sexta-feira, setembro 08, 2006

Dúvidas

Jesus é Deus?



O leitor de «O Amigo do Povo», José Viegas, lançou-me um desafio num recente e longo e-mail: o de elucidar diversos pontos doutrinais que têm ultimamente sido postos em causa, nomeadamente em livros recentes como o «Código DA VINCI». Com o aparecimento duma verdadeira onda de livros, filmes e artigos sobre aspectos da Fé cristã, é natural que muitos cristãos vivam baralhados sobre alguns pontos importantantes do Cristianismo.

Concordo com este leitor e, por isso, resolvi dar seguimento a este seu desejo, começando por encontrar na Bíblia uma resposta para a pergunta: «Jesus é Deus?» Outros pequenos artigos se seguirão e espero que os meus leitores de «O Amigo do Povo» e deste blogue me ajudem com as suas achegas e críticas a torná-los úteis para o maior número de pessoas.


Cito o que dizem diversas passagens da Bíblia sobre a condição divina de Jesus, porque todos os cristãos a aceitam como norma da Fé. Vou seguir mesmo a tradução interconfessional da Sociedade Bíblica de Portugal, para que ninguém pense que estou a deturpar o que diz a Bíblia.


O Evangelho de S. João10, 30 conta que Jesus disse aos judeus: «Eu e o Pai somos um só». E no capítulo 14, Jesus diz que vai para a casa do Pai preparar um lugar para os seus amigos. E acrescenta que os seus discípulos já sabem o caminho para onde Ele vai. Ao que o apóstolo Filipe lhe responde: «Senhor, nós nem sequer sabemos para onde é que tu vais! Como é que podemos saber qual é o caminho?» Jesus diz-lhe: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode chegar ao Pai sem ser por mim. Pedido de Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai.» Resposta de Jesus: «Aquele que me viu, viu também o Pai. ..... Eu estou no Pai e o Pai está em mim.»


Na carta aos Filipenses, S. Paulo escreve: «Tenham os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo: Ele que por natureza era Deus, não quis agarrar-se a esse direito de ser igual a Deus. Pelo contrário, privou-se do que era seu e tomou a condição de escravo, tornando-se igual aos homens.»


No Evangelho de João 20, 27-28, conta-se que Jesus apareceu ressuscitado aos Apóstolos uma semana mais tarde e virando-se para Tomé disse; «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos. Estende a tua mão e mete-a no meu peito. Não sejas descrente! Acredita!» E Tomé respondeu: «Meu Senhor e meu Deus!»


S. Paulo escreve a Tito que «Também nos ensina a viver felizes na esperança de que se há-de cumprir o que nos prometeu, que é a manifestação gloriosa do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo»(Tito 2, 13).


Não há qualquer dúvida de que a Bíblia afirma com todas as letras que Jesus é Deus. E por isso muitíssimo poucas Igrejas cristãs ensinam o contrário.

M. V. P.



10 comentários:

Vilma disse...

Evangelho de joão capítulo 1:1 - "No principio era o Verbo. E o Verbo estava com Deus. E o verbo ERA Deus!
simples, objectivo, claro e conclusivo!
Alguma dúvida! :D

Ver para crer disse...

Completamente de acordo, Vilma.
Mas há cristãos, ou que se dizem tais, que ensinam coisa diferente. Por exemplo as Testemunhas de Jeová e os Espíritas.
Os seus fundadores fizeram uma tradução diferente da Bíblia e têm confundido muita gente com as suas doutrinas, como deves saber.
Creio que o Dan Brown e outros se têm inspirado neles para atacar a Bíblia.

Vilma disse...

sim é verdade! .. As Testemunhas de Jeová mudaram a tradução para : No principio era o Verbo, e o verbo estaava com Deus e o Verbo era UM Deus.
Acabam por se contradizer a eles mesmos, ao traduzir que existe mais do que um Deus!

Caros Amigos disse...

A bíblia não é só uma?
Quem me diz que esta tradução está bem e aquela não é de fiar?
E quanto a interpretação? Tenho o direito de interpretar a meu gosto?
Não tem isto levado a uma multidão de doutrinas e igrejas diferentes?!
Quem é o árbitro nisto tudo?
Cada um joga com as regras de que gosta?
Palavra! Gostava que alguém me elucidasse.

Anónimo disse...

Pões muitas e delicadas interrogações, CARISSIMOS.
Que responda quem souber.
Eu tenho algumas respostas mas muitas mais perguntas.
Joaquim Costa

Em contra-corrente disse...

O teu blogue fez-me recordar a linda poesia que passo qa transcrever:

-Minha mãe, quem é aquele
Pregado naquela cruz?
- Aquele, filho, é Jesus...
É a santa imagem dele!


-E quem é Jesus? - É Deus!
-E quem é Deus? - Quem nos cria,
Quem nos manda a luz do dia
E fez a terra e os céus;


E veio ensinar à gente
Que todos somos irmãos
E devemos dar as mãos
Uns aos outros irmãmente:


Todo amor, todo bondade!
- E morreu? - Para mostrar
Que a gente pela verdade
Se deve deixar matar.

João de Deus

Anónimo disse...

Caros.

Estou com pouquíssimo tempo mas… confundir « consubstancialidade » ou « da mesma natureza » ou « unidade trinitária da divindade » com estrita igualdade, enfim… Ou anulam a divindade do Pai ou a humanidade do filho… É certo que é um tema tão misterioso e obscuro com um rochedo na noite em pleno oceano, mas não façamos de Jesus um super-Dionísio (digo eu… :P)

Abraços.

PS: Não consegui, pobre netroglodita, comentar com a identidade blogger... Será desta nova forma do site?...

Ver para crer disse...

Obrigado pelos diversos comentários.
Vitor Macula:
Implementei o nono blogger beta e assim fica mais fácil entrar no blog do comentador mas, para comentar, tem que se usar o «Other» com Name e Web Page.
Fácil, me pareceu....

Anónimo disse...

Aaaaaah... ok. Fácil sim, exceptuando para os mais cavernícolas como eu ;)

Anónimo disse...

Envio-te um conhecido e lindo texto que fala da origem divina do cristianismo.
É da carta a Diogneto, um admirável documento dos princípios do século II, cujo autor se desconhece:


«De facto, como já disse, não é uma invenção humana que lhes foi transmitida, nem julgam digno observar com tanto cuidado um pensamento mortal, nem se lhes confiou a administração de mistérios humanos. Ao contrário, aquele que é verdadeiramente senhor e criador de tudo, o Deus invisível, ele próprio fez descer do céu, para o meio dos homens, a Verdade, a Palavra santa e incompreensível, e a colocou em seus corações. Fez isso, não mandando para os homens, como alguém poderia imaginar, algum dos seus servos, ou um anjo, ou algum príncipe daqueles que governam as coisas terrestres, ou algum dos que são encarregados das administrações dos céus, mas o próprio artífice e criador do universo; aquele por meio do qual ele criou os céus e através do qual encerrou o mar em seus limites; aquele cujo mistério todos os elementos guardam fielmente; aquele de cuja mão o sol recebeu as medidas que deve observar em seu curso quotidiano; aquele a quem a lua obedece, quando lhe manda luzir durante a noite; aquele a quem obedecem as estrelas que formam o séquito da lua em seu percurso; aquele que, finalmente, por meio do qual tudo foi ordenado, delimitado e disposto: os céus e as coisas que existem nos céus, a terra e as coisas que existem na terra, o mar e as coisas que existem no mar, o fogo, o ar, o abismo, aquilo que está no alto, o que está no profundo e o que está no meio. Foi esse que Deus enviou. Talvez, como alguém poderia pensar, será que o enviou para que existisse uma tirania ou para infundir-nos medo e prostração? De modo algum. Ao contrário, enviou-o com clemência e mansidão, como um rei que envia seu filho. Deus o enviou e o enviou como homem para os homens; enviou-o para nos salvar, para persuadir, e não para violentar, pois em Deus não há violência. Enviou-o para chamar, e não para castigar; enviou-o, finalmente, para amar, e não para julgar. Ele o enviará para julgar, e quem poderá suportar sua presença? Não vês como os cristãos são jogados às feras, para que reneguem o Senhor, e não se deixam vencer? Não vês como quanto mais são castigados com a morte, tanto mais outros se multiplicam? Isso não parece obra humana. Isso pertence ao poder de Deus e prova a sua presença.»