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sábado, junho 02, 2007
A Santíssima Trindade
Neste Domingo celebra-se a Santíssima Trindade. Este é um dos mistérios do Cristianismo. E é mistério porque só é conhecido através da Revelação das palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, que era Deus e Homem verdadeiro.
Disse o Senhor: "Ensinai todas as gentes, e baptizai-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28, 19). Na oração da última Ceia, o Salvador pede que seus discípulos sejam um como seu Pai e Ele são um só (S. Jo., 17, 21). E afirmou: "Meu Pai e eu somos um" (Jo., 10, 30), deixando clara a unidade de natureza entre o Pai e o Filho.
Na promessa de enviar o Espírito Santo, Nosso Senhor, antes de se elevar ao Céu, anunciou aos Apóstolos que o Pai lhes enviará o Espírito Santo, que os ensinaria e os fortaleceria na fé: "Rogarei a meu Pai e Ele vos mandará outro consolador" (Jo 14, 16, 26), "o espírito da verdade" que "vos ensinará tudo" (Jo, 14, 26).
Ora, como não há ninguém senão Deus, capaz de ensinar tudo, resulta dessas palavras que tal consolador é Deus, como o Pai e o o Filho que hão-de mandá-lo.
S. Pedro repreende Ananias que procurou iludir o Espírito Santo e acusa-o de ter assim mentido a "Deus", não aos homens (Act. 4, 5, 11) Na mesma passagem sobre o Espírito Santo, fica claro que as pessoas são distintas: O Pai que envia, o Filho que roga ao Pai, o Espírito Santo que será enviado.
No "baptismo" de Nosso Senhor, ao sair da água, os céus se abriram e o "Espírito, como uma pomba", desceu sobre Nosso Senhor e uma voz "veio dos Céus: "Tu és o meu filho amado, em ti me ponho todo o meu enlevo".
Em São Mateus, lemos: "Só o Pai conhece o Filho e o Filho conhece o Pai"(Mt 11, 27; Lc. 10, 22). Em S. João, está que o Espírito Santo "procede do Pai", que é "enviado pelo Filho" (Jo 15, 26; 16, 7).
S. Agostinho escreveu um tratado enorme sobre a Santíssima Trindade. Mas também foi dizendo que é impossível ao homem compreendê-lo de todo.
Em certo passo, Santo Agostinho conta:
«Andava eu numa praia meditando sobre este mistério da Santíssima Trindade: um Deus em três pessoas distintas...
Enquanto caminhava, observei um menino que tinha nas mãos um pequeno balde com água. A criança ia até o mar, trazia a água e despejava-a dentro de uma pequena poça que havia feito.
Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, resolvi interrogá-lo sobre o que pretendia.
O menino, olhando-me, respondeu com simplicidade:
"Estou querendo colocar a água do mar neste buraco".
Santo Agostinho conta que lhe sorriu e respondeu:
"Mas não percebes que isso é impossível?".
E a criança respondeu-lhe prontamente:
«É mais fácil eu trazer toda a água do mar para esta poça do que tu compreenderes inteiramente o mistério de um só Deus em 3 pessoas».
E Agostinho teve de se calar perante a sabedoria do Espírito que falava por meio daquela criança.
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2 comentários:
Engraçada essa história de S. Agostinho!
Querer compreender tudo pode trazer a cegueira espiritual.
Foi esta história que me levou a ler as "Confissões" e tudo o mais de S.Agostinho e também de Sta. Mónica.
Abraços,
Malu
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