sexta-feira, março 24, 2006

Sondagem

Igreja Católica


Uma sondagem publicada pelo jornal italiano «La Reppublica» revela que «Igreja Católica» é a expressão que provoca mais reacções positivas nos inquiridos de todas as tendências políticas, com 77,4 por cento de aprovação, seguida de «Europa» (com 76,3%), «sindicalismo» (51,1%), «patronato» (51%) e «Estados Unidos» (48,7%).
Nesta sondagem foram interrogadas 1534 pessoas, consideradas representativas da população italiana, entre 20 e 22 de Março.

quarta-feira, março 22, 2006

A minha doença foi uma bênção

Testemunho
Hesitei ao escrever o desbafo da minha confidente. Mas é a verdade e não podemos ter medo da verdade!

Não é fácil descrever o que aconteceu naquela família, quando a D. Zulmira foi hospitalizada. O diagnóstico era reservado e o marido foi logo prevenido de que, a ficar boa, a esposa tinha para mais de um ano de tratamento.

O filho mais velho tinha entrado há pouco para a universidade e a mais nova estava no 6º ano. Havia ainda um outro filho de uns 15 anos, que também estudava.

Toda a família a ia visitar ao hospital. E a doente é que tinha de dar ânimo aos filhos, ao marido e até a outros familiares.

Em casa, nos primeiros tempos, era uma anarquia. Quem é que havia de fazer o comer? Depois era preciso lavar, varrer, limpar. A mãe estava no hospital. A avó aparecia por lá, mas estava tão nervosa como os netos e o genro.

– Façam só o indispensável. Para a semana tenho fé que já vou para casa.

A Zulmira sabia que a sua doença não é das que passam em poucos dias, mas tinha fé que a Senhora de Fátima sabia o que era a falta duma mãe numa casa. Para além disso era preciso incutir fé e coragem na sua família.

– Rezem o terço todos os dias para que Nossa Senhora me ponha boa. E não deixem de ir à Missa.

O filho mais velho tomou aquelas palavras para ele. As mais das vezes ficava na cama, em vez de se levantar para cumprir o preceito dominical.

Foram mais de três meses no hospital e depois tratamentos de quimioterapia.
Mas pouco a pouco tudo ia sendo feito naquela casa. Até a mais nova já cozinhava, lavava e varria, quando chegava a sua vez. E todos os dias havia tempo para rezar naquela casa. O universitário de novo se acostumou a levantar cedo ao Domingo para ir à Missa.
A coragem e fé da mãe superou o mal ruim. E a família tinha amadurecido em todos os sentidos. Passados mais de 3 anos, tive ocasião de ouvir daquela senhora que a doença tinha unido os membros da família não só entre si mas também com Deus.

Daí que me tenha dito que no seu caso a doença havia sido uma bênção de Deus.

domingo, março 19, 2006

Seminários cheios

Na República Socialista do Vietnam está a dar-se um fenómeno admirável: cada vez aumenta mais o número de candidatos aos seminários.
De acordo com o Cardeal local, «na arquidiocese de Saigão há muitos jovens seminaristas cheios de fervor e os professores são muito dedicados ao seu trabalho». Mas o elevado número de seminaristas – 230 – acarreta uma lógica falta de espaço onde viver e ter aulas, além da «escassez de professores especializados».
Em 2005 o governo permitiu a admissão de todos os candidatos propostos pelas dioceses – no passado não autorizava mais que 10 ou 15 pessoas cada vez. E no princípio de 2006 o governo deu permissão ao seminário para abrir uma «sucursal» na antiga sede da escola teológica da cidade de Long Khanh – na diocese de Xuan Loc –, mas vai ser preciso muito tempo e recursos para a adequação do edifício.
Por outro lado, na diocese de Hanói, as coisas ainda são mais complicadas: há 235 estudantes no seminário e não há lugar suficiente para pessoas, estudos e actividades complementares.
O Vietnam tem mais de 80 milhões de habitantes e os católicos no país andam por volta de 6 milhões de fiéis, entre os quais a prática religiosa é muito elevada (80%-90%). A Santa Sé e o Vietnam não têm relações diplomáticas, mas tem havido sinais de aproximação.

sexta-feira, março 10, 2006

Praticantes de religião

Se fosse verdade!!!

Um estudo «Os Praticantes de Religião», há pouco tempo apresentado pela Marktest, contabiliza em 4,7 milhões os residentes no Continente com 15 e mais anos que afirmam praticar uma religião, um número que representa 57 por cento da população.
No Litoral Norte encontra-se o maior número de praticantes: 77 por cento dos residentes. Já no Sul encontra-se o menor valor: 36 por cento. Entre as mulheres observam-se valores superiores à média, da ordem dos 65 por cento. A prática religiosa aumenta com a idade. Se 47 por cento dos indivíduos entre os 15 e os 17 anos se afirmam praticantes de religião, essa cifra atinge os 73 por cento acima dos 64 anos. Quanto às classes sociais, são os indivíduos da classe baixa os mais praticantes, com 67 por cento, face aos 46 por cento registados junto das classes alta e média alta. Por ocupação, as domésticas são o grupo que se revela mais praticante, com 71 por cento, face aos 44 por cento dos estudantes, os menos praticantes.
Se fosse verdade, não estávamos nada mal!
O pior é que cada qual "pratica" a religião à sua maneira...

sábado, março 04, 2006

Beijos na via pública

terão penas de prisão


Dizem as Agências de Notícias que a Câmara de Representantes em Jacarta está a debater legislação que, a ser aprovada, pune com penas de prisão até cinco anos e multas de 250 milhões de rupias (cerca de 24 mil euros) quem for surpreendido a beijar-se na via pública, apresentar-se nu em público ou dançar de forma ostensivamente erótica nas discotecas existentes em Bali.
Segundo a agência noticiosa indonésia ANTARA, citada pela Lusa, os dirigentes locais consideram que a aprovação da legislação, que proíbe designadamente os beijos na via pública, a nudez e as danças eróticas, vai afectar a indústria do turismo na ilha, já abalada pelos atentados terroristas de 2002 e 2005.

«Nós, líderes das aldeias tradicionais, decidimos opormo-nos à lei», sintetizou Dewa Ngurah Swantha, no encontro que uma delegação da Câmara de Representantes manteve sexta-feira em Denpasar, e que se deslocou a Bali para avaliar a reacção dos dirigentes locais às medidas legais em discussão.
«Por favor não destruam o turismo de Bali. Se a lei for aprovada, nenhum turista estrangeiro entrará em Bali», salientou Tjok Sukawati, responsável da Associação de Hotéis e Restaurantes de Bali.
Notícias destas dizem-nos que não é só a Igreja católica que tem medo do mau uso do sexo. Muçulmanos, hindus e outros pensam o mesmo.
Vale a pena lembrar que a pílula anticonceptiva só foi legalizada no Japão há 4 ou 5 anos

quinta-feira, março 02, 2006

Confirmação

Igreja do México


Uma sondagem levada a cabo pela empresa Ipsos-BIMSA deu a conhecer a consistência nos níveis de confiança na Igreja Católica por parte da população mexicana. A Igreja Católica, naquele país americano, goza de uma imagem predominantemente positiva, pois 78% da população têm uma boa opinião sobre a mesma.

Não obstante os ataques constantes da imprensa secular e de alguns intelectuais, a Igreja Católica segue ocupando o primeiro lugar em níveis de confiança dos cidadãos, seguida pelo Exército. As mulheres (81%) confiam mais na Igreja que os homens (75%). Somente 8% dos mexicanos têm uma má opinião da Igreja Católica.

Os três atributos que durante a pesquisa mais se associam com a Igreja Católica no México são: ordem (70%); ajuda aos outros (67%) e respeito pelos direitos humanos (66%). Durante 2005, a empresa fez uma pesquisa internacional, tomando em conta dez países da América, Europa e Ásia, na qual o México, junto com os Estados Unidos, se revelaram os países onde a maior porcentagem de pessoas considera a religião como uma parte muito importante de sua vida (85% em ambos casos).

De acordo com o que acontece noutros países, as mulheres (81%) confiam mais na Igreja que os homens (75%). Somente 8% dos mexicanos têm uma má opinião da Igreja Católica.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Crime de crianças

Violência gratuita

A notícia caiu de chofre:
Doze jovens, entre os 10 e os 16 anos, internos das Oficinas de S. José, no Porto, são suspeitos de ter espancado até à morte um travesti, sem-abrigo e toxicodependente.
O cadáver do homem, com cerca de 35 anos, foi encontrado num fosso com cerca de dez metros de profundidade no piso subterrâneo de um parque de estacionamento na Avenida Fernão de Magalhães, no Porto.
O ministro Vieira da Silva considerou «extremamente importante» que a Justiça esclareça o que aconteceu, para depois se avaliarem «todas as consequências».
Já tínhamos sido abalados com a notícia da Catalunha: alguns jovens tinham batido e queimado uma mulher sem-abrigo.
O que moverá estas crianças a cometerem estes crimes?
Será que eles não se dão conta da gravidade destes seus actos?
Que será preciso fazer para os evitar?

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Escândalo

Ricos cada vez mais ricos


A notícia já tinha sido dada há uns tempos. Agora veio a confirmação.
Os quatro maiores bancos privados a operar em Portugal registaram um crescimento médio dos lucros de 37%, no ano passado.



A soma dos resultados líquidos das instituições financeiras ascende a 1,6 mil milhões de euros.

Os lucros dariam para pagar as pensões de velhice dos portugueses durante quase sete anos.


Num país onde abunda a pobreza, isto é um escândalo.
Pelo menos eu assim penso.

sábado, fevereiro 11, 2006

Simples

Pro-vocações

Zé Beirão e Sonhadora desafiam-me a declarar as minhas manias. Vou responder à provocação por esta vez (e chega!):

1 - Computadores;
2 - Blogs;
3 - Internet em geral;
4 - Jornais;
5 - Descubram o que vou ser, quando for grande...

Bom fim de semana para todos!

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Críticas

e críticas...


Através de No Adro , tive conhecimento do comentário feito na SIC por Daniel Oliveira sobre o direito à indignação dos Muçulmanos. Ver crítica de O-Espectro.
A minha crítica no post anterior vai contra todos os abusos da liberdade que sejam ofensivos. Contra religiões ou contra pessoas. Venham donde vierem e visem quem visarem.
O respeito é muito lindo e eu gosto.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Mundo Islâmico em polvorosa

As caricaturas de Maomé

Não entendo alguns intelectuais ocidentais. Todos sabem do ódio que suscitou nos muçulmanos a tomada do Iraque pela força. E antes, o Afeganistão. Todos sabemos que o ocidente tem que ter a maior cautela no lidar com essa religião.

Agora aparece o problema das caricaturas de Maomé.
Tudo começou com a publicação, no jornal dinamarquês Jyllands-Posten, de duas caricaturas de Maomé que o representam como um radical islâmico: no lugar do turbante surge um bomba prestes a rebentar.
Estávamos em Setembro de 2005 e as reacções não se fizeram esperar: vários embaixadores de países islâmicos protestaram junto do primeiro-ministro dinamarquês que, contudo, acabou por defender a liberdade de imprensa no seu país.
Já em Janeiro deste ano, a Arábia Saudita retirou o seu embaixador na Dinamarca e iniciou o boicote geral de produtos dinamarqueses. Várias manifestações, tanto na própria Dinamarca como nos países islâmicos, vieram reforçar a contestação às caricaturas. A situação piorou de tal forma que o governo dinamarquês desaconselhou os seus cidadãos a viajarem para a Arábia Saudita.
O editor do jornal dinamarquês acabou por apresentar desculpas pela ofensa, mas fez questão de referir que estas não tinham violado qualquer lei. Entretanto, outros jornais europeus mostraram as polémicas caricaturas, o que aumentou ainda mais a revolta islâmica e despoletou demonstrações de ódio contra a Dinamarca e a França.

Será que a liberdade de expressão dá o direito de ofender os outros?
Será que esta liberdade não acaba quando começam os direitos dos outros?!

domingo, janeiro 29, 2006

Raoul Follereau

O amigo dos leprosos

Hoje é o Dia Mundial dos Leprosos. Foi Raoul Follereau quem sugeriu a sua instituição.
Ele dedicou com a sua esposa cerca de 50 anos da sua vida a esta causa.
E no seu testamento espiritual, deixou escrito:
"Nomeio minha herdeira universal a juventude do mundo. Toda a juventude de direita, de esquerda, do centro, de cima... o que importa? Toda a juventude, aquela que recebeu o dom da fé, aquela que se comporta como se acreditasse e aquela que pensa não crer. Só há um céu para todos. Mais a minha vida se aproxima de seu final, mais sinto o imperioso dever de repetir: somente com o amor salvaremos a humanidade e ainda: a pior desgraça que pode acontecer a vocês, jovens, é não serem úteis a ninguém e que suas vidas não sirvam para nada. O tesouro que vos deixo é o bem que deixei de fazer, que gostaria de ter feito e que vocês farão depois de mim...".


Ver mais em Mundo e Missão

sábado, janeiro 28, 2006

Encíclica de Bento XVI

A pensar no amor



O Papa Bento XVI apresentou, na sua primeira Encíclica, o tema do amor como a "verdadeira essência" do cristianismo.
O ‘Papa teólogo’ resolveu surpreender e apresentar ao mundo um texto relativamente curto, numa linguagem rica mas simples e com uma mensagem fácil de apreender. Precisamente oito meses depois de ter ocupado a Cadeira de S. Pedro, Bento XVI pôs o mundo a pensar na importância do amor.


Estruturada em duas partes, uma mais teórica e outra de pendor pragmático, a carta começa por unificar os conceitos de "eros" (amor entre homem e mulher) e "agapé" (o amor que se doa ao outro) e centra-se depois na acção caritativa da Igreja, que apresenta como "uma parte essencial da sua natureza".

Em vez de ditar regras e ordenar conceitos doutrinais mais ou menos dogmáticos, Bento XVI procura responder às perguntas mais profundas da humanidade sobre a sua existência e o seu destino, lembrando que, no final dos tempos, será o amor o critério para decidir "o valor ou a inutilidade de uma vida".

Há dias, o Papa explicou que a sua primeira encíclica "Deus é amor" nasceu da vontade de devolver o "esplendor original" à palavra "amor". "A palavra amor está hoje tão deturpada, consumida e abusada que quase se teme deixá-la aflorar aos próprios lábios", lamentou no seu discurso. Apesar disso, Bento XVI frisa que "nós não podemos, simplesmente, abandoná-la, mas devemos retomá-la, purificá-la e devolvê-la ao seu esplendor originário, para que possa iluminar a nossa vida e levá-la pela caminho certo".

Nesse sentido, afirmou, compreende-se que "a organização eclesial da caridade não seja uma forma de assistência social. Esta actividade – disse o Papa –, para além do primeiro significado, muito concreto, de ajudar o próximo, tem essencialmente o significado de comunicar ao outro o amor de Deus".


segunda-feira, janeiro 23, 2006

Os nossos olhos

Julgar os outros

Confesso que gostei de ver o povo votar no Cavaco Silva. Não porque pense que Portugal vai mudar muito por causa da sua eleição, mas porque fiquei farto das críticas que todos os outros candidatos lhe foram fazendo. Ele esteve a governar o país durante dez anos e as coisas até melhoraram. Para todos ou quase todos. Na altura não concordei com todas as suas posições mas quem não erra?!

As críticas que fui ouvindo lembraram-me aquela história conhecida de uma família que se mudou para uma casa nova.
Numa manhã que passava por certa sala, a mulher reparou através da janela numa vizinha que pendurava lençóis no varal e foi comentar com o marido:
- Que lençóis sujos ela está pendurando no varal!!! Se eu tivesse intimidade com ela havia de lhe perguntar se ela precisava dum detergente novo!
O marido observou calado.
Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã, a vizinha pendurava roupa no varal e a mulher comentou com o marido:
- A nossa vizinha continua pendurando roupa suja! Se eu tivesse intimidade com ela perguntava-lhe se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
Passado um tempo a mulher se surpreendeu ao ver a roupa branca que a mulher punha a secar e empolgada foi dizer ao marido:
- Ela já aprendeu a lavar as roupas, será que outra vizinha a ensinou?!
O marido calmamente respondeu:
- Não! Eu hoje levantei-me mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!

Creio que muita gente, a começar por mim, tem de aprender a ver os outros.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Ricos e pobres

Como mudar isto?!

Anda meio mundo a passar privações e muitos até fome porque o país está em crise. Mas leio que o sector bancário registou resultados líquidos de 883 milhões de euros no primeiro semestre de 2005, dados da própria Associação Portuguesa de Bancos. O sec­tor empregou 41.273 colaboradores neste período, o que representa uma redução de 800 colaboradores face ao perí­odo homólogo. Porém, o número de balcões aumentou para 4061 (mais 96 balcões). O resultado bruto de exploração si­tuou-se em 1,547 mil milhões de euros e o produto bancário atingiu os 3,53 mil milhões. Esta é a notícia, o facto, tal como veio na comunicação social.
Quer dizer: a crise atinge apenas alguns. E como sempre, os mais pequenos. Esse lucro fica­rá concentrado na mão de menos pessoas, e por isso vão ficando mais ricas, do que se fosse distribuído por mais trabalhado­res. É deste modo que o número de ricos é cada vez menos, mas os que o são estão cada vez mais ricos; e o número de pobres é cada vez mais, e os que o são, estão cada vez mais pobres.
Dizem as estatísticas que de entre os 5,7 biliões de pes­soas do mundo, 1,5 biliões são consideradas muito pobres. Cerca de 1,3 milhões de seres humanos, sobrevive apenas com um dólar por dia e 3 biliões sobrevive com pouco mais de 2 dólares por dia. Mais de 40.000 crianças morrem por dia vítimas de desnutrição. Se do Mundo passarmos à Europa, ela conta com mais de 68 milhões de pobres, sendo de 15 milhões o número de desempregados. Em Portugal há cerca de dois milhões de pobres (20% da população) e cerca de 500 mil desempregados.
É preciso mudar isto mas como?!

terça-feira, janeiro 10, 2006

Testemunhos

O que vale a amizade!

Um grupo de judeus norte-americanos comprou a casa onde nasceu o falecido Papa João Paulo II, sita na cidade Wadowicc – Cracóvia – Polónia. Na posse de uma família judaica desde há bastantes anos, um grupo de católicos quis adquiri-la para museu que perpetuasse a memória do Papa polaco mas o dinheiro pedido pelo dono tornou a compra inviável.
Sabendo da história, aquele grupo judaico decidiu comprá-la e oferecê-la para o fim em vista.
Este gesto revela a gratidão dos judeus por tudo o que o saudoso Papa João Paulo II fez durante a sua vida por aquele povo mártir do nazismo.
A comunidade judaica já por diversas vezes tinha manifestado a sua admiração – e até gratidão – por este Papa. É que ele cresceu, brincou e jogou futebol com os judeus, morou a 20 quilómetros do campo de concentração de Auchswitz, onde morreram inúmeras pessoas daquela raça.
João Paulo viu seus amigos desaparecerem da sua cidade. Viu dia-a-dia a sua sala de aulas ficar mais vazia. Viu seus vizinhos abandonarem as suas casas e não retornarem mais. Em criança testemunhou a tragédia, que mais tarde classificou como o maior pecado da humanidade.
Quando menino, na sua cidade natal, Wadowice, Polónia, conviveu com famílias judias.
Mais tarde, durante as perseguições, o jovem Karol dedicou-se a falsificar documentos para livrar judeus dos nazistas. E, já padre em Cracóvia, opôs-se ao baptismo de um menino judeu que tinha sido entregue aos cuidados duma família cristã e mandou que fosse educado na tradição e na fé de seus pais.
Elias Toaff (na foto) compartilhou com o Papa um momento histórico: a visita à grande sinagoga de Roma, em 1986, a primeira de um Pontífice a um templo judaico. Elias Toaff, ex-rabino de Roma, não escondeu a emoção quando soube que foi uma das três pessoas citadas no testamento do Papa João Paulo II. Numa entrevista à agência italiana de notícias Ainkronos, Toaff, que já fez 90 anos, disse: “Estou comovido, muito comovido com esta citação. Nunca esperei ver o meu nome escrito no testamento do Papa. Saber que o Pontífice me agradeceu no testamento impressionou-me muito. Apesar da nossa grande relação e nossa grande amizade, estou extremamente comovido porque foi uma surpresa”.
Por tudo isto se vê o que vale a amizade
!

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Etiópia

O negócio da infância



Vale a pena ler esta reportagem na Revista Além Mar. Pela denúncia que faz e pelo horror que em muitas partes do mundo se perpetua.
Perante isto quem não fica chocado?!




Por: MANUEL GIRALDES

Na Etiópia, o tráfico interno de crianças ronda as dezenas de milhares. Raptadas, vendidas por familiares ou vizinhos, acabam nas grandes cidades. As meninas vão parar à prostituição ou são exploradas como escravas do lar, os meninos chegam a trabalhar mais de 14 horas por dia, em fabriquetas de têxteis ou tijolos, na construção civil. Há quem os tente ajudar, há até alguns que acabam por ser resgatados. Mas há experiências que deixam sequelas para toda a vida. Zeiba (9 anos). Está na central de camionagem, mas não vai a lado nenhum. Apenas acabou de chegar. Donde? Pelos olhos dela, tristemente velhos, directamente do inferno. Quase imaginamos rugas em redor, porque, como os mantém sempre baixos, dir-se-iam mergulhados em sulcos de sombra. Fala numa voz sumida, entrecortada, como se as palavras fossem uma espécie de tosse seca. Aos arrancos, lá vai contando: fugiu de uma casa onde se encarregava do trabalho doméstico pelo equivalente a dois euros ao mês; aguentou um ano aquela «vida»,...
Nota: O resto da reportagem está na referida revista, número de Janeiro de 2006

domingo, janeiro 01, 2006

Ano novo

Vida nova


Ano novo vida nova! Mas será que realmente temos a coragem e a vontade de modificar alguma coisa na nossa vida, ou simplesmente vamos continuar a manter o mesmo paradigma da rotina do dia-a-dia, em que deixamos o tempo passar e a vida correr, sem nada fazer para melhorar o nosso comportamento em relação aos outros, sobretudo ajudando a que o nosso mundo seja um pouco melhor?
Todos estamos de acordo que é preciso mudar muita coisa, pelo menos ao nível da convivência entre as pessoas e das políticas que governam o nosso mundo.
Mais uma vez o Papa chama a atenção para o problema da paz. E este não é só uma questão de guerras entre as nações e de conflitos mais ou menos localizados. É também ausência de condições mínimas de sobrevivência por parte de milhões de pobres e doentes, por causa da ganância de indivíduos e grupos sociais. Para além da falta de respeito pela vida alheia.
“Educar para a paz é urgente. Até porque os homens, à vista das tragédias que continuam a afligir a humanidade, sentem-se tentados a ceder ao fatalismo, como se a paz fosse um ideal inacessível”, escreveu o Papa João Paulo II numa sua mensagem de Ano Novo. Procuremos todos que este seja um ano de mudança, a caminho de um mundo mais justo e mais fraterno.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

S. Tomás Becket

Bispo e Mártir

É um homem do século XII, mas vale a pena recordar o seu exemplo.
Depois de ter desempenhado com brilho a função de chanceler do Reino da Inglaterra, foi indicado pelo rei Henrique II para arcebispo de Cantuária e primaz da Inglaterra.

Como até então era leigo, foi ordenado sacerdote e dois dias depois sagrado bispo. Sua vida se modificou completamente.

Deixou o fausto e passou a viver na simplicidade e na pobreza, colocando-se inteiramente a serviço dos necessitados, tornando-se um servidor fiel de Deus e da religião que professava.
Depressa se tornaram inevitáveis os conflitos entre aquele rei absolutista, que queria reduzir a Igreja a mero departamento do Estado inglês.

O rei sentiu-se traído por não contar mais com os préstimos de Tomás e especialmente por ele se colocar ao lado do Papa e contra as suas posições de monarca.

Em consequência dos choques cada vez mais violentos, Tomás teve de fugir para a França, onde esteve exilado por seis anos. Mais tarde retornou à sua diocese, após diligências do Papa e do rei de França, mas recomeçaram os conflitos.

O arcebispo foi avisado de que o queriam matar, mas ficou no seu lugar:
"O medo da morte não deve fazer-nos perder da vista a justiça".

E acabou assassinado brutalmente por partidários do rei, dentro de sua própria catedral. Morria assim um Homem e nascia um Santo Mártir. Era 29 de Dezembro de 1170.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Natal

A festa do amor

O Natal é a festa do amor. Deus faz-se homem, nasce num estábulo de animais. Pequeno e pobre no meio dos pequenos e dos pobres para nos ajudar a ver que a verdadeira felicidade não está nas riquezas do mundo mas onde há amor e desejo dos bens verdadeiros, que são mais de ordem espiritual que material. Talvez por isso, só os pequenos e os pobres é que conseguem penetrar verdadeiramente no mistério natalício.
O Natal é algo de profundamente misterioso. Mais para contemplar com os olhos da fé e para viver com um coração agradecido, do que para celebrar com a superficialidade de quem, ao apagar das luzes e ao cessarem os últimos ecos dos cânticos jubilosos, se esqueceu de tudo e voltou à vida de todos
os
dias, como se nada tivesse acontecido. O Menino de Belém tem de ser visto, não num cenário iluminado por lâmpadas a imitar estrelas e decorado por fios reluzentes a lembrar a prata e o ouro, mas numa composição em que o primeiro plano é, por certo, uma pobre manjedoura com um menino, mas em que o segundo é o mundo dos homens que desejam viver no amor e na paz, tantas vezes tão longe, que Jesus quis que existisse na Terra.
Quem dera que o nosso Natal deste ano fosse mais cristão, mais comprometido com a mensagem de Jesus, tendo em conta os pobres, as crianças desamparadas, os velhinhos!