sábado, julho 07, 2007

Não podia estar mais de acordo


«Apresento o caso concreto da despenalização da interrupção voluntária da gravidez ou, melhor, do abortamento. Houve um referendo, com os resultados conhecidos, apontando para uma lei moderada. Na campanha e até na noite da votação, apresentou-se como modelar a lei alemã.

Em ordem a uma decisão - e isso é tanto mais verdade quanto mais grave -, é de bom senso ter o máximo de informação possível. Ora, foi publicada recentemente em Diário da República a portaria que regulamenta a nova lei, e, quando se lê, pergunta-se o que leva o Estado, que deve proteger a vida, a ter receio de dar directamente mais informação à mulher que quer abortar. Porquê tanto receio no aconselhamento? Porque é que o esclarecimento sobre os apoios do Estado à maternidade e nomeadamente a possibilidade de adopção é remetido para folhetos?

Mas o que é intolerável mesmo é a isenção de taxas moderadoras para as mulheres que decidem abortar. Não é legítima a equiparação às grávidas e futuras mães, e é uma injustiça social, quando se pensa nos doentes que têm de pagá-las, sendo os mais pobres a pagar cada vez mais pelos serviços de saúde. Porque não há apoios nos problemas da infertilidade?

Afinal - e isto é o mais grave -, muita gente andou enganada: tinha sido dito que o referendo tinha como objectivo a despenalização, quando realmente a intenção parece ser liberalizar.»


Excerto do artigo do P.e Anselmo Borges no Díario de Notícias de 7-07-2007.

Leia todo o artigo.

10 comentários:

Em contra-corrente disse...

Será que os nossos bispos se vão calar a tal desaforo do (des)governo que temos?!

Espaços abertos.. disse...

A Igreja continua a ter tanto poder como o próprio Governo,tal como na Idade Média...só que a prática das ideologias é diferente,ou seja numa nova versão.
Bom fim de semana
Bjs Zita

DairHilail disse...

nada bate certo...

vem ver a luz das minhas nuvens...

Anónimo disse...

SÓ AGORA ...?!

Antes de mais, as minhas felicitações ao autor do blogue, e uma saudação, na paz e no amor de Cristo, que estendo a quantos nele colaboram, quer directamente, quer com comentários.

Seja-me permitido fazer um comentário ao artigo postado. Transcrevo uma frase-chave do artigo:
"Afinal - e isto é o mais grave -, muita gente andou enganada: tinha sido dito que o referendo tinha como objectivo a despenalização, quando realmente a intenção parece ser liberalizar."

Com todo o respeito que tenho pelo Sr. padre, cujos artigos costumo ler on line, espanta-me a conclusão supra. Só agora se dão conta do logro em que se deixaram cair...!!!

Aliás, em boa verdade, nem deveria espantar-me a conclusão do Sr. padre, porque a nossa Igreja, melhor dizendo, a nossa hierarquia (porque os leigos lutámos, como pudemos), na questão do referendo
adoptou, com rara infelicidade, uma postura que, sem rebuço, poderei chamar de cobarde.Teve medo de se comprometer, quiçá de "perder" alguns "privilégios"...

Não se empenhou, nem como, nem quanto, deveria tê-lo feito.Ficámos, pois, nós leigos,sem o apoio da
hierarquia da nossa Igreja.
Esqueceu-se a hieraquia a que Igreja pertence...
A Igreja de Cristo é intemporal, não está comprometida com os senhores deste mundo, e não pode
compadecer-se com tibiezas deste género, sobretudo quando, sobre o maior dos dons que Deus nos deu, o
dom da vida, se estava a preparar a maior ignomínia e o mais abominável dos crimes!!!

Será que a hieraquia não conhece a Sagrada Escritura, nem o Catecismo da Igreja Católica, nem as
Encíclicas Papais, nem o direito natural? Então os Srs. Bispos não entendem a perspectiva sobrenatural da vida e da história do homem, que os Profetas do Antigo Testamento e a Boa Nova de Jesus Cristo nos vieram revelar?

Apesar do mutismo de que a hierarquia - salvaram-se honrosas excepções - deu provas, os leigos comprometidos na Fé de Nosso Senhor lutaram muito. Sobretudo através da blogosfera - para esclarecer as dúvidas e para alertar os incautos (como muitos de hieraquia, ao que se vê...) para o vil engano que este governo estava a propor aos cidadãos.

E na blogosfera continuamos a luta. E muitos jovens estão empenhados nela. Entre outros blogues, dê-se uma vista de olhos a este: www.ocanto.wordpress.com

A hierarquia deveria, pois, penitenciar-se publicamente, já que, com o seu silêncio, o seu receio e o seu comodismo, contribuiu decisivamente para que fosse implantado no nosso País uma nova matança dos inocentes....

Só para terminar, por agora: que a hierarquia da Igreja Católica de Portugal tome o exemplo da luta que as suas homólogas da América Latina estão travando para impedir que seja aprovada nos seus países a diabólica legislação que permite a morte dos bebés inocentes.

Manuel Trigueiros-Loulé

joaquim disse...

Também estou de acordo, só é pena que o pe. Anselmo Borges em vez de ter sido tão claro quando era preciso, ou seja, quando nos preparávamos para o referendo, pelo contrário, escreveu um artigo no mesmo jornal em confundia as pessoas e quase dava um aval à tal despenalização do aborto.
Mas enquanto há vida... há tempo de voltar atrás...
O que muitos diziam, ( e eram apelidados de "fundamentalistas"), torna-se agora realidade.
Por isso pouco depois do referendo eu escrevia que no meu pobre entendimento a Igreja se deveria ter empenhado mais na defesa da vida.
Não desistamos e continuemos a luta com a certeza de que o Senhor está ao nosso lado.
Abraço em Cristo

Maria João disse...

Também acho que o mais importante é continuar a luta. Há muitas instituições que ajudam as mães a precisarem de ajuda...

beijos em Cristo

Anónimo disse...

A nossa obrigação é dizer às pessoas que o caminho não é dar cabo da vida mas protegê-lo.
Mesmo com sacrifício. E ajudar os que necessitam de apoio.

Caros Amigos disse...

Cada vez mais sinto que José Sócrates não vai longe. É demasiado autoritário e interessa-lhe pouco o bem do povo.
Sinto que as pessoas cultas já se deram conta do logro.
É um homem frio e sem perpectivas de futuro.
A ver vamos.

Joao disse...

Lágrimas de crocodilo.

Só foi enganado quem quis.

J disse...

Ver para Crer,

Um texto muito verdadeiro, e que me fez pensar. Obrigado.

Um grande beijinho