feliz.
Embora se trate de um AGNÓSTICO, julgo que é útil os cristãos conhecerem-no.
Aqui fica, pois.

«O Papa e o Islão

Não deve haver académico que, lá no fundo, não tenha um especial fraquinho pelo Papa Bento XVI. Afinal, ele faz parte da corporação e, mais, foi durante muito tempo um motivo de orgulho para a corporação. Fala o dialecto da seita, escreve no dialecto da seita e, se não pensa como a seita, pensa segundo as regras da seita. Só que é Papa e que, sendo Papa, de quando em quando, esquece o mundo cá de fora e reverte ao seu velho papel de universitário. O "escândalo" de Ratisbona não passa disto. Bento XVI, querendo explicar a irracionalidade da conversão pela violência, citou o imperador Manuel II Paleólogo. Num diálogo com um persa, Paleólogo dissera: "Mostra-me então o que Maomé trouxe de novo. Não encontrarás senão coisas demoníacas e desumanas, tal como o mandamento de defender pela espada a fé que ele pregava".O mais preliminar assistente de Literatura, História, Filosofia ou Teologia percebe logo três coisas. Primeira, que o Papa não dá o imperador Paleólogo como um intérprete autorizado da religião muçulmana, mas como um como um opositor inteligente à perseguição religiosa. Segunda, que o Papa não esqueceu as perseguições da sua própria Igreja e que usou o imperador por conveniência ilustrativa da desordem moderna. E, terceiro, como o título e o resto da conferência comprovam, que Ratzinger não estava interessado em "atacar" ninguém, estava interessado na dualidade da fé e da razão. Infelizmente, a "rua" islâmica não é o público letrado da Universidade de Ratisbona e começou rapidamente a usual campanha de ódio contra o Bento XVI, que de toda a evidência o deixou estupefacto.O papa já lamentou o equívoco, mas não pediu desculpa. Não podia pedir. Nem pelo incidente, fabricado pelo fanatismo e a ignorância, nem pelo teor geral da conferência de Ratisbona. Ratzinger insistiu que a fé não é separável da razão e que agir irracionalmente "contraria" a natureza de Deus. Não vale a pena entrar nas complexidades do assunto. Basta lembrar que desde o princípio (desde Orígenes, por exemplo) se construiu sobre a fé cristão um dos mais sublimes monumentos à razão humana e que o Ocidente, apesar da "Europa", não existiria sem ele. A fé muçulmana não produziu nada de remotamente comparável e, durante quinze séculos, sustentou uma civilização frustre e parada. A conferência de Ratisbona reafirmou a essência do cristianismo. Se o islão se ofendeu, pior para ele.»

sexta-feira, setembro 15, 2006

A caminho do amor



Hoje trago para aqui este filme sobre o Cristo que vive na rua





«Que importa alguém dizer que tem fé, se não a põe em prática? ..... A fé sem as obras é morta»
Tiago, 2 14 e 26

segunda-feira, setembro 11, 2006

Podemos confiar na Bíblia?




Temos que confiar no que é digno de fé. Assim procedemos normalmente na vida do dia a dia. Sobretudo quando há sérias provas de que quem escreveu o fez com seriedade.
Ora os Apóstolos foram pelo mundo pregar uma série de coisas que diziam que Jesus lhes tinha ensinado. E afirmavam que tinha sido o mesmo Jesus Cristo a enviá-los pelo mundo para lhe fazer discípulos. E todos foram mortos de modo cruel, sem que algum tenha renegado esse mandato do Mestre.


E não se limitaram a pregar o Evangelho oralmente. Alguns puseram por escrito os ensinamentos de Cristo. Outros arranjaram discípulos que o fizessem. A esse conjunto de pequenos livros e cartas deu-se o nome de Novo Testamento.
Desde cedo, estes escritos ou porções deles foram lidos nas Assembleias cristãs, conjuntamente com outros excertos do Antigo Testamento. E os cristãos habituaram-se a venerá-los e a tomá-los a sério.
Primeiro, foram, naturalmente, compostos escritos fragmentários, que divulgaram palavras e sentenças de Jesus (as Logias). Com o correr do tempo, surgiram outros, mais cuidados e ampliados, que assinalavam factos, milagres, acontecimentos da vida do Mestre, conjuntamente com os Seus ensinamentos.


Mas nem todos esses escritos ficaram na Bíblia. Uns porque exageravam nos pormenores relatados e que não eram verosímeis. Outros porque queriam transmitir ensinamentos que contradiziam o ensino dos Apóstolos. Neste caso, ainda há pouco os meios de comunicação nos deram conta da tradução do «Evangelho de Judas» há anos encontrado, cujo objectivo era ensinar que o apóstolo traidor foi o que melhor cumpriu a vontade de Jesus, seu mestre.
Uma coisa interessante é que ainda hoje todas as Igrejas ditas cristãs – Católica, Ortodoxas, Protestantes e outras – têm os mesmos livros no Novo Testamento nas suas Bíblias.
Como em nenhum livro da Bíblia se diz ou define quais os que a ela pertencem ou não, temos de acreditar que foi o Espírito Santo que orientou os cristãos dos primeiros séculos na selecção dos livros inspirados.

Os critérios que presidiram à sua inclusão foram os seguintes:
1. Merecerem a aceitação consensual de toda a Igreja;
2. Apresentarem coerência doutrinal que denotasse a inspiração divina;
3. Serem seus autores os Apóstolos ou seus mandatários.

M. V. P.




sexta-feira, setembro 08, 2006

Dúvidas

Jesus é Deus?



O leitor de «O Amigo do Povo», José Viegas, lançou-me um desafio num recente e longo e-mail: o de elucidar diversos pontos doutrinais que têm ultimamente sido postos em causa, nomeadamente em livros recentes como o «Código DA VINCI». Com o aparecimento duma verdadeira onda de livros, filmes e artigos sobre aspectos da Fé cristã, é natural que muitos cristãos vivam baralhados sobre alguns pontos importantantes do Cristianismo.

Concordo com este leitor e, por isso, resolvi dar seguimento a este seu desejo, começando por encontrar na Bíblia uma resposta para a pergunta: «Jesus é Deus?» Outros pequenos artigos se seguirão e espero que os meus leitores de «O Amigo do Povo» e deste blogue me ajudem com as suas achegas e críticas a torná-los úteis para o maior número de pessoas.


Cito o que dizem diversas passagens da Bíblia sobre a condição divina de Jesus, porque todos os cristãos a aceitam como norma da Fé. Vou seguir mesmo a tradução interconfessional da Sociedade Bíblica de Portugal, para que ninguém pense que estou a deturpar o que diz a Bíblia.


O Evangelho de S. João10, 30 conta que Jesus disse aos judeus: «Eu e o Pai somos um só». E no capítulo 14, Jesus diz que vai para a casa do Pai preparar um lugar para os seus amigos. E acrescenta que os seus discípulos já sabem o caminho para onde Ele vai. Ao que o apóstolo Filipe lhe responde: «Senhor, nós nem sequer sabemos para onde é que tu vais! Como é que podemos saber qual é o caminho?» Jesus diz-lhe: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode chegar ao Pai sem ser por mim. Pedido de Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai.» Resposta de Jesus: «Aquele que me viu, viu também o Pai. ..... Eu estou no Pai e o Pai está em mim.»


Na carta aos Filipenses, S. Paulo escreve: «Tenham os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo: Ele que por natureza era Deus, não quis agarrar-se a esse direito de ser igual a Deus. Pelo contrário, privou-se do que era seu e tomou a condição de escravo, tornando-se igual aos homens.»


No Evangelho de João 20, 27-28, conta-se que Jesus apareceu ressuscitado aos Apóstolos uma semana mais tarde e virando-se para Tomé disse; «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos. Estende a tua mão e mete-a no meu peito. Não sejas descrente! Acredita!» E Tomé respondeu: «Meu Senhor e meu Deus!»


S. Paulo escreve a Tito que «Também nos ensina a viver felizes na esperança de que se há-de cumprir o que nos prometeu, que é a manifestação gloriosa do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo»(Tito 2, 13).


Não há qualquer dúvida de que a Bíblia afirma com todas as letras que Jesus é Deus. E por isso muitíssimo poucas Igrejas cristãs ensinam o contrário.

M. V. P.



terça-feira, setembro 05, 2006

Um país de contrastes


Telelixo a mais


Somos um país de contrastes. Dois milhões de portugueses vivem abaixo do limiar de pobreza. Temos um dos salários mínimos mais baixos da Europa. E no entanto, Portugal está entre os três países com mais televisões. Pelo menos um estudo do Eurobarómetro revela que apenas 1 por cento dos portugueses não tem televisor dentro de casa. À frente de Portugal só mesmo a Grécia e o Chipre. O estudo refere que 15 por cento das habitações têm, em simultâneo, aparelhos normais e de grandes dimensões (ecrãs gigantes).
O estudo não o diz mas depois há ainda os computadores com T. V., os vídeos, os DVDs, etc..
Sendo em si mesmos um bem, os meios de comunicação social, como outros meios, podem ajudar na elevação ou na degradação do ser humano. E, por isso, se utilizados de modo incorrecto ou para fins indignos do ser humano, causam verdadeiras desgraças.

Tantos e tantos indivíduos foram negativamente marcados pelo mau uso destes meios. Conheço vários casos de adolescentes que ficam quase toda a noite a ver os piores programas de televisão. E isto sem os pais darem por nada. Sem falar nos filmes, jogos e outros programas que promovem a degradação do ser humano: pornografia, perversões morais, violência, racismo e tantas outras coisas que contribuem para uma má formação do carácter e da personalidade dos indivíduos.

Não é por acaso que, tirando as nossas democracias liberais em que o que conta é sobretudo o lucro, os países têm leis que restringem a emissão de filmes e programas que possam contribuir para a degradação das pessoas, sobretudo da gente nova. E mesmo assim, volta e meia, ouvem-se os protestos de organizações responsáveis, perante a tentativa de imitar o que se passa nos nossos países ocidentais.

Por cá, os governos confiam na auto-regulação dos meios e o que se vê é uma luta desenfreada pelas audiências à custa de mais telelixo e teledegradação.

sábado, setembro 02, 2006

Reflexão para este Domingo

... baseada nas leituras da liturgia da Palavra

«Se eu tivesse de escrever um livro de moral com 100 páginas, deixaria 99 em branco.
Na última escreveria: só conheço um dever - o de amar»
Albert Camus