A intercessão dos santos
Esta é uma festa muito antiga. Ela já se celebrava no século VIII. Para que eles nos servissem de exemplo e intercedessem por nós.
Mas podem os santos, os que já estão no Céu, interceder por nós? A maior parte dos protestantes e evangélicos não aceita que eles possam fazer alguma coisa em nosso favor junto de Deus. Contrariamente ao que ensinavam os Mestres do princípio da Igreja e ainda hoje é a fé dos católicos e ortodoxos.
Haverá incompatibilidade entre esta doutrina e o que ensina a Bíblia?
Vejamos pois se a Bíblia nos diz alguma coisa sobre a oração dos que já estão no Céu.
No último livro da Sagrada Escritura – o Apocalipse – pode ler-se:
"Quando o Cordeiro quebrou o quinto selo, vi debaixo do altar aqueles que tinham sido mortos por terem proclamado a palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem castigar os habitantes da terra que nos mataram? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros e irmãos que como eles iriam ser mortos." (Ap 6,9-11).
No trecho acima, os santos estão a pedir a Deus que faça Justiça. Alguém poderia dizer: "Mas eles estão intercedendo por eles mesmos e não pelos que ficaram na terra"! Ora, e o que impede que o façam pelos que estão na terra? São Paulo não recomenda que rezemos uns pelos outros? (cf. 1Tm 2,1).
Mas podem os santos, os que já estão no Céu, interceder por nós? A maior parte dos protestantes e evangélicos não aceita que eles possam fazer alguma coisa em nosso favor junto de Deus. Contrariamente ao que ensinavam os Mestres do princípio da Igreja e ainda hoje é a fé dos católicos e ortodoxos.
Haverá incompatibilidade entre esta doutrina e o que ensina a Bíblia?
Vejamos pois se a Bíblia nos diz alguma coisa sobre a oração dos que já estão no Céu.
No último livro da Sagrada Escritura – o Apocalipse – pode ler-se:
"Quando o Cordeiro quebrou o quinto selo, vi debaixo do altar aqueles que tinham sido mortos por terem proclamado a palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem castigar os habitantes da terra que nos mataram? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros e irmãos que como eles iriam ser mortos." (Ap 6,9-11).
No trecho acima, os santos estão a pedir a Deus que faça Justiça. Alguém poderia dizer: "Mas eles estão intercedendo por eles mesmos e não pelos que ficaram na terra"! Ora, e o que impede que o façam pelos que estão na terra? São Paulo não recomenda que rezemos uns pelos outros? (cf. 1Tm 2,1).
Por alguma razão seriam os santos incapazes de continuar a orar pelos que estão na terra? Poderá alguém pensar que por os santos estarem já na presença de Deus estão impedidos de interceder pelas outras pessoas que ainda estão na terra?
Vejamos também:
"Os quatro viventes e os vinte e quatro anciões se prostraram diante do Cordeiro. Tinha cada um uma harpa e taças de ouro cheias de perfumes, que são as orações dos santos" (Ap 5,8). "O fumo dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus." (Ap 8,4).
Nos versículos acima, os santos rezam a Deus. Por que estariam orando, já que estão salvos e gozando da presença do Senhor? Oram em nosso favor, para que os que estão na terra também possam um dia estar com eles na presença do Senhor.
Podíamos transcrever outras frases bíblicas mas creio que estas confirmam a verdade de que os salvos podem pedir por nós.
Vejamos agora o que a este respeito ensinou a primitiva Igreja:
>"O Pontífice não é o único a se unir aos orantes. Os anjos e as almas dos justos também se unem a eles na oração" (Orígenes, 185-254 d.C. No tratado sobre a Oração).
"Se um de nós partir primeiro deste mundo, não cessem as nossa orações pelos irmãos" (Cipriano de Cartago, 200-258 d.C. Epístola 57)
"Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a protecção dos santos". (Santo Hilário de Poitiers, 310-367 d.C).
"Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: patriarcas, profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, por suas intercessões e orações, se digne receber as nossas." (São
Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. nas Catequeses Mistagógicas).
"Em seguida (na Oração Eucarística), mencionamos os que já partiram: primeiro os patricarcas, profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, em virtude de suas preces e intercessões, receba nossa oração" (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).
"Se os Apóstolos e Mártires, enquanto estavam no seu corpo mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, já podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora os que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?" (São Jerónimo, 340-420 d.C, Adv. Vigil. 6).
"Por vezes, é a intercessão dos santos que alcança o perdão das nossas faltas (1Jo 5,16; Tg 5,14-15) ou ainda a misericórdia e a fé" (São João Cassiano. 360-435 d.C. conferência 20).
Vejamos também:
"Os quatro viventes e os vinte e quatro anciões se prostraram diante do Cordeiro. Tinha cada um uma harpa e taças de ouro cheias de perfumes, que são as orações dos santos" (Ap 5,8). "O fumo dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus." (Ap 8,4).
Nos versículos acima, os santos rezam a Deus. Por que estariam orando, já que estão salvos e gozando da presença do Senhor? Oram em nosso favor, para que os que estão na terra também possam um dia estar com eles na presença do Senhor.
Podíamos transcrever outras frases bíblicas mas creio que estas confirmam a verdade de que os salvos podem pedir por nós.
Vejamos agora o que a este respeito ensinou a primitiva Igreja:
>"O Pontífice não é o único a se unir aos orantes. Os anjos e as almas dos justos também se unem a eles na oração" (Orígenes, 185-254 d.C. No tratado sobre a Oração).
"Se um de nós partir primeiro deste mundo, não cessem as nossa orações pelos irmãos" (Cipriano de Cartago, 200-258 d.C. Epístola 57)
"Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a protecção dos santos". (Santo Hilário de Poitiers, 310-367 d.C).
"Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: patriarcas, profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, por suas intercessões e orações, se digne receber as nossas." (São
Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. nas Catequeses Mistagógicas).
"Em seguida (na Oração Eucarística), mencionamos os que já partiram: primeiro os patricarcas, profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, em virtude de suas preces e intercessões, receba nossa oração" (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).
"Se os Apóstolos e Mártires, enquanto estavam no seu corpo mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, já podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora os que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?" (São Jerónimo, 340-420 d.C, Adv. Vigil. 6).
"Por vezes, é a intercessão dos santos que alcança o perdão das nossas faltas (1Jo 5,16; Tg 5,14-15) ou ainda a misericórdia e a fé" (São João Cassiano. 360-435 d.C. conferência 20).
21 comentários:
O mais importante, não são as diferenças que nos desunem e sim a nossa união em crer que, Jesus morreu por ti e por mim, e que está a destra do Pai e com Ele ficaremos em glória.
Que devemos amar e perdoar uns aos outros e acima de tudo sermos felizes!!E eu te amo no amor do meu Senhor!
beijos
Marlene:
É uma maravilha ver-te escrever isso.
De facto é mais o que nos une do que o que nos separa.
Estes textos têm a finalidade de mostrar as razões das nossas diferenças e de nos dar a conhecer. Só porque temos diferenças não quer dizer que sejamos menos amados por Deus. E que tenhamos menos obrigação de respeitar o nosso próximo.
Boa tarde, Ver para crer:
Coloquei este post no blog "O melhor dos blogues".
E assim este meu blog ficou ainda melhor.
Obrigado
Caro banshee:
O nosso português é bonito e falado por muitos milhões de pessoas. Tanto ele como o espanhol são irmaos e por isso nos entendemos.
Fossem essas as maiores diferenças entre nós!...
Mais uma vez aprendi algo sobre a origem deste tipo de festa.
Parabéns pois os seus posts são sempre recheados de informação.
Mas quanto à argumentação de "o que impede que o façam pelos que estão na terra?" a resposta é simples. Pelo mesmo motivo que várias vezes se pediu a Jesus (enquanto na terra) que intercedesse e ele não fez, porque Jesus sabia pôr-se no seu lugar e não ir além disso (Ex.: S. Lucas 2. 13 e 14), isto dá-nos uma certeza Jesus é o rei mais sábio, justo, respeitoso e amoroso.
Mas além disso, como referiu, encontramos S. Paulo na 1ª Epistola a Timóteo capítulo 2 e versículo 1 a recomendar que rezemos por todos. E seguindo o relato encontramo-lo, no versículo 2, a recomendar que oremos(não que intervenhamos directamente) em especial pelas autoridades governamentais, para "que tenhamos uma vida quieta e sossegada", depois o versículo 3 reforça que isto é do agrado de Deus.
Finalmente encontramos os versículos 4 e 5 que nos dizem que Deus gosta todos se salvem e saibam a verdade, terminando a sentença vem uma grande verdade: “Porque há um só Deus, e UM SÓ Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.”
Acho que S. Paulo é suficientemente explícito.
Se nem é Jesus que ouve as orações, sendo ele "simples carteiro" das nossas petições, agradecimentos e louvores a Deus, será que são os Santos maiores que este?
Porque é que Jesus ensinou a orar "Pai nosso..." e não ensinou "Santo nosso que estás junto ao Pai..." ou "Cristo nosso..."? É que este Jesus é tão "teimoso" neste ponto que nem a Santa Maria, sua mãe, deu esta chance relegando sempre para Deus e sua mensagem o papel principal e único (S. Lucas 11. 27 e 28).
Caro Jaquim da Horta:
Obrigado pelo seu comentário.
Vejo que não está de acordo que os justos (os santos que já estão no Céu junto de Deus) possam rezar pelos que ainda estão na terra.
No entanto a minha leitura da Sagrada Escritura e do que ensinaram os Mestres dos primeiros séculos vai noutro sentido.
Não vamos guerrear por isso.
Há muita coisa que nos divide
(como escrevi a Marlene Maravilha)mas é muito mais o que temos em comum: a nossa Fé em Cristo Senhor que veio ao mundo para nos salvar a cada um de nós.
"No Adro" http://noadro.blogspot.com
chama a atenção para uma entrevista da Zenit sobre o significado do Halloween (festa das bruxas?).
Vale a pena ler. Eu desconhecia de todo a sua origem.
Ver http://www.zenit.org/portuguese/visualizza.phtml?sid=97420
Peço desculpa, se o meu comentário foi entendido como objectivo de "guerrear" (embora confesse que às vezes sou irónico demais).
Como disse, aprendi com o seu post, mas não quis descorar que a Epistola mencionada fala sobre rezar, mas também sobre a quem e por meio de quem.
Mas não me leve a mal, como disse e bem, pior era se o seu blog me fosse indiferente.
Caro Jaquim:
Seria uma pasmaceira se todos estivéssemos de acordo com tudo.
Aprendi muito com este post.
Continua.
Joaquim Costa
A minha perspectiva vai de encontro à da Marlene e à do Joaquim da Horta. Confesso que sempre me fez alguma confusão a extrema devoção aos "santos" ... mas agora fiquei mais esclarecida sobre o que leva os católicos a fazê-lo.
Na minha perspectiva a nossa comunhão e fé em Jesus dispensa bem a intervenção de outrém, no que respeita à mediação em relação a Deus. Quem melhor do que o seu Filho poderá mediar a oração?
Mas entendo que existam perspectivas diferentes de vêr as coisas...
É a nossa crença em Jesus e amor a Deus e ao próximo que nos salvam e nisso creio estamos todos de acordo.
Hadassah:
Concordo que quem salva ou concede os favores é Cristo.
Mas a Bíblia manda-nos rezar pelos outros. Até mesmo pelas autoridades, como podemos ver em I Timóteo, 2. Para que nos substituamos a Cristo? Decerto que não.
Ao rezar pelos outros diminuimos alguma coisa o papel do Filho de Deus?
Os justos que já estão salvos diminuem em alguma o papel do único Salvador, se orarem pelos que ainda estão na provação terrena?
Pelos exemplos que apresentei, vê-se que na Igreja dos primeiros séculos se acreditava que os salvos, a que chamamos santos, intercediam pelos que ainda estavam na terra.
É a isto que chamamos a tradição da Igreja, que foi sempre nesse sentido.
Só no século XVI isso foi posto em causa pelos fundadores do protestantismo.
Mas como dizes, a nossa fé em Cristo único salvador é igual.
E isso é que importa mesmo.
Agora que gosto de saber que houve em todos os tempos homens e mulheres de grande Fé e Amor, que puseram as suas vidas ao serviço do Amor a Deus e do Amor ao próximo e que, por isso mesmo, nos são dados como exemplo a seguir, confesso que me orgulha. Como me magoa saber que tantos, ontem com hoje, só denegriram o nome de cristãos pelos seus maus exemplos!
E há pessoas dignas de admiração tanto entre os católicos como entre protestantes, evangélicos ou de qualquer religião.
Acho que não devemos ter medo de os engrandecer ao nosso mundo tão egoísta e ateu.
É minha fé profunda que eles só enobrecem Deus e o Seu Cristo e em nada o ofuscam.
Quem não está de acordo, diga...
Vêr para crer não me expliquei bem...
o ponto onde reside a nossa discordância, não está na oração que possamos fazer uns pelos outros aqui na terra, nem na possibilidade de os "santos" que se encontram no céu poderem orar/interceder por nós...(num caso e no outro a oração é dirigida directamente a Deus)...
A nossa discordância está nas petições/orações directamente dirigidas aos "santos" no céu ... quem me garante que fulano x por muito exemplar que tenha sido a sua vida, possa estar no céu? Só Deus conhece o coração de cada um...porque não hei-de pedir directamente a Deus? Não encontro na bíblia nenhum ensinamento, por parte da primitiva igreja, que vá nesse sentido, de se pedir a Deus através de outros que não seja Jesus. Alguns livros que mencionas não os conheço (São Jerónimo...Cipriano Cartago... Cirilo de Jerusalém,etc.)
Depois há outras questões ... mas não vale a pena ... a questão das imagens de esculturas ...etc...
Um grande abraço
Só para reforçar acho que se está a fazer grande confusão entre "rezar por" e "rezar a".
"Rezar por", ou seja, rezar em beneficio de, posso fazê-lo e devo fazê-lo por todos - Jesus até mesmo rezou POR Deus dizendo "santifica teu nome".
Quanto "a rezar a", ou seja, a quem se dirigir para pedir tal beneficio, a meu ver, a epistola é claríssima e só se deve fazer a Deus.
Eu sei, Hadassah, que o que vos ensinaram foi isso que dizes.A mim ensinaram-me coisa diferente. Nenhum de nós tem mérito ou culpa nisso. O que devemos é deixar-nos guiar pelo amor - a Deus e ao próximo. O que apontas é um dos pontos de discórdia entre os protestantes (e evangélicos) e as outras denominações cristãs.
Mas será que Deus deixou que andasse no erro toda a gente até ao século XVI? E só aí se dignou abrir os olhos aos cristãos, revelando a Verdade aos "profetas" Lutero, Calvino e outros?
«Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mateus, 28, 20) - disse Jesus. Será que Ele esteve a dormir durante 1500 anos e deixou andar a Sua Igreja (ou Igrejas) à deriva?
Sinceramente penso que não. E os testemunhos da fé da Igreja de todos os tempos é que os salvos podem interceder por nós os pecadores.
Já me têm pedido que reze por esta ou aquela pessoa em afição. Eu mesmo também o faço. Porque não pedir aos salvos?
Reforço o que já disse:
«O que temos em comum é o essencial. O restante divide-nos mas não nos deve separar de Jesus, o Salvador.
Abraço em Cristo.
Jaquim da Horta:
Se calhar, as nossas diferenças até só estão na maneira de nos exprimirmos.
Achei feliz e adequada a tua explicação. (Desculpa o tratamento mas talvez seja melhor usar essa forma para nos considerarmos todos iguais (irmãos em Cristo).
Eu quando peço a alguém para rezar por esta ou aquela pessoa, tenho sempre em mente, em última análise, que ela reza a Deus. SE usa intermediários ou não, não me aflige.
Conto um facto passado ainda há pouco. Uma senhora, sabendo que eu era amigo de um determinado cavalheiro - seu ex-marido - veio ter comigo para eu interceder junto dele para não lhe fazer a vida negra nos tribunais.
E eu assim fiz. Vali-me da minha amizade para lhe fazer ver que era seu dever de pai de filhos comuns e cristão ser magnânimo e perdoar eventuais excessos da sua ex-mulher. Que reflectisse sobre como Jesus agiu mesmo perante os seus inimigos.
Aquele meu amigo exige algumas condições mas creio bem que vai retirar a queixa.
A quem é que ela queria pedir?
Ao ex-marido.
E porque se dirigiu a mim?
Porque achou que ele me podia ouvir e a ela dificilmente o faria.
Dir-me-ás: Mas Deus ouvi-la-ia e a atenderia.
Não duvido. Porém somos humanos... E quem sabe se Deus até não gosta de intercedermos uns pelos outros?
Faz-nos, pelo menos, pensar que todos podemos ser úteis uns aos outros, mesmo os doentes e velhinhos.
Não fazes ideia como me enternece ouvir a alguém isto ou coisa parecida:
«Já que não posso trabalhar, passo o tempo a pedir pelos meus e por toda a gente que não tem tempo para grandes rezas».
Uma questão de linguagem, me parece, a maior parte das nossas diferenças! Esta é cada vez mais a minha convicção. E tu só a vieste reforçar!
Graças a Deus!
Um abraço fraterno.
Lá está como disseste a ti não te aflige, mas tento ter sempre em mente o ponto de vista de Deus.
Tu deste um exemplo valoroso, mas falta-lhe uma coisa para a comparação ser perfeita, falta-lhe que interceder por outro na vida prática não é adorar a Deus, como numa oração(embora conte para Deus).
Para exemplificar:
Eu posso fazer o que o meu pai me ensinou e ajudar outros e com isso alegro o meu pai.
Mas quando eu lhe demonstro verdadeiro amor e respeito é quando lido com ele directamente, por tratá-lo como ele quer.
Da mesma forma, ajudar outros pode fazer da formação religiosa e é extremamente louvável, mas rezar é uma forma de adorar.
Adoração e só lhe é agradável se o fizer segundo o que Ele quer/gosta, não segundo o que eu acho, Jesus deixou isso claro (S. Mateus 6. 7, 8.
Quando alguém namora quer conquistar o coração da pessoa amada, faz isso por agir segundo o essa pessoa gosta, não segundo o que nós gostamos. Pois se queremos conquistar o coração de Deus é fazer o mesmo, seguir os seus mandamentos ou desejos e eles não são pesados.
Imagina que eu digo que gosto muito do meu pai, mas ele vive longe, tão longe que só recebe cartas duma certa companhia.
Mas eu insisto em enviar por outras companhias - porque me é mais barato, porque me identifico com a empresa ou porque tenho um amigo que trabalha lá.
Eu posso continuar a insistir, mas as mensagens nunca lá chegam!
Eu até posso andar satisfeito porque a toda a hora lhe escrevo, mas a verdade é que nada lá chega!
Jaquim da Horta:
O problema que pões, parece-me ser, em resumo, que, se nos dirigimos a Deus através doutros, deixamos de adorar a Deus ou pelo menos de o fazer como Ele quer.
Nesse ponto não estamos de acordo, concerteza. Os católicos e os ortodoxos ensinam que nos podemos dirigir a Deus através de outras pessoas, que ainda estão na terra ou já foram chamados para junto d'Ele.
Se eu rezo o Pai Nosso, dirijo-me directamente a Deus e nos meus pedidos vai a adoração ao Criador e Senhor. Se rezo por exemplo a Avé Maria, louvo a Deus pelas maravilhas que Ele operou através de Maria e peço a esta que rogue por nós pecadores agora e na hora da nossa morte.
A adoração vai sempre para Deus, não tenhas qualquer dúvida.
Dizes que não é assim que Deus quer,baseando-te no versículo referido. Mas pela práxis, vê-se que a Igreja nascente não entendeu isso assim com esse rigorismo.
E o que temos a fazer é respeitar a opinião de cada um, embora não abdicando das nossas razões.
O melhor para ti, com um abraço de irmão
Ver para Crer
Existem "n" situações na bíblia em que Deus teve que levantar homens para que o povo endireitasse/aprefeiçoasse o seu caminho (ex... Moisés teve lutas tremendas porque o povo rapidamente se esquecia da vontade de Deus, etc...). A tentação do homem tem sido sempre humanizar/paganizar o mais possivel a sua relação com Deus, quer seja através de imagens, quer seja através de excessiva religiosidade e tradição, etc... e Deus vai levantando homens ... o próprio Jesus pôs em causa a religião institucionalizada... os fariseus...
Não tenho dúvidas que todos nós Cristãos descendemos da mesma igreja, somos irmãos em Jesus...foram então surgindo correntes diferentes... interessa que tenhamos a certeza da nossa salvação e essa certeza Graças a Deus eu tenho-a.
Procura agradar a Deus como tens feito até aqui...é para o nosso coração que Ele Olha... o resto são pormenores... desde que não adores outros além d'Ele, porque isso é abominação aos Seus olhos.
Um abraço e obrigada pela oportunidade de expressarmos aqui opiniões contrárias à tua confissão.
Hadassah
Hadassah:
Como sabes são milhentas as diversas confissões de fé cristã.
Quase podíamos dizer: «Cada cabeça cada sentença».
Creio bem que Deus no Juízo Final não vai ter em conta se sou católico, ortodoxo, luterano, calvinista ou de qualquer outra denominação cristã.
Vai-me julgar pela prática do amor a Deus e ao próximo.
Essa é a minha Fé!
Até sempre, Irmã!
Que linda lição de catequese!
Enviar um comentário