domingo, novembro 27, 2005

Palavras dos outros

O sinal da cruz


Duas semanas depois de meio milhão de pessoas ter desfilado à chuva por Lisboa na consagração da cidade à Virgem, torna-se público que o Governo oficiou escolas do Estado para que retirem os crucifixos das paredes.

É uma medida míope que atinge especialmente o Norte. O Estado é laico, republicano, e mantém laivos socialistas. Porém, na mesma Constituição que serve de pretexto para estas decisões carbonárias pode ler-se que cabe ao Estado “proteger e valorizar o património cultural do povo português”.
É de cultura que se trata quando a nossa matriz cristã ainda é lembrada nas paredes de escolas do 1.º Ciclo, no Centro e Norte do País. Agora, uma pobre cruz na parede pode ser reclamada – falta saber quais os requisitos para a legitimidade da queixa – como violadora do princípio da laicidade do Estado e da liberdade de culto. É ridículo! Mas, principalmente, é perigoso. Para quê afrontar os sentimentos profundos de larguíssima maioria? Para quê dar azo a uma guerra artificial quando, na acção governativa, tantas outras, e tão justas, estão em curso?
Cada vez mais, o papel do Estado deve ser o de não poluir com regras imperativas as áreas onde, de forma harmoniosa, as comunidades se auto-regulam.
Octávio Ribeiro, Director-Adjunto do Correio da Manhã

Nota: Faço minhas estas palavras que sintetizam o pensar de muitas pessoas sensatas

7 comentários:

Anónimo disse...

Ah, brutos!...
Dão ouvidos a grupos que ninguém representam e depois esperem as consequências...

Anónimo disse...

Isto começa logo mal: o estado não tem que ter pretensões de educar; os pais devem ter o apoio total do estado para educarem conforme querem os seus filhos. E as minorias não podem impor aos demais o tipo de educação que acham bem para os os filhos das maiorias.
Em Portugal, quase todos se dizem católicos. Pois agora mandam os maçónicos, republicanos e laicos?!

Anónimo disse...

É uma minoria a tentar impor-se sobre a maioria. Sempre foi assim.
Hoje, os perseguidos são os muçulmanos, amanhã talvez, os católicos. Nem Hitler faria melhor.

Anónimo disse...

Discordo, tendo por base o argumento de que o estado tem o dever de tratar todos os cidadãos de igual forma e independentemente do seu credo religioso ou ateísmo. A escola é um local de liberdade e igualdade para todos.

Sugiro, a todos, a leitura desta notícia:

http://sal-portugal.blogspot.com/2005/11/heresia-inquisio.html

Sal de Portugal
(Diário do adeus aos Cigarros)

http://sal-portugal.blogspot.com/

Ver para crer disse...

Amigo JAC:

Até aceitava esse argumento se o estado desse possibilidade aos pais de escolher a escola e o ensino para os seus filhos, sem terem de o pagar em duplicado.
É o que se pasa, por exemplo no Canadá.
Não havendo isso e não sendo a cruz um objecto que faça mal seja a quem for, há que respeitar a vontade da maioria.
Uma democracia onde as minorias impõem o seu ponto de vista está pelo menos doente.
Quero ver quem tem coragem para acabar com procissões ou funerais na via pública, que têm sempre a cruz e outros símbolos religiosos.
Em suma: ainda há medo de Cristo e até da sua imagem do crucificado!...
Há dois mil anos foram os dirigentes que o mastaram contra a vontade da grande maioria. Agora está a ver-se que os novos governantes não hesitariam de o matar, se pudessem!...

Anónimo disse...

Gostaria apenas de referir que as procissões e os funerais são manifestações católicas. Ninguém é obrigado a assistir bem como a participar. Contrariamente, o encino, é uma responsabilidade do estado e não da igreja. O estado português é laico na constituição e tem por isso obrigação de acolher e respeitar todas as crenças e religiões. Trata-se portanto, não de uma questão de maiorias, mas sim de respeito e igualdade.

Anónimo disse...

Os portugueses ainda há pouco se declararam católicos cerca de 90 por cento.
Quero ver quem é o primeiro a mandar destruir ou retirar dos cemitérios os símbolos católicos!!!
Almada já tentou fazer isso num cemitério novo e foi impedido pelo povo, na sua maioria comunista.
Algumas grupos minoritários querem impor ditatorialmente a sua vontade. Mas não queremos ditaduras de maiorias quanto mais de minorias!