quarta-feira, dezembro 24, 2008
terça-feira, dezembro 23, 2008
Feliz Natal para todos!
O Menino escolheu nascer pobre, Ele que tinha tudo. Para nos dizer que os bens materiais não são tudo.
Mas todos precisam de um mínimo para se sentirem pessoas.
Esta é uma quadra de pensar nos outros, sobretudo nos mais pobres.
Aqui na minha paróquia alguma coisa se faz nesse sentido. É uma forma de acolher a mensagem de Jesus.
Bom natal para todos!
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Uma carta comovente
De uma leitora identificada, recebemos cópia duma carta que mandou à filha e que muito nos comoveu. Aqui a deixamos para os leitores poderem também saborear:
«Querida filha:Nas vésperas de Natal estou um pouco mais comovida, por me lembrar de ti quando nasceste. Eras pequenina! E linda como o Menino do presépio.Então eu era uma jovem cheia de vida e de sonhos. E tu ajudaste-me a realizá-los.
Porém, agora começo a sentir-me cansada e velha. Peço-te, pois, que tenhas paciência comigo.Se eu durar mais uns anos, é provável que me torne para ti um peso. No dia em que eu não for mais a mesma, tem paciência e compreende-me.
Quando deixar cair comida na toalha ou na minha roupa, desculpa-me. Também tu fazias isso quando eras pequenina.
Se eu repetir as mesmas coisas que já me ouviste vezes sem conta, lembra-te das histórias que eu tive de repetir para adormeceres ou para sossegares.
Se eu alguma vez sujar a minha roupa, por não conseguir controlar as minhas necessidades fisiológicas, não te chateis nem ralhes comigo. Quantas vezes eu tive de te mudar as fraldas e a roupa para andares sempre bem cheirosa e asseada.
Não me reproves se eu não quiser tomar banho. Os velhos são como as crianças. Insiste comigo que foi o que eu fiz contigo.
Quando achares que eu não sei nada do mundo de hoje, não faças pouco de mim. Compreende-me! Lembra-te que quando eras pequena também te tive de ensinar a andar, a falar, a comer ... e tantas outras coisas.
Se alguma vez eu não quiser comer, insiste comigo mas não te aborreças. Também tu me deste muito trabalho na hora de te alimentar.
Se eu começar a ter dificuldade em andar, não me deixes para aí a um canto. Não te peço que me leves ao colo, mas apoia-me e ajuda-me como eu há anos tive de fazer contigo até conseguires andar sem qualquer dificuldade.
Por último, não leves a mal se alguma vez te disser que preferia morrer. Não é para te acusar de falta de carinho ou por já não gostar de viver contigo. Tu és o que mais amo e mesmo depois de partir continuarei a agradecer a Deus a querida filha que Ele me deu. Só espero que tu sejas tão feliz com os teus filhos como eu sou contigo. Mas sabes, a vida de dependência que tenho de levar é muito difícil. E às vezes desanimo.
Que Deus me ajude!Tua mãe que nunca te esquece. Ana»
terça-feira, dezembro 16, 2008
O exemplo de um médico
Joaquim Isabelinha, médico oftalmologista de Santarém, completou um século de vida na última sexta-feira, dia 5 de Dezembro, e acaba de ser homenageado, durante um almoço, por centenas de amigos. E ainda há quatro anos atendia pessoas no seu consultório, juntamente com o filho.
O médico ainda recorda pormenores de sua vida de estudante e de jogador da Académica. Gosta muito de História, daquela que "revela a presença de Portugal no mundo", e de livros religiosos. "Já li muitas vezes o livro dos pastorinhos e quando acabo de ler até dou um beijinho", conta.
"Gosto muito de ajudar e até deixei de sair, de fazer viagens e coisas assim para ter dinheiro para dar", conta sorrindo, lembrando que "apesar das pernas não estarem muito bem" ainda vai à igreja e dá as suas esmolas.
Com a ajuda de um pequeno "andarilho", Joaquim Isabelinha continua a sair de casa. "Vou ali ao Tico-tico e às vezes pago uns almoços aos pobres". Para além disso gosta de andar com rebuçados no bolso para dar às crianças, tantas vezes netos ou filhos dos que ajudou. Não é por acaso que é conhecido por mé dico dos pobres.
Viúvo, com um filho também oftalmologista, três netos, dois dos quais a estudar medicina – e uma bisneta que "é um encanto" – o médico reformado gosta de conversar e não esquece pormenores de uma vida "de trabalho", mas também animada pelos muitos amigos que foi tendo.A sua longevidade, assegura, deve-se ao facto de "nunca ter perdido noites".
Enaltece as duas senhoras que tomam conta dele, uma há 18 e outra há mais de 24 anos, e diz que ultimamente até o ensinaram a cantar. E é com lágrimas nos olhos que recorda Filipe dos Santos, seu colega de curso e "um grande médico". Nasceu em Cabo Verde e veio para Portugal estudar. "Tinha impressão desagradável das pessoas e pensava que seria mal recebido por causa da cor. Afinal foi o contrário", conta o médico, recordando que tal como ele, Filipe dos Santos também foi jogador da Académica, e quando "passava pela rua, vinham todos abraçá-lo".São pessoas como este médico que nos ajudam a acreditar no futuro da humanidade.
O médico ainda recorda pormenores de sua vida de estudante e de jogador da Académica. Gosta muito de História, daquela que "revela a presença de Portugal no mundo", e de livros religiosos. "Já li muitas vezes o livro dos pastorinhos e quando acabo de ler até dou um beijinho", conta.
"Gosto muito de ajudar e até deixei de sair, de fazer viagens e coisas assim para ter dinheiro para dar", conta sorrindo, lembrando que "apesar das pernas não estarem muito bem" ainda vai à igreja e dá as suas esmolas.
Com a ajuda de um pequeno "andarilho", Joaquim Isabelinha continua a sair de casa. "Vou ali ao Tico-tico e às vezes pago uns almoços aos pobres". Para além disso gosta de andar com rebuçados no bolso para dar às crianças, tantas vezes netos ou filhos dos que ajudou. Não é por acaso que é conhecido por mé dico dos pobres.
Viúvo, com um filho também oftalmologista, três netos, dois dos quais a estudar medicina – e uma bisneta que "é um encanto" – o médico reformado gosta de conversar e não esquece pormenores de uma vida "de trabalho", mas também animada pelos muitos amigos que foi tendo.A sua longevidade, assegura, deve-se ao facto de "nunca ter perdido noites".
Enaltece as duas senhoras que tomam conta dele, uma há 18 e outra há mais de 24 anos, e diz que ultimamente até o ensinaram a cantar. E é com lágrimas nos olhos que recorda Filipe dos Santos, seu colega de curso e "um grande médico". Nasceu em Cabo Verde e veio para Portugal estudar. "Tinha impressão desagradável das pessoas e pensava que seria mal recebido por causa da cor. Afinal foi o contrário", conta o médico, recordando que tal como ele, Filipe dos Santos também foi jogador da Académica, e quando "passava pela rua, vinham todos abraçá-lo".São pessoas como este médico que nos ajudam a acreditar no futuro da humanidade.
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Como consertar o nosso mundo?
As pessoas andam atemorizadas e não sem razão. Os meios de comunicação estão cheios de notícias de assaltos e mortes. Muitos dos nossos concidadãos parece que só se preocupam em satisfazer os seus piores instintos.
Muitas famílias estão destruídas, as leis parece defenderem os marginais e não há quem nos acuda. Nem as famílias nem a escola consegue cumprir a sua missão.
Como é que se consegue consertar um mundo assim?
A história que segue pode ajudar-nos a encontrar a solução.
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias e dias fechado no seu laboratório em busca de respostas para todas as suas dúvidas.Certo dia, o seu filho de sete anos invadiu o seu “santuário” decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista bem pediu ao filho para ir brincar para outro lado. Vendo que seria impossível removê-lo, o pai procurou algo que pudesse dar ao seu filho que o pudesse distrair para que ele não fosse incomodado.
Numa revista encontrou um mapa do mundo! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, juntamente com um rolo de fita adesiva, entregou-o ao filho dizendo:
– Tu gostas de puzzles? Então vou te dar este com o mundo para resolveres. Aqui está o mundo todo partido. Vê se consegues consertá-lo bem direitinho!
Calculou que a criança não conseguiria. Algum tempo depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
– Pai, pai, já fiz tudo.Relutante, o cientista levantou os olhos das suas anotações, certo de que o puzlle não estava acabado. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Uma criança… impossível!– Filho, tu não sabias como era o mundo… Como conseguiste?
– Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando o pai tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando o pai me deu o mundo para consertar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o Mundo.
Muitas famílias estão destruídas, as leis parece defenderem os marginais e não há quem nos acuda. Nem as famílias nem a escola consegue cumprir a sua missão.
Como é que se consegue consertar um mundo assim?
A história que segue pode ajudar-nos a encontrar a solução.
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias e dias fechado no seu laboratório em busca de respostas para todas as suas dúvidas.Certo dia, o seu filho de sete anos invadiu o seu “santuário” decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista bem pediu ao filho para ir brincar para outro lado. Vendo que seria impossível removê-lo, o pai procurou algo que pudesse dar ao seu filho que o pudesse distrair para que ele não fosse incomodado.
Numa revista encontrou um mapa do mundo! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, juntamente com um rolo de fita adesiva, entregou-o ao filho dizendo:
– Tu gostas de puzzles? Então vou te dar este com o mundo para resolveres. Aqui está o mundo todo partido. Vê se consegues consertá-lo bem direitinho!
Calculou que a criança não conseguiria. Algum tempo depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
– Pai, pai, já fiz tudo.Relutante, o cientista levantou os olhos das suas anotações, certo de que o puzlle não estava acabado. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Uma criança… impossível!– Filho, tu não sabias como era o mundo… Como conseguiste?
– Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando o pai tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando o pai me deu o mundo para consertar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o Mundo.
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Pai, podias vender-me uma hora do teu tempo?
Se não é verdadeira, pelo menos podia ser. E então nos nossos tempos é muito significativa esta história que a seguir reproduzo:
Uma criança perguntou timidamente ao pai quando este regressava do trabalho:
— Pai, quanto é que ganhas por hora?
O pai, friamente, respondeu:
— Para que queres tu saber? São dez euros por hora.
— Então, pai, poderias emprestar-me três euros?
— Ah! É por isso que queres saber quando ganho por hora?! Vai para a cama e não me aborreças mais!
Daí a bocado, o pai começou a pensar no que tinha acontecido e sentiu-se culpado. Talvez o filho necessite de comprar algo. Entrou no quarto e perguntou-lhe baixinho:
— Filho, já estás a dormir?
— Não, pai.
— Olha, aqui tens os três euros que me pediste.
— Muito obrigado, pai. Depois a criança levantou-se, foi buscar os sete euros do mealheiro e disse ao pai:
— Agora já tenho dez euros! Pai, podias vender-me uma hora do teu tempo?
Hoje os pais têm pouco tempo para estarem com os filhos. E isso vai prejudicar a sua relação no futuro. A começar pelo menos na adolescência. Há filhos que não contam nada aos pais. Nem mesmo as coisas que os afligem ou magoam. Não há comunicação. E isso em muitos casos é fatal. A marginalidade, as relações amorosas antes do tempo, o álcool e a droga têm origem nessa falta de diálogo e comunicação.Se é pai ou mãe esteja atento. Os pais dão muitas coisas aos filhos. Mas o que eles mais necessitam é que lhes dêem tempo para os escutarem.
quinta-feira, novembro 27, 2008
Crianças difíceis
Segundo os jornais, nos últimos três anos, mais de 70 crianças que foram acolhidas por uma família para adopção foram devolvidas às instituições, segundo números oficiais. Os casais de pré-adopção não conseguiram uma boa relação com estes menores.
Por aqui se vê que não é fácil educar nos tempos que correm. E acusações que por vezes se fazem às instituições de acolhimento de gente nova a maior parte das vezes não têm qualquer fundamento.
Actualmente até os pais têm dificuldades em lidar com os filhos. Daí o crescente fenómeno de famílias em que os pais são maltratados pelos filhos. Este foi mesmo o tema central de um encontro que se realizou nos passados dias 27 e 28 de Novembro, no Porto, com a participação de especialistas portugueses e estrangeiros.
"No futuro, o grande desafio para pais e educadores será encontrar um equilíbrio entre a difícil tarefa de educar e os limites que o amor impõe", salientou hoje, à Lusa, uma fonte ligada à organização do encontro. A iniciativa, promovida pela Crescer-Ser - Associação Portuguesa para os Direitos dos Menores e da Família, surge numa altura em que "começa a ter uma expressão preocupante em Portugal o fenómeno das famílias maltratadas pelos filhos".
O primeiro provedor de menores em Espanha, Javier Urra, foi um dos participantes neste encontro, onde abordou o problema da comunicação entre pais e filhos, numa análise da difícil relação entre jovens e adultos. Javier Urra, psicólogo forense, é o autor do livro 'O Pequeno Ditador', onde defende que os limites e as regras são fundamentais na educação das crianças.
O livro, que já vendeu mais de 180 mil exemplares em Espanha e cerca de 20 mil em Portugal, pretende ajudar os pais a evitar que os filhos se transformem em pequenos ditadores, segundo admitiu o autor em declarações públicas.
Claro que a culpa não é só das crianças e dos pais. O ritmo frenético de vida que levamos actualmente, com diversas atribuições a serem cumpridas e uma profusão enorme de informações absorvidas até mesmo involuntariamente, não afecta apenas os adultos, esses seres ansiosos e estressados. As crianças também estão cada vez mais no alvo maléfico desse turbilhão, com consequências nefastas aos pequenos.
domingo, novembro 23, 2008
À espera do Senhor Jesus
Entramos hoje no Advento, tempo no qual a Igreja celebra a espera do Salvador. Sim, porque ele foi esperado. E esperado ansiosamente, de modo que não é somente o Enviado do Pai, mas também o Esperado por nós! «Mais que o vigia pela aurora, mais que a terra pelo sol nascente, mais que a flor pelo orvalho, nós o esperamos» - escreve o salmista.
Primeiramente, o esperado por Israel, o Povo eleito. Esperado porque Deus o prometera a Abraão, aos Patriarcas, a Moisés, a David, aos Profetas. Deus prometera... e quando Deus promete, não falha jamais!
Mas o Salvador que Deus nos enviou foi também esperado pelos pagãos, por todos os povos! É uma ideia de que nem sempre nos lembramos e, no entanto, é um aspecto importante do Advento: os pagãos desejaram o Salvador! Como pode ser isso? É verdade: eles não conheciam as promessas de Deus; eles não conheciam o Deus verdadeiro; eles não sabiam nada a respeito do Messias... Mas eles tinham e têm ainda no coração um desejo louco de paz, uma sede insaciável de verdade, de vida, de amor... sede que Deus mesmo colocou nos seus corações para que sem saberem, às apalpadelas, buscassem Aquele único que pode dar repouso ao coração humano.
Enquanto nós cristãos preparamos o Natal do Senhor, abrimos também o horizonte para o dia da Sua vinda definitiva, que o Credo Apostólico diz que é para "para julgar os vivos e os mortos". O Senhor que veio em nossa carne, prepara um mundo novo, "que olho nenhum viu, ouvido nenhum escutou, sentido algum experimentou o que Deus preparou para os seus".Esta é a esperança que celebramos no Advento e que deve despertar em nós o desejo de nos voltarmos para Deus, de acolher aquele que se diz: "Emanuel", Deus connosco. Devemos abrir-nos para o transcendente, para valores espirituais, para imitar o Filho de Deus, que nos amou até ao fim.
Primeiramente, o esperado por Israel, o Povo eleito. Esperado porque Deus o prometera a Abraão, aos Patriarcas, a Moisés, a David, aos Profetas. Deus prometera... e quando Deus promete, não falha jamais!
Mas o Salvador que Deus nos enviou foi também esperado pelos pagãos, por todos os povos! É uma ideia de que nem sempre nos lembramos e, no entanto, é um aspecto importante do Advento: os pagãos desejaram o Salvador! Como pode ser isso? É verdade: eles não conheciam as promessas de Deus; eles não conheciam o Deus verdadeiro; eles não sabiam nada a respeito do Messias... Mas eles tinham e têm ainda no coração um desejo louco de paz, uma sede insaciável de verdade, de vida, de amor... sede que Deus mesmo colocou nos seus corações para que sem saberem, às apalpadelas, buscassem Aquele único que pode dar repouso ao coração humano.
Enquanto nós cristãos preparamos o Natal do Senhor, abrimos também o horizonte para o dia da Sua vinda definitiva, que o Credo Apostólico diz que é para "para julgar os vivos e os mortos". O Senhor que veio em nossa carne, prepara um mundo novo, "que olho nenhum viu, ouvido nenhum escutou, sentido algum experimentou o que Deus preparou para os seus".Esta é a esperança que celebramos no Advento e que deve despertar em nós o desejo de nos voltarmos para Deus, de acolher aquele que se diz: "Emanuel", Deus connosco. Devemos abrir-nos para o transcendente, para valores espirituais, para imitar o Filho de Deus, que nos amou até ao fim.
sexta-feira, novembro 21, 2008
A linguagem de Deus
O João Lucas, que conheci há anos mas que não sabia onde parava, mandou-me o livro de Francis Collins, “A linguagem de Deus”. Francis S. Collins não é um escritor ou cientista qualquer. É um dos biólogos mais destacados dos Estados Unidos e o que chefiou a equipa que decifrou o mapa do Genoma Humano em 2001.
Desde então tem sido o cientista que mais rastreou genes com vista ao tratamento de doenças em todo o mundo.
Collins é conhecido também por pertencer a um grupo de notáveis cientistas cujo compromisso com a investigação do mundo natural não impede a profissão da fé religiosa.
Nas 300 páginas da obra o biólogo conta como deixou de ser ateu para se tornar cristão aos 27 anos e afirma que as pessoas precisam tanto da ciência como da religião. Elas não são incompatíveis, mas complementares, explica o cientista.
Houve um período em minha vida em que era conveniente não acreditar em Deus. Eu era jovem, e a física, a química, a matemática, pareciam ter todas as respostas para os mistérios da vida. Reduzir tudo a equações era uma forma de exercer total controle sobre meu mundo. Percebi que a ciência não substitui a religião quando ingressei na escola de medicina. Vi pessoas sofrendo de males terríveis. Uma delas depois de me contar sobre sua fé e como conseguia forças para superar a doença, perguntou-me em que eu acreditava. Disse-lhe que não acreditava em nada. Pareceu-me uma resposta vaga, uma frase feita de um cientista, ingénuo, que se achava capaz de tirar conclusões sobre um assunto tão profundo e negar a evidência de que existe algo maior do que equações. Eu tinha 27 anos. Não passava de um rapaz insolente. Estava negando a possibilidade de haver algo capaz de explicar questões para as quais nunca encontramos respostas, mas que movem o mundo e fazem as pessoas superar desafios.
A alguém que lhe perguntou se é possível acreditar nas teorias evolucionistas de Darwin e em Deus ao mesmo tempo, ele respondeu:
– Com certeza. Se no começo dos tempos Deus escolheu usar o mecanismo da evolução para criar a diversidade de vida que existe no planeta para produzir criaturas que à sua imagem tenham livre arbítrio, alma e capacidade de discernir entre o bem e o mal, quem somos nós para dizer que ele não deveria ter criado o mundo dessa forma.
E declarou a sua opinião sobre se os biólogos estão brincando como se fossem eles Deus?
– O importante é não reagir de forma exagerada à perspectiva de que as pessoas possam vir a fazer mau uso das descobertas da genética mas sim focar o bom lado dessa brincadeira. A maior parte das pesquisas genéticas buscam a cura de doenças como o cancro, problemas cardíacos, esquizofrenia. São objectivos louváveis. Para evitar o uso impróprio da ciência, o Projecto Genoma Humano, apoia um programa que visa preservar a ética nas pesquisas genéticas e certificar-se de que todas as nossas descobertas beneficiarão as pessoas e a sociedade.
terça-feira, novembro 18, 2008
Feitiçaria e quejandos
Muitas pessoas continuam a acreditar em bruxos e feiticeiros, em pleno século XXI. E devido a causas várias, tais práticas ganham relevo nas nossas sociedades modernas. É que, por mais que alguns digam o contrário, o homem é um ser espiritual e religioso, que acredita no sobrenatural e na intervenção de Deus ou de espíritos bons e maus na sua vida.
Feitiçaria designa a prática ou celebração de rituais, orações ou cultos com ou sem uso de amuletos ou talismãs (objectos ao qual são atribuídos poderes mágicos), por parte de adeptos do ocultismo com vista à obtenção de resultados, favores ou objectivos que, regra geral, não são da vontade de terceiros.
Sendo assim, esta prática vira-se contra terceiros e é considerada como uma forma de atentar contra a integridade física ou psicológica dos indivíduos ou das comunidades, ou contra os seus bens, sendo vista como perturbadora e mesmo prejudicial, pois tenta atingir objectivos ilícitos contra a vontade de terceiros.
Já o Antigo Testamento repudia frontalmente bruxarias e feitiçarias. Em Êxodo 22, 18, lê-se “Não permitirás que viva a feiticeira”. E S. Paulo entendia como “feiticeiro” aquele que praticava o intercâmbio com os demónios, que nos cultos pagãos eram tidos como deuses ou espíritos de mortos.
Um dos combates da Igreja foi sempre a bruxaria e feitiçaria. A conhecida Inquisição virava-se muitas vezes contra os que praticavam essas “artes”, umas vezes entregando à justiça dos soberanos os que eram acusados de tais práticas, outras vezes ilibando-os das acusações que os vizinhos ou outras pessoas lhes faziam. E, segundo consta, nos países onde não foi instituída a Inquisição, foram muitos os milhares de pessoas acusadas deste “ofício” e castigadas com a morte, em muito maior número e proporção das que foram condenadas pela referida instituição inquisitorial.
Há muita gente a ganhar a vida, explorando a crendice de incautos. Por isso há que estar de pé atrás e não recorrer a este género de pessoas para resolver problemas psíquicos ou de índole afectiva ou financeira. E também não se deixar influenciar psicologicamente por eventuais feitiços que lhes possam fazer. A confiança dum cristão deve ser depositada no poder de Deus, que é infinitamente mais forte que qualquer “espírito” ou feitiço.
sexta-feira, novembro 14, 2008
Milagre da Fé
Segundo conta o Diário de Notícias, Antónia Vallejo, espanhola de Trigueros, perto de Huelva, foi a Fátima em cadeira de rodas, no dia 13 de Outubro passado, com a perna esquerda paralisada devido a uma cirurgia à bexiga que correu mal. Diz que sentiu um impulso para se levantar e foi o que fez. Acredita que foi um milagre da Virgem.
Quando o drama lhe bateu à porta, a sua vida deu uma volta de 180 graus. "Os dias não tinham significado e sentia que estava morta. Dependia do meu marido e não queria dar-lhe trabalho. Recebia a visita de vizinhos, amigos e familiares a as minhas netas perguntavam-me o que se passava. Mas, apesar de tudo, sempre acreditei que podia recuperar", refere Antónia Vallejo. O médico, em Huelva, é que não acreditava. Apesar do sofrimento, a senhora ia à missa. Mas para sair do seu apartamento, no primeiro andar, tinham de a ajudar a sair da cadeira de rodas, uma tarefa sempre difícil.
Milagre ou cura de ordem psíquica, o certo é que a Antónia salta de alegria como uma moça de 20 anos. Os exames médicos talvez possam dizer alguma coisa. A Igreja sem isso não se pronuncia.
Hoje ninguém tem dúvida de que a fé ajuda muito as pessoas a recuperarem dos seus males e das suas doenças. Harold Koenig foi pioneiro no estudo científico do potencial de cura da fé. Sua equipe reuniu provas convincentes de que a fé religiosa não apenas promove boa saúde geral, mas também ajuda na recuperação de doenças graves.
Num estudo envolvendo 455 idosos hospitalizados, por exemplo, Koenig observou que a média de internamento daqueles que frequentavam a igreja mais de uma vez por semana era de quatro dias. Os que nunca ou quase nunca iam à igreja permaneciam hospitalizados de 10 a 12 dias.
Um estudo da Faculdade de Medicina de Dartinouth revelou que a probabilidade de pacientes cardíacos morrerem após a cirurgia era 14 vezes maior entre aqueles que não participavam de actividades de grupo nem encontravam conforto na religião. Num prazo de seis meses após a cirurgia, 21 pacientes morreram – mas entre os 37 que se declararam "profundamente religiosos" não ocorreu nenhuma morte.
Cientistas em Israel estudaram 3.900 pessoas vivendo em kibutzim durante um período de 16 anos. A taxa de mortalidade relacionada com doenças cardiovasculares e cancro era 40% mais baixa nos indivíduos religiosos do que em seus pares sem religião.
Até por isso vale a pena ser religioso.
sábado, novembro 08, 2008
Razões para amar a Igreja
Neste fim de semana reflecte-se sobre a Igreja, aproveitando a celebração da Dedicação da Sede principal da Igreja Católica, a Igreja de S. João de Latrão.
Para isso resumi uum artigo que vi na internet, já não sei onde:
1. A Igreja nasceu do amor de Deus pelos homens. A primeira razão que me leva a amar a Igreja é que ela nasceu do sangue de Jesus Cristo. Como poderia eu amar a Cristo sem amar, ao mesmo tempo, aquilo pelo qual Ele deu a Sua vida? A Igreja – boa, má, medíocre, santa ou pecadora, tudo isso junto – foi e continua a ser a razão de Cristo se fazer homem e se deixar matar numa cruz.
2. A Igreja deu-me Cristo. Através dessa imensa cadeia de crentes – uns mais santos, outros mais pecadores – chegaram-me os seus ensinamentos e os seus sacramentos. A Igreja não é Cristo, bem sei. Ele é o absoluto, o fim; ela, apenas o meio. O cano não é a água que passa por ele, mas o cano é que me traz a água!
3. A Igreja tem muita gente boa. Que seria do mundo sem tanta gente que se entregou e entrega de alma e coração aos mais pobres e desprotegidos?! Há alguma outra instituição que tenha feito mais em favor dos que sofrem do que a Igreja? Foi também a Igreja que fundou os hospitais e as escolas. Conhecemos o que muitos autores antigos escreveram porque os frades foram fazendo cópias dos livros que se iam deteriorando. Muitas centenas de milhares de homens e mulheres da Igreja ainda hoje deixam o conforto das suas terras e famílias e partem para terras inóspitas para ajudarem os mais pobres.
4. A Igreja não é perfeita. Ela é composta por homens e mulheres, como tu e eu. Mas já viste que se ela fosse perfeita, não teríamos lugar nela!... A Igreja é medíocre por estar formada de pessoas como nós. Mas que seria se ela agora começasse a expulsar todos os que não fossem perfeitos?!...
5. A Igreja é a minha mãe. Gerou-me e continua a amamentar-me. Gostaria de poder dizer, como Orígenes, que "a Igreja arrebatou-me o coração. Ela é a minha pátria espiritual, a minha mãe e os meus irmãos". Não posso por isso deixar de a amar, apesar das suas imperfeições.
quarta-feira, novembro 05, 2008
A inveja é um sentimento ruim
A inveja é um dos sentimentos mais torpes e difíceis de serem eliminados da alma humana. Todos a conhecemos, muitos a sofremos e outros tantos a exercitam na forma como apreciam os outros. Parecendo quase inócuo, trata-se entretanto de um dos vícios que mais causa sofrimento à humanidade.
Uma mãe há dias desabafava comigo a propósito da formatura da filha:
– Sinto-me orgulhosa de ver a minha filha formada, mas nem imagina a inveja que isso tem provocado em certas pessoas. Que foi pena ela não ter escolhido outro curso. Que o que ela tirou não dá grandes hipóteses de emprego. Que a minha (dela) filha não foi para a universidade mas já tem um bom emprego. Que a minha, coitada, vai ter dificuldade em governar-se. Etc., etc..
Respondi-lhe que não ligasse, porque sempre ouvi dizer que a inveja é que faz falar.
Lembrei-me deste desabafo ao ler a seguinte história:
Um dia, um certo lavrador enquanto limpava o suor, olhou para um camionista que passava na estrada e disse para consigo:
– Feliz daquele camionista que ganha a vida sentado e à sombra. Ele pode viajar e conhecer o mundo, enquanto eu aqui agarrado à terra.
Por seu lado, o camionista, a um certo momento, foi ultrapassado por um carro de luxo, conduzido por um empresário. O camionista cobiçou esse carro dizendo:
– Quem me dera ter a vida de um empresário: bom automóvel, sem patrões, sem horários...
Mais à frente, o empresário teve de parar num semáforo e viu um avião. Disse então para consigo:
– Como deve ser agradável a vida de um piloto: viaja gratuitamente e conhece o mundo inteiro.
Entretanto, o piloto do avião avistou no meio de um campo um ponto escuro. Verificou que era um lavrador e disse para consigo:
Que bela deve ser a vida calma de um camponês. E eu aqui no ar, longe da minha família e dos meus amigos, nesta vida agitada de um lado para o outro. Como eu gostava de passar a vida no campo!
Lição desta história: todas as vidas têm as suas coisas boas e más. E a melhor coisa é cada um saber tirar o que de bom a sua vida contém.
quarta-feira, outubro 29, 2008
Morre mais um ícone da caridade
Faleceu, no passado dia 20 de Outubro, a Irmã Emmanuelle, que dedicou a vida a ajudar os mais pobres. Segundo uma sondagem recente, recorda L'Osservatore Romano, «era a mulher mais popular e querida da França». Ao dar a notícia do falecimento da Irmã Emmanuelle, o jornal do Vaticano a qualificou com as palavras com que é conhecida pela opinião pública: «ícone da solidariedade e apoio dos pobres e marginalizados».
Nascida em Bruxelas de pai francês e mãe belga, iria completar 100 anos de vida em 16 de Novembro. Segundo sua vontade, o seu enterro acontecerá em privado.
Em 1971, quando tinha 63 anos, a Irmã Emmanuelle decidiu compartilhar sua vida com os pobres do Cairo, motivo pelo qual era conhecida como a petite souer des chiffonniers («a irmãzinha dos mendigos»). «Nas favelas de Ezbet-Nakhl, no Cairo, ela entregou-se totalmente a construir escolas, asilos e casas de acolhimento dos pobres. A associação que tem seu nome (Asmae-Association Soeur Emmanuelle), fundada por ela mesma em 1980, continua ajudando milhares de crianças pobres no mundo inteiro», constata L'Osservatore Romano.
Em 1971, quando tinha 63 anos, a Irmã Emmanuelle decidiu compartilhar sua vida com os pobres do Cairo, motivo pelo qual era conhecida como a petite souer des chiffonniers («a irmãzinha dos mendigos»). «Nas favelas de Ezbet-Nakhl, no Cairo, ela entregou-se totalmente a construir escolas, asilos e casas de acolhimento dos pobres. A associação que tem seu nome (Asmae-Association Soeur Emmanuelle), fundada por ela mesma em 1980, continua ajudando milhares de crianças pobres no mundo inteiro», constata L'Osservatore Romano.
Ela deixou o Egipto em 1993, aos 85 anos, e regressou a França, estabelecendo-se na comunidade de Nossa Senhora de Sião, congregação na qual havia entrado aos 20 anos, dedicando seu tempo à oração e à meditação, sem deixar nunca o apoio aos sem-tecto e aos imigrantes sem papéis.
Licenciada na Sorbonne, a Irmã Emmanuelle havia sido professora de filosofia e letras em Istambul, Tunísia, Cairo e Alexandria.
Era também uma escritora conhecida. Seu último livro, «Tenho 100 anos e quero dizer-lhes», foi publicado há dois meses.
Em 31 de janeiro passado, o presidente francês Nicolas Sarkozy a havia elevado à honra de grande oficial da Legião de Honra.
Licenciada na Sorbonne, a Irmã Emmanuelle havia sido professora de filosofia e letras em Istambul, Tunísia, Cairo e Alexandria.
Era também uma escritora conhecida. Seu último livro, «Tenho 100 anos e quero dizer-lhes», foi publicado há dois meses.
Em 31 de janeiro passado, o presidente francês Nicolas Sarkozy a havia elevado à honra de grande oficial da Legião de Honra.
A sua acção era comparável à de madre Teresa de Calcutá e do célebre Abbé Pierre, sacerdote católico francês, falecido a 22 de Janeiro de 2007.
Para a posteridade fica o seu entusiasmo e frontalidade, quando falava dos pobres, sem medo de microfones e das câmaras de televisão.
Quando lhe pediram que definisse vida e morte, respondeu: "Viver é agir" e "a morte é a hora do reencontro para os que souberam amar".
Para a posteridade fica o seu entusiasmo e frontalidade, quando falava dos pobres, sem medo de microfones e das câmaras de televisão.
Quando lhe pediram que definisse vida e morte, respondeu: "Viver é agir" e "a morte é a hora do reencontro para os que souberam amar".
quinta-feira, outubro 23, 2008
O pessimismo não ajuda nada
A senhora Maria – nome fictício – mais uma vez me disse:
– Está a ver ! O mundo está perdido. Agora até já querem casar homens com homens e mulheres com mulheres!...
Os meus leitores não conhecem esta senhora e não perdem nada por isso. Mas conhecem outras pessoas tão pessimistas como ela. Gente assim há por todo o lado e é a pensar nelas que hoje me veio à cabeça esta história que ouvi há tempos e me foi contada como verdadeira:
Um homem limpo e bem vestido, sentado numa cadeira, tinha a seu lado um cartaz com os seguintes dizeres: «Obrigado a todos os que me ajudam a ser feliz». Ao lado do cartaz exibia uma linda salva cheia de moedas e até algumas notas.
As pessoas passavam e ficavam admiradas. Muitas paravam e metiam conversa com o homem, que sempre tinha palavras de grande alegria e gratidão pela estima que tanta gente lhe demonstrava.
Um dia, um homem que já o observava há algum tempo, aproximou-se e disse-lhe:
– Você não é o mendigo que costumava estar no outro lado da cidade?
– Sim, sou! Houve uma época em que eu roto e sujo me costumava sentar no chão com uma placa ao lado, que dizia: «Uma ajuda para este pobre mendigo.» Mas as pessoas até tinham nojo de parar ao pé de mim e atiravam-me apenas algumas moedas negras. As coisas iam de mal a pior quando, certa noite, pensei que era melhor mudar. Ninguém gosta de gente suja e mal vestida e que anda sempre a dizer mal da vida. Resolvi pois ser mais verdadeiro comigo e com as pessoas e dar um ar de alguém que até está feliz com a vida que leva e os benfeitores que o ajudam. Pois, olhe, nunca a vida me correu tão bem!
Creio, digo eu agora, que há muita gente da Igreja, e não só, que tem muito a aprender com este inteligente mendigo.
sexta-feira, outubro 17, 2008
Divórcio privilegiado
Já aqui falámos no assunto e hoje voltamos à carga. As famílias monoparentais, de pais separados ou divorciados, podem descontar o valor da chamada "pensão de alimentos", através do regime de tributação de IRS em relação aos encargos com os filhos. O que não acontece com os pais casados.
Segundo um testemunho apresentado pelo Diário de Notícias, determinado casal divorciou-se oficialmente, embora continuando os dois a viver juntos com os filhos e assim consegue poupar mansalmente cerca de mil euros.
Esta realidade foi denunciada já em 2005, pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, e levou o Provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, também logo na altura, a fazer um apelo ao Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, no sentido de mudar a lei. O certo é que no passado dia 6 de Outubro novamente o mesmo Provedor veio chamar a atenção do governo, pois continua essa injustiça.
Em 2007, o Governo assumiu a existência dessa falta de equidade na tributação fiscal e prometeu um igual tratamento, naquilo a que chamou "Relatório para a simplificação dos Sistema Fiscal Português".
Aliás os casados são penalizados mesmo nos impostos, diz a Associação de Famílias numerosas. Quer dizer: o estado maltrata os que cumprem e pagam o casamento civil, que não é nada barato. São só 500 euros!...
O Observatório para os Assuntos da Família – um organismo do Estado – publicou há tempos um documento de reflexão sobre o divórcio em Portugal que já apresenta taxas das maiores da Europa, em que escreve que "o aumento abrupto" de divórcios se fica a dever a um "ordenamento legal irresponsável" que facilita as separações.
Se a separação dos pais trouxesse benefícios para a educação dos filhos ainda se compreendia tal lei. Mas todos os sociólogos nos dizem que são as crianças de pais separados que ficam mais expostas à marginalidade e pobreza. Porquê então estas leis contra a família? Para ser moderno?!
quarta-feira, outubro 15, 2008
Números que arrepiam
O Arcebispo de Avinhão, França, numa carta pastoral apontava há tempos números que ninguém desmentiu e que devem acordar os nossos governantes, e todas as pessoas de boa formação:
– Na União Europeia ocorre um aborto provocado, em cada 27 segundos, ou seja, 133 por hora;
– O aborto é a primeira causa de mortalidade na Europa;
– Em cada 30 segundos ocorre um divórcio;
– Em 26 anos, de 1980 a 2006, o número de casamentos diminuiu quase um milhão;
– 1.766.733 crianças nasceram fora do casamento, ou seja, 33 por cento (um terço) das poucas crianças nascidas;
– Na União Europeia 80 por cento do crescimento demográfico é devido à imigração;
– A taxa de fecundidade média da União Europeia é de 1,56, quando o mínimo necessário para substituir gerações é de 2,1. E ainda assim, graças aos imigrantes.
– Um lar em cada quatro é constituído só por uma pessoa, na União Europeia.
E continuam os nossos governantes a apoiar o divórcio e o aborto!...
sexta-feira, outubro 10, 2008
Um Homem com maiúscula
Não é fácil encontrar na democracia portuguesa um Homem que melhor tenha sabido servir a Pátria e desse modo o interesse do Povo Português do que o General Ramalho Eanes. Já no regime anterior tinha posto o interesse público acima dos seus próprios interesses.
Militar de carreira, Eanes encontrava-se em serviço em Angola aquando da revolução do 25 de Abril. Aderiu ao Movimento das Forças Armadas e, regressado a Portugal, foi director de programas e nomeado presidente do conselho de administração da RTP, até Março de 1975.
Em 1975 foi nomeado General, e dirigiu as operações militares do 25 de Novembro desse mesmo ano, contra a facção mais radical do MFA. Em 1976 foi eleito Presidente da República, sendo reeleito em finais de 1980.
Há uns 15 dias foi noticiado pelos jornais que Eanes tinha recusado o recebimento de retroactivos da reforma a que tinha direito e que só agora passa a receber, por ter sido corrigida uma anomalia criada por uma lei de 1984, do governo de Mário Soares. E era mais de um milhão de euros!
Num tempo em que os ricos só pensam em ter cada vez mais e tudo parece ser feito em função do dinheiro, num país onde os governantes parecem só ter em vista os seus próprios interesses e os do seu grupo, onde há um fosso cada vez maior entre os ricos e os pobres, com reformas públicas escandalosas e obscenas, a atitude do General Eanes é um exemplo ético que merece ser realçado.
Outra das suas recusas foi a promoção a marechal, posição a que ascenderam os anteriores generais que foram Presidentes da República, como Spínola e Costa Gomes.
Não queremos, por isso, deixar passar em branco, estas nobres atitudes de um Militar e Político que admiramos.
Não queremos, por isso, deixar passar em branco, estas nobres atitudes de um Militar e Político que admiramos.
Falsas estatísticas
A Diocese de Angra do Heroísmo veio há uns tempos desmentir falsas estatísticas sobre o casamento católico nos Açores, pois os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) veiculados pela comunicação social apontam apenas 299 matrimónios religiosos celebrados em 2007, quando na realidade foram feitos mais de 800. Aquele Instituto de Estatística fala de um total de 1304 matrimónios em 2007, em que mais de 1000 foram feitos apenas nas Conservatórias de Registo Civil, o que daria, de acordo com as mesmas notícias, uma percentagem de apenas 22,9% realizados pelas Igrejas.
Isto só vem confirmar aquilo que aqui escrevi há uns anos: as estatísticas muitas vezes só servem para enganar as pessoas.
Creio que isso é mesmo verdade dum modo especial no que se refere às estatísticas sobre os casamentos católicos. Por um lado os casamentos feitos na igreja não contam para estas estatísticas se os noivos já tiverem casado pelo civil, por outro muitos padres nem sequer mandam as actas desses casamentos para o civil, pois acham que isso não adianta nada. E os que lidam com isto sabem que há bastante gente a casar primeiro pelo civil e depois é que começa a preparar as coisas para o casamento na igreja. E conheço casos de pessoas que já fizeram dois, três, e até mais casamentos pelo civil, o que acaba por deturpar também os dados.
Quanto a haver menos gente a casar, ninguém se espante. Nos últimos anos o casamento tem sido bastante desvalorizado pelos governantes, a ponto de os direitos de quem casa serem quase os mesmos de quem vive junto. Depois a facilitação do divórcio tem concorrido para o pouco valor que muita gente dá ao casamento.
No entanto, continuo a dizer – e muitos bispos o afirmam também – que, apesar de tudo, ainda há demasiada gente a casar pela igreja, pois não tem sentido fazê-lo se um e outro noivo estão completamente afastados da vivência da fé cristã. Claro que o que se diz do casamento diz-se de muitas outras coisas, como o de baptizar os filhos em criança, receber outros sacramentos, ser padrinho, etc., etc.. A coerência não fica mal a ninguém! E os cristãos que o são de verdade sabem que viver conjugalmente sem o sacramento também é uma incoerência.
sexta-feira, outubro 03, 2008
Os jovens e a religião
O João Mendes enviou-me um e-mail a dizer que o grande corredor britânico, Lewis Hamilton, confessou publicamente a sua fé católica.
“Sempre fui religioso e sou católico”, afirmou recentemente na Alemanha perante alguns convidados da McLaren. E sinto a minha fé como algo muito próximo, especialmente nests últimos dois anos. Por isso mesmo falo dela tão livremente”, rematou o famoso líder da Fórmula 1.
Este amigo tem razão: os adolescentes e os jovens têm os seus “ídolos” e nunca é demais apontar-lhes os bons exemplos que alguns dão. Porque os maus exemplos são em grande número e a comunicação social quase sempre só refere estes.
Lewis Hamilton já provou que é um ás na Fórmula 1. E com este exemplo vem dizer-nos a todos que não se envergonha da sua religião.
Outras personagens públicas como o corredor de fórmula 1, Robert Kubica, os futebolistas Kaká e Franz Beckenbauer, os cantores Lenny Kravitz e Bono (U2), ou a supermodelo Adriana Lima, para apontar só jovens.
Afinal, o mundo globalizado e tomado de tentações não consegue afastar a religiosidade da população jovem. Como já aqui dissemos, a realidade aponta um momento propício para a busca do sagrado. A juventude está mais do que nunca associada à retomada da fé.
Uma sondagem realizada pelo Instituto Alemão Bertelsmann Stiftung mostrou que a Indonésia e Marrocos, logo seguidos pelo Brasil, são os países onde os jovens são mais religiosos. O estudo realizado com 21 mil jovens entre 18 e 29 anos realça que 65% dos jovens religiosos do Brasil são profundamente religiosos.
Isto vem desdizer o que às vezes se ouve em muito boas pessoas: “Os jovens não ligam nada à religião.” Pergunto: quem é que consegue mobilizar mais jovens que a igreja? Basta ver a última viagem do Papa à França.
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