quarta-feira, junho 08, 2005

Crucifixos

Preocupação da ministra


Segundo lemos, a ministra da educação está preocupada com os crucifixos que ainda continuam pendurados em algumas salas de aula. Isto porque apareceu há tempos uma associação que reclama contra estes sinais de cristianismo em edifícios públicos.Ninguém discute a legitimidade desta associação ou de outra qualquer reclamar contra o que quer que seja. Mas já podemos discutir se é lícito um ministério fazer-lhe a vontade contra o sentir da maioria. Até porque se assim for, o governo tem toda a legitimidade de proibir os funerais e as procissões que levem objectos religiosos. E parece que ninguém tem essa coragem laicista.Por mais que alguns se desunhem, um Estado nunca pode ser totalmente 'neutro', como o mostra a manutenção das festas e dos feriados e até as concepções de fundo que presidem ao estabelecimento do justo e do injusto, do permitido e do interdito. Nisto como noutras coisas tem de se ter em conta o sentir das maiorias, que toda a democracia tem de respeitar, embora sem ofender as minorias.O caso das profanações do Alcorão na prisão de Guantánamo, por parte dos americanos tem sido criticada por muito boa gente – mesmo sem religião. E isto porque não se pode tolerar a ofensa aos símbolos religiosos de ninguém. Há que respeitar os sentimentos de cada qual. Por isso, parece-nos que o que foi feito em França sobre os sinais religiosos – véus muçulmanos, cruzes e símbolos judaicos ou doutras religiões – vai contra os direitos da pessoa humana: todos têm direito a manifestar a sua religião mesmo por via de símbolos.Se o Ministério da Educação quiser seguir os ditames da associação referida tem de permitir o ensino particular com as mesmas regalias e ajudas do oficial. Para dar a todos os pais o direito de transmitir a seus filhos a educação que desejarem!Que não seja a imagem de Cristo crucificado a andar agora em bolandas. Ela representa o mais significativo gesto de amor da humanidade. E faz parte da nossa cultura e da nossa história. Doutro modo tem de se substituir a nossa bandeira nacional que tem as chagas de Cristo e de trair a nossa história, a mais antiga da Europa.
M. V. P.

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