quinta-feira, dezembro 29, 2005

S. Tomás Becket

Bispo e Mártir

É um homem do século XII, mas vale a pena recordar o seu exemplo.
Depois de ter desempenhado com brilho a função de chanceler do Reino da Inglaterra, foi indicado pelo rei Henrique II para arcebispo de Cantuária e primaz da Inglaterra.

Como até então era leigo, foi ordenado sacerdote e dois dias depois sagrado bispo. Sua vida se modificou completamente.

Deixou o fausto e passou a viver na simplicidade e na pobreza, colocando-se inteiramente a serviço dos necessitados, tornando-se um servidor fiel de Deus e da religião que professava.
Depressa se tornaram inevitáveis os conflitos entre aquele rei absolutista, que queria reduzir a Igreja a mero departamento do Estado inglês.

O rei sentiu-se traído por não contar mais com os préstimos de Tomás e especialmente por ele se colocar ao lado do Papa e contra as suas posições de monarca.

Em consequência dos choques cada vez mais violentos, Tomás teve de fugir para a França, onde esteve exilado por seis anos. Mais tarde retornou à sua diocese, após diligências do Papa e do rei de França, mas recomeçaram os conflitos.

O arcebispo foi avisado de que o queriam matar, mas ficou no seu lugar:
"O medo da morte não deve fazer-nos perder da vista a justiça".

E acabou assassinado brutalmente por partidários do rei, dentro de sua própria catedral. Morria assim um Homem e nascia um Santo Mártir. Era 29 de Dezembro de 1170.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Natal

A festa do amor

O Natal é a festa do amor. Deus faz-se homem, nasce num estábulo de animais. Pequeno e pobre no meio dos pequenos e dos pobres para nos ajudar a ver que a verdadeira felicidade não está nas riquezas do mundo mas onde há amor e desejo dos bens verdadeiros, que são mais de ordem espiritual que material. Talvez por isso, só os pequenos e os pobres é que conseguem penetrar verdadeiramente no mistério natalício.
O Natal é algo de profundamente misterioso. Mais para contemplar com os olhos da fé e para viver com um coração agradecido, do que para celebrar com a superficialidade de quem, ao apagar das luzes e ao cessarem os últimos ecos dos cânticos jubilosos, se esqueceu de tudo e voltou à vida de todos
os
dias, como se nada tivesse acontecido. O Menino de Belém tem de ser visto, não num cenário iluminado por lâmpadas a imitar estrelas e decorado por fios reluzentes a lembrar a prata e o ouro, mas numa composição em que o primeiro plano é, por certo, uma pobre manjedoura com um menino, mas em que o segundo é o mundo dos homens que desejam viver no amor e na paz, tantas vezes tão longe, que Jesus quis que existisse na Terra.
Quem dera que o nosso Natal deste ano fosse mais cristão, mais comprometido com a mensagem de Jesus, tendo em conta os pobres, as crianças desamparadas, os velhinhos!

sábado, dezembro 17, 2005

Deus não te vai perguntar

Quando fores julgado


Deus não te vai perguntar que tipo de carro costumavas guiar, mas vai-te perguntar quantas pessoas que necessitavam de ajuda tu transportaste.

Deus não te vai perguntar qual o tamanho e beleza da tua casa, mas vai-te perguntar quantas pessoas ajudaste a ter uma casa para se abrigar.

Deus não te vai fazer perguntas sobre as roupas do teu armário, mas vai-te perguntar quantas pessoas ajudaste a ter com que vestir.

Deus não te vai perguntar o montante dos teus bens materiais, mas vai-te perguntar como os usaste.

Deus não te vai perguntar quanto dinheiro te veio parar às mãos, mas vai-te perguntar se tu comprometeste a tua honra para obtê-lo.

Deus não te vai perguntar quantas promoções recebeste, mas vai-te perguntar de que forma tu ajudaste a promover os outros.

Deus não te vai perguntar quantos amigos tinhas, mas vai-te perguntar para quantas pessoas foste amigo.

Deus não te vai perguntar o que fizeste para proteger os teus direitos, mas vai-te perguntar o que fizeste para garantir os direitos dos outros.

Deus não te vai perguntar se as pessoas gostavam de ti, mas vai-te perguntar se gostavas delas.

Se você quer ser feliz para sempre, pense nisto!

Whit Criswell

terça-feira, dezembro 13, 2005

Ainda os crucifixos

Bispos pedem bom senso

Reunido na manhã desta terça-feira em Fátima, o Conselho Permanente da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa) analisou o tema da retirada dos crucifixos das escolas do país e pediu «bom senso» de todas as partes diante da medida.

Os bispos defenderam um sistema de laicidade que respeite os símbolos religiosos e não que os elimine, refere Agência Ecclesia.

Em declarações à agência portuguesa, Dom Carlos Azevedo, secretário da CEP, esclarece que «esta é uma questão de respeito para com uma dimensão religiosa e cultural dos cidadãos».

«O debate, sereno ou mais acalorado, que tem ocorrido nestes últimos dias, é muito proveitoso», considera o prelado, esperando que o mesmo ilumine «qualquer decisão sobre este tema».

Este responsável assegura que «a Igreja Católica não vai exigir que os Crucifixos permaneçam nas escolas, porque não foi ela quem exigiu que eles lá fossem colocados».

«Aqui há uma questão de bom senso, em cada comunidade educativa, e não pode haver um grupo de pessoas que se dê à inquisição das escolas que têm ou não crucifixos para denunciar esse fato ao Ministério», acrescenta.

Para o futuro, refere o secretário da CEP, é necessário «que se tenha em conta a realidade das comunidades educativas, os problemas que lá existem ou não, o que levará a que se respeitem, retirem ou acrescentem símbolos religiosos».

«As pessoas devem habituar-se a viver na tolerância, num verdadeiro regime de laicidade, que é um regime de respeito para com os sistemas religiosos e não de apagamento dos seus símbolos, como parece ser o sistema laicista», afirma.

sábado, dezembro 10, 2005

Cruzes, credo!

A escola, uma escolha de pais


Foi com agrado que vi, recentemente publicado pelo governo inglês, o livro Branco da Educação “Melhor Qualidade, Melhores Escolas para Todos – Mais Escolhas para os Pais e para as Escolas” (www.liberdade-educacao.org).
No seu conjunto, reforça a ideia de que a escola deve estar mais próxima das famílias, não devendo ser mais um factor de discriminação social, mas uma oportunidade de escolha para os pais, num exercício de liberdade e cidadania, sem quaisquer constrangimentos.
Afirmar as escolas abertas ao poder dos pais com efectiva possibilidade de opção pelo projecto educativo que desejam, e assumir tal afirmação como programa governativo, é de uma outra cultura que não a nossa.
Entre nós parece haver um culto repressor do cidadão, obrigado ao que não quer e sempre olhado com desconfiança pela administração pública. Quando atingiremos a maturidade necessária que nos permita gozar de liberdade de escolha nos vários sectores da sociedade?
........ Porque os haveríamos de recusar? Pelas mesmas razões, porque haveremos de recusar aos pais o direito de escolherem a escola para os seus filhos pois, está demonstrado, não fica mais caro ao Estado?
Esta liberdade de escolha para todos, e não apenas para os que podem pagar, fomentará a necessária qualidade educativa a que todos aspiramos, proporcionará igualdade de oportunidades e será factor de desenvolvimento, já que gastamos como os países mais desenvolvidos e temos resultados como os mais pobres.
Diz um estudo, citado por aquela fonte, que 76 por cento dos pais com crianças a frequentar escolas estatais deseja poder fazer uma “escolha autêntica” da escola que o seu filho frequenta. Pelo andar da carruagem, parece-me que entre nós a percentagem será superior… Desejamos um serviço público que satisfaça as nossas necessidades e tal não é, nem pode ser, um monopólio do Estado ou um feudo sindical.
Desejo que, de forma equilibrada, se vá procedendo às necessárias alterações do modelo português, desajustado da realidade do tempo presente e do mundo em que vivemos. Teremos que esperar muito?

Manuel Carvalheiro

terça-feira, dezembro 06, 2005

Honremos a nossa Padroeira

O culto a Maria


Vamos celebrar a 8 de Dezembro Maria, a Mãe de Jesus, com o título de Imaculada Conceição. Ela é, há muitos séculos, a padroeira de Portugal.
O nosso povo tem grande devoção a Nossa Senhora desde há muitos séculos e as suas aparições em Fátima só vieram incrementar ainda mais esse culto, como ainda há pouco o demonstrou em Lisboa. No entanto, volta e meia ouço ou leio críticas de irmãos protestantes acerca disso, como se fosse verdade que adoramos Maria como se de uma deusa se tratasse. Não! A Igreja Católica ensina que tudo em Maria tem raiz, orientação e sentido cristocêntrico. Isto porque tudo nela parte e se refere à sua condição de Mãe virginal de Cristo, que é Deus. É a maternidade divina de Maria a explicação do cumprimento de seu mistério e missão; é sua razão de ser, seu condicionamento prévio e posterior: ela é a Bem-aventurada porque fez a vontade de Deus.
E é para admirar esta crítica porque os fundadores do protestantismo foram também eles devotos de Maria. Martinho Lutero, no "Comentário do Magnificat" escreveu:

"Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real (descendente do rei David) é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é, na cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar o suficiente, a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade."
E Calvino, escreveu no «Corpus Reformatorum»:
"Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus" .
Não tenhamos medo de exaltar Maria e lhe pedir as suas bênçãos. Isso mesmo fez Lutero na sua obra citada acima:
"Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat... Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amén" .

quinta-feira, dezembro 01, 2005

O dever do cristão

Praticar as obras de misericórdia

“Queres honrar o Corpo de Cristo? Então não o desprezes nos seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem o honres aqui no templo com vestes de seda, enquanto ele lá fora fica abandonado ao frio e à nudez. Aquele que disse: isto é o meu Corpo, confirmando o facto com a sua palavra, também afirmou: vistes-me com fome e não me destes de comer; e ainda: quantas vezes o não fizeste a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o recusastes. No templo, o Corpo de Cristo não precisa de mantos, mas de almas puras, mas na pessoa dos pobres, Ele precisa de todo o nosso cuidado.
Aprendamos, pois, a honrar a Cristo como Ele quer. Quando pretendemos honrar alguém, devemos prestar-lhe a honra que ele prefere e não a que mais nos agrada. Também Pedro julgava honrar a Cristo, impedindo-o de lhe lavar os pés; ora isso não era honrá-lo, mas precisamente o contrário. Assim deves também tu prestar-lhe aquela honra que Ele mesmo ordenou, distribuindo pelos pobres as tuas riquezas.

Lembra-te de que é o mesmo que fazes a Cristo, quando o vês errante, peregrino e sem tecto, e tu, sem o receberes, adornas o pavimento, as paredes e as colunas do templo; suspendes cadeias de prata para os candelabros, mas não vais visitá-lo, quando Ele está preso nas cadeias do cárcere: também não digo isto para impedir os ornamentos sagrados, mas para que se faça uma coisa sem omitir a outra; ou melhor, exorto-vos a tratar do irmão necessitado, antes de ir adornar o templo. Ninguém foi acusado por omitir este segundo cuidado; mas quem despreza os pobres está condenado aos castigos do inferno, ao fogo inextinguível e ao suplício na companhia dos demónios. Por conseguinte, enquanto adornas o templo, não esqueças o teu irmão que sofre, porque este templo é mais precioso que o outro.”
(Das Homilias de S. João Crisóstomo, bispo, sobre o Evangelho de S. Mateus – Séc. IV)

terça-feira, novembro 29, 2005

É preciso estar alerta

Mas não há que ter medo!


Leio que o Bispo Eméríto de Braga lançou no passado Domingo uma crítica contundente ao processo de formação da comissão de honra das comemorações do centenário da República Portuguesa. D. Eurico Nogueira, que presidia, na igreja paroquial de Remelhe, Barcelos, à cerimónia de apresentação do livro “D. António Barroso e a Primeira República", da autoria do padre Adílio Macedo, referiu mesmo que «esta comissão não merece qualquer confiança». E sugeriu que os discursos proferidos durante os festejos, que têm lugar daqui a cinco anos, fossem marcados pelo «rigor histórico, evitando-se o facciosismo».
Aproveitando para classificar os acontecimentos da Primeira República como «a degradação máxima de uma sociedade», D. Eurico criticou «os ‘heróis' que se julgavam os representantes da vontade popular, mas que nunca procederam a uma consulta nacional.
«Não estou contra a República actual», sustentou o Arcebispo emérito de Braga, que recordou, igualmente, os «sacrifícios» de D. António Barroso e dos bispos D. Manuel Vieira de Matos e D. Sebastião Vasconcelos, que foram destituídos das suas funções eclesiásticas por decreto governamental.
Corremos o risco de se repetirem actualmente episódios semelhantes aos que levaram o Bispo D. António Barroso e outros à prisão, – o retirar das cruzes das escolas é um deles – mas como ele dizia com graça não há que ter medo:
«Há duas coisas de que o Bispo do Porto não há-de morrer: nem de parto nem de medo.»

domingo, novembro 27, 2005

Palavras dos outros

O sinal da cruz


Duas semanas depois de meio milhão de pessoas ter desfilado à chuva por Lisboa na consagração da cidade à Virgem, torna-se público que o Governo oficiou escolas do Estado para que retirem os crucifixos das paredes.

É uma medida míope que atinge especialmente o Norte. O Estado é laico, republicano, e mantém laivos socialistas. Porém, na mesma Constituição que serve de pretexto para estas decisões carbonárias pode ler-se que cabe ao Estado “proteger e valorizar o património cultural do povo português”.
É de cultura que se trata quando a nossa matriz cristã ainda é lembrada nas paredes de escolas do 1.º Ciclo, no Centro e Norte do País. Agora, uma pobre cruz na parede pode ser reclamada – falta saber quais os requisitos para a legitimidade da queixa – como violadora do princípio da laicidade do Estado e da liberdade de culto. É ridículo! Mas, principalmente, é perigoso. Para quê afrontar os sentimentos profundos de larguíssima maioria? Para quê dar azo a uma guerra artificial quando, na acção governativa, tantas outras, e tão justas, estão em curso?
Cada vez mais, o papel do Estado deve ser o de não poluir com regras imperativas as áreas onde, de forma harmoniosa, as comunidades se auto-regulam.
Octávio Ribeiro, Director-Adjunto do Correio da Manhã

Nota: Faço minhas estas palavras que sintetizam o pensar de muitas pessoas sensatas

quinta-feira, novembro 24, 2005

Excerto da Carta a Diogneto

Um texto interessante do séc. II



Os cristãos não se distinguem dos outros homens nem pela pátria, nem pela língua, nem por um género de vida especial.
Efectivamente, eles não têm cidades próprias, não usam uma linguagem peculiar e a sua vida nada tem de excêntrico. A sua doutrina não procede da imaginação fantasista de espíritos exaltados, nem se apoiam, como outros, em qualquer teoria simplesmente humana.
Vivem em cidades gregas ou bárbaras, segundo as circunstâncias de cada um e seguem costumes da terra, quer no modo de vestir, quer nos alimentos que tomam, quer em outros usos; mas a sua maneira de viver é sempre admirável e passa aos olhos de todos por um prodígio. Cada qual habita a sua pátria, mas vivem todos como de passagem; em tudo participam como os outros cidadãos, mas tudo suportam como se não tivessem pátria. Toda a terra estrangeira é sua pátria e toda a pátria lhes é estrangeira. Casam-se como toda a gente e criam os seus filhos, mas não se desfazem dos recém-gerados.
São de carne, mas não vivem segundo a carne. Habitam a terra, mas a sua cidade é o Céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas pelo seu modo de vida superam as leis. Amam toda a gente e muitos os perseguem. São pobres e enriquecem os outros; tudo lhes falta e tudo lhes sobra. São desprezados, mas no desprezo encontram a sua glória; são caluniados, mas transparece o testemunho da sua justiça. Amaldiçoam-nos e eles abençoam. Sofrem afrontas e pagam com honras.
Numa palavra: Os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo. A alma encontra-se em todos os membros do corpo; os cristãos estão em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, mas não provém do corpo; os cristãos habitam no mundo, mas não são do mundo.
A alma ama o corpo e os seus membros, mas o corpo odeia a alma; e os cristãos amam aqueles que os odeiam. A alma está encerrada no corpo, mas contém o corpo; os cristãos encontram-se detidos no mundo como um cárcere, mas são eles que sustêm o mundo.
A alma imortal habita numa tenda mortal; os cristãos vivem como peregrinos em mo­radas corruptíveis, esperando a incorrupti­bilidade dos Céus.
A alma aperfeiçoa-se com a mortificação na comida e na bebida; os cristãos, constan­temente mortificados, multiplicam-se cada vez mais.
Tão nobre é o posto que Deus lhes assinalou, que não lhes é possível desertar!
(Da Epístola a Diogneto, Século II)

quarta-feira, novembro 23, 2005

A Igreja venera as Sagradas Escrituras

4o anos da "Dei Verbum"

«21. A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez para sempre, continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Com efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual. Por isso se devem aplicar por excelência à Sagrada Escritura as palavras: «A palavra de Deus é viva e eficaz» (Hebr. 4,12), «capaz de edificar e dar a herança a todos os santificados», (Act. 20,32; cfr. 1 Tess. 2,13).»

Papa Paulo VI, 18-11-1965

segunda-feira, novembro 21, 2005

A política é fantástica

Opinião de João César das Neves no DN


Os primeiros dez anos da revolução transformaram Portugal de uma ditadura sul-americana numa democracia sul-americana. Os anos de Cavaco Silva converteram essa democracia sul-americana num Estado europeu. Infelizmente, os anos posteriores têm mudado o nosso Estado europeu numa república italiana.

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sexta-feira, novembro 18, 2005

O culto a Maria (2)

O que dizem os pais do protestantismo?

Martinho Lutero, "Comentário do Magnificat" :

"Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real (descendente do rei David) é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é, na cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar o suficiente, a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade."

Idem:

"Por justiça teria sido necessário encomendar-lhe [para Maria] um carro de ouro e conduzi-la com quatro mil cavalos, tocando a trombeta diante da carruagem, anunciando: 'Aqui viaja a mulher bendita entre todas as mulheres, a soberana de todo o género humano'. Mas tudo isso foi silenciado; a pobre jovenzinha segue a pé, por um caminho tão longo e, apesar disso, é de fato a Mãe de Deus. Por isso não nos deveríamos admirar, se todos os montes tivessem pulado e dançado de alegria."


Idem:

"Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat... Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amén" .


Calvino, «Corpus Reformatorum»:

"Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus" .

terça-feira, novembro 15, 2005

O culto a Maria (1)

A história está com a Igreja Católica

A procissão do Sábado passado em honra de Maria foi um acontecimento grandioso mas que também recebeu críticas sobretudo de protestantes e laicistas. Mas ele vem na sequência da mais antiga tradição da Igreja, que presta culto aos santos e de modo especial à Mãe de Jesus.

Há muitos textos e antiquíssimos que falam da devoção do povo cristão a Maria. Ela é a Mãe de Jesus, o Salvador. Ela é pois a Mãe de Deus (Teotokos).

Deixo aqui apenas dois exemplos de autores antigos muito apreciados pelos teólogos de hoje:

Orígenes (Anos 185 a 253) deixou escrito «Ninguém pode compreender o Evangelho se ainda não reclinou a sua cabeça sobre o peito de Jesus (referência ao Evangelho de S. João) e não tenha recebido d’Ele a Maria como Mãe».

Ireneu
(viveu na segunda metade do século II até primeiros anos do século III) escreve: «Se a primeira mulher (Eva) desobedeceu a Deus, a segunda (Maria), pelo contrário consentiu em obedecer a Deus». Ela é, diz Ireneu, a origem (seio) da nova humanidade.

A Igreja Católica ensina que tudo em Maria tem raiz, orientação e sentido cristocêntrico. Isto porque tudo nela parte e se refere à sua condição de Mãe virginal de Cristo, que é Deus.
É a maternidade divina de Maria a explicação do cumprimento de seu mistério e missão; é sua razão de ser, seu condicionamento prévio e posterior: ela é a Bem-aventurada porque fez a vontade de Deus.
A Mãe do Senhor representa a Mulher nova e, junto com Cristo, a Humanidade restaurada na amizade de Deus que o pecado havia rompido. Maria é a perfeita cristã, a primeira discípula de Cristo, que escutava a Palavra de Deus, meditava-a em seu coração e a punha em prática em toda a sua vida. Maria precedeu-nos no exemplo da fé, entrega, disponibilidade e serviço a Deus e aos irmãos. Por isso, ela é para nós o modelo da caridade e da perfeita união com Cristo.

domingo, novembro 13, 2005

Congresso da Nova Evangelização

Novos caminhos

«Neste momento uma interrogação, que é um anseio, brota do coração de todos nós: que novos caminhos se abrem para a missão da Igreja, depois deste Congresso. E a resposta principal foi-nos dada pela parábola evangélica dos talentos: a fidelidade da Igreja a Jesus Cristo Vivo, à Eucaristia que celebra, à Palavra que lhe toca o coração, ao Espírito que a santifica.

...... Toda a renovação pastoral que o Congresso nos sugira, deve visar, em primeiro plano, a fidelidade da Igreja.

Fidelidade da Igreja supõe aprofundamento da fé, caminhos renovados de catequese, distribuição a todos do pão da Palavra, conduzindo os crentes para a sabedoria, onde a inteligibilidade da fé origina uma racionalidade crente, sem dicotomias entre fé e razão, valorizando a inteligência humana como capacidade de acolhimento da Palavra. O aprofundamento da fé supõe uma visão renovada da relação entre teologia como ciência da fé e acção pastoral.

Fidelidade da Igreja supõe celebrar bem, cada vez melhor, os mistérios da fé. A Liturgia tem de ser o foco irradiador da profundidade.

Fidelidade da Igreja supõe aprender a rezar. Só na experiência da comunhão íntima com Deus se entra na Sua intimidade e se descobre a alegria de ser amado por Ele. A oração é contemplação, enquanto abandono pessoal à intimidade de amor, mas é também acção, com frutos fecundos no crescimento do Reino de Deus. Só Deus conhece em que medida o futuro da cidade depende da oração silenciosa dos íntimos de Deus. Que um justo pode salvar a cidade é já afirmado por Deus a Abraão, a propósito da ameaça de destruição de Sodoma e Gomorra (cf. Gen. 18,22-32). Deste Congresso pode surgir um grande dinamismo de aprendizagem de oração: aprender a rezar celebrando e a celebrar rezando, ganhar o gosto pela adoração, de modo particular pela adoração eucarística, descobrir que toda a vida pode ser acto de louvor.

Fidelidade da Igreja supõe valorizar as diferenças e os carismas, infinita variedade dos dons de Deus, pérolas diferentes a embelezar o rosto de uma Igreja una. É humano supervalorizar o próprio dom o que pode levar a rejeitar as diferenças. O mesmo Espírito que nos guia no discernimento dos dons de Deus, é o único que nos tornará humildes e sábios para nos alegrarmos com os dons dos outros, como acordes de uma única harmonia. O próprio Santo Padre nos convida, na Mensagem que nos dirigiu, a “reforçar a comunhão entre as estruturas paroquiais e as várias realidades carismáticas largamente presentes nas vossas cidades, a fim de que a missão possa atingir todos os ambientes da vida”. Entre os diferentes carismas que enriquecem a Igreja de Lisboa, quero referir um de que pouco se fala e pode exercer papel decisivo na renovação da Igreja e da missão: refiro-me ao carisma feminino, à maneira feminina de ser cristão, de rezar, de amar, de servir, de anunciar. Alguém me disse um dia que uma das ameaças que pesa sobre a Igreja dos nossos dias é o risco de perder a mulher. Seria, de facto, uma grave perda, para a Igreja e para a mulher. Na Primeira Leitura desta celebração é-nos dito: “Quem poderá encontrar uma mulher virtuosa? O seu valor é maior que o das pérolas” (Prov. 31,10). E é. Toda a mulher que procura ser plenamente mulher, numa relação amorosa com Jesus Cristo, é um dom precioso para a Igreja. Muitas lamentam que a Igreja seja demasiadamente masculina. Não é, de facto, e sê-lo-á cada vez menos na medida em que mais mulheres sejam santas e sejam capazes de abraçar o mundo num acto de amor.

Fidelidade da Igreja supõe revitalização contínua das suas estruturas pastorais. Entre estas sobressai, pela sua importância, a Paróquia. O Santo Padre pede-lhes que “assumam um comportamento mais missionário na pastoral quotidiana e se abram a uma colaboração mais intensa com todas as forças vivas de que a Igreja hoje dispõe”. Esta valorização da dimensão evangelizadora da Paróquia, ponto de convergência de todas as forças vivas, anuncia, certamente, o principal fruto deste Congresso. Se isso falhar, o Congresso poderá perder-se como simples evento, na memória da Igreja de Lisboa.

Fidelidade da Igreja significa, finalmente, dinamismo missionário. Uma Igreja fiel é, espontaneamente evangelizadora. Na sua fidelidade a Igreja descobre-se sempre como enviada à cidade dos homens. Cada cristão vive no meio dos outros homens e mulheres, toda a Igreja vive no meio da cidade, partilha com todos as alegrias e tristezas, os projectos e as utopias e essa convivência é o lugar do seu testemunho. Os problemas de todos os homens, nossos irmãos, são os nossos problemas, as causas justas da cidade são as nossas causas. E quando damos as mãos para partilhar problemas e anseios, podemos testemunhar a esperança com que o fazemos. Todas as causas justas da cultura e da civilização são objectivos da Igreja.3. Mas o Congresso não acaba hoje, porque ele continua, em ordem à Sessão de Bruxelas, e ganha uma densidade nova nas cidades que já organizaram as Sessões, na exigência da fidelidade. É preciso encontrar a convergência destes dois dinamismos: o entusiasmo das cidades que vão organizar as próximas sessões, e a riqueza do “post-congresso” para aqueles que já o organizaram. À Igreja de Bruxelas, a quem entregámos o testemunho, queremos garantir que o nosso desejo de fidelidade se concretizará, também, no empenho na próxima Sessão. E que a Virgem Santíssima, que abraçou esta Sessão de Lisboa, vos envolva no mesmo abraço».

Homilia de Encerramento pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa

Nota: Se quer ver o que foi o encerramento deste acto público, sobretudo a Procissão em honra de N. S. de Fátima leia no D. N.

sábado, novembro 12, 2005

Desaparecido há 15 anos!

A notícia caiu de chofre:

«Um homem com cerca de 60 anos foi encontrado no concelho de Ansião, após ter estado desaparecido durante mais de 15 anos sem que a família alguma vez tivesse apresentado queixa, informou a GNR de Leiria. O homem, natural da zona de Gândara, Paredes (Porto), foi encontrado em Soeira, Torre de Vale de Todos, Ansião (Leiria), "com aspecto andrajoso". Contou que durante este tempo, per correu o País e a Europa a pé e à boleia. Já foi entregue à família».

As pessoas correm, correm e deixam para trás o mais importante: os seus familiares. A notícia acima vinha nos jornais de hoje: um homem saiu de casa há 15 anos e ninguém se incomodou a procurá-lo, ao menos dando conta disso às autoridades.
Que fizeste do teu irmão? - perguntar-nos-á um dia Deus, como fez a Caim. (Génesis 4, 9).
E diante d'Ele não há desculpas nem mentiras.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Cuidado com a prostituição!

Uma campanha sem amor nem juízo

Leio no Correio da Manhã uma notícia sobre a morte de uma prostituta na região de Viseu, porque aceitava fazer sexo sem preservativo.
A campanha que se tem feito do uso do preservativo não atinge os objectivos porque promove um comportamento sexual desregrado e aumenta o desejo sensual. Daí que muita gente procure relações sem preservativo.
Creio mesmo que esse é o «calcanhar de aquiles» de tal propaganda. Se se fizesse ao mesmo tempo uma chamada de atenção para o desregramento que é ter relações com uma ou um qualquer - sem amor e juízo - talvez que os resultados fossem outros.
Depois culpam a Igreja por não embarcar em tais propagandas!
Na África, sabemos que a SIDA é uma epidemia. Mas quanto maior é a percentagem de católicos menor é a dessa doença. Em Portugal, quero crer que não são os católicos praticantes que procuram a prostituição. Ou estarei enganado?

quarta-feira, novembro 09, 2005

Igreja na Net deve ser criativa

Só assim evangeliza!

“Se evangelizar é comunicar então a sociedade em rede é um espaço ideal para que a evangelização possa existir. Para isso, é necessário estar lá para experimentar, fazendo! ”

Esta foi a posição defendida, no Fórum Picoas, por Gustavo Cardoso, professor auxiliar no Departamento de Ciências e Tecnologias de Informação do ISCTE, no decorrer de mais uma iniciativa no âmbito do ICNE, subordinado ao tema “Evangelização e Igreja numa sociedade em rede”.
Neste colóquio, estudantes, agentes da pastoral e profissionais da área das comunicações em rede ouviram falar de Internet, novas tecnologias, e das hipóteses que estas oferecem para a Nova Evangelização. Uma das características da sociedade em rede, apresentada por Gustavo Cardoso é a criatividade ou seja “a possibilidade de olhar para o que já existe e recombinar, mostrar com outro olhar”.
Mas a minha experiência (não sei se também a dos meus colegas internautas) diz-me que não é fácil!...

domingo, novembro 06, 2005

Só Deus é santo


Segundo a Escritura, somente Deus é Santo (cf. 1Sm 2,2; Sl 22,3; Is 6,3). A palavra hebraica «santo» (=kadosh) significa «separado». Deus é o Outro, o que está para além de tudo, o que é diverso de toda a criação, é aquele que não pode ser confundido com as criaturas.
Como entender então que S. Paulo chame de santos os cristãos? Parece haver aqui uma incongruência.
Quem souber que responda.
O valor da Bíblia na vida do cristão


O Papa Bento XVI lembrou o 40º aniversário da proclamação da Constituição Dogmática “Dei Verbum”, do Concílio Vaticano II, sublinhando a importância da Bíblia na vida da Igreja.
“A Igreja não vive de si mesma, mas do Evangelho e dele tira sempre orientação para o seu caminho”, disse.
O Papa classificou este documento sobre a Divina Revelação e a sua transmissão, a inspiração e interpretação da Bíblia, como “uma das colunas principais de todo o edifício conciliar”, do qual resultou uma profunda “renovação da comunidade eclesial”.
“A Sagrada Escritura do antigo e do novo Testamento e a sagrada Tradição contêm uma mensagem cuja compreensão aumenta na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”, referiu.
E recomendou aos fiéis que leiam diariamente a Sagrada Escritura.

sábado, novembro 05, 2005

Morreu Rosa Parks

ícone dos direitos cívicos nos EUA


Só hoje me dei conta, mas a notícia aqui fica:
Faleceu, na cidade norte-americana de Detroit, aos 92 anos de idade, uma das mais famosas personalidades do moderno movimento dos direitos cívicos nos Estados Unidos.
Rosa Parks, uma costureira, ganhou notoriedade há 50 anos na cidade de Montgomery, no Estado norte-americano do Alabama.
Foi no dia 1 de Dezembro de 1955 que Rosa Parks entrou num autocarro na cidade de Montgomery.
Ao abrigo das regras na altura, os passageiros negros deviam ceder os seus lugares aos brancos e viajar em pé se não houvesse mais assentos vagos.
"O motorista do autocarro disse que se eu me recusasse a ceder o lugar ele chamaria a polícia. Disse-lhe que não me importava. A polícia chegou e eu fui detida".
Rosa Parks foi multada em 14 dólares por infracção à lei e foi levada para a prisão.
Depois do incidente do autocarro, milhares de negros na cidade de Montgomery boicotaram, durante 381 dias, todos os autocarros na cidade.
O líder do boicote era um então praticamente desconhecido ministro da Igreja Baptista, Martin Luther King que se tornou famoso pela sua luta contra a discriminação.
Os protestos levaram à criação, em 1964, da Lei dos Direitos Cívicos, que baniu a discriminação racial nos Estados Unidos.
Foi este gesto de uma mulher do povo que contribuiu para a mudança de mentalidades. Por isso aqui a homenageamos!

Rebecca Gomperts quer aborto

Em Portugal e todos os países


"Não há razão para o referendo, é claro que existe uma maioria esmagadora de pessoas em Portugal que acha que a lei (da interrupção voluntária da gravidez) deve ser alterada em consistência com as legislações de outros países europeus, as sondagens indicam isso».
Pelo menos é o que diz ao Público Rebecca Gomperts, a dona do barco do aborto.
Ela quer o aborto. Talvez para ganhar mais uns cobres!... E não olha a meios. Entretanto, onde estão as notícias de mulheres a morrer e a ser condenadas por causa do aborto não ser legal?!
Se isso sucedesse, os meios de comunicação não o deixariam de explorar.
O aborto mata vidas inocentes. Mas isso é o menos, pensam e dizem alguns. Mas no último referendo as pessoas, na sua maioria, abstiveram-se de legalizar tal lei.
Ainda bem!...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Diálogo ecuménico

Optimismo na Rússia


Especialistas em diálogo com a Igreja ortodoxa russa vêem com optimismo os frutos da visita a Moscou do arcebispo Giovanni Lajolo, secretário do Vaticano para as Relações com os Estados.

«Actualmente, predomina em ambos lados um certo optimismo em relação à normalização das relações entre católicos e ortodoxos e o diálogo ecuménico», afirmou Peter Humeniuk, especialista em Relações com a Igreja russo-ortodoxa de «Ajuda à Igreja que Sofre» (AIS), no regresso duma viagem à Rússia.

O especialista, que acompanhou na sua visita o secretário-geral daquela Organização católica, Norbert Neuhaus, explicou: «Este ano, com o falecimento do Papa João Paulo II e a eleição de Bento XVI, os assuntos católicos estiveram muito presentes nos meios de comunicação russos. A apresentação do livro de Neuhaus, “Valores cristãos da democracia”, em Moscou, foi um êxito».

«O senhor Neuhaus celebrou também reuniões com bispos ortodoxos e visitou vários projectos subvencionados pela AIS, em particular os seminários», revela Humeniuk.

Em relação à visita a Moscovo da semana passada do secretário vaticano para as Relações com os Estados, Humeniuk disse: «À raiz da visita do arcebispo Lajolo abriu-se uma nova perspectiva para o diálogo e a cooperação com a Igreja ortodoxa russa».

Fidel Castro pede ajuda à Igreja Católica

PARA COMBATER A PRAGA DO ABORTO

Uma das notícias que me surpreendeu foi a publicada pelo jornal italiano «La Stampa» de que Fidel Castro pediu ajuda à Igreja católica para combater a praga do aborto em Cuba. A informação chegou pelo cardeal Tarsicio Bertone no término de sua recente visita à ilha, numa entrevista concedida àquele jornal. De outro modo teríamos dificuldade em admiti-la como verdadeira. É que foram regimes comunistas como o de Cuba que liberalizaram o aborto que durante milénios foi tido como uma prática desumana.
O referido cardeal – arcebispo de Génova – falou do encontro que teve com o presidente cubano, Fidel Castro, no final de sua visita de uma semana àquela ilha, onde foi acompanhar dois padres «Fidei Donum» que a sua Diocese ofereceu para pastorear Cuba.
«A difusão do aborto, como sublinhou Fidel Castro, está entre as causas da crise demográfica do país. E é também uma consequência da praga do turismo sexual. É natural que Castro esteja preocupado e que eu me envergonhe do comportamento de certos italianos no exterior», reconheceu o prelado. «No aborto e na baixa natalidade a Igreja pode dar sua contribuição num país onde já a abertura é total», descreveu.
Este apelo de Fidel Castro recorda-me um dos argumentos que muitas pessoas mesmo não católicas aduzem contra a descriminalização do aborto. Desta depressa se passa à liberalização e daí até ao desrespeito total da vida humana vai um pequeno passo. Isso denota bem que toda a cautela é pouca em liberalizar leis como a do aborto que é sempre um atentado contra vidas inocentes.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Pensamento do dia

Vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor!

Irmãos, ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e ressuscitou exactamente para isto, para ser o Senhor dos mortos e dos vivos. E tu, porque julgas o teu irmão? Ou, mesmo, por que desprezas o teu irmão? Pois é diante do tribunal de Deus que todos compareceremos. Com efeito, está escrito: "Por minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim e toda língua glorificará a Deus". Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.
Da carta de S. Paulo aos Romanos (Rm 14, 7-12)

quarta-feira, novembro 02, 2005

Dia dos Fiéis Defuntos

O cuidado devido aos mortos

Vale a pena ler todo o texto de S. Agostinho sobre o assunto. Mas deixo aqui alguns fragmentos:

«Caríssimo Paulino, meu irmão no Episcopado: há muito devo-te uma resposta...
Como me dizes, achas que não é coisa vã o sentimento que leva pessoas fiéis e religiosas a tomarem tal cuidados com os seus falecidos. Adiantas, ainda, que não é sem motivo que a Igreja universal mantém o costume de orar pelos mortos. Assim, pode-se concluir que é útil para o homem, após sua morte, ter uma sepultura desse género, providenciada pela piedade [de seus familiares], onde possa contar com a protecção dos santos».
Caro Paulino: consideras que, caso a opinião que diz ser útil sepultar os entes queridos junto à sepulturas de santos seja verdadeira, então existe uma controvérsia com relação às palavras do Apóstolo que diz: "Todos nós certamente nos apresentaremos diante do tribunal de Cristo, para recebermos a retribuição de acordo com aquilo que fizemos durante nossa vida corporal, seja para o bem ou para o mal"1
De fato, a sentença do Apóstolo exorta-nos que é antes da morte que podemos fazer o que seja útil para depois dela e não depois que ela ocorre, quando recolhemos os frutos que praticamos durante a vida.
A questão então é resolvida da seguinte maneira: enquanto vivemos neste corpo mortal, há uma certa forma de viver que permite, após a morte, obter certo alívio através das obras pias feitas em seu sufrágio. Porém, tal ajuda será proporcional ao bem que cada um de nós fizemos durante a vida».

Pode ver aqui todo o texto de S. Agostinho:

segunda-feira, outubro 31, 2005

Pensar na morte ...

... para celebrar a vida


Miguel Ângelo - Capela Sistina


Ontem passei por várias floristas que de manhã e de tarde se atarefavam a servir os clientes, pressurosos de ir até ao Cemitério, onde repousam os corpos dos seus amigos e familiares falecidos.
Amanhã é a festa de Todos os Santos. Santos inocentes e convertidos, cristãos e pagãos, casados e solteiros, crianças e adultos, canonizados ou apenas reconhecidos pela fama popular.
Todos os que viveram no amor de Deus e dos outros participam já da Glória. São para nós exemplo porque foram também sujeitos a muitas tentações e desânimos e não se deixaram vencer.
São frutos da graça e da liberdade que encontraram a sua morada na alegria de Deus. Como diz Emmanuel Kant (1724-1804), essa «é uma felicidade que a razão nem sequer ousaria desejar, mas que a revelação nos ensina a esperar firmemente confiantes.»
O cristianismo não é uma religião da morte mas da Vida. E da Vida para sempre!

sábado, outubro 29, 2005

Bom senso

Uma oportunidade à vida

José Sócrates vai respeitar promessa de referendo.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Deus existe?

DO NADA, NADA SE CRIA

Se formos acordados no meio da noite pelo ruído de um abajur derrubado no andar de baixo, qual será o primeiro pensamento que nos virá à cabeça? “Há um ladrão na casa!”, imaginaremos com um sobressalto. A seguir, enquanto prendemos a respiração e aguçamos os ouvidos para descobrir se os ruídos se repetem, a nossa mente buscará ansiosamente alguma outra explicação: Será que deixamos a janela aberta, e o vento derrubou a lâmpada? Ou terá sido apenas o gato, nas suas andanças noturnas? Ou então uma das crianças que se levantou no meio da noite para ir buscar alguma coisa na cozinha?

Seja como for, por que sentimos essa necessidade de encontrar uma explicação para o abajur derrubado? Por que não nos limitamos a dizer: “Nada derrubou o abajur. Simplesmente aconteceu; isso é tudo”, e nos viramos para o lado e voltamos a dormir? Ora bem, a razão pela qual buscamos a todo o custo uma explicação para o barulho é que somos pessoas inteligentes, temos uma cabeça que raciocina e sabemos muito bem que nada acontece sem uma causa. Isto é tão óbvio que não parece sequer valer a pena mencioná-lo. “O que quer que aconteça tem de ter sido causado por alguma outra coisa”; ou, para dizer o mesmo de uma maneira um pouco mais técnica, “todo o efeito tem de ter uma causa proporcionada”.

Ora, isto é tão evidente como o nariz no meio do nosso rosto. No entanto, existem pretensos filósofos que procuram negá-lo. “Não podemos afirmar que seja assim em todos os casos”, dizem, “porque não conhecemos todas as coisas. A nossa experiência diz-nos que todo o efeito tem uma causa, mas isso não quer dizer nada, muito menos que essa regra não admita exceções. Pode ser que em 999 trilhões, 999 bilhões, 999 milhões, 999 mil e 999 casos, tudo aquilo que acontece seja causado por alguma coisa que aconteceu antes; mas, da quadrilionésima vez, pode ser que algo aconteça sem ter sido causado por alguém ou por alguma coisa anterior. Simplesmente, não dispomos ainda de dados suficientes para comprová-lo”

Parece ridículo, não é verdade? No entanto, o ateu, para poder defender a coerência da sua posição, tem de negar a evidência dos seus próprios sentidos; tem de negar o que se costuma chamar o princípio da causalidade, isto é, que todo o efeito tem uma causa. E tem de negá-lo porque nesse princípio se baseia um dos principais argumentos para provar a existência de
Deus. Há diversas maneiras de formulá-lo, mas basta-nos apenas uma, que desenvolveremos a seguir.

Do nada, nada se cria. Se não tivermos alguma coisa para começar, não chegaremos a produzir nada. Sem farinha, ovos e açúcar, não há bolo. Sem bolota, não há carvalho. Sem pais, não há filhos. Portanto, se não existisse um Ser Eterno (isto é, que nunca começou a existir, porque a existência pertence à sua própria natureza) e Todo-Poderoso (isto é, capaz de produzir algo a partir do nada), simplesmente não existiria mundo algum, não existiriam nem árvores nem animais, não existiríamos nem você nem eu. Porque, se não existisse esse Ser Eterno e Onipotente, quem teria feito com que todas as coisas existissem? O carvalho procede de uma bolota, e essa bolota procedeu de outro carvalho; mas quem fez a primeira semente ou o primeiro carvalho? A criança nasce de uns pais, que por sua vez nasceram dos seus próprios pais; mas quem fez o primeiro homem e a primeira mulher? E se o evolucionista nos objetar que tudo começou com uma massa informe de átomos, poderemos perguntar-lhe por nossa vez: “Está bem; mas quem fez essa primeira massa informe de átomos?” Não, é necessário que tudo tenha começado a partir de Alguém que, desde toda a eternidade, tenha existido independentemente de qualquer outra coisa. E esse Alguém é precisamente Aquele a quem chamamos Deus.

Por Leo J. Trese

quinta-feira, outubro 27, 2005

Si ton coeur était droit...

Uma bela poesia de Corneille
que deixo aqui com algumas adaptações:

Si ton coeur était droit, toutes les créatures
te seraient des miroirs et des livres ouverts,
où tu verrais sans cesse, en mille lieux divers,
des modèles de vie et des doctrines pures.

Toutes, come à l’envie, te montrent leur Auteur,
Il a dans la plus basse imprimé sa hauteur,
et dans les plus petite Il est plus admirable:

De sa pleine bonté, rien ne parle à demi,
et du vaste océan la masse épouvantable
ne l ‘étale moins que la moindre fourmi.

Et tous les êtres ne parlent que de Lui
dès la Sainte Vierge au petit grain de sable,
dès la petite étoile au Soleil à midi."

Tudo fala de Deus!

A ideia que faz de Deus



Albert Einstein


Albert Einstein é um dos maiores cientistas do século XX. É dele este texto:

«A opinião comum de que devo ser ateu repousa sobre grave erro. Quem a pretende deduzir de minhas teorias científicas não as entendeu. Creio num Deus pessoal e posso dizer-lhes que, nunca, em minha vida, cedi a uma ideologia ateia.

Não há oposição entre a ciência e a religião.
Apenas há cientistas atrasados, que professam ideias que datam de 1880.

Aos dezoito anos, eu já considerava as teorias sobre o evolucionismo mecanicista e casualista como irremediavelmente antiquadas.

No interior do átomo não reinam a harmonia e a regularidade que esses cientistas costumam pressupor. Nele se depreendem apenas leis prováveis, formuladas na base de estatísticas reformáveis. Ora, essa indeterminação, no plano da matéria, abre lugar à intervenção de uma Causa, que produza o equilíbrio e a harmonia dessas reações dissemelhantes e contraditórias da matéria.

Há, porém, várias maneiras de se representar Deus. Alguns o representam como o Deus mecânico, que intervém no mundo para modificar as leis da natureza e o curso dos acontecimentos. Querem pô-lo ao seu serviço, por meio de fórmulas mágicas. É o Deus de certos primitivos, antigos ou modernos. Outros o representam como o Deus jurídico, legislador e agente policial da moralidade, que impõe o medo e estabelece distâncias. Outros, enfim, como o Deus interior, que dirige por dentro todas as coisas e que se revela aos homens no mais íntimo da consciêncía.

A mais bela e profunda emoção que se pode experimentar é a sensação do místico. Este é o semeador da verdadeira ciência. Aquele a quem seja estranha tal sensação, aquele que não mais possa sonhar e ser empolgado pelo encantamento, não passa, em verdade, de um morto.

Saber que realmente existe aquilo que é impenetrável a nós, e que se manifesta como a mais alta das sabedorias; a mais radiosa das belezas, que as nossas faculdades embotadas só podem entender em suas formas mais primitivas: esse conhecimento, esse sentimento, está no centro mesmo da verdadeira religiosidade.

A experiência cósmica religiosa é a mais forte e a mais nobre fonte de pesquisa científica. Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível, é a ideia que faço de Deus».

segunda-feira, outubro 24, 2005

Igreja em números

Aumentam católicos e sacerdotes

Por ocasião do Dia Mundial das Missões (este ano calhou a 23 de Outubro), a Santa Sé publicou estatísticas nas quais mostra que o número de católicos aumentou em todos os continentes, com excepção da Europa. Estes dados destacam um ligeiro aumento do número de sacerdotes, uma diminuição de religiosas e um impressionante crescimento de missionário leigos e catequistas. No mundo há 1.085.557.000 católicos, 15.242.000 mais que no ano anterior analisado. A Igreja católica experimentou crescimento maior no continente americano (+ 6.678.000), seguido de África (+ 6.231.000), Ásia (+ 2.434.000); e Oceania (+ 113.000). Na Europa havia nessa data 214.000 católicos menos. O número total de sacerdotes no mundo aumentou em 392 unidades, alcançando a quota de 405.450. Os aumentos mais consistentes tiveram lugar na África (+ 1.145) e Ásia (+ 1.010) enquanto que a única diminuição também teve lugar na Europa (- 1.897). O número de sacerdotes diocesanos no mundo aumentou globalmente em 707 unidades, com aumentos em todos os continentes e diminuição na Europa. Os sacerdotes religiosos diminuíram em 315 unidades. Os diáconos permanentes aumentaram 1.427 unidades, alcançando o número de 31.524. O aumento mais consistente teve lugar na América (+ 1.075) e Europa (336). A única diminuição afecta a Ásia (- 3). O número de missionários leigos no mundo é de 172.331 unidades, com um aumento global de 28.586 unidades. Em sua imensa maioria, os missionários leigos encontram-se na América (156.461) que é também o continente que registra o aumento mais significativo (+ 21.815). Os catequistas no mundo aumentaram em 80.222 unidades alcançando a quota de 2.847.673. Este aumento foi particularmente sensível na América (+ 53.675) e Europa (+ 15.672).
Agência FIDES

sexta-feira, outubro 21, 2005

Blair contra delinquentes


Ordem e respeito


Tony Blair quer restaurar o respeito na sociedade e levar famílias acusadas de comportamentos anti-sociais para bairros criados com o propósito de controlar os seus residentes através de gradeamento, câmaras de segurança e polícias que podem, a qualquer altura, fazer detenções ou impor liberdades condicionais.
E também pretende combater os maus comportamentos nas escolas, dando mais poderes aos professores e outros responsáveis. "Ordem e respeito" vai ser o lema do seu terceiro mandato.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Santa Sé na ONU

É preciso resgatar a mulher de abusos

«Todas as formas de violência contra a mulher devem ser condenadas», indicou o arcebispo Celestino Migliore – observador permanente da Santa Sé ante as Nações Unidas – no decurso da III Comissão da 60ª sessão da Assembleia Geral do organismo mundial sobre o ponto 65: «Implementação do resultado da IV Conferência Mundial sobre a Mulher e da sessão especial da Assembleia Geral titulada "Mulheres 2000: igualdade de gênero, desenvolvimento e paz no século XXI"».
Conseguir que a mulher tenha acesso às fontes de produção e ao capital, sua alfabetização e sua atenção à saúde estão entre as respostas que haveria que buscar desde a ONU à evidência mundial de que «a vulnerabilidade continua sendo uma constante» na vida feminina, considera a Santa Sé. «A violência – em todas suas formas – contra as mulheres, incluindo a violência doméstica e daninhas práticas tradicionais, constitui uma grave violação da dignidade da mulher e de seus direitos humanos. Em alguns países o feticídio e infanticídio feminino continuam», recordou. E falou na prostituição, no tráfico, na pobreza que é sobretudo feminina e na falta de cuidados médicos e higiénicos.

Demografia

Menos 3253 nascimentos, em 2004

A população portuguesa aumentou no ano passado em 54.570 indivíduos, em relação a 2003, graças aos imigrantes, pois os nascimentos foram menos 3253 do que em 2004.
A população idosa continua a aumentar, passando de 16,8 para 17 por cento e o fenómeno do envelhecimento é mais evidente entre as mulheres, tendo aumentado de 18,9 por cento em 2003 para 19,2 em 2004. Dados do INE adiantam ainda que por cada 100 indivíduos jovens há 109 idosos, valor que aumentou em relação a 2003, quando havia 107 idosos por cada 100 jovens.
Em 2004, a população portuguesa estava concentrada, na sua maioria, em Lisboa (2.760.697) e no Porto (1.272.176), seguindo-se a Península de Setúbal (757.113). As regiões do país com menos densidade população são o Pinhal Inferior Sul (composto pelos concelhos de Mação, Oleiros, Proença-a- Nova, Sertã e Vila de Rei), que tem cerca de 42 mil habitantes, e a zona da Serra da Estrela, com cerca de 48 mil pessoas.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Acudindo à desgraça

Cáritas recupera casas


Segundo lemos na Agência ECCLESIA, A Cáritas Diocesana de Leiria vai recuperar cinco casas destruídas pelos incêndios de Agosto no concelho de Pombal. O protocolo com vista à recuperação destas habitações é assinado hoje entre a autarquia daquele concelho e a Cáritas, prevendo um investimento por parte da organização de solidariedade da ordem dos 200 mil euros. As habitações a reconstruir localizam-se nas freguesias de Carnide e de Albergaria dos Doze, prevendo-se que as obras estejam concluídas no final do ano. Segundo a autarquia, esta colaboração da Cáritas tem em conta «a necessidade urgente da recuperação de habitações que deixaram desalojadas pessoas e famílias em situação de extrema carência». Este é o segundo protocolo assinado este mês pela organização católica com Câmaras da região para a reconstrução de casas destruídas pelos incêndios. No início do mês fora contemplado com parceria idêntica o concelho de Ourém, onde a Cáritas Diocesana tem a seu cargo a reconstrução de oito habitações.
Parabéns àquela Instituição católica que não perdeu tempo a aplicar os donativos recebidos e a dar casa a quem a viu arder.
Se todos fizessem assim!...

segunda-feira, outubro 17, 2005

Pobreza

Passa-se fome em Portugal.

O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, celebrado hoje, deu para reflectir. 852 milhões de pessoas sofrem de subnutrição crónica, embora se produza comida suficiente para alimentar todo o mundo. E também em Portugal as coisas não estão bem. Um em cada cinco portugueses vive no limiar da pobreza, somos o país de toda a UE onde é maior a desigualdade na distribuição de rendimentos e as cem maiores fortunas significam 17% do produto interno bruto.

terça-feira, outubro 11, 2005

Nem as sobras lhes deixam comer

Milhares a morrer à fome

A denúncia vem duma organização com credibilidade: há milhares de pessoas a morrer de fome no deserto. O que se tem passado na fronteira marroquina com Ceuta é um escândalo! Os famintos batem às portas da Europa. Querem comer. Querem trabalho. A Europa tranca-lhes as portas e mete-os no meio do deserto.
Esta é uma solução desumana. Os decisores políticos da Europa, da União ou isoladamente, deveriam olhar muito mais para a promoção e desenvolvimento humano dos países da fome. Mas não! Preferern apoiar os ditadores e exploradores dos seus povos. O que se passa na África sub-sahariana é um escândalo. É, como aprendi na minha catequese, «um pecado que brada aos Céus»!
Prender aqueles milhares de homens explorados até ao tutano, na fronteira, é compreensível numa lógica egoísta. A Europa, de facto, não tem capacidade de "absorção" de tanta gente.
Seria difícil ajudar – ainda que fosse só com o que se estraga nos países ricos – estes miseráveis a ter o mínimo de condições de sobrevivência nos seus próprios países?
Isto lembra a parábola de Jesus sobre o rico esbanjador e o pobre Lázaro!...

domingo, outubro 09, 2005

Um lutador contra Hitler

Leão de Münster foi beatificado

Hoje mesmo, dia 9 de Outubro, na Basílica de São Pedro, durante a Santa Missa, o cardeal José Saraiva Martins beatificou o bispo de Münster (Alemanha) que condenou os programas de eutanásia e a perseguição dos judeus realizada pelo nazismo. Com a beatificação deste generoso pastor, a Igreja convida-nos «a imitar seu testemunho valente e fiel nas vicissitudes de nossa época» - declarou o Cardeal português que o beatificou.
O novo Beato, cardeal Clemens August von Galen, é conhecido como o «Leão de Münster», pela maneira como ergueu a sua voz contra Hitler. Ocorre que, sendo bispo de Münster durante o período nazista, fez-se ouvir em defesa dos direitos dos pobres, dos enfermos, protestando com força contra a eutanásia, contra o sequestro de mosteiros e conventos e contra a perseguição de judeus ou a expulsão de religiosos. Para não criar sublevações por causa das denúncias contra a eutanásia pronunciadas pelo prelado, Hitler ditou em 3 de agosto de 1941 uma ordem para bloquear oficialmente a execução do programa de eutanásia. Este já não foi retomado em grande escala, ainda que tenha continuado a prática em situações particulares e mais ocultas. O cardeal agora beatificado é um exemplo para a Igreja de hoje que não deve calar-se perante os erros e as agressões contra a vida e outros direitos humanos. O Sumo Pontífice Pio XII o fez cardeal, mas um mês depois morreu santamente de peritonite», relatou o cardeal Saraiva em 20 de dezembro passado, data em que a Santa Sé promulgou um decreto de reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão e que deu lugar à sua beatificação.

sexta-feira, outubro 07, 2005

A libertação do Karma

Paralelismo entre Budismo e Cristianismo

Encontrei este texto na internet que nos dá conta de algo muito parecido com a redenção cristã e deixo-o à consideração dos meus leitores:
«Como todo ser humano errou, erra e errará, considerando que se há de viver, em algum momento, as consequências de seus erros passados, presentes e futuros, como poderia um tal ser, por si mesmo, atingir a libertação? Seria impossível. E qual então o destino dos seres ignorantes que somos? Estaríamos fadados aos infernos? Sem dúvida sim, se dependêssemos só dos nossos próprios esforços e capacidades. Mas, por compaixão desses seres infernais que somos, o Buda Amida fez seu Voto de libertar todos os seres, sem distinção entre melhores e piores. Só aqui o Budismo atinge sua dimensão universal. A libertação através do Outro Poder é motivada pelas imperfeições da natureza humana e visa resgatar o homem comum, tal como ele é aqui e agora».

«Assim sendo, é o Buddha quem liberta o ser humano. E o Buddha o faz porque compreende, ainda melhor que nós mesmos, como somos limitados. O Buddha nos liberta porque somos errôneos, falhos, imperfeitos e não apesar disso. É porque somos tal como somos que necessitamos de ajuda. Quando não o admitimos, insuflamos o ego com suas pretensões e ocultamos de nós mesmos esta face inalienável de nosso ser, justo a mais verdadeira e própria — a nossa inesgotável ignorância».

quarta-feira, outubro 05, 2005

O karma

Quem me dá uma ajuda?


Cofesso que já tinha ouvido muitas vezes a palavra Karma mas nunca tinha atentado no seu significado religioso e suas consequências na vida das pessoas. Criado e formado no cristianismo, só agora me dei conta das suas implicações na vida das pessoas.
Este termo, na física, expressa a seguinte sentença: "Para toda acção existe uma reacção de força e sentido contrário". Dentro das doutrinas budista, hinduista e outras ele significa que toda a acção feita pelo Homem tem um castigo ou prémio equivalente, nesta vida ou noutra. Se praticou o mal então receberá de volta um mal em intensidade equivalente ao mal causado. Se praticou o bem então receberá de volta um bem em intensidade equivalente ao bem causado.
Boa explicação para as doenças e azares que muitos têm nas suas vidas.
Mas será que é assim? Que nos diz o cristianismo a esse respeito?
Já agora gostava que os meus leitores me dessem uma ajuda.

terça-feira, outubro 04, 2005

S. Francisco de Assis

O jovem que imitou Cristo




Hoje, dia 4 de Outubro, a Igreja Católica celebra S. Francisco de Assis. Um jovem que tinha tudo o que o mundo invejava mas que tudo desprezou por amor A Cristo e aos irmãos mais pobres.
Vale a pena conhecer a sua vida. Felizmente a internet tem boas biografias sobre este santo.
Que ele peça por nós lá de ao pé de Deus!

domingo, outubro 02, 2005

Na França laicista

Pais acham importante o ensino da religião

O jornal católico La Croix publicou uma sondagem segundo a qual 67 por cento dos pais e avós franceses consideram ser muito importante a transmissão da religião às crianças. A proporção sobe para os 95 por cento junto dos católicos praticantes, e está nos 62 por cento entre os não praticantes.
Pais e avós entendem que essa transmissão é mais importante quando as crianças são pequenas. Parale-lamente, quase dois terços dos inquiridos interroga-se sobre o tipo de valores que se deve transmitir às suas crianças.
O mensário Europe Infos, da Comissão dos Episcopados da UE (COMECE), também dedica este mês um artigo à "instrução religiosa nas escolas na Europa", declarando que o desaparecimento do conhecimento sobre o Cristianismo na sociedade europeia provocaria «a falta de compreensão da nossa própria cultura».
O desaparecimento eminente do conhecimento religioso leva a COMECE a interrogar-se sobre as formas de travar essa tendência, levando a um conhecimento do Cristianismo como «religião directriz da Europa».
As modalidades de um ensinamento que proponha o conhecimento de conteúdos fundamentais das religiões na Europa esteve em discussão no passado mês de Abril, num Congresso de comunidades religiosas e Organizações Não-Governamentais em Estrasburgo. O debate não está encerrado, mas a COMECE considera que empurrar a disciplina de Religião para as margens do horário escolar «é uma degradação da instrução religiosa, equiparando-a a uma actividade de lazer».

quarta-feira, setembro 28, 2005

Luteranos e católicos ...

... a caminho da unidade



O Vaticano e a Federação Luterana Mundial estão a trabalhar na redacção de um documento comum sobre a Apostolicidade da Igreja e a sucessão apostólica. O encontro decorre em Bari, sul da Itália, desde o dia 23 até ao dia 29 de Setembro. Nele estão presentes os membros da Comissão católico-luterana para a unidade, sob a égide do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos (CPPUC). Este projecto preliminar vai agora seguir um processo que permita a publicação do documento em 2006. Para marcar a importância deste encontro, a Comissão recebeu a visita do Cardeal Walter Kasper, Presidente do CPPUC, e do Dr. Ishmael Noko, Secretário da Federação Luterana Mundial. O Cardeal Kasper considera o documento que está a ser ultimado como uma posição "muito sólida" e admitiu, a esse respeito, que as relações com a Federação Luterana "são óptimas". Em 1999, foi publicado em Augsburgo uma declaração conjunta sobre a Doutrina da Justificação, aprovado pela Santa Sé e pela Federação Luterana Mundial, um dos documentos mais importantes na história do ecumenismo.
«É nossa fé comum – diz esse documento – que a justificação é obra do Deus uno e trino. O Pai enviou seu Filho ao mundo para a salvação dos pecadores. A encarnação, a morte e a ressurreição de Cristo são fundamento e pressuposto da justificação. Por isso justificação significa que o próprio Cristo é nossa justiça, da qual nos tornamos participantes através do Espírito Santo segundo a vontade do Pai. Confessamos juntos: somente por graça, na fé na obra salvífica de Cristo, e não por causa de nosso mérito, somos aceites por Deus e recebemos o Espírito Santo, que nos renova os corações e nos capacita e chama para as boas obras».
«Confessamos juntos que o pecador é justificado pela fé na ação salvífica de Deus em Cristo; essa salvação lhe é presenteada pelo Espírito Santo no baptismo como fundamento de toda a sua vida cristã. Na fé justificadora o ser humano confia na promessa graciosa de Deus; nessa fé estão compreendidos a esperança em Deus e o amor a Ele. Essa fé actua pelo amor; por isso o cristão não pode e não deve ficar sem obras. Mas tudo o que, no ser humano, precede ou se segue ao livre presente da fé não é fundamento da justificação nem a faz merecer».







terça-feira, setembro 27, 2005

Cada vez nascem menos crianças

Portugal precisaria de mais 55 mil nascimentos por ano


Portugal está com o índice de natalidade mais baixo de sempre. O alerta vem da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) que evoca números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo os mais recentes estudos demográficos, o índice de fecundidade atingiu, no ano passado, no nosso País, um valor mínimo com um número de nascimentos inferior a 110 mil, menos 2,9 por cento do que em 2003.
Segundo a APFN, Portugal precisaria de mais 55 mil nascimentos por ano para garantir a indispensável renovação das gerações.
Actualmente, o número do buraco demográfico no nosso País já se cifra em 870 862, aumentando todos os anos em mais de 50 mil. O mesmo é dizer que cada vez há menos crianças e jovens em Portugal, sendo que o défice de cidadãos com idades entre 1 e 19 anos varia entre os 55 mil e os 30 mil, respectivamente.
Mais uma razão para ajudar as mulheres grávidas a criarem os filhos e não a desfazerem-se deles.


Ainda o aborto

A cegueira de quem não quer ver


Para fazer o referendo sobre o aborto, mudam-se os prazos da Constituição, distorce-se a ordem das legislaturas e atropela-se o mais elementar bom senso. Mas o que todas estas coisas pretendem esconder, aquilo que tem de ser ocultado pela retórica, é que ali está uma criança, que vai ser morta antes mesmo de poder respirar…
Leia no Diário de Notícias o artigo do professor universitário João César das Neves


sábado, setembro 24, 2005

Meditando...

Os católicos perante a tragédia

O sofrimento e a morte foram sempre um enigma. O homem sonha ser eterno e grande - por alguma razão tem uma alma espiritual - e nem sempre as coisas são como queria. Há mesmo situações que lhe roubam esse sonho.
Aquilo que aconteceu com o tsunami do sudeste asiático e o que está a acontecer com os furacões da América já aconteceu com a destruição de Pompeia no ano 79 da era cristã ou mesmo com Lisboa da era pombalina. O homem é muito pequeno perante as forças da natureza!
Só à luz da morte e ressurreição de Jesus se consegue entender a dor e a nossa própria morte. Muitas vezes angustiamo-nos perante estas tragédias. Cristo viveu-as e superou-as. Este mundo é passageiro. Todos seremos submetidos à morte para este mundo. Mas para o homem justo a morte é páscoa - ponte para uma vida melhor.





domingo, setembro 18, 2005

Dúvidas

Religião organizada ou meramente pessoal?

Leio num jornal da minha região, artigo escrito pela mão do director que cita diversos autores sobre a sua opinião acerca das religiões organizadas e religião pessoal. Em resumo penso que quer dizer que respeita as crenças pessoais mas tem muitas dúvidas sobre o valor de religiões organizadas. Está no seu direito. E Deus queira que aja em conformidade.
Dúvidas dessas nunca teve o comunismo e o nazismo e procurou pô-las em prática com os resultados que em parte se conhecem.

Opiniões são opiniões e a propósito cito a de pessoas do povo que assistem a meu lado, na capital, a um funeral puramente civil:
«Coitado! Foi enterrado como um cão...»

Concordei. E comigo tenho a história da pessoa humana
.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Desníveis sociais

Região Norte tem o mais baixo nível de vida do país

Segundo o INE, o rendimento disponível das famílias de Lisboa esteve 30% acima da média nacional de 1995 a 2002.
As famílias da região Norte passaram a ter o mais baixo nível de vida do país, entre 1995 e 2002, com o índice de rendimento disponível a ocupar a última posição.
O que não diz é que isto acontece porque o norte fica longe das instâncias de decisão.

quarta-feira, setembro 14, 2005

A escola vai mal ...

Serão os professores os culpados?

O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) põe mais uma vez Portugal nos últimos lugares no que se refere a Educação escolar:
1 - Os professores passam pouco tempo na escola;
2 - O aproveitamento é fraco;
3 - Muitos desistem antes de completar o 9.º ano.

Já o sabíamos mas
talvez valha a pena ler.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Num mundo com tanta fartura

Morrem 1200 crianças por hora devido à pobreza



Quarenta por cento da população mundial ainda subsiste na pobreza e os países estão a falhar os compromissos de reduzir a miséria, que prometeram pôr em prática até 2015.
Em todo o Mundo morrem 1200 crianças por hora, ou cerca de 900 mil por mês, devido à pobreza, revela o relatório do desenvolvimento humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Os autores do documento consideram que "está a ser quebrada" a promessa feita em 2000 a todos pobres do Mundo de reduzir a pobreza para metade em 15 anos.
Mas o progresso só se vê nos países ricos. Hoje, juntando as 500 pessoas mais ricas do mundo obtém-se um rendimento superior ao obtido por 416 milhões de pessoas pobres.
No entanto, "no meio de uma economia global cada vez mais próspera, 10,7 milhões de crianças por ano não vivem para celebrar o seu quinto aniversário e mais de mil milhões de pessoas sobrevivem numa pobreza abjecta, com menos de um dólar por dia", lê-se na introdução do relatório.Hoje, quem vive na Zâmbia tem menos possibilidades de chegar aos 30 anos de idade do que uma pessoa que tenha nascido em Inglaterra em 1840.

segunda-feira, setembro 05, 2005

A propósito do Katrina

Roubar para sobreviver




Como refere o blog LETRAS COM GARFOS «antes do Katrina, New Orleans era a cidade mais pobre dos EUA; dos seus 500 mil habitantes, mais de ¼ vivia em condições miseráveis. A taxa de criminalidade era 10 vezes superior à média dos EUA (que já é alta). A taxa de desemprego, de suicídio e de divórcios era a mais alta do país.» Assim não é de admirar que o governo dos Estados Unidos tivesse que enviar para lá um verdadeiro exército para acabar com os roubos depois do furacão.
Grande parte das pessoas não teve possibilidade de sair – não tinha carros nem dinheiro para arranjar outros meios de transporte – e depois ficou sem nada para comer e vestir.
É admissível que se trate como gatuno o que rouba para sobreviver?
Não seria mesmo um dever das pessoas ir à procura do sustento da família?


Que acha o leitor?

quinta-feira, setembro 01, 2005

Ciência e religião

Entrevista a Einstein


Jornalista: "Qual a sua ideia sobre ciência e religião?"
Einstein: "Sem religião, a ciência é aleijada. Sem ciência, a religião é cega. Diante de Deus, todos nós somos igualmente sábios e idiotas. Por maior que seja o progresso científico, estaremos sempre diante do mistério, a coisa mais bela que podemos experimentar".
Jornalista: "Há incompatibilidade entre ciência e religião?"
Einstein: "A missão do cientista é viver para os seus semelhantes. A missão da religião é promover o amor e a justiça, segundo as palavras de Cristo, de Platão, de Confúcio, do rabino Hillel, e de todos os grandes profetas. Não vejo incompatibilidade, mas uma perfeita identificação de objectivos entre ciência e religião".



Do livro "Espírito Santo, o Cristo de Deus"

quarta-feira, agosto 31, 2005

Recomeço

Após uns dias de férias

O conhecido Bispo brasileiro, D. Helder câmara, dizia:
«É graça divina começar bem.
É graça ainda maior persistir na caminhada certa, manter o ritmo...
Mas a graça das graças é não desistir... nunca!»
Seguindo este conselho, vou procurar continuar a exprimir as minhas ideias sobre aquilo que continuamente me surpreende neste mundo dos homens, aparentemente tão sábios e poderosos mas afinal tão frágeis perante as forças da natureza...
Pobres das vítimas do furacão Catrina!
A propósito, alguém me sabe dizer porque é que os homens dão sempre nomes de mulheres aos ciclones e furacões?!

domingo, agosto 21, 2005

A igreja que eu amo

é jovem


Hoje – e durante toda a semana passada – muitas centenas de milhares de jovens da Alemanha e de muitos outros países puderam testemunhar a vitalidade da sua Fé.
A sua estadia em Colónia teve o objectivo de se encontrar com o Papa e outros jovens de todas as raças, línguas e nações e de gritar ao mundo que a paz é possível e a esperança e a fé não morreram nem morrerão.
Mais uma vez esta velha Europa pôde ver com os seus próprios olhos – os meios de comunicação o levaram a todo o mundo – que a juventude é capaz de se unir à volta da Igreja de Cristo e de desmentir os maus agouros dos mais velhos.
Enquanto houver jovens assim – cheios de esperança e de fé – o mundo pode estar sossegado que o futuro está assegurado.

domingo, agosto 14, 2005

Honra aos heróis


Maximiliano Kolbe

Faz hoje 64 anos que morreu Maximiliano Kolbe. Sacerdote polaco, dedicou-se ao apostolado cristão fundando o movimento Milícia de Maria Imaculada.Mas não é por isso que merece as honras deste blog e até da humanidade. É que ele deu a vida para salvar um outro prisioneiro, Francisco Gajowniczek, que tinha sido escolhido – e mais nove – para morrer à fome, fechado na cela no 18, no porão do Bloco 11, o Bloco da Morte, como castigo pela fuga de um companheiro do famoso campo de concentração nazi, Auschwitz.O Padre Kolbe não tinha sido escolhido para morrer mas ofereceu-se em lugar de Gajowniczek que gritava desesperado quando ouviu o seu nome.São Homens destes que merecem ser engrandecidos como exemplo para todos nós. A Igreja católica a que ele pertencia honrou-o com a beatificação em 1971 e a canonização em 1982.