terça-feira, novembro 29, 2005

É preciso estar alerta

Mas não há que ter medo!


Leio que o Bispo Eméríto de Braga lançou no passado Domingo uma crítica contundente ao processo de formação da comissão de honra das comemorações do centenário da República Portuguesa. D. Eurico Nogueira, que presidia, na igreja paroquial de Remelhe, Barcelos, à cerimónia de apresentação do livro “D. António Barroso e a Primeira República", da autoria do padre Adílio Macedo, referiu mesmo que «esta comissão não merece qualquer confiança». E sugeriu que os discursos proferidos durante os festejos, que têm lugar daqui a cinco anos, fossem marcados pelo «rigor histórico, evitando-se o facciosismo».
Aproveitando para classificar os acontecimentos da Primeira República como «a degradação máxima de uma sociedade», D. Eurico criticou «os ‘heróis' que se julgavam os representantes da vontade popular, mas que nunca procederam a uma consulta nacional.
«Não estou contra a República actual», sustentou o Arcebispo emérito de Braga, que recordou, igualmente, os «sacrifícios» de D. António Barroso e dos bispos D. Manuel Vieira de Matos e D. Sebastião Vasconcelos, que foram destituídos das suas funções eclesiásticas por decreto governamental.
Corremos o risco de se repetirem actualmente episódios semelhantes aos que levaram o Bispo D. António Barroso e outros à prisão, – o retirar das cruzes das escolas é um deles – mas como ele dizia com graça não há que ter medo:
«Há duas coisas de que o Bispo do Porto não há-de morrer: nem de parto nem de medo.»

domingo, novembro 27, 2005

Palavras dos outros

O sinal da cruz


Duas semanas depois de meio milhão de pessoas ter desfilado à chuva por Lisboa na consagração da cidade à Virgem, torna-se público que o Governo oficiou escolas do Estado para que retirem os crucifixos das paredes.

É uma medida míope que atinge especialmente o Norte. O Estado é laico, republicano, e mantém laivos socialistas. Porém, na mesma Constituição que serve de pretexto para estas decisões carbonárias pode ler-se que cabe ao Estado “proteger e valorizar o património cultural do povo português”.
É de cultura que se trata quando a nossa matriz cristã ainda é lembrada nas paredes de escolas do 1.º Ciclo, no Centro e Norte do País. Agora, uma pobre cruz na parede pode ser reclamada – falta saber quais os requisitos para a legitimidade da queixa – como violadora do princípio da laicidade do Estado e da liberdade de culto. É ridículo! Mas, principalmente, é perigoso. Para quê afrontar os sentimentos profundos de larguíssima maioria? Para quê dar azo a uma guerra artificial quando, na acção governativa, tantas outras, e tão justas, estão em curso?
Cada vez mais, o papel do Estado deve ser o de não poluir com regras imperativas as áreas onde, de forma harmoniosa, as comunidades se auto-regulam.
Octávio Ribeiro, Director-Adjunto do Correio da Manhã

Nota: Faço minhas estas palavras que sintetizam o pensar de muitas pessoas sensatas

quinta-feira, novembro 24, 2005

Excerto da Carta a Diogneto

Um texto interessante do séc. II



Os cristãos não se distinguem dos outros homens nem pela pátria, nem pela língua, nem por um género de vida especial.
Efectivamente, eles não têm cidades próprias, não usam uma linguagem peculiar e a sua vida nada tem de excêntrico. A sua doutrina não procede da imaginação fantasista de espíritos exaltados, nem se apoiam, como outros, em qualquer teoria simplesmente humana.
Vivem em cidades gregas ou bárbaras, segundo as circunstâncias de cada um e seguem costumes da terra, quer no modo de vestir, quer nos alimentos que tomam, quer em outros usos; mas a sua maneira de viver é sempre admirável e passa aos olhos de todos por um prodígio. Cada qual habita a sua pátria, mas vivem todos como de passagem; em tudo participam como os outros cidadãos, mas tudo suportam como se não tivessem pátria. Toda a terra estrangeira é sua pátria e toda a pátria lhes é estrangeira. Casam-se como toda a gente e criam os seus filhos, mas não se desfazem dos recém-gerados.
São de carne, mas não vivem segundo a carne. Habitam a terra, mas a sua cidade é o Céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas pelo seu modo de vida superam as leis. Amam toda a gente e muitos os perseguem. São pobres e enriquecem os outros; tudo lhes falta e tudo lhes sobra. São desprezados, mas no desprezo encontram a sua glória; são caluniados, mas transparece o testemunho da sua justiça. Amaldiçoam-nos e eles abençoam. Sofrem afrontas e pagam com honras.
Numa palavra: Os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo. A alma encontra-se em todos os membros do corpo; os cristãos estão em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, mas não provém do corpo; os cristãos habitam no mundo, mas não são do mundo.
A alma ama o corpo e os seus membros, mas o corpo odeia a alma; e os cristãos amam aqueles que os odeiam. A alma está encerrada no corpo, mas contém o corpo; os cristãos encontram-se detidos no mundo como um cárcere, mas são eles que sustêm o mundo.
A alma imortal habita numa tenda mortal; os cristãos vivem como peregrinos em mo­radas corruptíveis, esperando a incorrupti­bilidade dos Céus.
A alma aperfeiçoa-se com a mortificação na comida e na bebida; os cristãos, constan­temente mortificados, multiplicam-se cada vez mais.
Tão nobre é o posto que Deus lhes assinalou, que não lhes é possível desertar!
(Da Epístola a Diogneto, Século II)

quarta-feira, novembro 23, 2005

A Igreja venera as Sagradas Escrituras

4o anos da "Dei Verbum"

«21. A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez para sempre, continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Com efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual. Por isso se devem aplicar por excelência à Sagrada Escritura as palavras: «A palavra de Deus é viva e eficaz» (Hebr. 4,12), «capaz de edificar e dar a herança a todos os santificados», (Act. 20,32; cfr. 1 Tess. 2,13).»

Papa Paulo VI, 18-11-1965

segunda-feira, novembro 21, 2005

A política é fantástica

Opinião de João César das Neves no DN


Os primeiros dez anos da revolução transformaram Portugal de uma ditadura sul-americana numa democracia sul-americana. Os anos de Cavaco Silva converteram essa democracia sul-americana num Estado europeu. Infelizmente, os anos posteriores têm mudado o nosso Estado europeu numa república italiana.

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sexta-feira, novembro 18, 2005

O culto a Maria (2)

O que dizem os pais do protestantismo?

Martinho Lutero, "Comentário do Magnificat" :

"Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real (descendente do rei David) é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é, na cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar o suficiente, a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade."

Idem:

"Por justiça teria sido necessário encomendar-lhe [para Maria] um carro de ouro e conduzi-la com quatro mil cavalos, tocando a trombeta diante da carruagem, anunciando: 'Aqui viaja a mulher bendita entre todas as mulheres, a soberana de todo o género humano'. Mas tudo isso foi silenciado; a pobre jovenzinha segue a pé, por um caminho tão longo e, apesar disso, é de fato a Mãe de Deus. Por isso não nos deveríamos admirar, se todos os montes tivessem pulado e dançado de alegria."


Idem:

"Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat... Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amén" .


Calvino, «Corpus Reformatorum»:

"Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus" .

terça-feira, novembro 15, 2005

O culto a Maria (1)

A história está com a Igreja Católica

A procissão do Sábado passado em honra de Maria foi um acontecimento grandioso mas que também recebeu críticas sobretudo de protestantes e laicistas. Mas ele vem na sequência da mais antiga tradição da Igreja, que presta culto aos santos e de modo especial à Mãe de Jesus.

Há muitos textos e antiquíssimos que falam da devoção do povo cristão a Maria. Ela é a Mãe de Jesus, o Salvador. Ela é pois a Mãe de Deus (Teotokos).

Deixo aqui apenas dois exemplos de autores antigos muito apreciados pelos teólogos de hoje:

Orígenes (Anos 185 a 253) deixou escrito «Ninguém pode compreender o Evangelho se ainda não reclinou a sua cabeça sobre o peito de Jesus (referência ao Evangelho de S. João) e não tenha recebido d’Ele a Maria como Mãe».

Ireneu
(viveu na segunda metade do século II até primeiros anos do século III) escreve: «Se a primeira mulher (Eva) desobedeceu a Deus, a segunda (Maria), pelo contrário consentiu em obedecer a Deus». Ela é, diz Ireneu, a origem (seio) da nova humanidade.

A Igreja Católica ensina que tudo em Maria tem raiz, orientação e sentido cristocêntrico. Isto porque tudo nela parte e se refere à sua condição de Mãe virginal de Cristo, que é Deus.
É a maternidade divina de Maria a explicação do cumprimento de seu mistério e missão; é sua razão de ser, seu condicionamento prévio e posterior: ela é a Bem-aventurada porque fez a vontade de Deus.
A Mãe do Senhor representa a Mulher nova e, junto com Cristo, a Humanidade restaurada na amizade de Deus que o pecado havia rompido. Maria é a perfeita cristã, a primeira discípula de Cristo, que escutava a Palavra de Deus, meditava-a em seu coração e a punha em prática em toda a sua vida. Maria precedeu-nos no exemplo da fé, entrega, disponibilidade e serviço a Deus e aos irmãos. Por isso, ela é para nós o modelo da caridade e da perfeita união com Cristo.

domingo, novembro 13, 2005

Congresso da Nova Evangelização

Novos caminhos

«Neste momento uma interrogação, que é um anseio, brota do coração de todos nós: que novos caminhos se abrem para a missão da Igreja, depois deste Congresso. E a resposta principal foi-nos dada pela parábola evangélica dos talentos: a fidelidade da Igreja a Jesus Cristo Vivo, à Eucaristia que celebra, à Palavra que lhe toca o coração, ao Espírito que a santifica.

...... Toda a renovação pastoral que o Congresso nos sugira, deve visar, em primeiro plano, a fidelidade da Igreja.

Fidelidade da Igreja supõe aprofundamento da fé, caminhos renovados de catequese, distribuição a todos do pão da Palavra, conduzindo os crentes para a sabedoria, onde a inteligibilidade da fé origina uma racionalidade crente, sem dicotomias entre fé e razão, valorizando a inteligência humana como capacidade de acolhimento da Palavra. O aprofundamento da fé supõe uma visão renovada da relação entre teologia como ciência da fé e acção pastoral.

Fidelidade da Igreja supõe celebrar bem, cada vez melhor, os mistérios da fé. A Liturgia tem de ser o foco irradiador da profundidade.

Fidelidade da Igreja supõe aprender a rezar. Só na experiência da comunhão íntima com Deus se entra na Sua intimidade e se descobre a alegria de ser amado por Ele. A oração é contemplação, enquanto abandono pessoal à intimidade de amor, mas é também acção, com frutos fecundos no crescimento do Reino de Deus. Só Deus conhece em que medida o futuro da cidade depende da oração silenciosa dos íntimos de Deus. Que um justo pode salvar a cidade é já afirmado por Deus a Abraão, a propósito da ameaça de destruição de Sodoma e Gomorra (cf. Gen. 18,22-32). Deste Congresso pode surgir um grande dinamismo de aprendizagem de oração: aprender a rezar celebrando e a celebrar rezando, ganhar o gosto pela adoração, de modo particular pela adoração eucarística, descobrir que toda a vida pode ser acto de louvor.

Fidelidade da Igreja supõe valorizar as diferenças e os carismas, infinita variedade dos dons de Deus, pérolas diferentes a embelezar o rosto de uma Igreja una. É humano supervalorizar o próprio dom o que pode levar a rejeitar as diferenças. O mesmo Espírito que nos guia no discernimento dos dons de Deus, é o único que nos tornará humildes e sábios para nos alegrarmos com os dons dos outros, como acordes de uma única harmonia. O próprio Santo Padre nos convida, na Mensagem que nos dirigiu, a “reforçar a comunhão entre as estruturas paroquiais e as várias realidades carismáticas largamente presentes nas vossas cidades, a fim de que a missão possa atingir todos os ambientes da vida”. Entre os diferentes carismas que enriquecem a Igreja de Lisboa, quero referir um de que pouco se fala e pode exercer papel decisivo na renovação da Igreja e da missão: refiro-me ao carisma feminino, à maneira feminina de ser cristão, de rezar, de amar, de servir, de anunciar. Alguém me disse um dia que uma das ameaças que pesa sobre a Igreja dos nossos dias é o risco de perder a mulher. Seria, de facto, uma grave perda, para a Igreja e para a mulher. Na Primeira Leitura desta celebração é-nos dito: “Quem poderá encontrar uma mulher virtuosa? O seu valor é maior que o das pérolas” (Prov. 31,10). E é. Toda a mulher que procura ser plenamente mulher, numa relação amorosa com Jesus Cristo, é um dom precioso para a Igreja. Muitas lamentam que a Igreja seja demasiadamente masculina. Não é, de facto, e sê-lo-á cada vez menos na medida em que mais mulheres sejam santas e sejam capazes de abraçar o mundo num acto de amor.

Fidelidade da Igreja supõe revitalização contínua das suas estruturas pastorais. Entre estas sobressai, pela sua importância, a Paróquia. O Santo Padre pede-lhes que “assumam um comportamento mais missionário na pastoral quotidiana e se abram a uma colaboração mais intensa com todas as forças vivas de que a Igreja hoje dispõe”. Esta valorização da dimensão evangelizadora da Paróquia, ponto de convergência de todas as forças vivas, anuncia, certamente, o principal fruto deste Congresso. Se isso falhar, o Congresso poderá perder-se como simples evento, na memória da Igreja de Lisboa.

Fidelidade da Igreja significa, finalmente, dinamismo missionário. Uma Igreja fiel é, espontaneamente evangelizadora. Na sua fidelidade a Igreja descobre-se sempre como enviada à cidade dos homens. Cada cristão vive no meio dos outros homens e mulheres, toda a Igreja vive no meio da cidade, partilha com todos as alegrias e tristezas, os projectos e as utopias e essa convivência é o lugar do seu testemunho. Os problemas de todos os homens, nossos irmãos, são os nossos problemas, as causas justas da cidade são as nossas causas. E quando damos as mãos para partilhar problemas e anseios, podemos testemunhar a esperança com que o fazemos. Todas as causas justas da cultura e da civilização são objectivos da Igreja.3. Mas o Congresso não acaba hoje, porque ele continua, em ordem à Sessão de Bruxelas, e ganha uma densidade nova nas cidades que já organizaram as Sessões, na exigência da fidelidade. É preciso encontrar a convergência destes dois dinamismos: o entusiasmo das cidades que vão organizar as próximas sessões, e a riqueza do “post-congresso” para aqueles que já o organizaram. À Igreja de Bruxelas, a quem entregámos o testemunho, queremos garantir que o nosso desejo de fidelidade se concretizará, também, no empenho na próxima Sessão. E que a Virgem Santíssima, que abraçou esta Sessão de Lisboa, vos envolva no mesmo abraço».

Homilia de Encerramento pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa

Nota: Se quer ver o que foi o encerramento deste acto público, sobretudo a Procissão em honra de N. S. de Fátima leia no D. N.

sábado, novembro 12, 2005

Desaparecido há 15 anos!

A notícia caiu de chofre:

«Um homem com cerca de 60 anos foi encontrado no concelho de Ansião, após ter estado desaparecido durante mais de 15 anos sem que a família alguma vez tivesse apresentado queixa, informou a GNR de Leiria. O homem, natural da zona de Gândara, Paredes (Porto), foi encontrado em Soeira, Torre de Vale de Todos, Ansião (Leiria), "com aspecto andrajoso". Contou que durante este tempo, per correu o País e a Europa a pé e à boleia. Já foi entregue à família».

As pessoas correm, correm e deixam para trás o mais importante: os seus familiares. A notícia acima vinha nos jornais de hoje: um homem saiu de casa há 15 anos e ninguém se incomodou a procurá-lo, ao menos dando conta disso às autoridades.
Que fizeste do teu irmão? - perguntar-nos-á um dia Deus, como fez a Caim. (Génesis 4, 9).
E diante d'Ele não há desculpas nem mentiras.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Cuidado com a prostituição!

Uma campanha sem amor nem juízo

Leio no Correio da Manhã uma notícia sobre a morte de uma prostituta na região de Viseu, porque aceitava fazer sexo sem preservativo.
A campanha que se tem feito do uso do preservativo não atinge os objectivos porque promove um comportamento sexual desregrado e aumenta o desejo sensual. Daí que muita gente procure relações sem preservativo.
Creio mesmo que esse é o «calcanhar de aquiles» de tal propaganda. Se se fizesse ao mesmo tempo uma chamada de atenção para o desregramento que é ter relações com uma ou um qualquer - sem amor e juízo - talvez que os resultados fossem outros.
Depois culpam a Igreja por não embarcar em tais propagandas!
Na África, sabemos que a SIDA é uma epidemia. Mas quanto maior é a percentagem de católicos menor é a dessa doença. Em Portugal, quero crer que não são os católicos praticantes que procuram a prostituição. Ou estarei enganado?

quarta-feira, novembro 09, 2005

Igreja na Net deve ser criativa

Só assim evangeliza!

“Se evangelizar é comunicar então a sociedade em rede é um espaço ideal para que a evangelização possa existir. Para isso, é necessário estar lá para experimentar, fazendo! ”

Esta foi a posição defendida, no Fórum Picoas, por Gustavo Cardoso, professor auxiliar no Departamento de Ciências e Tecnologias de Informação do ISCTE, no decorrer de mais uma iniciativa no âmbito do ICNE, subordinado ao tema “Evangelização e Igreja numa sociedade em rede”.
Neste colóquio, estudantes, agentes da pastoral e profissionais da área das comunicações em rede ouviram falar de Internet, novas tecnologias, e das hipóteses que estas oferecem para a Nova Evangelização. Uma das características da sociedade em rede, apresentada por Gustavo Cardoso é a criatividade ou seja “a possibilidade de olhar para o que já existe e recombinar, mostrar com outro olhar”.
Mas a minha experiência (não sei se também a dos meus colegas internautas) diz-me que não é fácil!...

domingo, novembro 06, 2005

Só Deus é santo


Segundo a Escritura, somente Deus é Santo (cf. 1Sm 2,2; Sl 22,3; Is 6,3). A palavra hebraica «santo» (=kadosh) significa «separado». Deus é o Outro, o que está para além de tudo, o que é diverso de toda a criação, é aquele que não pode ser confundido com as criaturas.
Como entender então que S. Paulo chame de santos os cristãos? Parece haver aqui uma incongruência.
Quem souber que responda.
O valor da Bíblia na vida do cristão


O Papa Bento XVI lembrou o 40º aniversário da proclamação da Constituição Dogmática “Dei Verbum”, do Concílio Vaticano II, sublinhando a importância da Bíblia na vida da Igreja.
“A Igreja não vive de si mesma, mas do Evangelho e dele tira sempre orientação para o seu caminho”, disse.
O Papa classificou este documento sobre a Divina Revelação e a sua transmissão, a inspiração e interpretação da Bíblia, como “uma das colunas principais de todo o edifício conciliar”, do qual resultou uma profunda “renovação da comunidade eclesial”.
“A Sagrada Escritura do antigo e do novo Testamento e a sagrada Tradição contêm uma mensagem cuja compreensão aumenta na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”, referiu.
E recomendou aos fiéis que leiam diariamente a Sagrada Escritura.

sábado, novembro 05, 2005

Morreu Rosa Parks

ícone dos direitos cívicos nos EUA


Só hoje me dei conta, mas a notícia aqui fica:
Faleceu, na cidade norte-americana de Detroit, aos 92 anos de idade, uma das mais famosas personalidades do moderno movimento dos direitos cívicos nos Estados Unidos.
Rosa Parks, uma costureira, ganhou notoriedade há 50 anos na cidade de Montgomery, no Estado norte-americano do Alabama.
Foi no dia 1 de Dezembro de 1955 que Rosa Parks entrou num autocarro na cidade de Montgomery.
Ao abrigo das regras na altura, os passageiros negros deviam ceder os seus lugares aos brancos e viajar em pé se não houvesse mais assentos vagos.
"O motorista do autocarro disse que se eu me recusasse a ceder o lugar ele chamaria a polícia. Disse-lhe que não me importava. A polícia chegou e eu fui detida".
Rosa Parks foi multada em 14 dólares por infracção à lei e foi levada para a prisão.
Depois do incidente do autocarro, milhares de negros na cidade de Montgomery boicotaram, durante 381 dias, todos os autocarros na cidade.
O líder do boicote era um então praticamente desconhecido ministro da Igreja Baptista, Martin Luther King que se tornou famoso pela sua luta contra a discriminação.
Os protestos levaram à criação, em 1964, da Lei dos Direitos Cívicos, que baniu a discriminação racial nos Estados Unidos.
Foi este gesto de uma mulher do povo que contribuiu para a mudança de mentalidades. Por isso aqui a homenageamos!

Rebecca Gomperts quer aborto

Em Portugal e todos os países


"Não há razão para o referendo, é claro que existe uma maioria esmagadora de pessoas em Portugal que acha que a lei (da interrupção voluntária da gravidez) deve ser alterada em consistência com as legislações de outros países europeus, as sondagens indicam isso».
Pelo menos é o que diz ao Público Rebecca Gomperts, a dona do barco do aborto.
Ela quer o aborto. Talvez para ganhar mais uns cobres!... E não olha a meios. Entretanto, onde estão as notícias de mulheres a morrer e a ser condenadas por causa do aborto não ser legal?!
Se isso sucedesse, os meios de comunicação não o deixariam de explorar.
O aborto mata vidas inocentes. Mas isso é o menos, pensam e dizem alguns. Mas no último referendo as pessoas, na sua maioria, abstiveram-se de legalizar tal lei.
Ainda bem!...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Diálogo ecuménico

Optimismo na Rússia


Especialistas em diálogo com a Igreja ortodoxa russa vêem com optimismo os frutos da visita a Moscou do arcebispo Giovanni Lajolo, secretário do Vaticano para as Relações com os Estados.

«Actualmente, predomina em ambos lados um certo optimismo em relação à normalização das relações entre católicos e ortodoxos e o diálogo ecuménico», afirmou Peter Humeniuk, especialista em Relações com a Igreja russo-ortodoxa de «Ajuda à Igreja que Sofre» (AIS), no regresso duma viagem à Rússia.

O especialista, que acompanhou na sua visita o secretário-geral daquela Organização católica, Norbert Neuhaus, explicou: «Este ano, com o falecimento do Papa João Paulo II e a eleição de Bento XVI, os assuntos católicos estiveram muito presentes nos meios de comunicação russos. A apresentação do livro de Neuhaus, “Valores cristãos da democracia”, em Moscou, foi um êxito».

«O senhor Neuhaus celebrou também reuniões com bispos ortodoxos e visitou vários projectos subvencionados pela AIS, em particular os seminários», revela Humeniuk.

Em relação à visita a Moscovo da semana passada do secretário vaticano para as Relações com os Estados, Humeniuk disse: «À raiz da visita do arcebispo Lajolo abriu-se uma nova perspectiva para o diálogo e a cooperação com a Igreja ortodoxa russa».

Fidel Castro pede ajuda à Igreja Católica

PARA COMBATER A PRAGA DO ABORTO

Uma das notícias que me surpreendeu foi a publicada pelo jornal italiano «La Stampa» de que Fidel Castro pediu ajuda à Igreja católica para combater a praga do aborto em Cuba. A informação chegou pelo cardeal Tarsicio Bertone no término de sua recente visita à ilha, numa entrevista concedida àquele jornal. De outro modo teríamos dificuldade em admiti-la como verdadeira. É que foram regimes comunistas como o de Cuba que liberalizaram o aborto que durante milénios foi tido como uma prática desumana.
O referido cardeal – arcebispo de Génova – falou do encontro que teve com o presidente cubano, Fidel Castro, no final de sua visita de uma semana àquela ilha, onde foi acompanhar dois padres «Fidei Donum» que a sua Diocese ofereceu para pastorear Cuba.
«A difusão do aborto, como sublinhou Fidel Castro, está entre as causas da crise demográfica do país. E é também uma consequência da praga do turismo sexual. É natural que Castro esteja preocupado e que eu me envergonhe do comportamento de certos italianos no exterior», reconheceu o prelado. «No aborto e na baixa natalidade a Igreja pode dar sua contribuição num país onde já a abertura é total», descreveu.
Este apelo de Fidel Castro recorda-me um dos argumentos que muitas pessoas mesmo não católicas aduzem contra a descriminalização do aborto. Desta depressa se passa à liberalização e daí até ao desrespeito total da vida humana vai um pequeno passo. Isso denota bem que toda a cautela é pouca em liberalizar leis como a do aborto que é sempre um atentado contra vidas inocentes.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Pensamento do dia

Vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor!

Irmãos, ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exactamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos. E tu, porque julgas o teu irmão? Ou, mesmo, por que desprezas o teu irmão? Pois é diante do tribunal de Deus que todos compareceremos. Com efeito, está escrito: "Por minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim e toda língua glorificará a Deus". Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.
Da carta de S. Paulo aos Romanos (Rm 14, 7-12)

quarta-feira, novembro 02, 2005

Dia dos Fiéis Defuntos

O cuidado devido aos mortos

Vale a pena ler todo o texto de S. Agostinho sobre o assunto. Mas deixo aqui alguns fragmentos:

«Caríssimo Paulino, meu irmão no Episcopado: há muito devo-te uma resposta...
Como me dizes, achas que não é coisa vã o sentimento que leva pessoas fiéis e religiosas a tomarem tal cuidados com os seus falecidos. Adiantas, ainda, que não é sem motivo que a Igreja universal mantém o costume de orar pelos mortos. Assim, pode-se concluir que é útil para o homem, após sua morte, ter uma sepultura desse género, providenciada pela piedade [de seus familiares], onde possa contar com a protecção dos santos».
Caro Paulino: consideras que, caso a opinião que diz ser útil sepultar os entes queridos junto à sepulturas de santos seja verdadeira, então existe uma controvérsia com relação às palavras do Apóstolo que diz: "Todos nós certamente nos apresentaremos diante do tribunal de Cristo, para recebermos a retribuição de acordo com aquilo que fizemos durante nossa vida corporal, seja para o bem ou para o mal"1
De fato, a sentença do Apóstolo exorta-nos que é antes da morte que podemos fazer o que seja útil para depois dela e não depois que ela ocorre, quando recolhemos os frutos que praticamos durante a vida.
A questão então é resolvida da seguinte maneira: enquanto vivemos neste corpo mortal, há uma certa forma de viver que permite, após a morte, obter certo alívio através das obras pias feitas em seu sufrágio. Porém, tal ajuda será proporcional ao bem que cada um de nós fizemos durante a vida».

Pode ver aqui todo o texto de S. Agostinho: