Sabemos que há por parte de muitos cristãos uma grande dificuldade de se reconhecer pecador. Pelo menos perante os outros. O que é certo é que Jesus falou muitas vezes na necessidade dos seus ouvintes se arrependerem e deixarem o pecado. Se não – ouvimos no Evangelho do próximo Domingo – morrereis todos de maneira semelhante, isto é, em pecado.
S. João Evangelista escreve na sua primeira carta, que faz parte do Novo Testamento, o seguinte:
"Se dissermos que não temos pecados, somos mentirosos e enganamo-nos a nós mesmos. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar e purificar de toda a iniquidade".
Cristo exerceu, durante a Sua vida pública, o poder de perdoar os pecados e deu esse poder aos Apóstolos: "Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados, a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".
No entanto, há hoje por parte de muitos cristãos uma rejeição da confissão. Ora a confissão dos pecados (acusação), mesmo do ponto de vista simplesmente humano, liberta-nos e facilita nossa reconciliação com os outros. Pela acusação, o homem encara de frente os pecados dos quais se tornou culpado: assume a responsabilidade deles e, assim, abre-se de novo a Deus e à comunhão da Igreja, a fim de tornar possível um futuro novo. A declaração dos pecados ao sacerdote constitui uma parte essencial do sacramento da penitência: "os penitentes devem, na confissão, enumerar todos os pecados mortais de que têm consciência depois de examinar-se seriamente, mesmo que esses pecados sejam muito secretos e tenham sido cometidos somente contra os dois últimos preceitos do decálogo, pois às vezes esses pecados ferem gravemente a alma e são mais prejudiciais do que os outros que foram cometidos à vista e conhecimento de todos". (Catecismo no. 1455, 1456) O Novo Testamento diz-nos que, quando João Baptista estava a baptizar no rio Jordão, vinham pessoas de todos os lados e de todas as classes e confessavam publicamente os seus pecados.
Nos termos da doutrina da Igreja "a confissão individual e íntegra e a absolvição constituem o único modo ordinário pelo qual o fiel, consciente de pecado grave, se reconcilia com Deus e com a Igreja" (D. C. – cânone 961 § 1)
3 comentários:
E por falar em confissão...
Os padres das grandes paróquias deviam ter mais tempo para ouvir as pessoas. Eles estão cheios de trabalho, eu sei, mas devia haver uma maneira de conseguirem ter mais tempo. Se não é um bocadinho a despachar... Pelo menos já me aconteceu.
Poderia acrescentar meu blog em suas indicações?
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Segundo se consta S.Agostinho nunca se confessou.
Este assunto da confissão acho-o bastante delicado.
Quando tinha 12 anos um sacerdote foi grosseiro na reconciliação para não usar outra expressão mais forte.
Essa atitude levou-me afastar da Igreja durante 35 anos,porque deixei de confiar naquele que está no lugar de Jesus.
Durante esse tempo todo nunca perdi a minha fé.Muito pelo contrário sempre gostei de ler livros de bons autores espirituais o que me ajudou na minha formação religiosa.
Felizmente à cerca de 5 anos encontrei alguém que me devolveu a confiança e retornei à Igreja,embora tenha o conceito de Igreja um pouco diferente da maioria das pessoas.
A confissão é necessária e importante,mas também é muito importante que os sacerdotes tivessem mais tempo para escutar e acolher os seus fiéis e que não fossem apenas funcionários da Igreja.Jesus ouvia e acolhia todos.O que muitos sacerdotes não o fazem.Por isso a Igreja anda tão tresmalhada.
Quanto ao catecismo na minha opinião deveria ser melhor estrurado.
O Evangelho é um livro de Amor e não um livro de castigos.
Desculpe este "discurso",mas se há muita gente que não realiza o acto da reconciliação é porque tem motivos para tal.
Santa Páscoa
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