Deixo aqui alguns fragmentos duma entrevista do postulador da Causa de Canonização da Beata Madre Teresa, por me parecerem elucidativos da razão por que ele publicou algumas cartas da referida fundadora das Irmãs da Caridade.
Pergunta do entrevistador ao Padre Kolodiejchuk:
Como se relaciona o seu sofrimento redentor pelos demais, no meio dessa profunda escuridão, com seu carisma particular?
Resposta: – Durante os anos cinquenta do século passado, madre Teresa rendeu-se e aceitou a escuridão. O padre Joseph Neuner [um dos diretores espirituais que teve em sua vida] ajudou-a a compreender isso, relacionando a escuridão com seu carisma: saciar a sede de Deus.
Ela costumava dizer que a maior pobreza era não se sentir amado, solicitado, cuidado por ninguém, e era exactamente o que ela estava vivendo em sua relação com Jesus.Seu sofrimento redentor era parte da vivência de seu carisma a serviço dos mais pobres entre os pobres.
De maneira que, para ela, o sofrimento era não só um meio para identificar-se com a pobreza física e material, mas que, no âmbito interior, identificava-se com os não amados, com os que estão sozinhos, com os que são rechaçados.
«Se minha separação de ti permite que outros se aproximem de ti e tu encontras alegria e deleite em seu amor e companhia, quero de todo coração sofrer o que sofro, não só agora, mas pela eternidade, se for possível», escreveu Teresa.
Numa carta a suas irmãs, faz mais explícito o carisma da Ordem:
«Minhas queridas filhas, sem sofrimento, nosso trabalho seria somente trabalho social, muito bom e útil, mas não seria obra de Jesus Cristo, não participaria da redenção. Jesus desejava ajudar-nos compartilhando nossa vida, nossa solidão, nossa agonia e morte. Tudo isso ele assumiu em si mesmo, e o levou à noite mais escura. Somente sendo um de nós podia nos redimir."
Pergunta: –Então, o que o senhor diz a quem qualifica sua experiência como uma crise de fé e que ela realmente não acreditava em Deus, ou a quem sugere que sua escuridão era um sinal de instabilidade psicológica?
Padre Kolodiejchuk: – Ela não teve crises de fé, ou falta de fé, mas teve uma prova de fé na qual experimentou o sentimento de que ela não acreditava em Deus. Esta prova requereu muita maturidade humana, porque, se não, não teria sido capaz de suportá-la. Teria desequilibrado.
Como disse o padre Garrigou Lagrange, é possível experimentar simultaneamente sentimentos contraditórios entre si. É possível ter uma «alegria cristã objetiva», como a chamou Carol Zaleski, e ao mesmo tempo entrar na prova ou sentimento de não ter fé.
11 comentários:
Esta sim, é uma verdadeira mulher de fé!
Se o não fosse, como conseguiria realizar o bem que realizou?!
Quem me dera ter fé como ela?
Não sei como os jornalistas conseguem deturpar tanto estas coisas. Má fé? Ignorância?
Que Deus lhes perdoe.
Até nos olhos ela representa a humildade!
beijos querida
Depois de conhecer o teor das cartas, ou parte, passei anda a admirar muito mais a Grande(porque sempre pequena na sua humildade) Madre Teresa de Cálcuta!
Se o seu exemplo já era grandioso, acho que cresceu muito mais...outros possiveis filmes, a mim não me dizem nada!
:)
Perante tal capacidade de dádiva aos outros eu nada sou...
Concentração pela Paz no Darfur vai unir vários países, este domingo, dia 16.
Aparece, às 18h, no Largo Camões, Lisboa.
Traz uma fita ou pano preto. Mais informações em www.pordarfur.org.
Fé!...
Tomara eu ter metade da dela!
É muitas vezes na aridez, na "solidão", que se encontra a fé nAquele que sempre está, mas nem sempre se nos revela...
Madre Teresa é um exemplo extraordinário do Dom da Perseverança...
Abraço amigo em Cristo
Passo para avisar que Domingo 16 de Setembro, é o Dia Global da acção por Darfur, vários paises vão unir as suas vozes...em Portugal o evento terá lugar em Lisboa Concentração no LARGO DO CAMÕES - pelas 18 horas!
Junta a tua voz a estas vozes!
Beijitos!!!
Dúvidas: quem as não tem?!
Ver para Crer,
Se Madre Teresa não acreditasse em Deus, no sofrimento da escuridão largaria tudo e fugia, sairia de calcuta mudaria de vida, procurava outra coisa, mas ela nunca fez isso, porque soube que também no sofrimento Cristo está presente e sente-se de outra maneira.
Um grande beijinho em Cristo
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