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domingo, janeiro 29, 2006
Raoul Follereau
sábado, janeiro 28, 2006
Encíclica de Bento XVI

O Papa Bento XVI apresentou, na sua primeira Encíclica, o tema do amor como a "verdadeira essência" do cristianismo.
O ‘Papa teólogo’ resolveu surpreender e apresentar ao mundo um texto relativamente curto, numa linguagem rica mas simples e com uma mensagem fácil de apreender. Precisamente oito meses depois de ter ocupado a Cadeira de S. Pedro, Bento XVI pôs o mundo a pensar na importância do amor.
Estruturada em duas partes, uma mais teórica e outra de pendor pragmático, a carta começa por unificar os conceitos de "eros" (amor entre homem e mulher) e "agapé" (o amor que se doa ao outro) e centra-se depois na acção caritativa da Igreja, que apresenta como "uma parte essencial da sua natureza".
Em vez de ditar regras e ordenar conceitos doutrinais mais ou menos dogmáticos, Bento XVI procura responder às perguntas mais profundas da humanidade sobre a sua existência e o seu destino, lembrando que, no final dos tempos, será o amor o critério para decidir "o valor ou a inutilidade de uma vida".
Há dias, o Papa explicou que a sua primeira encíclica "Deus é amor" nasceu da vontade de devolver o "esplendor original" à palavra "amor". "A palavra amor está hoje tão deturpada, consumida e abusada que quase se teme deixá-la aflorar aos próprios lábios", lamentou no seu discurso. Apesar disso, Bento XVI frisa que "nós não podemos, simplesmente, abandoná-la, mas devemos retomá-la, purificá-la e devolvê-la ao seu esplendor originário, para que possa iluminar a nossa vida e levá-la pela caminho certo".
Nesse sentido, afirmou, compreende-se que "a organização eclesial da caridade não seja uma forma de assistência social. Esta actividade – disse o Papa –, para além do primeiro significado, muito concreto, de ajudar o próximo, tem essencialmente o significado de comunicar ao outro o amor de Deus".
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Os nossos olhos
Confesso que gostei de ver o povo votar no Cavaco Silva. Não porque pense que Portugal vai mudar muito por causa da sua eleição, mas porque fiquei farto das críticas que todos os outros candidatos lhe foram fazendo. Ele esteve a governar o país durante dez anos e as coisas até melhoraram. Para todos ou quase todos. Na altura não concordei com todas as suas posições mas quem não erra?!
As críticas que fui ouvindo lembraram-me aquela história conhecida de uma família que se mudou para uma casa nova.
Numa manhã que passava por certa sala, a mulher reparou através da janela numa vizinha que pendurava lençóis no varal e foi comentar com o marido:
- Que lençóis sujos ela está pendurando no varal!!! Se eu tivesse intimidade com ela havia de lhe perguntar se ela precisava dum detergente novo!
O marido observou calado.
Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã, a vizinha pendurava roupa no varal e a mulher comentou com o marido:
- A nossa vizinha continua pendurando roupa suja! Se eu tivesse intimidade com ela perguntava-lhe se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
Passado um tempo a mulher se surpreendeu ao ver a roupa branca que a mulher punha a secar e empolgada foi dizer ao marido:
- Ela já aprendeu a lavar as roupas, será que outra vizinha a ensinou?!
O marido calmamente respondeu:
- Não! Eu hoje levantei-me mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!
sexta-feira, janeiro 13, 2006
Ricos e pobres
Anda meio mundo a passar privações e muitos até fome porque o país está em crise. Mas leio que o sector bancário registou resultados líquidos de 883 milhões de euros no primeiro semestre de 2005, dados da própria Associação Portuguesa de Bancos. O sector empregou 41.273 colaboradores neste período, o que representa uma redução de 800 colaboradores face ao período homólogo. Porém, o número de balcões aumentou para 4061 (mais 96 balcões). O resultado bruto de exploração situou-se em 1,547 mil milhões de euros e o produto bancário atingiu os 3,53 mil milhões. Esta é a notícia, o facto, tal como veio na comunicação social.
Quer dizer: a crise atinge apenas alguns. E como sempre, os mais pequenos. Esse lucro ficará concentrado na mão de menos pessoas, e por isso vão ficando mais ricas, do que se fosse distribuído por mais trabalhadores. É deste modo que o número de ricos é cada vez menos, mas os que o são estão cada vez mais ricos; e o número de pobres é cada vez mais, e os que o são, estão cada vez mais pobres.
Dizem as estatísticas que de entre os 5,7 biliões de pessoas do mundo, 1,5 biliões são consideradas muito pobres. Cerca de 1,3 milhões de seres humanos, sobrevive apenas com um dólar por dia e 3 biliões sobrevive com pouco mais de 2 dólares por dia. Mais de 40.000 crianças morrem por dia vítimas de desnutrição. Se do Mundo passarmos à Europa, ela conta com mais de 68 milhões de pobres, sendo de 15 milhões o número de desempregados. Em Portugal há cerca de dois milhões de pobres (20% da população) e cerca de 500 mil desempregados.
É preciso mudar isto mas como?!
terça-feira, janeiro 10, 2006
Testemunhos

Este gesto revela a gratidão dos judeus por tudo o que o saudoso Papa João Paulo II fez durante a sua vida por aquele povo mártir do nazismo.
João Paulo viu seus amigos desaparecerem da sua cidade. Viu dia-a-dia a sua sala de aulas ficar mais vazia. Viu seus vizinhos abandonarem as suas casas e não retornarem mais. Em criança testemunhou a tragédia, que mais tarde classificou como o maior pecado da humanidade.
Quando menino, na sua cidade natal, Wadowice, Polónia, conviveu com famílias judias.
Elias Toaff (na foto) compartilhou com o Papa um momento histórico: a visita à grande sinagoga de Roma, em 1986, a primeira de um Pontífice a um templo judaico. Elias Toaff, ex-rabino de Roma, não escondeu a emoção quando soube que foi uma das três pessoas citadas no testamento do Papa João Paulo II. Numa entrevista à agência italiana de notícias Ainkronos, Toaff, que já fez 90 anos, disse: “Estou comovido, muito comovido com esta citação. Nunca esperei ver o meu nome escrito no testamento do Papa. Saber que o Pontífice me agradeceu no testamento impressionou-me muito. Apesar da nossa grande relação e nossa grande amizade, estou extremamente comovido porque foi uma surpresa”.
Por tudo isto se vê o que vale a amizade!
sexta-feira, janeiro 06, 2006
Etiópia
Vale a pena ler esta reportagem na Revista Além Mar. Pela denúncia que faz e pelo horror que em muitas partes do mundo se perpetua.
Perante isto quem não fica chocado?!

domingo, janeiro 01, 2006
Ano novo
Vida nova
Ano novo vida nova! Mas será que realmente temos a coragem e a vontade de modificar alguma coisa na nossa vida, ou simplesmente vamos continuar a manter o mesmo paradigma da rotina do dia-a-dia, em que deixamos o tempo passar e a vida correr, sem nada fazer para melhorar o nosso comportamento em relação aos outros, sobretudo ajudando a que o nosso mundo seja um pouco melhor?
Todos estamos de acordo que é preciso mudar muita coisa, pelo menos ao nível da convivência entre as pessoas e das políticas que governam o nosso mundo.
Mais uma vez o Papa chama a atenção para o problema da paz. E este não é só uma questão de guerras entre as nações e de conflitos mais ou menos localizados. É também ausência de condições mínimas de sobrevivência por parte de milhões de pobres e doentes, por causa da ganância de indivíduos e grupos sociais. Para além da falta de respeito pela vida alheia.
“Educar para a paz é urgente. Até porque os homens, à vista das tragédias que continuam a afligir a humanidade, sentem-se tentados a ceder ao fatalismo, como se a paz fosse um ideal inacessível”, escreveu o Papa João Paulo II numa sua mensagem de Ano Novo. Procuremos todos que este seja um ano de mudança, a caminho de um mundo mais justo e mais fraterno.