terça-feira, novembro 15, 2005

O culto a Maria (1)

A história está com a Igreja Católica

A procissão do Sábado passado em honra de Maria foi um acontecimento grandioso mas que também recebeu críticas sobretudo de protestantes e laicistas. Mas ele vem na sequência da mais antiga tradição da Igreja, que presta culto aos santos e de modo especial à Mãe de Jesus.

Há muitos textos e antiquíssimos que falam da devoção do povo cristão a Maria. Ela é a Mãe de Jesus, o Salvador. Ela é pois a Mãe de Deus (Teotokos).

Deixo aqui apenas dois exemplos de autores antigos muito apreciados pelos teólogos de hoje:

Orígenes (Anos 185 a 253) deixou escrito «Ninguém pode compreender o Evangelho se ainda não reclinou a sua cabeça sobre o peito de Jesus (referência ao Evangelho de S. João) e não tenha recebido d’Ele a Maria como Mãe».

Ireneu
(viveu na segunda metade do século II até primeiros anos do século III) escreve: «Se a primeira mulher (Eva) desobedeceu a Deus, a segunda (Maria), pelo contrário consentiu em obedecer a Deus». Ela é, diz Ireneu, a origem (seio) da nova humanidade.

A Igreja Católica ensina que tudo em Maria tem raiz, orientação e sentido cristocêntrico. Isto porque tudo nela parte e se refere à sua condição de Mãe virginal de Cristo, que é Deus.
É a maternidade divina de Maria a explicação do cumprimento de seu mistério e missão; é sua razão de ser, seu condicionamento prévio e posterior: ela é a Bem-aventurada porque fez a vontade de Deus.
A Mãe do Senhor representa a Mulher nova e, junto com Cristo, a Humanidade restaurada na amizade de Deus que o pecado havia rompido. Maria é a perfeita cristã, a primeira discípula de Cristo, que escutava a Palavra de Deus, meditava-a em seu coração e a punha em prática em toda a sua vida. Maria precedeu-nos no exemplo da fé, entrega, disponibilidade e serviço a Deus e aos irmãos. Por isso, ela é para nós o modelo da caridade e da perfeita união com Cristo.

9 comentários:

Anónimo disse...

Maria é a padreira de Portugal. Fizeram bem os lisboetas em prestar-lhe esta grandiosa homenagem.
E la é também nossa Mãe. honrem-mo-la com uma vida digna.

José Avlis disse...

Entre os inúmeros, curiais e digníssimos epítetos (sagrados títulos), com que a Santíssima Virgem Maria Mãe de Jesus é, por especial privilégio Divino, honrada e glorificada, saliento os seguintes, baseados na antiquíssima Ladainha de Nossa Senhora, que foi sendo justamente implementada através dos tempos, sob a inspiração do Divino Espírito Santo (um pouco como acontece com os Dogmas a Ela atribuídos):

Santa Mãe de Deus,
Mãe de Cristo,
Mãe da Igreja,
Mãe da Divina Graça,
Mãe Sempre Virgem,
Mãe Imaculada,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Rosa Mística,
Torre de David,
Arca da Aliança,
Porta do Céu,
Estrela da Manhã,
Saúde dos Enfermos,
Refúgio dos Pecadores,
Consoladora dos Aflitos,
Auxílio dos Cristãos,
Rainha dos Anjos,
Rainha dos Patriarcas,
Rainha dos Profetas,
Rainha dos Apóstolos,
Rainha dos Mártires,
Rainha das Virgens,
Rainha de Todos os Santos,
Rainha Assunta ao Céu,
Rainha da Paz.

V. / Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
R. / Para que sejamos dignos das Promessas de Cristo.

(JM)

Anónimo disse...

Se os homens não agradecessem a Deus esta Mãe que Ele lhes deu, seriam as pedras a gritar essa gratidão devida, parafraseando o que Jesus disse a outro respeito.

Coroneu disse...

O Coroneu adverte que pode ser um pau de dois gumes usar as palavras 'história' e 'igreja' na mesma frase...

Anónimo disse...

A Igreja não tem que envergonhar-se e, muito menos, ter medo da sua história.
Nem tudo foi bom, é certo, - ela é composta de homens pecadores - mas é das poucas instituições que conseguem ultrapassar ventos e marés adversos e continuar bem viva após tantos séculos.
Graças a Deus que a guia e protege, não tenho dúvida!

Ver para crer disse...

Faço minhas as palavras de CARISSIMO.
Apontem outra instituição com menos erros e pecados!
Temos que nos converter continuamente mas isso é diferente de bater no peito dos nossos antepassados!...

Anónimo disse...

Caríssimos:

Ainda não viram que o Coronel gosta de brincar?!
Não o tomem a sério!!!!

Caros Amigos disse...

Ainda bem que mo dizes e fico-te grata, caríssimo surpreso.
Entretanto, não retiro nenhuma das minhas anteriores palavras.

Coroneu disse...

O que o Coroneu disse é só um facto independente da santidade de Cristo e do catolicismo. Não há dúvida que a Igreja é e foi pecadora porque é composta por pessoas, como disse o Carissimos. Mas não há que ter vergonha do passado! Deus protege a Igreja como o pai aos filhos, sim. E é isso que importa, essa sobrevivência a ventos e marés que é também a sobrevivência da fé de cada um apesar das adversidades...