sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Mundo Islâmico em polvorosa

As caricaturas de Maomé

Não entendo alguns intelectuais ocidentais. Todos sabem do ódio que suscitou nos muçulmanos a tomada do Iraque pela força. E antes, o Afeganistão. Todos sabemos que o ocidente tem que ter a maior cautela no lidar com essa religião.

Agora aparece o problema das caricaturas de Maomé.
Tudo começou com a publicação, no jornal dinamarquês Jyllands-Posten, de duas caricaturas de Maomé que o representam como um radical islâmico: no lugar do turbante surge um bomba prestes a rebentar.
Estávamos em Setembro de 2005 e as reacções não se fizeram esperar: vários embaixadores de países islâmicos protestaram junto do primeiro-ministro dinamarquês que, contudo, acabou por defender a liberdade de imprensa no seu país.
Já em Janeiro deste ano, a Arábia Saudita retirou o seu embaixador na Dinamarca e iniciou o boicote geral de produtos dinamarqueses. Várias manifestações, tanto na própria Dinamarca como nos países islâmicos, vieram reforçar a contestação às caricaturas. A situação piorou de tal forma que o governo dinamarquês desaconselhou os seus cidadãos a viajarem para a Arábia Saudita.
O editor do jornal dinamarquês acabou por apresentar desculpas pela ofensa, mas fez questão de referir que estas não tinham violado qualquer lei. Entretanto, outros jornais europeus mostraram as polémicas caricaturas, o que aumentou ainda mais a revolta islâmica e despoletou demonstrações de ódio contra a Dinamarca e a França.

Será que a liberdade de expressão dá o direito de ofender os outros?
Será que esta liberdade não acaba quando começam os direitos dos outros?!

7 comentários:

Anónimo disse...

Lá diz o ditado: «Não faças aos outros o que não gostavas que te fizessem a ti»
Quem dá publicidade a tais caricaturas não se lembra que também tem telhados de vidro.

PDivulg disse...

Ora aí está o problema. Nós ocidentais gozamos contra tudo e todos e depois ficamos incrédulos quando os outro povos ficam enfurecidos. "é respeitando que se é respeitado!..."

Manuel disse...

Parece-me que estäo a comparar coisas intrinsecamente diferentes e, portanto, incomparáveis. Uma coisa é o abuso da liberdade de expressäo; outra é o fundamentalismo, o fanatismo que provoca frases como esta, ouvida na Grande Mesquita de Gaza:"Deve cortar-se a cabeça daqueles que publicaram essas caricaturas".
Näo há comparaçäo, nem justificaçäo.

Ver para crer disse...

Manuel:
Há ou não abuso da liberdade de expressão quando caricaturam Maomé?
Gostariam que fizessem isso a uma pessoa da sua intimidade?
Há fundamentalismo e violência concerteza em grupos radicais do Islão. E não haverá muita gente boa entre os islasmitas?
Basta de abusar das crenças dos outros!!!

Em contra-corrente disse...

Infelizmente, uns tantos pensam que só eles têm a verdade e o direito à liberdade. Por isso metem-se com quem não devem e nem medem as consequências. Têm dinheiro mas falta-lhes o respeito pelas crenças alheias.

Manuel disse...

Entendo que houve falta de prudência e falta de bom senso, se quiseres... Näo me revejo nesta forma de exercício da liberdade de expressäo. Mas näo me passa pela cabeça defender sançöes penais para quem faz cartoons imprudentes e insensatos.
Aceitar a liberdade de expressäo significa aceitar que os outros possam dizer coisas que nos ofendem e com as quais discordamos. Se for só para os que dizem o mesmo que nós, näo é preciso liberdade...

Em contra-corrente disse...

Manuel:
Vejo que tens uma formação cristã muito boa. Mas nem todos são assim.
E a moral depende de cada qual.