sábado, dezembro 10, 2005

Cruzes, credo!

A escola, uma escolha de pais


Foi com agrado que vi, recentemente publicado pelo governo inglês, o livro Branco da Educação “Melhor Qualidade, Melhores Escolas para Todos – Mais Escolhas para os Pais e para as Escolas” (www.liberdade-educacao.org).
No seu conjunto, reforça a ideia de que a escola deve estar mais próxima das famílias, não devendo ser mais um factor de discriminação social, mas uma oportunidade de escolha para os pais, num exercício de liberdade e cidadania, sem quaisquer constrangimentos.
Afirmar as escolas abertas ao poder dos pais com efectiva possibilidade de opção pelo projecto educativo que desejam, e assumir tal afirmação como programa governativo, é de uma outra cultura que não a nossa.
Entre nós parece haver um culto repressor do cidadão, obrigado ao que não quer e sempre olhado com desconfiança pela administração pública. Quando atingiremos a maturidade necessária que nos permita gozar de liberdade de escolha nos vários sectores da sociedade?
........ Porque os haveríamos de recusar? Pelas mesmas razões, porque haveremos de recusar aos pais o direito de escolherem a escola para os seus filhos pois, está demonstrado, não fica mais caro ao Estado?
Esta liberdade de escolha para todos, e não apenas para os que podem pagar, fomentará a necessária qualidade educativa a que todos aspiramos, proporcionará igualdade de oportunidades e será factor de desenvolvimento, já que gastamos como os países mais desenvolvidos e temos resultados como os mais pobres.
Diz um estudo, citado por aquela fonte, que 76 por cento dos pais com crianças a frequentar escolas estatais deseja poder fazer uma “escolha autêntica” da escola que o seu filho frequenta. Pelo andar da carruagem, parece-me que entre nós a percentagem será superior… Desejamos um serviço público que satisfaça as nossas necessidades e tal não é, nem pode ser, um monopólio do Estado ou um feudo sindical.
Desejo que, de forma equilibrada, se vá procedendo às necessárias alterações do modelo português, desajustado da realidade do tempo presente e do mundo em que vivemos. Teremos que esperar muito?

Manuel Carvalheiro

3 comentários:

Caros Amigos disse...

Caríssimo:

E para onde iríamos nós depois, os funcionários (professores, etc.) das escolas públicas?
Não haveria gente que perderia o emprego porque os pais quase todos prefeririam o ensino particular?

Anónimo disse...

Esse «Cruzes, credo!» traz-me à lembrança que o diabo tem medo da cruz.
Será que os que querem a cruz fora das escolas é por medo?
Ou então quem me diz porque será?

PDivulg disse...

Temos de dar é ensino aos Pais... Ensinar aos Pais a serem responsáveis pela educação dos filhos na medida em que em muitos casos as crianças são "despejadas" nas instituições e pouco ou nenhum acompanhamento é dado pelos pais...