quinta-feira, outubro 27, 2005

A ideia que faz de Deus



Albert Einstein


Albert Einstein é um dos maiores cientistas do século XX. É dele este texto:

«A opinião comum de que devo ser ateu repousa sobre grave erro. Quem a pretende deduzir de minhas teorias científicas não as entendeu. Creio num Deus pessoal e posso dizer-lhes que, nunca, em minha vida, cedi a uma ideologia ateia.

Não há oposição entre a ciência e a religião.
Apenas há cientistas atrasados, que professam ideias que datam de 1880.

Aos dezoito anos, eu já considerava as teorias sobre o evolucionismo mecanicista e casualista como irremediavelmente antiquadas.

No interior do átomo não reinam a harmonia e a regularidade que esses cientistas costumam pressupor. Nele se depreendem apenas leis prováveis, formuladas na base de estatísticas reformáveis. Ora, essa indeterminação, no plano da matéria, abre lugar à intervenção de uma Causa, que produza o equilíbrio e a harmonia dessas reações dissemelhantes e contraditórias da matéria.

Há, porém, várias maneiras de se representar Deus. Alguns o representam como o Deus mecânico, que intervém no mundo para modificar as leis da natureza e o curso dos acontecimentos. Querem pô-lo ao seu serviço, por meio de fórmulas mágicas. É o Deus de certos primitivos, antigos ou modernos. Outros o representam como o Deus jurídico, legislador e agente policial da moralidade, que impõe o medo e estabelece distâncias. Outros, enfim, como o Deus interior, que dirige por dentro todas as coisas e que se revela aos homens no mais íntimo da consciêncía.

A mais bela e profunda emoção que se pode experimentar é a sensação do místico. Este é o semeador da verdadeira ciência. Aquele a quem seja estranha tal sensação, aquele que não mais possa sonhar e ser empolgado pelo encantamento, não passa, em verdade, de um morto.

Saber que realmente existe aquilo que é impenetrável a nós, e que se manifesta como a mais alta das sabedorias; a mais radiosa das belezas, que as nossas faculdades embotadas só podem entender em suas formas mais primitivas: esse conhecimento, esse sentimento, está no centro mesmo da verdadeira religiosidade.

A experiência cósmica religiosa é a mais forte e a mais nobre fonte de pesquisa científica. Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível, é a ideia que faço de Deus».

3 comentários:

Anónimo disse...

Um grande cientista é também um grande crente.
Porque vê a grandeza e mistério do que foi criado e assim chega ao criador.

José Avlis disse...

Caríssimos,
No mínimo, a maior parte da Humanidade deveria pensar e agir como Einstein, não só porque é racional (inteligente), mas também porque é "mística" (espiritual).
Mas lamentavelmente não é assim, pois uma considerável parte comporta-se como se não tivesse alma, e uma pequena parte como se não tivesse juízo, o que é intrinsecamente aberrante, que nem nos irracionais mais "nocivos" tais anomalias acontecem.
Aliás, os animais mais nocivos, em comparação com certos "humanos", que de humano só têm a forma aparente (física e exterior), são uma autêntica bênção do Criador, uma prova insofismável da existência absoluta de Deus, tal como a maioria da religiões o concebem, com todos os atributos de poder, sabedoria, misericórdia, justiça, perfeição, etc., etc.
Basta analisar uma flor, por mais banal que pareça, com inteligência e espiritualidade, ou com isenção e honestidade, para chegarmos à conclusão que nada existe por acaso, que tudo foi criado do nada, por um Ser perfeitamente infinito e incriado, a que normalmente chamamos Deus, mas que na realidade não pode ser outra coisa, ou então somos todos loucos, no mínimo.
JM

Anónimo disse...

Que lindo testemunho?!
Vou dá-lo a conhecer aos meus amigos.
J. Costa