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quinta-feira, julho 05, 2007
Igreja Patriótica e a carta do Papa
A Associação Patriótica Católica da China (APC)- a Igreja controlada pelo Estado - já veio saudar as «boas intenções» de Bento XVI, dois dias após a divulgação
de uma carta na qual o Papa pede uma «autêntica liberdade religiosa» no país.
«A carta do Papa destaca as suas boas intenções», declarou
à AFP o vice-presidente da APC, Liu Bainian, ligado ao Partido
Comunista Chinês.
«O Papa expressou o seu amor e interesse pelos fiéis da China», apontou, referindo que «as anteriores cartas papais se opunham ao comunismo e queriam punir os membros da Igreja patriótica chinesa».
No sábado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China pediu à Santa Sé que não crie novos obstáculos na melhoria da relações bilaterais.
Para o restabelecimento de relações diplomáticas, a China exige que o Vaticano deixe de reconhecer Taiwan como país independente (obtendo aparentemente o consentimento do Vaticano, neste ponto) e que o Vaticano aceite também a nomeação dos bispos chineses por parte da APC controlada pelo Estado. Nesta questão, contudo, a posição da Santa Sé tem-se mantido inalterável.
Embora o Partido Comunista Chinês se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais (Associações Patrióticas), entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica "clandestina", ligada ao Papa e fora do controlo de Pequim, conta mais de oito milhões de fiéis.
A Associação Patriótica Católica (APC) foi criada em 1957, para evitar «interferências estrangeiras», em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado. A partir da década de 80 do século passado, a APC passou a procurar a aprovação do Vaticano para os seus Bispos, em segredo.
E o Papa na carta diz aceitar mesmo os bispos que não pediram a aprovação.
Creio que não tardará o acordo entre o Vaticano e o governo chinês. As declarações do vice-presidente daquela Associação parecem indicar isso mesmo.
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8 comentários:
É difícil humanamente entender por que é que estes chineses se mantêm no catolicismo, sobretudo os da Igreja clandestina. Só o amor muito forte a Cristo o poderá explicar.
Esperemos (e rezemos) para que sim, que se firme esse acordo. Outra maravilha do Senhor a acrescentar a esses 8 milhões de fieis clandestinos, que cresça o número e o seu amor.
Ser Papa não é nada fácil, pois é preciso "agradar" a Gregos e a Troianos...
Tenho muito receio por esta comunidade... Há tantos cristãos perseguidos. Que,a pesra do sofrimento, não abandonem Deus Pai e sejam o Seu rosto.
beijos em Cristo
É de admirar como esta gente suportou tanto sofrimento ao longo de tantos anos. Tornaram-se a escória da sociedade só para servir a Cristo.
A minha Fé nada vale comparando com a deles.
Joana
-O Papa passa dum fariseu.
A carta do Santo Padre foi censurada nos sites católicos da China...os cristãos chineses estão a transmiti-la um aos outros às escondidas.
Rezemos pelos que seguem a Cristo pelo mundo e sofrem perseguição por causa da sua fé.
abrç+
Vale a pena ler a carta que acompanha a promulgação do Decreto papal sobre a permissão da celebração da Missa e outros sacramentos segund o Rito de S. Pio V.
Fica aqui tirado da Ecclesia:
«Bento XVI publicou hoje o "Motu Proprio" sobre a liturgia romana anterior à reforma de 1970. O documento "Summorum Pontificum" (Dos maiores Pontífices) aprova a utilização universal do Missal promulgado pelo Beato João XXIII em 1962, com o Rito de São Pio V, utilizado na Igreja durante séculos. O Rito de São Pio V, que a Igreja Católica usava até à reforma litúrgica de 1970 (com algumas modificações, a últimas das quais datada de 23 de Junho de 1962) foi substituído pela Liturgia do "Novus Ordo" (Novo Ordinário) aprovada como resultado da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Com o novo documento, Bento XVI estende a toda a Igreja de Rito Latino a possibilidade de celebrar a Missa e os Sacramentos segundo livros litúrgicos promulgados antes do Concílio. A publicação do Motu Proprio (documento legislativo da iniciativa do Papa) é acompanhado por uma "carta explicativa do Santo Padre". Esta aprovação universal significa que a Missa do antigo Rito poderá ser celebrada livremente em todo mundo, pelos sacerdotes que assim o desejarem, sem necessidade de autorização hierárquica (licença ou indulto) de um Bispo. Os livros litúrgicos redigidos e promulgados após o Concílio continuarão, contudo, a constituir a forma ordinária e habitual do Rito Romano. O Rito resultante da reforma litúrgica conciliar instituía uma nova forma de celebrar a missa que revogava, não o uso do Latim, mas o uso do anterior Rito de S. Pio V. O "Novus Ordo" (aprovada por Paulo VI) tem também uma versão em Latim. Esforço de unidade Reconciliação: esta é a palavra chave e a razão positiva apresentada pelo Papa para a "liberalização" do Missal Romano de 1962. "Trata-se de chegar a uma reconciliação interna no seio da Igreja. Olhando para o passado, para as divisões que no decurso dos séculos dilaceraram o Corpo de Cristo, tem-se continuamente a impressão de que, em momentos críticos quando a divisão estava a nascer, não fora feito o suficiente por parte dos responsáveis da Igreja para manter ou reconquistar a reconciliação e a unidade", refere o Papa, na carta que envia aos Bispos de todo o mundo para explicar o Motu Proprio que hoje publica. O objectivo é, portanto, "realizar todos os esforços para que todos aqueles que nutrem verdadeiramente o desejo da unidade tenham possibilidades de permanecer nesta unidade ou de encontrá-la de novo". O princípio fundamental é que a liturgia romana, mantendo um só rito, disporá de agora em diante de duas formas ("usus"). Desde o seu primeiro ponto, o documento de Bento XVI estabelece claramente que o Missal Romano promulgado por Paulo VI em 1970 é "a expressão ordinária" da Igreja Católica de Rito Latino (o mais difundido em todo o mundo) e o Missal de 1962 uma "forma extraordinária" de celebração, não criando divisões. As celebrações no Rito de São Pio V podem ter lugar em dias festivos, Domingos e durante a semana, podendo ainda ser permitida em circunstâncias particulares, como o matrimónio, funerais ou peregrinações. A liturgia segundo os livros de 1962 celebra-se em latim, mas as leituras podem ser proclamadas em língua vernácula. Para favorecer uma participação activa, os fiéis são convidados a recitar juntamente com o celebrante diversas partes do Ordinário da Missa (Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Agnus Dei), as quais deveriam ser de preferência cantadas. Recomenda-se aos fiéis que sigam as orações da Missa com um missal bilingue. As duas formas da liturgia seguem dois Calendários diversos, diferentes na data de algumas festas secundárias, e têm dois Leccionários diversos. Tal diferença não deveria criar grandes dificuldades: também o rito ambrosiano (da diocese de Milão), por exemplo, tem um calendário e um leccionário próprios. O Motu proprio prevê também a possibilidade de usar o Ritual anterior para os sacramentos do Baptismo, da Penitência, do Matrimónio e da Unção dos Enfermos (artigo 9.º). Permanecem, porém, válidas todas as prescrições das Conferências Episcopais sobre a preparação requeridas para estes sacramentos. O Motu proprio entra em vigor a 14 de Setembro próximo, festa da Exaltação da Santa Cruz. A propósito do Missal de 1962, em latim, recorda-se que se trata de um Missal "plenário", "integral", que contém também as leituras das celebrações. Prevê uma só Oração Eucarística (o Cânone Romano, I Oração Eucarística do Missal conciliar). Boa parte das orações (mesmo da Oração Eucarística) são recitadas pelo celebrante em voz baixa. No final da Missa, recita-se o prólogo do Evangelho segundo S. João. Este Missal de 1962 não prevê a concelebração. Nada diz sobre a orientação do altar e a posição do celebrante, voltado ou não para a assembleia. (Com Rádio Vaticano) Paróquias do antigo Rito O Motu proprio permite a quem o desejar o uso da liturgia anterior, mas não pretende impor a ninguém essa forma extraordinária. Entre as novas regras estabelecidas, o artigo 5.º aborda, em particular, a realidade das paróquias, dispondo que onde existir de forma estável um grupo de fiéis que adere à antiga tradição litúrgica, o pároco deve acolher de bom grado o seu pedido para a Missa segundo o rito do Missal de 1962. Os responsáveis devem procurar harmonizar o bem destes fiéis com o "cuidado ordinário" da paróquia, sob a orientação do Bispo local, evitando qualquer discórdia e favorecendo a unidade. O Bispo do lugar pode erigir uma paróquia pessoal, caso haja um número consistente de fiéis que desejam seguir a liturgia anterior (artigo 10.º). A situação está prevista no cânone 518 do Código de Direito Canónico, onde se lê que "onde for conveniente" podem constituir-se paróquias pessoais "determinadas em razão do rito", como neste caso. Quando um grupo de fiéis não vê o seu pedido satisfeito por parte do pároco, o artigo 7.º estabelece que disso seja informado o Bispo diocesano, que é "vivamente" recomendado a responder ao seu desejo. Quando tal não seja possível, a questão deverá ser referia à Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, criada por João Paulo II em 1988 e que Bento XVI quer ver mais envolvida na promoção dos valores da antiga Liturgia. A "Ecclesia Dei" é uma Comissão que tem objectivo "facilitar a plena comunhão eclesial" dos fiéis ligados à Fraternidade fundada por Monsenhor Lefebvre, "conservando as suas tradições espirituais e litúrgicas". Criada por João Paulo II, em 1988, a Comissão quer ser um sinal de comunhão para todos os fiéis católicos que se sentem vinculados a algumas precedentes formas litúrgicas e disciplinares da tradição latina, procurando adoptar "as medidas necessárias para garantir o respeito das suas justas aspirações". Os últimos artigos do "Summorum Pontificum" esclarecem que a Comissão continua a exercer a sua missão. Enquanto Cardeal, o actual Papa foi membro da Comissão Pontifícia "Ecclesia Dei" e deseja que a mesma "se transforme num organismo da Santa Sé com a finalidade própria de conservar e manter a liturgia latina tradicional", segundo revelou recentemente o Cardeal Castrillón Hoyos, actual presidente da Comissão. Segundo este responsável, existe hoje em dia um "renovado interesse" pela liturgia que esteve em vigor desde o Concílio de Trento (Missal de Pio V - 1570) até ao novo ritual pós-conciliar (Novus Ordo Missae - 1970). "Por esta liturgia, que nunca foi abolida e que é considerada um tesouro, existe hoje um novo e renovado interesse. Também por esta razão, o Santo Padre pensa que chegou o tempo de facilitar, como já o tinha desejado a primeira Comissão Cardinalícia, em 1986, o acesso a esta liturgia fazendo dela uma forma extraordinária do único rito Romano", referiu o Cardeal Castrillón Hoyos, aquando da sua passagem pela Conferência de Aparecida, em Maio deste ano. Bento XVI procura apresentar todas estas decisões em continuidade com a Tradição, ligando-se às reformas dos seus predecessores, de São Gregório Magno a São Pio V, de Clemente VIII a Urbano VIII, de São Pio X a Bento XV, passando por Pio XII, o Beato João XXIII, Paulo VI e João Paulo II.»
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