terça-feira, novembro 29, 2005

É preciso estar alerta

Mas não há que ter medo!


Leio que o Bispo Eméríto de Braga lançou no passado Domingo uma crítica contundente ao processo de formação da comissão de honra das comemorações do centenário da República Portuguesa. D. Eurico Nogueira, que presidia, na igreja paroquial de Remelhe, Barcelos, à cerimónia de apresentação do livro “D. António Barroso e a Primeira República", da autoria do padre Adílio Macedo, referiu mesmo que «esta comissão não merece qualquer confiança». E sugeriu que os discursos proferidos durante os festejos, que têm lugar daqui a cinco anos, fossem marcados pelo «rigor histórico, evitando-se o facciosismo».
Aproveitando para classificar os acontecimentos da Primeira República como «a degradação máxima de uma sociedade», D. Eurico criticou «os ‘heróis' que se julgavam os representantes da vontade popular, mas que nunca procederam a uma consulta nacional.
«Não estou contra a República actual», sustentou o Arcebispo emérito de Braga, que recordou, igualmente, os «sacrifícios» de D. António Barroso e dos bispos D. Manuel Vieira de Matos e D. Sebastião Vasconcelos, que foram destituídos das suas funções eclesiásticas por decreto governamental.
Corremos o risco de se repetirem actualmente episódios semelhantes aos que levaram o Bispo D. António Barroso e outros à prisão, – o retirar das cruzes das escolas é um deles – mas como ele dizia com graça não há que ter medo:
«Há duas coisas de que o Bispo do Porto não há-de morrer: nem de parto nem de medo.»

3 comentários:

Anónimo disse...

É a ditadura das minorias.
Todas as ditaduras são más mas piores são as de minorias iluminadas!

Ver para crer disse...

Creio que os poucos crucifixos que ainda restam nas escolas nem dão nas vista nem incomodam as crianças. Nesse aspecto estaremos de acordo.
O que me parece estar em causa na polémica é ser um pequeno grupo a ditar leis que não foram sufragadas e podem ter consequências futuras.
Há uns anos a Câmara de Almada construiu um cemitério novo onde todas as sepulturas eram rasas e cobertas de relva. O prado do repouso, chamaram-lhe.
Mas o povo não foi nisso. Começou a pôr cruzes e outros símbolos religiosos que a Câmara mandou retirar.
O povo opôs-se terminantemente e hoje quem quer põe os seus sinais religiosos. E recordo que grande parte do povo de Almada vota esquerda.
Porque é que não há-de estar ao lado do símbolo cristão o muçulmano ou outro se a religião doas alunos o justificar?! Até era educativo!
Tirar os símbolos cristãos ou outros por acinte é uma falta contra a democracia.
A não ser que se faça um referendo. Aí ganhava a maioria! E a democracia ficava assegurada.
Ditaduras de maiorias é mau mas de minorias é bem pior!

Ver para crer disse...

É isto que temos de evitar: que ditadores religiosos ou ateus impeçam a liberdade de culto!
"Sede simples como as pombas mas prudentes como as serpentes" - dizia Jesus.

«UM GRITO DE ALERTA CONTRA A REPRESSÃO

Portas Fechadas!
Uma campanha subtil contra o acesso de Bahá'ís às Universidades Iranianas Quem conhece um pouco sobre a religião bahá'í sabe como os seus ensinamentos básicos enfatizam a importância da educação; a aplicação prática desse princípio durante algumas gerações fez com que, no Irão, os bahá'ís se tornassem um dos grupos sociais com maior instrução e formação intelectual.
Desde a revolução de 1979, que as autoridades iranianas têm a vindo a colocar sucessivos obstáculos para os jovens bahá'ís que pretendem ingressar no ensino superior. Ao manter prolongadamente uma política que impede os jovens bahá'ís de aceder à universidade, o governo iraniano demonstra os seus objectivos de estrangulamento social da maior minoria religiosa do seu país. Além de produzir um efeito profundamente desmoralizador entre os jovens bahá'ís, estas medidas têm provocado o empobrecimento cultural e intelectual da maior minoria religiosa daquele país.
Há cerca de um ano publiquei neste blog um texto sobre a situação de várias centenas de jovens bahá'ís iranianos que pretendiam ingressar nas universidades públicas daquele país. A atitude das autoridades iranianas em relação a estes candidatos a cursos superiores podia resumir-se nas seguintes palavras: podem entrar na universidade, mas têm de fingir que são muçulmanos.Recentemente tive conhecimento que esta campanha do governo iraniano prosseguiu no decorrer do mais recente processo de candidaturas à Universidade. Em Agosto deste ano, quando foram publicados os resultados das provas de acesso à universidade, várias centenas de jovens bahá’ís iranianos viram que as autoridades colocaram a palavra “Islão” como sendo a sua identificação religiosa.
Vale a pena referir que muitos dos bahá’ís tiveram excelentes notas nos exames de admissão; todo este processo montado pelas autoridades barrou-lhes o acesso à Universidade, e estes promissores candidatos foram substituídos por muçulmanos com notas inferiores.
Para os bahá'ís, trata-se de um processo calculado de forma cínica e com múltiplos objectivos. Por um lado tenta desmoralizar os jovens bahá'ís iranianos induzindo-os a abandonar o país para prosseguir os seus estudos. Por outro lado, permite que o governo iraniano afirme perante os monitores internacionais dos direitos humanos que foi dada uma oportunidade aos bahá’ís para entrar na universidade, e que foram os próprios bahá’ís que recusaram essa oportunidade.
No entanto, o governo iraniano sabe, há muito tempo, que os bahá'ís têm por hábito não negar ou falsear, as suas convicções religiosas. Torna-se claro que as acções das autoridades iranianas são uma política concertada cujo objectivo é privar toda uma geração de bahá'ís do seu direito de acesso ao ensino superior.Mais informação (em inglês) no site: Closed Doors: Iran's Campaign to Deny higher Education to Bahá'ís».

Tirado do blogue http://povodebaha.blogspot.com