A morte é a curva da estrada
-
*A morte é a curva da estrada,*
*Morrer é só não ser visto.*
*Se escuto, eu te oiço a passada*
*Existir como eu existo.*
*A terra é feita de céu.*
*A...
quarta-feira, dezembro 24, 2008
terça-feira, dezembro 23, 2008
Feliz Natal para todos!
O Menino escolheu nascer pobre, Ele que tinha tudo. Para nos dizer que os bens materiais não são tudo.
Mas todos precisam de um mínimo para se sentirem pessoas.
Esta é uma quadra de pensar nos outros, sobretudo nos mais pobres.
Aqui na minha paróquia alguma coisa se faz nesse sentido. É uma forma de acolher a mensagem de Jesus.
Bom natal para todos!
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Uma carta comovente
De uma leitora identificada, recebemos cópia duma carta que mandou à filha e que muito nos comoveu. Aqui a deixamos para os leitores poderem também saborear:
«Querida filha:Nas vésperas de Natal estou um pouco mais comovida, por me lembrar de ti quando nasceste. Eras pequenina! E linda como o Menino do presépio.Então eu era uma jovem cheia de vida e de sonhos. E tu ajudaste-me a realizá-los.
Porém, agora começo a sentir-me cansada e velha. Peço-te, pois, que tenhas paciência comigo.Se eu durar mais uns anos, é provável que me torne para ti um peso. No dia em que eu não for mais a mesma, tem paciência e compreende-me.
Quando deixar cair comida na toalha ou na minha roupa, desculpa-me. Também tu fazias isso quando eras pequenina.
Se eu repetir as mesmas coisas que já me ouviste vezes sem conta, lembra-te das histórias que eu tive de repetir para adormeceres ou para sossegares.
Se eu alguma vez sujar a minha roupa, por não conseguir controlar as minhas necessidades fisiológicas, não te chateis nem ralhes comigo. Quantas vezes eu tive de te mudar as fraldas e a roupa para andares sempre bem cheirosa e asseada.
Não me reproves se eu não quiser tomar banho. Os velhos são como as crianças. Insiste comigo que foi o que eu fiz contigo.
Quando achares que eu não sei nada do mundo de hoje, não faças pouco de mim. Compreende-me! Lembra-te que quando eras pequena também te tive de ensinar a andar, a falar, a comer ... e tantas outras coisas.
Se alguma vez eu não quiser comer, insiste comigo mas não te aborreças. Também tu me deste muito trabalho na hora de te alimentar.
Se eu começar a ter dificuldade em andar, não me deixes para aí a um canto. Não te peço que me leves ao colo, mas apoia-me e ajuda-me como eu há anos tive de fazer contigo até conseguires andar sem qualquer dificuldade.
Por último, não leves a mal se alguma vez te disser que preferia morrer. Não é para te acusar de falta de carinho ou por já não gostar de viver contigo. Tu és o que mais amo e mesmo depois de partir continuarei a agradecer a Deus a querida filha que Ele me deu. Só espero que tu sejas tão feliz com os teus filhos como eu sou contigo. Mas sabes, a vida de dependência que tenho de levar é muito difícil. E às vezes desanimo.
Que Deus me ajude!Tua mãe que nunca te esquece. Ana»
terça-feira, dezembro 16, 2008
O exemplo de um médico
Joaquim Isabelinha, médico oftalmologista de Santarém, completou um século de vida na última sexta-feira, dia 5 de Dezembro, e acaba de ser homenageado, durante um almoço, por centenas de amigos. E ainda há quatro anos atendia pessoas no seu consultório, juntamente com o filho.
O médico ainda recorda pormenores de sua vida de estudante e de jogador da Académica. Gosta muito de História, daquela que "revela a presença de Portugal no mundo", e de livros religiosos. "Já li muitas vezes o livro dos pastorinhos e quando acabo de ler até dou um beijinho", conta.
"Gosto muito de ajudar e até deixei de sair, de fazer viagens e coisas assim para ter dinheiro para dar", conta sorrindo, lembrando que "apesar das pernas não estarem muito bem" ainda vai à igreja e dá as suas esmolas.
Com a ajuda de um pequeno "andarilho", Joaquim Isabelinha continua a sair de casa. "Vou ali ao Tico-tico e às vezes pago uns almoços aos pobres". Para além disso gosta de andar com rebuçados no bolso para dar às crianças, tantas vezes netos ou filhos dos que ajudou. Não é por acaso que é conhecido por mé dico dos pobres.
Viúvo, com um filho também oftalmologista, três netos, dois dos quais a estudar medicina – e uma bisneta que "é um encanto" – o médico reformado gosta de conversar e não esquece pormenores de uma vida "de trabalho", mas também animada pelos muitos amigos que foi tendo.A sua longevidade, assegura, deve-se ao facto de "nunca ter perdido noites".
Enaltece as duas senhoras que tomam conta dele, uma há 18 e outra há mais de 24 anos, e diz que ultimamente até o ensinaram a cantar. E é com lágrimas nos olhos que recorda Filipe dos Santos, seu colega de curso e "um grande médico". Nasceu em Cabo Verde e veio para Portugal estudar. "Tinha impressão desagradável das pessoas e pensava que seria mal recebido por causa da cor. Afinal foi o contrário", conta o médico, recordando que tal como ele, Filipe dos Santos também foi jogador da Académica, e quando "passava pela rua, vinham todos abraçá-lo".São pessoas como este médico que nos ajudam a acreditar no futuro da humanidade.
O médico ainda recorda pormenores de sua vida de estudante e de jogador da Académica. Gosta muito de História, daquela que "revela a presença de Portugal no mundo", e de livros religiosos. "Já li muitas vezes o livro dos pastorinhos e quando acabo de ler até dou um beijinho", conta.
"Gosto muito de ajudar e até deixei de sair, de fazer viagens e coisas assim para ter dinheiro para dar", conta sorrindo, lembrando que "apesar das pernas não estarem muito bem" ainda vai à igreja e dá as suas esmolas.
Com a ajuda de um pequeno "andarilho", Joaquim Isabelinha continua a sair de casa. "Vou ali ao Tico-tico e às vezes pago uns almoços aos pobres". Para além disso gosta de andar com rebuçados no bolso para dar às crianças, tantas vezes netos ou filhos dos que ajudou. Não é por acaso que é conhecido por mé dico dos pobres.
Viúvo, com um filho também oftalmologista, três netos, dois dos quais a estudar medicina – e uma bisneta que "é um encanto" – o médico reformado gosta de conversar e não esquece pormenores de uma vida "de trabalho", mas também animada pelos muitos amigos que foi tendo.A sua longevidade, assegura, deve-se ao facto de "nunca ter perdido noites".
Enaltece as duas senhoras que tomam conta dele, uma há 18 e outra há mais de 24 anos, e diz que ultimamente até o ensinaram a cantar. E é com lágrimas nos olhos que recorda Filipe dos Santos, seu colega de curso e "um grande médico". Nasceu em Cabo Verde e veio para Portugal estudar. "Tinha impressão desagradável das pessoas e pensava que seria mal recebido por causa da cor. Afinal foi o contrário", conta o médico, recordando que tal como ele, Filipe dos Santos também foi jogador da Académica, e quando "passava pela rua, vinham todos abraçá-lo".São pessoas como este médico que nos ajudam a acreditar no futuro da humanidade.
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Como consertar o nosso mundo?
As pessoas andam atemorizadas e não sem razão. Os meios de comunicação estão cheios de notícias de assaltos e mortes. Muitos dos nossos concidadãos parece que só se preocupam em satisfazer os seus piores instintos.
Muitas famílias estão destruídas, as leis parece defenderem os marginais e não há quem nos acuda. Nem as famílias nem a escola consegue cumprir a sua missão.
Como é que se consegue consertar um mundo assim?
A história que segue pode ajudar-nos a encontrar a solução.
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias e dias fechado no seu laboratório em busca de respostas para todas as suas dúvidas.Certo dia, o seu filho de sete anos invadiu o seu “santuário” decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista bem pediu ao filho para ir brincar para outro lado. Vendo que seria impossível removê-lo, o pai procurou algo que pudesse dar ao seu filho que o pudesse distrair para que ele não fosse incomodado.
Numa revista encontrou um mapa do mundo! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, juntamente com um rolo de fita adesiva, entregou-o ao filho dizendo:
– Tu gostas de puzzles? Então vou te dar este com o mundo para resolveres. Aqui está o mundo todo partido. Vê se consegues consertá-lo bem direitinho!
Calculou que a criança não conseguiria. Algum tempo depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
– Pai, pai, já fiz tudo.Relutante, o cientista levantou os olhos das suas anotações, certo de que o puzlle não estava acabado. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Uma criança… impossível!– Filho, tu não sabias como era o mundo… Como conseguiste?
– Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando o pai tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando o pai me deu o mundo para consertar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o Mundo.
Muitas famílias estão destruídas, as leis parece defenderem os marginais e não há quem nos acuda. Nem as famílias nem a escola consegue cumprir a sua missão.
Como é que se consegue consertar um mundo assim?
A história que segue pode ajudar-nos a encontrar a solução.
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias e dias fechado no seu laboratório em busca de respostas para todas as suas dúvidas.Certo dia, o seu filho de sete anos invadiu o seu “santuário” decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista bem pediu ao filho para ir brincar para outro lado. Vendo que seria impossível removê-lo, o pai procurou algo que pudesse dar ao seu filho que o pudesse distrair para que ele não fosse incomodado.
Numa revista encontrou um mapa do mundo! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, juntamente com um rolo de fita adesiva, entregou-o ao filho dizendo:
– Tu gostas de puzzles? Então vou te dar este com o mundo para resolveres. Aqui está o mundo todo partido. Vê se consegues consertá-lo bem direitinho!
Calculou que a criança não conseguiria. Algum tempo depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
– Pai, pai, já fiz tudo.Relutante, o cientista levantou os olhos das suas anotações, certo de que o puzlle não estava acabado. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Uma criança… impossível!– Filho, tu não sabias como era o mundo… Como conseguiste?
– Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando o pai tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando o pai me deu o mundo para consertar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o Mundo.
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Pai, podias vender-me uma hora do teu tempo?
Se não é verdadeira, pelo menos podia ser. E então nos nossos tempos é muito significativa esta história que a seguir reproduzo:
Uma criança perguntou timidamente ao pai quando este regressava do trabalho:
— Pai, quanto é que ganhas por hora?
O pai, friamente, respondeu:
— Para que queres tu saber? São dez euros por hora.
— Então, pai, poderias emprestar-me três euros?
— Ah! É por isso que queres saber quando ganho por hora?! Vai para a cama e não me aborreças mais!
Daí a bocado, o pai começou a pensar no que tinha acontecido e sentiu-se culpado. Talvez o filho necessite de comprar algo. Entrou no quarto e perguntou-lhe baixinho:
— Filho, já estás a dormir?
— Não, pai.
— Olha, aqui tens os três euros que me pediste.
— Muito obrigado, pai. Depois a criança levantou-se, foi buscar os sete euros do mealheiro e disse ao pai:
— Agora já tenho dez euros! Pai, podias vender-me uma hora do teu tempo?
Hoje os pais têm pouco tempo para estarem com os filhos. E isso vai prejudicar a sua relação no futuro. A começar pelo menos na adolescência. Há filhos que não contam nada aos pais. Nem mesmo as coisas que os afligem ou magoam. Não há comunicação. E isso em muitos casos é fatal. A marginalidade, as relações amorosas antes do tempo, o álcool e a droga têm origem nessa falta de diálogo e comunicação.Se é pai ou mãe esteja atento. Os pais dão muitas coisas aos filhos. Mas o que eles mais necessitam é que lhes dêem tempo para os escutarem.
quinta-feira, novembro 27, 2008
Crianças difíceis
Segundo os jornais, nos últimos três anos, mais de 70 crianças que foram acolhidas por uma família para adopção foram devolvidas às instituições, segundo números oficiais. Os casais de pré-adopção não conseguiram uma boa relação com estes menores.
Por aqui se vê que não é fácil educar nos tempos que correm. E acusações que por vezes se fazem às instituições de acolhimento de gente nova a maior parte das vezes não têm qualquer fundamento.
Actualmente até os pais têm dificuldades em lidar com os filhos. Daí o crescente fenómeno de famílias em que os pais são maltratados pelos filhos. Este foi mesmo o tema central de um encontro que se realizou nos passados dias 27 e 28 de Novembro, no Porto, com a participação de especialistas portugueses e estrangeiros.
"No futuro, o grande desafio para pais e educadores será encontrar um equilíbrio entre a difícil tarefa de educar e os limites que o amor impõe", salientou hoje, à Lusa, uma fonte ligada à organização do encontro. A iniciativa, promovida pela Crescer-Ser - Associação Portuguesa para os Direitos dos Menores e da Família, surge numa altura em que "começa a ter uma expressão preocupante em Portugal o fenómeno das famílias maltratadas pelos filhos".
O primeiro provedor de menores em Espanha, Javier Urra, foi um dos participantes neste encontro, onde abordou o problema da comunicação entre pais e filhos, numa análise da difícil relação entre jovens e adultos. Javier Urra, psicólogo forense, é o autor do livro 'O Pequeno Ditador', onde defende que os limites e as regras são fundamentais na educação das crianças.
O livro, que já vendeu mais de 180 mil exemplares em Espanha e cerca de 20 mil em Portugal, pretende ajudar os pais a evitar que os filhos se transformem em pequenos ditadores, segundo admitiu o autor em declarações públicas.
Claro que a culpa não é só das crianças e dos pais. O ritmo frenético de vida que levamos actualmente, com diversas atribuições a serem cumpridas e uma profusão enorme de informações absorvidas até mesmo involuntariamente, não afecta apenas os adultos, esses seres ansiosos e estressados. As crianças também estão cada vez mais no alvo maléfico desse turbilhão, com consequências nefastas aos pequenos.
domingo, novembro 23, 2008
À espera do Senhor Jesus
Entramos hoje no Advento, tempo no qual a Igreja celebra a espera do Salvador. Sim, porque ele foi esperado. E esperado ansiosamente, de modo que não é somente o Enviado do Pai, mas também o Esperado por nós! «Mais que o vigia pela aurora, mais que a terra pelo sol nascente, mais que a flor pelo orvalho, nós o esperamos» - escreve o salmista.
Primeiramente, o esperado por Israel, o Povo eleito. Esperado porque Deus o prometera a Abraão, aos Patriarcas, a Moisés, a David, aos Profetas. Deus prometera... e quando Deus promete, não falha jamais!
Mas o Salvador que Deus nos enviou foi também esperado pelos pagãos, por todos os povos! É uma ideia de que nem sempre nos lembramos e, no entanto, é um aspecto importante do Advento: os pagãos desejaram o Salvador! Como pode ser isso? É verdade: eles não conheciam as promessas de Deus; eles não conheciam o Deus verdadeiro; eles não sabiam nada a respeito do Messias... Mas eles tinham e têm ainda no coração um desejo louco de paz, uma sede insaciável de verdade, de vida, de amor... sede que Deus mesmo colocou nos seus corações para que sem saberem, às apalpadelas, buscassem Aquele único que pode dar repouso ao coração humano.
Enquanto nós cristãos preparamos o Natal do Senhor, abrimos também o horizonte para o dia da Sua vinda definitiva, que o Credo Apostólico diz que é para "para julgar os vivos e os mortos". O Senhor que veio em nossa carne, prepara um mundo novo, "que olho nenhum viu, ouvido nenhum escutou, sentido algum experimentou o que Deus preparou para os seus".Esta é a esperança que celebramos no Advento e que deve despertar em nós o desejo de nos voltarmos para Deus, de acolher aquele que se diz: "Emanuel", Deus connosco. Devemos abrir-nos para o transcendente, para valores espirituais, para imitar o Filho de Deus, que nos amou até ao fim.
Primeiramente, o esperado por Israel, o Povo eleito. Esperado porque Deus o prometera a Abraão, aos Patriarcas, a Moisés, a David, aos Profetas. Deus prometera... e quando Deus promete, não falha jamais!
Mas o Salvador que Deus nos enviou foi também esperado pelos pagãos, por todos os povos! É uma ideia de que nem sempre nos lembramos e, no entanto, é um aspecto importante do Advento: os pagãos desejaram o Salvador! Como pode ser isso? É verdade: eles não conheciam as promessas de Deus; eles não conheciam o Deus verdadeiro; eles não sabiam nada a respeito do Messias... Mas eles tinham e têm ainda no coração um desejo louco de paz, uma sede insaciável de verdade, de vida, de amor... sede que Deus mesmo colocou nos seus corações para que sem saberem, às apalpadelas, buscassem Aquele único que pode dar repouso ao coração humano.
Enquanto nós cristãos preparamos o Natal do Senhor, abrimos também o horizonte para o dia da Sua vinda definitiva, que o Credo Apostólico diz que é para "para julgar os vivos e os mortos". O Senhor que veio em nossa carne, prepara um mundo novo, "que olho nenhum viu, ouvido nenhum escutou, sentido algum experimentou o que Deus preparou para os seus".Esta é a esperança que celebramos no Advento e que deve despertar em nós o desejo de nos voltarmos para Deus, de acolher aquele que se diz: "Emanuel", Deus connosco. Devemos abrir-nos para o transcendente, para valores espirituais, para imitar o Filho de Deus, que nos amou até ao fim.
sexta-feira, novembro 21, 2008
A linguagem de Deus
O João Lucas, que conheci há anos mas que não sabia onde parava, mandou-me o livro de Francis Collins, “A linguagem de Deus”. Francis S. Collins não é um escritor ou cientista qualquer. É um dos biólogos mais destacados dos Estados Unidos e o que chefiou a equipa que decifrou o mapa do Genoma Humano em 2001.
Desde então tem sido o cientista que mais rastreou genes com vista ao tratamento de doenças em todo o mundo.
Collins é conhecido também por pertencer a um grupo de notáveis cientistas cujo compromisso com a investigação do mundo natural não impede a profissão da fé religiosa.
Nas 300 páginas da obra o biólogo conta como deixou de ser ateu para se tornar cristão aos 27 anos e afirma que as pessoas precisam tanto da ciência como da religião. Elas não são incompatíveis, mas complementares, explica o cientista.
Houve um período em minha vida em que era conveniente não acreditar em Deus. Eu era jovem, e a física, a química, a matemática, pareciam ter todas as respostas para os mistérios da vida. Reduzir tudo a equações era uma forma de exercer total controle sobre meu mundo. Percebi que a ciência não substitui a religião quando ingressei na escola de medicina. Vi pessoas sofrendo de males terríveis. Uma delas depois de me contar sobre sua fé e como conseguia forças para superar a doença, perguntou-me em que eu acreditava. Disse-lhe que não acreditava em nada. Pareceu-me uma resposta vaga, uma frase feita de um cientista, ingénuo, que se achava capaz de tirar conclusões sobre um assunto tão profundo e negar a evidência de que existe algo maior do que equações. Eu tinha 27 anos. Não passava de um rapaz insolente. Estava negando a possibilidade de haver algo capaz de explicar questões para as quais nunca encontramos respostas, mas que movem o mundo e fazem as pessoas superar desafios.
A alguém que lhe perguntou se é possível acreditar nas teorias evolucionistas de Darwin e em Deus ao mesmo tempo, ele respondeu:
– Com certeza. Se no começo dos tempos Deus escolheu usar o mecanismo da evolução para criar a diversidade de vida que existe no planeta para produzir criaturas que à sua imagem tenham livre arbítrio, alma e capacidade de discernir entre o bem e o mal, quem somos nós para dizer que ele não deveria ter criado o mundo dessa forma.
E declarou a sua opinião sobre se os biólogos estão brincando como se fossem eles Deus?
– O importante é não reagir de forma exagerada à perspectiva de que as pessoas possam vir a fazer mau uso das descobertas da genética mas sim focar o bom lado dessa brincadeira. A maior parte das pesquisas genéticas buscam a cura de doenças como o cancro, problemas cardíacos, esquizofrenia. São objectivos louváveis. Para evitar o uso impróprio da ciência, o Projecto Genoma Humano, apoia um programa que visa preservar a ética nas pesquisas genéticas e certificar-se de que todas as nossas descobertas beneficiarão as pessoas e a sociedade.
terça-feira, novembro 18, 2008
Feitiçaria e quejandos
Muitas pessoas continuam a acreditar em bruxos e feiticeiros, em pleno século XXI. E devido a causas várias, tais práticas ganham relevo nas nossas sociedades modernas. É que, por mais que alguns digam o contrário, o homem é um ser espiritual e religioso, que acredita no sobrenatural e na intervenção de Deus ou de espíritos bons e maus na sua vida.
Feitiçaria designa a prática ou celebração de rituais, orações ou cultos com ou sem uso de amuletos ou talismãs (objectos ao qual são atribuídos poderes mágicos), por parte de adeptos do ocultismo com vista à obtenção de resultados, favores ou objectivos que, regra geral, não são da vontade de terceiros.
Sendo assim, esta prática vira-se contra terceiros e é considerada como uma forma de atentar contra a integridade física ou psicológica dos indivíduos ou das comunidades, ou contra os seus bens, sendo vista como perturbadora e mesmo prejudicial, pois tenta atingir objectivos ilícitos contra a vontade de terceiros.
Já o Antigo Testamento repudia frontalmente bruxarias e feitiçarias. Em Êxodo 22, 18, lê-se “Não permitirás que viva a feiticeira”. E S. Paulo entendia como “feiticeiro” aquele que praticava o intercâmbio com os demónios, que nos cultos pagãos eram tidos como deuses ou espíritos de mortos.
Um dos combates da Igreja foi sempre a bruxaria e feitiçaria. A conhecida Inquisição virava-se muitas vezes contra os que praticavam essas “artes”, umas vezes entregando à justiça dos soberanos os que eram acusados de tais práticas, outras vezes ilibando-os das acusações que os vizinhos ou outras pessoas lhes faziam. E, segundo consta, nos países onde não foi instituída a Inquisição, foram muitos os milhares de pessoas acusadas deste “ofício” e castigadas com a morte, em muito maior número e proporção das que foram condenadas pela referida instituição inquisitorial.
Há muita gente a ganhar a vida, explorando a crendice de incautos. Por isso há que estar de pé atrás e não recorrer a este género de pessoas para resolver problemas psíquicos ou de índole afectiva ou financeira. E também não se deixar influenciar psicologicamente por eventuais feitiços que lhes possam fazer. A confiança dum cristão deve ser depositada no poder de Deus, que é infinitamente mais forte que qualquer “espírito” ou feitiço.
sexta-feira, novembro 14, 2008
Milagre da Fé
Segundo conta o Diário de Notícias, Antónia Vallejo, espanhola de Trigueros, perto de Huelva, foi a Fátima em cadeira de rodas, no dia 13 de Outubro passado, com a perna esquerda paralisada devido a uma cirurgia à bexiga que correu mal. Diz que sentiu um impulso para se levantar e foi o que fez. Acredita que foi um milagre da Virgem.
Quando o drama lhe bateu à porta, a sua vida deu uma volta de 180 graus. "Os dias não tinham significado e sentia que estava morta. Dependia do meu marido e não queria dar-lhe trabalho. Recebia a visita de vizinhos, amigos e familiares a as minhas netas perguntavam-me o que se passava. Mas, apesar de tudo, sempre acreditei que podia recuperar", refere Antónia Vallejo. O médico, em Huelva, é que não acreditava. Apesar do sofrimento, a senhora ia à missa. Mas para sair do seu apartamento, no primeiro andar, tinham de a ajudar a sair da cadeira de rodas, uma tarefa sempre difícil.
Milagre ou cura de ordem psíquica, o certo é que a Antónia salta de alegria como uma moça de 20 anos. Os exames médicos talvez possam dizer alguma coisa. A Igreja sem isso não se pronuncia.
Hoje ninguém tem dúvida de que a fé ajuda muito as pessoas a recuperarem dos seus males e das suas doenças. Harold Koenig foi pioneiro no estudo científico do potencial de cura da fé. Sua equipe reuniu provas convincentes de que a fé religiosa não apenas promove boa saúde geral, mas também ajuda na recuperação de doenças graves.
Num estudo envolvendo 455 idosos hospitalizados, por exemplo, Koenig observou que a média de internamento daqueles que frequentavam a igreja mais de uma vez por semana era de quatro dias. Os que nunca ou quase nunca iam à igreja permaneciam hospitalizados de 10 a 12 dias.
Um estudo da Faculdade de Medicina de Dartinouth revelou que a probabilidade de pacientes cardíacos morrerem após a cirurgia era 14 vezes maior entre aqueles que não participavam de actividades de grupo nem encontravam conforto na religião. Num prazo de seis meses após a cirurgia, 21 pacientes morreram – mas entre os 37 que se declararam "profundamente religiosos" não ocorreu nenhuma morte.
Cientistas em Israel estudaram 3.900 pessoas vivendo em kibutzim durante um período de 16 anos. A taxa de mortalidade relacionada com doenças cardiovasculares e cancro era 40% mais baixa nos indivíduos religiosos do que em seus pares sem religião.
Até por isso vale a pena ser religioso.
sábado, novembro 08, 2008
Razões para amar a Igreja
Neste fim de semana reflecte-se sobre a Igreja, aproveitando a celebração da Dedicação da Sede principal da Igreja Católica, a Igreja de S. João de Latrão.
Para isso resumi uum artigo que vi na internet, já não sei onde:
1. A Igreja nasceu do amor de Deus pelos homens. A primeira razão que me leva a amar a Igreja é que ela nasceu do sangue de Jesus Cristo. Como poderia eu amar a Cristo sem amar, ao mesmo tempo, aquilo pelo qual Ele deu a Sua vida? A Igreja – boa, má, medíocre, santa ou pecadora, tudo isso junto – foi e continua a ser a razão de Cristo se fazer homem e se deixar matar numa cruz.
2. A Igreja deu-me Cristo. Através dessa imensa cadeia de crentes – uns mais santos, outros mais pecadores – chegaram-me os seus ensinamentos e os seus sacramentos. A Igreja não é Cristo, bem sei. Ele é o absoluto, o fim; ela, apenas o meio. O cano não é a água que passa por ele, mas o cano é que me traz a água!
3. A Igreja tem muita gente boa. Que seria do mundo sem tanta gente que se entregou e entrega de alma e coração aos mais pobres e desprotegidos?! Há alguma outra instituição que tenha feito mais em favor dos que sofrem do que a Igreja? Foi também a Igreja que fundou os hospitais e as escolas. Conhecemos o que muitos autores antigos escreveram porque os frades foram fazendo cópias dos livros que se iam deteriorando. Muitas centenas de milhares de homens e mulheres da Igreja ainda hoje deixam o conforto das suas terras e famílias e partem para terras inóspitas para ajudarem os mais pobres.
4. A Igreja não é perfeita. Ela é composta por homens e mulheres, como tu e eu. Mas já viste que se ela fosse perfeita, não teríamos lugar nela!... A Igreja é medíocre por estar formada de pessoas como nós. Mas que seria se ela agora começasse a expulsar todos os que não fossem perfeitos?!...
5. A Igreja é a minha mãe. Gerou-me e continua a amamentar-me. Gostaria de poder dizer, como Orígenes, que "a Igreja arrebatou-me o coração. Ela é a minha pátria espiritual, a minha mãe e os meus irmãos". Não posso por isso deixar de a amar, apesar das suas imperfeições.
quarta-feira, novembro 05, 2008
A inveja é um sentimento ruim
A inveja é um dos sentimentos mais torpes e difíceis de serem eliminados da alma humana. Todos a conhecemos, muitos a sofremos e outros tantos a exercitam na forma como apreciam os outros. Parecendo quase inócuo, trata-se entretanto de um dos vícios que mais causa sofrimento à humanidade.
Uma mãe há dias desabafava comigo a propósito da formatura da filha:
– Sinto-me orgulhosa de ver a minha filha formada, mas nem imagina a inveja que isso tem provocado em certas pessoas. Que foi pena ela não ter escolhido outro curso. Que o que ela tirou não dá grandes hipóteses de emprego. Que a minha (dela) filha não foi para a universidade mas já tem um bom emprego. Que a minha, coitada, vai ter dificuldade em governar-se. Etc., etc..
Respondi-lhe que não ligasse, porque sempre ouvi dizer que a inveja é que faz falar.
Lembrei-me deste desabafo ao ler a seguinte história:
Um dia, um certo lavrador enquanto limpava o suor, olhou para um camionista que passava na estrada e disse para consigo:
– Feliz daquele camionista que ganha a vida sentado e à sombra. Ele pode viajar e conhecer o mundo, enquanto eu aqui agarrado à terra.
Por seu lado, o camionista, a um certo momento, foi ultrapassado por um carro de luxo, conduzido por um empresário. O camionista cobiçou esse carro dizendo:
– Quem me dera ter a vida de um empresário: bom automóvel, sem patrões, sem horários...
Mais à frente, o empresário teve de parar num semáforo e viu um avião. Disse então para consigo:
– Como deve ser agradável a vida de um piloto: viaja gratuitamente e conhece o mundo inteiro.
Entretanto, o piloto do avião avistou no meio de um campo um ponto escuro. Verificou que era um lavrador e disse para consigo:
Que bela deve ser a vida calma de um camponês. E eu aqui no ar, longe da minha família e dos meus amigos, nesta vida agitada de um lado para o outro. Como eu gostava de passar a vida no campo!
Lição desta história: todas as vidas têm as suas coisas boas e más. E a melhor coisa é cada um saber tirar o que de bom a sua vida contém.
quarta-feira, outubro 29, 2008
Morre mais um ícone da caridade
Faleceu, no passado dia 20 de Outubro, a Irmã Emmanuelle, que dedicou a vida a ajudar os mais pobres. Segundo uma sondagem recente, recorda L'Osservatore Romano, «era a mulher mais popular e querida da França». Ao dar a notícia do falecimento da Irmã Emmanuelle, o jornal do Vaticano a qualificou com as palavras com que é conhecida pela opinião pública: «ícone da solidariedade e apoio dos pobres e marginalizados».
Nascida em Bruxelas de pai francês e mãe belga, iria completar 100 anos de vida em 16 de Novembro. Segundo sua vontade, o seu enterro acontecerá em privado.
Em 1971, quando tinha 63 anos, a Irmã Emmanuelle decidiu compartilhar sua vida com os pobres do Cairo, motivo pelo qual era conhecida como a petite souer des chiffonniers («a irmãzinha dos mendigos»). «Nas favelas de Ezbet-Nakhl, no Cairo, ela entregou-se totalmente a construir escolas, asilos e casas de acolhimento dos pobres. A associação que tem seu nome (Asmae-Association Soeur Emmanuelle), fundada por ela mesma em 1980, continua ajudando milhares de crianças pobres no mundo inteiro», constata L'Osservatore Romano.
Em 1971, quando tinha 63 anos, a Irmã Emmanuelle decidiu compartilhar sua vida com os pobres do Cairo, motivo pelo qual era conhecida como a petite souer des chiffonniers («a irmãzinha dos mendigos»). «Nas favelas de Ezbet-Nakhl, no Cairo, ela entregou-se totalmente a construir escolas, asilos e casas de acolhimento dos pobres. A associação que tem seu nome (Asmae-Association Soeur Emmanuelle), fundada por ela mesma em 1980, continua ajudando milhares de crianças pobres no mundo inteiro», constata L'Osservatore Romano.
Ela deixou o Egipto em 1993, aos 85 anos, e regressou a França, estabelecendo-se na comunidade de Nossa Senhora de Sião, congregação na qual havia entrado aos 20 anos, dedicando seu tempo à oração e à meditação, sem deixar nunca o apoio aos sem-tecto e aos imigrantes sem papéis.
Licenciada na Sorbonne, a Irmã Emmanuelle havia sido professora de filosofia e letras em Istambul, Tunísia, Cairo e Alexandria.
Era também uma escritora conhecida. Seu último livro, «Tenho 100 anos e quero dizer-lhes», foi publicado há dois meses.
Em 31 de janeiro passado, o presidente francês Nicolas Sarkozy a havia elevado à honra de grande oficial da Legião de Honra.
Licenciada na Sorbonne, a Irmã Emmanuelle havia sido professora de filosofia e letras em Istambul, Tunísia, Cairo e Alexandria.
Era também uma escritora conhecida. Seu último livro, «Tenho 100 anos e quero dizer-lhes», foi publicado há dois meses.
Em 31 de janeiro passado, o presidente francês Nicolas Sarkozy a havia elevado à honra de grande oficial da Legião de Honra.
A sua acção era comparável à de madre Teresa de Calcutá e do célebre Abbé Pierre, sacerdote católico francês, falecido a 22 de Janeiro de 2007.
Para a posteridade fica o seu entusiasmo e frontalidade, quando falava dos pobres, sem medo de microfones e das câmaras de televisão.
Quando lhe pediram que definisse vida e morte, respondeu: "Viver é agir" e "a morte é a hora do reencontro para os que souberam amar".
Para a posteridade fica o seu entusiasmo e frontalidade, quando falava dos pobres, sem medo de microfones e das câmaras de televisão.
Quando lhe pediram que definisse vida e morte, respondeu: "Viver é agir" e "a morte é a hora do reencontro para os que souberam amar".
quinta-feira, outubro 23, 2008
O pessimismo não ajuda nada
A senhora Maria – nome fictício – mais uma vez me disse:
– Está a ver ! O mundo está perdido. Agora até já querem casar homens com homens e mulheres com mulheres!...
Os meus leitores não conhecem esta senhora e não perdem nada por isso. Mas conhecem outras pessoas tão pessimistas como ela. Gente assim há por todo o lado e é a pensar nelas que hoje me veio à cabeça esta história que ouvi há tempos e me foi contada como verdadeira:
Um homem limpo e bem vestido, sentado numa cadeira, tinha a seu lado um cartaz com os seguintes dizeres: «Obrigado a todos os que me ajudam a ser feliz». Ao lado do cartaz exibia uma linda salva cheia de moedas e até algumas notas.
As pessoas passavam e ficavam admiradas. Muitas paravam e metiam conversa com o homem, que sempre tinha palavras de grande alegria e gratidão pela estima que tanta gente lhe demonstrava.
Um dia, um homem que já o observava há algum tempo, aproximou-se e disse-lhe:
– Você não é o mendigo que costumava estar no outro lado da cidade?
– Sim, sou! Houve uma época em que eu roto e sujo me costumava sentar no chão com uma placa ao lado, que dizia: «Uma ajuda para este pobre mendigo.» Mas as pessoas até tinham nojo de parar ao pé de mim e atiravam-me apenas algumas moedas negras. As coisas iam de mal a pior quando, certa noite, pensei que era melhor mudar. Ninguém gosta de gente suja e mal vestida e que anda sempre a dizer mal da vida. Resolvi pois ser mais verdadeiro comigo e com as pessoas e dar um ar de alguém que até está feliz com a vida que leva e os benfeitores que o ajudam. Pois, olhe, nunca a vida me correu tão bem!
Creio, digo eu agora, que há muita gente da Igreja, e não só, que tem muito a aprender com este inteligente mendigo.
sexta-feira, outubro 17, 2008
Divórcio privilegiado
Já aqui falámos no assunto e hoje voltamos à carga. As famílias monoparentais, de pais separados ou divorciados, podem descontar o valor da chamada "pensão de alimentos", através do regime de tributação de IRS em relação aos encargos com os filhos. O que não acontece com os pais casados.
Segundo um testemunho apresentado pelo Diário de Notícias, determinado casal divorciou-se oficialmente, embora continuando os dois a viver juntos com os filhos e assim consegue poupar mansalmente cerca de mil euros.
Esta realidade foi denunciada já em 2005, pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, e levou o Provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, também logo na altura, a fazer um apelo ao Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, no sentido de mudar a lei. O certo é que no passado dia 6 de Outubro novamente o mesmo Provedor veio chamar a atenção do governo, pois continua essa injustiça.
Em 2007, o Governo assumiu a existência dessa falta de equidade na tributação fiscal e prometeu um igual tratamento, naquilo a que chamou "Relatório para a simplificação dos Sistema Fiscal Português".
Aliás os casados são penalizados mesmo nos impostos, diz a Associação de Famílias numerosas. Quer dizer: o estado maltrata os que cumprem e pagam o casamento civil, que não é nada barato. São só 500 euros!...
O Observatório para os Assuntos da Família – um organismo do Estado – publicou há tempos um documento de reflexão sobre o divórcio em Portugal que já apresenta taxas das maiores da Europa, em que escreve que "o aumento abrupto" de divórcios se fica a dever a um "ordenamento legal irresponsável" que facilita as separações.
Se a separação dos pais trouxesse benefícios para a educação dos filhos ainda se compreendia tal lei. Mas todos os sociólogos nos dizem que são as crianças de pais separados que ficam mais expostas à marginalidade e pobreza. Porquê então estas leis contra a família? Para ser moderno?!
quarta-feira, outubro 15, 2008
Números que arrepiam
O Arcebispo de Avinhão, França, numa carta pastoral apontava há tempos números que ninguém desmentiu e que devem acordar os nossos governantes, e todas as pessoas de boa formação:
– Na União Europeia ocorre um aborto provocado, em cada 27 segundos, ou seja, 133 por hora;
– O aborto é a primeira causa de mortalidade na Europa;
– Em cada 30 segundos ocorre um divórcio;
– Em 26 anos, de 1980 a 2006, o número de casamentos diminuiu quase um milhão;
– 1.766.733 crianças nasceram fora do casamento, ou seja, 33 por cento (um terço) das poucas crianças nascidas;
– Na União Europeia 80 por cento do crescimento demográfico é devido à imigração;
– A taxa de fecundidade média da União Europeia é de 1,56, quando o mínimo necessário para substituir gerações é de 2,1. E ainda assim, graças aos imigrantes.
– Um lar em cada quatro é constituído só por uma pessoa, na União Europeia.
E continuam os nossos governantes a apoiar o divórcio e o aborto!...
sexta-feira, outubro 10, 2008
Um Homem com maiúscula
Não é fácil encontrar na democracia portuguesa um Homem que melhor tenha sabido servir a Pátria e desse modo o interesse do Povo Português do que o General Ramalho Eanes. Já no regime anterior tinha posto o interesse público acima dos seus próprios interesses.
Militar de carreira, Eanes encontrava-se em serviço em Angola aquando da revolução do 25 de Abril. Aderiu ao Movimento das Forças Armadas e, regressado a Portugal, foi director de programas e nomeado presidente do conselho de administração da RTP, até Março de 1975.
Em 1975 foi nomeado General, e dirigiu as operações militares do 25 de Novembro desse mesmo ano, contra a facção mais radical do MFA. Em 1976 foi eleito Presidente da República, sendo reeleito em finais de 1980.
Há uns 15 dias foi noticiado pelos jornais que Eanes tinha recusado o recebimento de retroactivos da reforma a que tinha direito e que só agora passa a receber, por ter sido corrigida uma anomalia criada por uma lei de 1984, do governo de Mário Soares. E era mais de um milhão de euros!
Num tempo em que os ricos só pensam em ter cada vez mais e tudo parece ser feito em função do dinheiro, num país onde os governantes parecem só ter em vista os seus próprios interesses e os do seu grupo, onde há um fosso cada vez maior entre os ricos e os pobres, com reformas públicas escandalosas e obscenas, a atitude do General Eanes é um exemplo ético que merece ser realçado.
Outra das suas recusas foi a promoção a marechal, posição a que ascenderam os anteriores generais que foram Presidentes da República, como Spínola e Costa Gomes.
Não queremos, por isso, deixar passar em branco, estas nobres atitudes de um Militar e Político que admiramos.
Não queremos, por isso, deixar passar em branco, estas nobres atitudes de um Militar e Político que admiramos.
Falsas estatísticas
A Diocese de Angra do Heroísmo veio há uns tempos desmentir falsas estatísticas sobre o casamento católico nos Açores, pois os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) veiculados pela comunicação social apontam apenas 299 matrimónios religiosos celebrados em 2007, quando na realidade foram feitos mais de 800. Aquele Instituto de Estatística fala de um total de 1304 matrimónios em 2007, em que mais de 1000 foram feitos apenas nas Conservatórias de Registo Civil, o que daria, de acordo com as mesmas notícias, uma percentagem de apenas 22,9% realizados pelas Igrejas.
Isto só vem confirmar aquilo que aqui escrevi há uns anos: as estatísticas muitas vezes só servem para enganar as pessoas.
Creio que isso é mesmo verdade dum modo especial no que se refere às estatísticas sobre os casamentos católicos. Por um lado os casamentos feitos na igreja não contam para estas estatísticas se os noivos já tiverem casado pelo civil, por outro muitos padres nem sequer mandam as actas desses casamentos para o civil, pois acham que isso não adianta nada. E os que lidam com isto sabem que há bastante gente a casar primeiro pelo civil e depois é que começa a preparar as coisas para o casamento na igreja. E conheço casos de pessoas que já fizeram dois, três, e até mais casamentos pelo civil, o que acaba por deturpar também os dados.
Quanto a haver menos gente a casar, ninguém se espante. Nos últimos anos o casamento tem sido bastante desvalorizado pelos governantes, a ponto de os direitos de quem casa serem quase os mesmos de quem vive junto. Depois a facilitação do divórcio tem concorrido para o pouco valor que muita gente dá ao casamento.
No entanto, continuo a dizer – e muitos bispos o afirmam também – que, apesar de tudo, ainda há demasiada gente a casar pela igreja, pois não tem sentido fazê-lo se um e outro noivo estão completamente afastados da vivência da fé cristã. Claro que o que se diz do casamento diz-se de muitas outras coisas, como o de baptizar os filhos em criança, receber outros sacramentos, ser padrinho, etc., etc.. A coerência não fica mal a ninguém! E os cristãos que o são de verdade sabem que viver conjugalmente sem o sacramento também é uma incoerência.
sexta-feira, outubro 03, 2008
Os jovens e a religião
O João Mendes enviou-me um e-mail a dizer que o grande corredor britânico, Lewis Hamilton, confessou publicamente a sua fé católica.
“Sempre fui religioso e sou católico”, afirmou recentemente na Alemanha perante alguns convidados da McLaren. E sinto a minha fé como algo muito próximo, especialmente nests últimos dois anos. Por isso mesmo falo dela tão livremente”, rematou o famoso líder da Fórmula 1.
Este amigo tem razão: os adolescentes e os jovens têm os seus “ídolos” e nunca é demais apontar-lhes os bons exemplos que alguns dão. Porque os maus exemplos são em grande número e a comunicação social quase sempre só refere estes.
Lewis Hamilton já provou que é um ás na Fórmula 1. E com este exemplo vem dizer-nos a todos que não se envergonha da sua religião.
Outras personagens públicas como o corredor de fórmula 1, Robert Kubica, os futebolistas Kaká e Franz Beckenbauer, os cantores Lenny Kravitz e Bono (U2), ou a supermodelo Adriana Lima, para apontar só jovens.
Afinal, o mundo globalizado e tomado de tentações não consegue afastar a religiosidade da população jovem. Como já aqui dissemos, a realidade aponta um momento propício para a busca do sagrado. A juventude está mais do que nunca associada à retomada da fé.
Uma sondagem realizada pelo Instituto Alemão Bertelsmann Stiftung mostrou que a Indonésia e Marrocos, logo seguidos pelo Brasil, são os países onde os jovens são mais religiosos. O estudo realizado com 21 mil jovens entre 18 e 29 anos realça que 65% dos jovens religiosos do Brasil são profundamente religiosos.
Isto vem desdizer o que às vezes se ouve em muito boas pessoas: “Os jovens não ligam nada à religião.” Pergunto: quem é que consegue mobilizar mais jovens que a igreja? Basta ver a última viagem do Papa à França.
Guia do 1.º Ano em PDF
Na sequência do que fiz para o Guia do 2.º volume do Novo Catecismo da Infância, deixo aqui o link também para o Guia do 1.º volume.
Este foi-me enviado pela Irmã Maria José do Patriarcado de Lisboa. Grato.
Guia do 1.º Ano
sexta-feira, setembro 26, 2008
Testemunho magnífico!
Um grupo de religiosas da congregação das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados que partiu no ano passado de Valência para fundar uma casa de acolhimento em Chissano (Moçambique) conta-nos que no caminho para Chissano, encontraram-se com uma rapariga duma localidade africana, após «verem ao longe que algo se movia rente ao chão». Elas constataram, para sua surpresa, que era uma jovem».
«Pudemos estabelecer uma conversa com ela através de uma senhora que passava por ali e que nos traduziu o que ela nos relatava em dialecto changana. A Olívia, era esse o seu nome, ia para a Missa, o que fazia todos os domingos, embora fosse deficiente e tivesse de ir de rastos. Era assim que se deslocava nos 4 quilómetros de caminho da sua casa à igreja.
As religiosas conseguiram comprar-lhe uma cadeira de rodas e hoje essa jovem de 25 anos é uma das suas protegidas.
Este testemunho da Olívia faz-nos vir à memória o que responderam alguns cristãos da Abitínia aos seus algozes que os acusavam de transgredir a lei que proibia a sua participação na Eucaristia: «nós não podemos viver sem o domingo». Provera a Deus que os cristãos de hoje ainda pudessem dizer o mesmo com verdade!
Nos nossos dias, muitos cristãos com facilidade se dispensam da participação na Missa dominical, arranjando desculpas fáceis para esta falta. Ele é o cansaço do trabalho ou a falta de meio de transporte, ou mesmo, o que é pior, a falta de sentido do mistério que se celebra.
Não admira, pois, que a vida de muitos baptizados pouco ou nada tenha a ver com o que Cristo pregou e pelo qual deu a vida. E que o nosso mundo esteja a sofrer de graves enfermidades.
É preciso sacudir as consciências para que este mundo seja salvo.
domingo, setembro 21, 2008
Novo Guia do 2.º volume da catequese
Uma das catequistas de Ansião - a Cátia Claro - encontrou o Guia do novo 2.º volume em PDF, que ainda não está à venda.
Porque pode interessar a outros, fica aqui o link:
Guia do 2.º Volume (novo)
sábado, setembro 13, 2008
A exaltação da Santa Cruz
Este fim de semana a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz. E motivos há para o fazer:
A cruz de Cristo lembra-nos ainda hoje que Jesus morreu para nossa salvação.
A cruz é verdadeiramente escandalosa, horripilante, espelho de toda a maldade do mundo. Mas como instrumento da morte de Jesus passou a ser também símbolo do amor de Deus e da nossa salvação. Por isso a exaltamos.
A cruz lembra-nos a dor, a infelicidade, a injustiça, a traição, o sangue… Mas, ao mesmo tempo, a misericórdia e a loucura de amor divino.
Há tempos apareceu-me a bater à porta de casa alguém que não conhecia. Encontrei-o sentado. Pensei que se estivesse a sentir mal. Afinal era alguém deficiente das pernas e que não teve hipótese de subir as escadas senão de rastos.
Perguntei-lhe se não tinha sido difícil fazer isso desse jeito. Respondeu-me que já estava habituado e que há coisas bem piores. E acrescentou:
- Esta deficiência até me tem ajudado a ser cristão. Muitos da minha idade têm todas as facilidades e por isso esquecem Cristo.
Soube mais tarde que era um jovem médico e que a deficiência dos membros inferiores não o impedia de ser animador de um grupo de jovens.
A cruz da sua deficiência física tinha-o aproximado de Deus.
Há quem veja ainda hoje na Cruz de Cristo um refrigério para a sua cruz da vida. A Colina das Cruzes, situada junto a Siauliai, na Lituânia, aí está a atestá-lo.
sexta-feira, setembro 05, 2008
Testemunho de fé
Ingrid todos os dias escutava a rádio para se poder distrair e se informar. Um mês antes de sua libertação, no 1º de junho passado, estava ouvindo a Rádio Católica Mundial e escutou as promessas que experimentaria quem se consagrasse ao Sagrado Coração.
Ainda que Ingrid reconheça que não se lembra de todas, enumerou-as aos jornalistas: a primeira é tocar o coração duro de quem lhe faz sofrer; a segunda, abençoar os projectos do interessado; e a terceira, a ajuda para carregar a cruz e a presença divina na passagem da morte.
A antiga sequestrada das FARC relata que, ao escutar estas promessas, disse: «Isso é para mim. Eu preciso que Deus toque o coração duro da guerrilha, que toque o coração duro de todos aqueles que não deixam que a nossa liberdade se manifeste».
Ao conhecer estas promessas, Ingrid comenta que disse ao Sagrado Coração: «Jesus, nestes anos eu nunca te pedi nada. Mas hoje sim vou te pedir algo: como este é o mês do Sagrado Coração, teu mês, vou te pedir que me faças o milagre, não de minha libertação, porque não creio que seja possível, mas faz-me o milagre de que eu saiba quando vou ser libertada, porque se eu souber quando, por mais que seja dentro de muitos anos, vou ter a força para aguentar. Se tu me fizeres esse milagre, Senhor meu, serei tua».
No dia 27 de Junho, um comandante das FARC foi falar com Ingrid: «Há uma comissão internacional que vai visitar os prisioneiros e é muito provável que alguns de vocês sejam libertados».
In Agência Zenit
sexta-feira, agosto 22, 2008
Igreja bem colocada na estima dos portugueses
As associações ambientais merecem a confiança de 82 % dos portugueses, enquanto a Igreja é bem vista por 80% dos inquiridos.
Bombeiros, carteiros e professores são os eleitos.
Leia no Diário de Notícias
Bombeiros, carteiros e professores são os eleitos.
Leia no Diário de Notícias
domingo, agosto 10, 2008
O tesouro da Igreja
Hoje é o dia de S. Lourenço. Para quem não coheça deixo aqui estas linhas retiradas da Carta Encíclica de Bento XVI "Deus caritas est".
"Logo desde os primórdios, a actividade assistencial aos pobres e doentes, segundo os princípios da vida cristã expostos nos Actos dos Apóstolos, era parte essencial da Igreja de Roma. Este dever encontra uma sua viva expressão na figura do diácono Lourenço († 258). A dramática descrição do seu martírio era já conhecida por Santo Ambrósio († 397) e, no seu núcleo, mostra-nos seguramente a figura autêntica do Santo. Após a prisão dos seus irmãos na fé e do Papa, a ele, como responsável pelo cuidado dos pobres de Roma, fora concedido mais algum tempo de liberdade, para recolher os tesouros da Igreja e entregá-los às autoridades civis. Lourenço distribuiu o dinheiro disponível pelos pobres e, depois, apresentou estes às autoridades como sendo o verdadeiro tesouro da Igreja."
Por essas e por outras foi martirizado mas ainda hoje é um dos santos mais populares, mesmo em Portugal.
quinta-feira, julho 31, 2008
Em louvor dos que partem
Portugal volta este ano a enviar mais voluntários missionários para trabalhar em projectos de cooperação para o desenvolvimento, sobretudo em países lusófonos. Para além dos enviados pelas dioceses, a Fundação Evangelização e Culturas preparou 283 leigos portugueses para partirem para missões, estas férias grandes. 63 vão por um ou mais anos.
Tive ocasião de falar com uma das que já fez este serviço no ano passado. Foi em Moçambique, onde a pobreza é muita. Disse-me que a missão foi dura pelo muito trabalho que teve pela frente. Foram aulas a crianças e a adultos. Foi a catequese e o serviço aos doentes. Sempre os dias preenchidos. Nem deu pelo tempo passar.
Esta jovem regressou com um sonho: voltar de novo e com mais tempo. Actualmente isso não lhe é possível, pois está a iniciar a sua carreira profissional – já conseguiu emprego e não o quer perder. Mas um dia há-de voltar.
Uma das coisas que admirou foi a alegria daquela gente. Apesar duma vida difícil, ali parece não haver depressões nem angústias. As crianças saltam e brincam como no melhor dos mundos. E os adultos riem e parecem felizes.
Então os missionários (homens e mulheres) – alguns já bem adiantados nos anos – não param. Estão ao serviço 24 horas por dia. E vê-se que toda a gente os trata como se fossem seus pais. Deles parece depender a vida duma multidão de pessoas.
«Quem vive na Europa não faz uma pequena ideia do que é a vida duma missão em Moçambique» – disse-me. E acrescentou: «nem imagina o que seria se uma Missão fechasse!»
Este testemunho diz-nos bem do que é a generosidade dos que partem para outros países para ajudarem os pobres. Não se pense que os missionários passam a maior parte do tempo ao serviço da religião. A maior fatia vai para a ajuda aos problemas humanos das pessoas.
terça-feira, julho 22, 2008
Deixou o futebol para ser padre
O norte-americano Chase Hilgenbrinck, defesa esquerdo de 26 anos do New England Revolution, da MLS, anunciou o final da sua carreira de futebolista profissional para poder entrar num seminário e estudar para padre.
"Após anos de ponderação, senti fortemente que Deus me chamou para ser padre na Igreja Católica. Embora vá sentir falta de jogar futebol, sei que estou a avançar para algo muito maior", afirmou Hilgenbrinck em declarações publicadas no site oficial do clube.
Depois de jogar durante o período em que esteve na universidade, Hilgenbrinck passou 4 anos no Chile já como profissional de futebol, tendo assinado em Março pelo New England Revolution após uma curta passagem pelo Colorado Rapids, também da Liga norte-americana.
Após conhecer o resultado dos testes para a entrada no seminário, Chase reuniu-se com o treinador Steve Nicol e com Burns, presidente do clube, para os informar da decisão.
«Não imaginávamos o que ele nos ia dizer, porque não é algo normal de se ouvir. Quando ele contou fiquei satisfeito. É algo que ele quer fazer e queremos desejar-lhe felicidades», confidenciou Burns.
Chase Hilgenbrinck tem agora seis anos de estudo no Seminário de Mount St. Mary, em Emmitsburg, Maryland, com o objectivo de um dia se tornar sacerdote católico. A preparação requerida é um pouco mais longa que a do futebol.
Hilgenbrinck afirma que não está desiludido com o futebol, mas que esperar o final natural de sua carreira antes de se dedicar ao sacerdócio já não era mais viável. "Podem confiar", disse ele à AP. "Eu pensei nisso. Continuo muito apaixonado pelo desporto, e não o deixaria por nenhum outro emprego. Mas estou trocando o futebol pelo Senhor".
sexta-feira, julho 11, 2008
Religião na América
Os bispos americanos consideram as conclusões de um estudo sobre religião e vida pública como uma confirmação da identificação dos americanos com a religião. Esse estudo que foi realizado entre Maio e Agosto do ano passado, baseado nas respostas de mais de 35 mil americanos adultos, mostra que uma ampla maioria dos americanos, cerca de 92%, crê em Deus ou num Ente Superior.
«A história testifica que a fé religiosa é muito importante para os americanos – comenta o arcebispo de Washington. Em cada conjuntura de nosso passado, os americanos recorreram a Deus em busca de guia, protecção e direcção. Há uma clara identificação com a religião nos Estados Unidos que, para os católicos, reflecte os esforços dedicados pelos sacerdotes, catequistas e professores em nossa história».
O estudo também afirma que 63% crê que a Escritura é a palavra de Deus e 63% de pesquisados com filhos em casa dizem que oram e lêem a Escritura com seus filhos e 60% envia os seus filhos a programas de educação religiosa.
Cerca de 40% dos americanos vêem um conflito entre a sociedade moderna e a religião, e 42% que diz que Hollywood desafia os seus valores.
sábado, julho 05, 2008
Agradeço primeiramente a Deus
Ingrid Betancourt agradece a Deus e à Virgem a sua libertação Ver no Público
terça-feira, julho 01, 2008
Religião na Rússia
Como sabemos, na Rússia e seus satélites foi implantado o comunismo, no século passado.
Segundo os historiadores, isso custou muitos milhões de assassínios. O ateísmo era uma das grandes ideias dos seus mentores. E isso custou muitas vidas.
Mas - ironia da história! - passados estes quase 100 anos, o ensino religioso volta a fazer parte do currículo escolar das crianças russas.
Quase vinte anos depois do derrube do comunismo da URSS (União Soviética) e do retorno da religião à vida pública, muitas cidades russas estão a decretar que as crianças devem familiarizar-se com a Igreja Ortodoxa Russa e com a religião.
As aulas vêm sendo incluídas no currículo, por insistência dos líderes da Igreja, e não só, para quem a queda do comunismo deixou os russos sem qualquer ideal de vida digna e honesta e, devido ao ateísmo, sem defesas espirituais e religiosas.
Derrubado o comunismo, começaram a proliferar os piores vícios sobretudo entre a juventude, pois a liberdade tudo permite, se não há uma formação capaz que se oponha à degradação do indivíduo e da sociedade.
terça-feira, junho 24, 2008
Sem Deus
Acabo de ler o livro de Zita Seabra "Foi assim", em que esta senhora apresenta as razões porque deixou a ideologia comunista e foi expulsa do Partido Comunista Português. O seu testemunho sobre os crimes do comunismo soviético é arrepiante. A "perestroika", movimento geral de desestalinização adoptado a partir da ascensão de Gorbatchov a secretário geral do Partido Comunista da União Soviética (11 de Março de 1985), pôs a nu os milhões de mortes que tal ideologia havia perpetrado.
«Pela primeira vez pus em dúvida o verdadeiro sentido do conceito de superioridade moral dos comunistas, – escreve a autora – ao constatar que as vítimas do comunismo são vítimas iguais às do nazismo. O terror revolucionário, com raízes no terror jacobino, abriu caminho a um dos maiores dramas a que assistimos no século xx, o comunismo. Só quando percebi que aquelas vítimas, aqueles milhões de mortos não podiam ser separados da essência do regime comunista, só nesse momento me libertei do comunismo.»
Muitas pessoas pensam que não precisam de Deus. Mas uma sociedade sem Deus coloca em risco o próprio homem. Facilmente se converte numa sociedade contra os mais fracos, onde prevalece o poder do mais forte.
terça-feira, junho 17, 2008
Igreja merece confiança
Mais uma vez o Barómetro de Confiança nas Instituições Brasileiras, da Associação dos Magistrados Brasileiros, coloca a Igreja Católica brasileira no pódium. Apesar de nos últimos 20 anos, as igrejas protestantes – sobretudo as pentecostais – terem feito muito barulho contra a Igreja católica, esta tem vindo a merecer sempre um lugar cimeiro na confiança do povo.
No ranking de classificação, dentre as 17 instituições avaliadas, os partidos políticos aparecem em último lugar. Já as Forças Armadas lideram o ranking de confiança das instituições, com um nível de 79% de confiabilidade. Em seguida aparecem a Igreja Católica, com 72%, e a Polícia Federal, com 70%.
O Barómetro de Confiança nas Instituições Brasileiras foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Económicas (Ipespe) e entrevistou, por telefone residencial ou comercial, 1.500 brasileiros das cinco regiões do País, no período de 29 de maio a 2 de Junho último.
quarta-feira, junho 11, 2008
Religião favorece fraternidade
«O esquecimento do Criador – lê-se no Documento Teológico de Base para o 49.° Congresso Eucarístico Internacional, a realizar no Québec de 15 a 22 deste mês de Junho – leva ao risco de fechar o homem em si mesmo, num egocentrismo que cria incapacidade de amar e de se comprometer de maneira estável, conduzindo a uma frustração crescente da aspiração universal ao amor e à liberdade».
O reconhecimento da existência de um Pai comum - o Deus de Jesus Cristo -, que a todos ama, pode ajudar o homem a descobrir no outro um irmão, que tem o direito de ser feliz e tem sede de amar e de ser amado, e não usado ou explorado.
Muitas pessoas pensam que não precisam de Deus. Mas a experiência diz-me que uma sociedade sem Deus coloca em risco o próprio homem. Facilmente se converte numa sociedade contra os mais fracos, onde prevalece o poder do mais forte. Ainda mesmo que muitos desses indivíduos que a formam se digam cristãos. Se não praticam a fraternidade, o seu cristianismo vai por água abaixo. A lei cristã é: "Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo».
quarta-feira, junho 04, 2008
Devo muito à Igreja...
Convidada para ajudar num grupo pastoral da paróquia, apenas me disse: "Com todo o gosto. Devo muito à Igreja!"
Não lhe perguntei o quê, mas acredito que o mesmo poderiam e deveriam dizer muitíssimas outras pessoas. A igreja é decerto muito criticada, e às vezes não sem razão, – é composta por homens e mulheres imperfeitos – mas que seria o mundo sem ela?! Criticar é fácil, mas que outra instituição se pode comparar a ela no bem que tem feito.
Corria acesa a campanha eleitoral na Bélgica. Um deputado comunista dirigia a palavra a milhares de operários, em Bruxelas. Depois de ter apregoado a liberdade, criticado o capital, defendido as nacionalizações, elogiado os trabalhadores, exaltado o povo, atacou duma maneira agreste e desenfreada a Igreja Católica.
Acabado o discurso, perguntou se alguém desejava tomar a palavra. Adiantou-se um operário que disse assim:
– Eu não estudei, e não sei responder ao que disse o orador. Conto apenas um caso:
Há meses adoeceram os meus dois filhos. Uma freira vinha com frequência visitá-los, trazendo-lhes sempre alguma ajuda. As crianças curaram-se. Como a doença era contagiosa, a minha mulher caiu de cama, logo a seguir, com o mesmo mal. A Irmã levou as duas crianças porque ninguém em casa podia tratar delas. Tomou também sobre si o cuidado da minha mulher, que finalmente começou a levantar-se. Então caí doente também eu, mas a Irmã vinha sempre visitar-nos, trazia remédios, ajudava a minha mulher na vida da casa e tratava-me com muito jeito e caridade. Por último a Irmã contraiu o mesmo mal e não a tornámos mais a ver. Soube hoje que morreu. Não tenho mais a dizer (Mensageiro do Coração de Jesus, de Itália, 1951, pág. 390).
Facilmente se imagina o ambiente que aquele testemunho causou nos ouvintes. O político teve de enfiar a viola no saco e ir pregar para outra terra.
quinta-feira, maio 29, 2008
Oração na escola
«Deus escreve direito por linhas tortas» diz o povo e tem razão. Andam alguns a lutar contra os sinais religiosos nas escolas e outros lugares públicos. Até mesmo no nosso País o governo socialista mandou retirar os poucos crucifixos que ainda restavam em algumas escolas. Mas não há-de tardar muito que estas tenham de arranjar lugares de oração para quem o queira fazer. Pelo menos é o que se adivinha da notícia que alguns meios de comunicação social publicaram há dias e que resumimos a seguir:
«O Tribunal Administrativo de Berlim reconheceu o direito dos alunos muçulmanos a rezar nas escolas da cidade, às quais aconselhou a criação de salas de oração para aqueles estudantes».
«A sentença do tribunal dá razão a uma denúncia apresentada por um aluno do ensino secundário, de 14 anos, do Instituto de Ensino Médio Diesterweg, no bairro de Wedding de Berlim, que tinha reclamado o direito a orar pelo menos uma vez por dia durante uma pausa ou numa hora livre, de acordo com o jornal alemão ‘Berliner Zeitung’».
«A decisão judicial, para a qual foi interposto um recurso para uma instância superior pelas autoridades educativas da capital alemã, poderá tornar-se vinculativa para todas as escolas de Berlim, bem como de toda a Alemanha».
«O aluno, cuja identidade não foi divulgada, chamou a atenção da escola em Novembro último quando, com outros sete colegas, aproveitou uma pausa no horário para rezar num corredor da escola virado para Meca durante dez minutos».
«Ao tomar conhecimento do facto, a direcção da escola pôs-se imediatamente em contacto com os pais dos alunos, aos quais comunicou que o compromisso de neutralidade do Estado a obrigava a proibir aos alunos a prática da religião na escola.
Os pais do aluno de 14 anos e o próprio aluno apresentaram então uma queixa no Tribunal Administrativo de Berlim, cuja sentença dita que a liberdade de religião inclui também a liberdade da prática desta».
Se a sentença referida for confirmada pela Instância Superior, então não tardará que outros grupos religiosos requeiram os mesmos direitos, que terão de lhes ser concedidos. Na Alemanha e nos outros países da Comunidade Europeia. E lá irá por água abaixo o laicismo que muitos teimam em implantar na Europa. Graças ao temido Islão.
«O Tribunal Administrativo de Berlim reconheceu o direito dos alunos muçulmanos a rezar nas escolas da cidade, às quais aconselhou a criação de salas de oração para aqueles estudantes».
«A sentença do tribunal dá razão a uma denúncia apresentada por um aluno do ensino secundário, de 14 anos, do Instituto de Ensino Médio Diesterweg, no bairro de Wedding de Berlim, que tinha reclamado o direito a orar pelo menos uma vez por dia durante uma pausa ou numa hora livre, de acordo com o jornal alemão ‘Berliner Zeitung’».
«A decisão judicial, para a qual foi interposto um recurso para uma instância superior pelas autoridades educativas da capital alemã, poderá tornar-se vinculativa para todas as escolas de Berlim, bem como de toda a Alemanha».
«O aluno, cuja identidade não foi divulgada, chamou a atenção da escola em Novembro último quando, com outros sete colegas, aproveitou uma pausa no horário para rezar num corredor da escola virado para Meca durante dez minutos».
«Ao tomar conhecimento do facto, a direcção da escola pôs-se imediatamente em contacto com os pais dos alunos, aos quais comunicou que o compromisso de neutralidade do Estado a obrigava a proibir aos alunos a prática da religião na escola.
Os pais do aluno de 14 anos e o próprio aluno apresentaram então uma queixa no Tribunal Administrativo de Berlim, cuja sentença dita que a liberdade de religião inclui também a liberdade da prática desta».
Se a sentença referida for confirmada pela Instância Superior, então não tardará que outros grupos religiosos requeiram os mesmos direitos, que terão de lhes ser concedidos. Na Alemanha e nos outros países da Comunidade Europeia. E lá irá por água abaixo o laicismo que muitos teimam em implantar na Europa. Graças ao temido Islão.
quarta-feira, maio 21, 2008
Que grande diferença!...
Tenho diante de mim duas notícias completamente opostas: «Morreu aos 98 anos Irena Sendler, a heroína polaca que salvou 2500 crianças do Gueto judeu de Varsóvia»; «Pai mata filha de 17 anos que se apaixonou por um soldado inglês».
Qual o crime desta rapariga? Aos nossos olhos, nenhum. O soldado nem sequer lhe tocou, conta uma amiga. «Uma paixão de adolescente que podia até nem ser retribuída» – prossegue a colega. Porém, seu pai, Abdel-Qader Ali, não tem dúvidas: «O mínimo que a filha merecia era morrer». A sua filha apaixonou-se por um dos 1500 soldados britânicos estacionados na cidade iraquiana de Baçorá. A própria polícia iraquiana, que chegou a deter Abdel-Qader umas horas, deu-lhe razão. «Todos sabem que os crimes de honra são impossíveis de evitar», disse o iraquiano, segundo o qual «os agentes ficaram do meu lado o tempo todo a dar-me os parabéns pelo que fizera».
A outra notícia fala da morte de uma senhora de 98 anos, assistente social, que salvou um número enorme de crianças e adolescentes judeus.
Irena Sendler, assim se chamava a mulher, organizou a saída de cerca de 2500 crianças do Gueto de Varsóvia durante a violenta ocupação alemã, na Segunda Guerra Mundial. Ela – que trabalhava como assistente social – e a sua equipa de 20 colaboradores salvaram as crianças entre Outubro de 1940 e Abril de 1943, quando os nazis deitaram fogo ao Gueto, matando os seus ocupantes ou mandando-os para os campos de concentração.Adivinhando já o que iria acontecer, durante dois anos e meio, Irena Sendler conseguiu ludibriar os nazis, conseguindo retirar de maneira clandestina milhares de crianças do gueto, entregando-as a famílias católicas e conventos.
De formação e prática católica, Irena explicava a sua acção humanitária dizendo: «Fui educada na ideia de que é preciso salvar qualquer pessoa, sem ter em conta a sua religião ou notoriedade.»Sendler foi presa em sua casa em 20 de Outubro de 1943. Durante o período em que ficou detida no quartel-general de Gestapo, foi torturada pelos nazis que lhe partiram os pés e as pernas. Ainda assim, não disse nada. Logo depois, foi condenada à morte, mas milagrosamente foi salva, quando a conduziam à execução, por um oficial alemão que a resistência polaca conseguiu corromper. Sendler continuou a sua luta clandestina sob uma nova identidade até ao final da guerra, trabalhando como supervisora de orfanatos e asilos em seu país.
Que grande diferença entre o acima referido muçulmano e seus conterrâneos e esta mulher e sua equipa!
sexta-feira, maio 09, 2008
Tinha tudo para ser uma infeliz
Oprah Gail Winfrey é uma mulher muito conhecida e admirada. É apresentadora de televisão norte-americana, vencedora de múltiplos Prémios Emmy pelo seu programa The Oprah Winfrey Show, o talk show com maior audiência da história da televisão norte-americana.
Ela é o exemplo perfeito de mulher da nossa época, multi-funcional, sendo também uma influente crítica de livros, uma actriz indicada para um Óscar pelo filme A Cor Púrpura, e editora da revista The Oprah Magazine.
De acordo com a revista Forbes, Oprah foi eleita por três anos seguidos a mulher negra mais rica do século XX e a negra mais filantrópica de todos os tempos. Isto não seria suficiente para a apresentar como mulher modelo, não fora o caso da sua infância e juventude terem sido altamente atribuladas.
Oprah Gail Winfrey nasceu em 1954, em Kosciusko, Mississippi, Estados Unidos. A mãe, uma garota de 18 anos, engravidara casualmente do militar Vernon Winfrey. Tão depressa se recuperou do parto, a jovem abandonou a bebé na porta da casa do amante e sumiu. Oprah foi criada com mãos de ferro pela avó paterna. Aos 3 anos era tão precoce que recitava versinhos na igreja e aprendeu a ler sozinha. Mas apesar de esperta e comunicativa, foi rejeitada por ser obesa e ter uma inteligência acima da média. Excluída, sem mãe nem pai e sem brinquedos nem amigos, ela tinha tudo para ser uma traumatizada. Mas buscou alento nos livros e nos estudos da Bíblia. Farta do jardim de infância, escreveu uma carta pedindo à professora para pular aquela etapa porque "não se sentia à vontade com as colegas da sua idade". Meses depois, a gordinha de pés descalços saltou da pré-escola para a terceira série primária.
"Sou o que sou porque me agarrei aos estudos", revela a dama da TV, que só usou os primeiros sapatos aos 6 anos, quando foi morar com o pai. No entanto, a severidade do militar e a volta repentina da mãe – que apareceu para buscá-la – assustaram a menina, que fugiu de casa e foi morar com uma tia. Lá, com apenas 9 anos, a estrela foi estuprada pelo primo, que passou a molestá-la a partir dali. Aos 14 anos, grávida e sem rumo, aceitou morar com a mãe. Sozinha, mas cheia de esperança, resolveu mudar o rumo de sua vida. Abraçou os estudos e ganhou uma bolsa num colégio particular frequentado por jovens brancos e ricos. Tornou-se popular pelas notas, a simpatia e a determinação. Nessa época, venceu um concurso cujo prémio era visitar uma rádio local. Lá, os directores encantaram-se com a voz dela e abriram-lhe o caminho da fama.
domingo, maio 04, 2008
Em louvor das Mães
Celebramos hoje o Dia da Mãe. Ocasião oportuna para lembrar aquela que nos deu a vida. Pobre ou rica, letrada ou analfabeta, foi a pessoa mais importante para cada um de nós. Se tivemos a dita de a conhecer, concordaremos que ninguém nos amou mais do que ela. Não deixemos passar este dia sem lhe manifestarmos a nossa gratidão. Uma palavra amiga e um beijo, se temos a sorte de a ter a nosso lado. Uma prece de saudade se o Senhor já no-la levou.
A história que para aqui trago tem duas personagens simples e reais: uma filha e uma mãe. A filha estava crescida e a mãe gostava de a ver feliz. Mas a adolescência traz amores e desamores, alegrias e amarguras sombrias. E foi num dia destes que a mãe se lembrou duma coisa que não mais havia de esquecer. A filha fazia anos e a mãe queria que ela fosse feliz. Não seria difícil dar-lhe a alegria de sonhar com a felicidade. Foi a uma florista e combinou com ela fazer-lhe chegar pelos Correios um raminho de botões de rosa. No ramo, apenas a indicação: "Amo-te!".
Claro que a filha tentou descobrir quem lhe enviava tão belo presente. Perguntou numa e noutra florista, mas nenhuma sabia dizer-lhe. Sonhou com um príncipe encantado, quem sabe se com timidez para declarar a sua paixão. Talvez fosse a vizinha, já idosa, a quem muitas vezes ajudava quando vinha com as compras. Talvez fosse alguma amiga... Ninguém lhe soube dizer.
No ano seguinte, no dia do aniversário, lá chegava de novo um belo ramo de flores. Sem remetente, mas com a mesma expressão carinhosa: "Amo-te".
«Há decerto alguém que me quer muito» – pensava. E não se enganava! Mas quem?!...
Nos anos seguintes, na mesma data, o carteiro trazia-lhe uma nova encomenda. E cada vez lhe pareciam mais bonitas as flores e o cartão que as acompanhava.
Até que a mãe morreu e com a sua morte desapareceu a encomenda. Agora é a filha que todos os anos leva à mãe um lindo ramo de flores. Deixa-o na campa da sua querida mãe, mas sabe que ela lá no Céu o recebe com a mesma alegria com que todos os anos presenteava a filha.
domingo, abril 27, 2008
Surras nas esposas
Obrigado, PDIVULG, por me teres dado a conhecer estes "exemplares" discursos muçulmanos. Há uma diferença grande entre estas "pregações" islamitas e as "pregações" dos padres cristãos.
Acham os leitores possível um discurso destes feito em alguma igreja cristã?
sábado, abril 26, 2008
Mais crentes assumidos
De 1991 a 2001 aumentou o número de crentes que assumiram a sua fé quando questionados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O facto foi ressaltado no primeiro estudo estatístico sobre a diversidade religiosa em Portugal baseado nos 13.º e 14.º censos da população que conclui que "o processo de laicização é incipiente e o catolicismo permanece, pelo menos enquanto referência identitária, hegemónico".
Segundo o sociólogo Tiago Santos, à excepção dos judeus, o número de pessoas associadas a cada uma das religiões referidas pelo INE - católica, ortodoxa, protestante, outra cristã, judaica, muçulmana e outra não cristã - cresceu. O autor realça que este crescimento foi "conseguido sobretudo à custa de uma diminuição muito substancial do número de indivíduos que recusa responder à questão colocada pelo INE "Indique a sua religião". Ou seja, conclui, "mais do que uma onda de conversões ou revivalismo religioso, parece haver uma maior capacidade de cada qual assumir a sua fé".
sábado, abril 19, 2008
Paróquias ecológicas
A Conferência Episcopal Italiana está a elaborar um plano de acção para que as novas igrejas e paróquias baixem o consumo de energia, abatendo os custos. Além disso, acredita que os edifícios históricos e artísticos devam ser mantidos ou reestruturados segundo os mais modernos critérios ecológicos.
Com o tema, "Construir bem para viver melhor. Edifícios de culto no horizonte da sustentabilidade", a Conferência reuniu em Roma especialistas de vários campos para apresentar mudanças em relação à "bioarquitetura" das paróquias.
Sob a direcção de Dom Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, os especialistas das várias disciplinas ligadas à arte do culto estiveram atentos à ilustração do projecto.
Entre os casos apresentados como exemplo estava a igreja da Divina Misericórdia de um bairro de Roma, projectada para o Jubileu do 2000 pelo arquiteto Robert Mayer, e a nova basílica de São Pio de Pietrelcina, no qual o projeto é assinado por Renzo Piano. Como exemplo de restauração eco-compatível foi citada a igreja do Bom Pastor, no centro histórico da cidade de Bari. A economia de energia alcançada com as igrejas que respeitam o meio ambiente é calculada entre 30 e 70%.
O plano para a "bioarquitetura" nas paróquias confirma a sensibilidade das igrejas italianas pelo meio ambiente. Uma das iniciativas é o dia nacional dedicado à proteção da criação, instituído em 2006, para promover o respeito à natureza dentro de uma ampla cultura em defesa da vida e pela saúde do homem.
A ecologia é também enaltecida por Bento XVI, através de algumas mensagens destinadas aos diplomatas internacionais. "Um dos campos que parece urgente trabalharmos é, sem dúvida, aquele de protecção da Criação. Às novas gerações é confiado o futuro do planeta, no qual são evidentes os sinais de um desenvolvimento que nem sempre sabe defender os equilíbrios da natureza. Antes que seja muito tarde, devem-se adoptar escolhas corajosas, que saibam recriar uma forte aliança entre o homem e a terra", disse o papa. (AC/BF)
quinta-feira, abril 17, 2008
O Cónego Dr. Manuel Paulo
Faz hoje, dia 17 de Abril, 25 anos que faleceu inesperadamente o Cónego Dr. Manuel Paulo.
Muitos dos nossos leitores hão-de perguntar quem foi este homem para aqui o invocarmos. Para além de muitas outras coisas, entre as quais professor e reitor do Seminário de Coimbra, o Dr. Manuel Paulo escreveu durante cerca de 30 anos a crónica de “O Amigo do Povo” À Sombra do Castanheiro/ Ao Calor da Fogueira, que nasceu com o jornal e ainda continua a ter inúmeros leitores, hoje escrita por um outro Doutor prestigiado de Coimbra.
Estas crónicas foram publicadas em 5 volumes, após a sua morte, e ainda agora se lêem com proveito para conhecermos e reflectirmos sobre o que foram esses tempos conturbados do chamado PREC – Processo de Revolução em Curso – que se seguiu ao 25 de Abril de 1974. Nesse tempo, alguns deputados encarregavam-se de levar “O Amigo do Povo” para a Assembleia da República, onde era disputado, e o À Sombra do Castanheiro/ Ao Calor da Fogueira era por vezes matéria de aceso debate.
O Dr. Manuel Paulo ajudou – e muito – a iluminar os acontecimentos daquela época com a sua reflexão crítica e a preparar as pessoas para a resistência a uma nova ditadura de sinal contrário que alguns lhe estavam a preparar. Este insigne Mestre e Intelectual não era, como alguns pensavam, um conservador e apoiante do antigo Regime de Salazar e Marcelo Caetano. Antes pelo contrário: sei, e muitos colegas meus também o sabem, que era um firme defensor das novas ideias que já andavam no ar há alguns anos – sobretudo após o Concílio Vaticano II – e não se escusava de criticar publicamente os que no clero alinhavam por uma cada vez maior proximidade entre Igreja e Estado Novo. Um célebre escrito acusatório que um outro professor estava a redigir contra o Reitor do Seminário foi “confiscado” por alunos da minha turma e levado em triunfo ao visado Dr. Manuel Paulo, que nos ficou eternamente agradecido. Na altura nada conseguiu dizer àqueles alunos “trangressores” do respeito pela privacidade alheia, mas os seus olhos e gestos falaram melhor que todas as palavras.
sábado, abril 05, 2008
Vale a pena reagir
Um amigo enviou-me um comentário sobre a falta de uma Bíblia nos quartos de um hotel em Beja. E relata a sua estranheza. Tem andado por muito lado e sempre encontrou ou na cómoda ou nas gavetas da mesinha de cabeceira as Sagradas Escrituras. Mas naquele hotel não havia.
"Será porque estamos em terras onde predominam os comunistas" – pergunta. "Será que o proprietário não é crente e faz disso alarde?"
E o nosso leitor diz que perguntou aos empregados mas não lhe souberam dar uma resposta convincente.
"Para a próxima não vou para um tal hotel" – garante-nos.
Isto fez-me lembrar o que li há tempos nas Selecções do Reader's Digest. Num dos países nórdicos, talvez a Dinamarca ou Suécia, onde alguém refilou contra a presença da Bíblia no quarto do hotel. Protestou junto da gerência do hotel. Esta transmitiu o protesto à respectiva cadeia. Em consequência, foram retiradas todas as Bíblias dos quartos.
Só que por ali passou alguém que reagiu à falta da Bíblia. E depois outro e outro.
Moral da história: eram mais os que refilavam e prometiam não voltar do que o tal (e único) que primeiro tinha reagido à presença daquele Livro sagrado. E aquela cadeia de hotéis voltou a colocar uma bíblia em cada quarto do hotel.
Isto é sintomático de que o que conta para muitos empresários é o lucro. E se a gente se cala, são as minorias que levam a melhor.
Louvamos, pois, aquele nosso leitor que fez sentir a falta de uma Bíblia no hotel de Beja. Talvez isto seja uma ideia a pôr em prática por outros. Neste e noutros aspectos.
sábado, março 22, 2008
Cristo ressuscitou!
Os Apóstolos e discípulos testemunharam este grande acontecimento, o maior da História. O Senhor apareceu-lhes vivo, e não só a eles. Também a muitas testemunhas e em diversas circunstâncias (às mulheres que O acompanharam, a Pedro e João, aos discípulos de Emaús, aos Apóstolos no Cenáculo, a Tiago, aos discípulos quando pescavam, a Paulo a caminho de Damasco). Os Apóstolos, inicialmente não queriam acreditar, pois o facto era tão estranho, mas tiveram de render-se à evidência: Vi o Senhor! Vimos o Senhor!
Esta experiência vive-a ainda hoje a Igreja. Não seria possível, é inexplicável a entrega de tantas pessoas a Cristo e aos mais pobres, se Jesus não tivesse ressuscitado. Toda a História da Igreja é prova da Ressurreição.
Cristo não é só um Fundador de uma nova Religião como Maomé, Buda ou qualquer outro. Eles estão mortos. Jesus está vivo!
Uma Boa Celebração de Páscoa para todos!
A caminho da nossa própria Páscoa!
terça-feira, março 18, 2008
sexta-feira, março 14, 2008
sábado, março 08, 2008
A brasa solitária
Diz-se – e talvez seja verdade – que a fidelidade é hoje um valor em crise. Somos capazes, sem dúvida, de entusiasmos e de dedicações generosas; menos capazes de as manter inalteradas ao longo do tempo. Somos capazes de ímpetos momentâneos: menos capazes de arriscar a vida para sempre. Assistimos a um desafio de generosidade, em momentos de emergência; vemos menos gente capaz de um sacrifício contínuo, ligado ao ritmo quotidiano da vida, que, muitas vezes, parece banal e monótono.
É pois de enaltecer os que são capazes de ser fiéis aos seus compromissos. E quero aqui referir de um modo especial os jovens que, feito o crisma, continuam fiéis às suas promessas de cristãos. Vejo todas as semanas alguns a participar – talvez uma meia dúzia – cujos pais e mães estão sempre ausentes. E isto servirá de estímulo para os seus catequistas. Vale a pena continuar a semear!
Em 2001 foi feito, em Portugal, o levantamento da participação semanal na Missa. Pouco mais de 20 por cento estava presente nos locais de culto nesse dia do recenseamento. Mas um inquérito por amostragem, na mesma data, revelava que 66 por cento dos portugueses se consideravam praticantes. È certo que há muita gente impedida de participar e as crianças menores de 7 anos foram excluídas na contagem. Há velhinhos, doentes e seus acompanhantes, pessoas que trabalham no Sábado e Domingo, etc., que não podem estar presentes. Mas a diferença entre 20 e 66 por cento é muito grande.
Recordo a propósito uma conhecida história. Um rapaz, a determinada altura, deixou de frequentar a sua igreja. A preguiça e um certo cansaço das cerimónias repetidas serviram-lhe de argumento justificativo. Um dia precisou de ir a casa do pastor da sua congregação. Era inverno e o clérigo estava numa sala com a lareira acesa. Quando o rapaz chegou, o pastor decidiu separar as achas ou cavacas que estavam a fazer uma boa fogueira. Daí a pouco, o lume apagou-se.
- Estás a ver, rapaz! As cavacas são como as pessoas. Se não se juntam, deixam de dar calor. Apagam-se! É como a religião! Sem participação no culto, extingue-se. Assim como a fé e o amor.
O rapaz manteve-se calado. Mas na despedida, saiu-se com esta:
– Domingo, lá estarei no culto. Não quero ser uma brasa solitária, sem fé nem religião!
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
A República precisa de crentes
Disseram os jornais, que a senadora mais votada na história do Senado Espanhol, em representação dos socialistas catalães por Barcelona, abandonou aquele cargo, por incompatibilidade com a actual política de seu partido,o PSOE, difundindo uma nota através da agência Europa Press.
Nessa nota Mercedes anuncia a sua conversão ao cristianismo e dá conta de que a sua postura choca com as leis do Governo, "Meu actual compromisso cristão me levou a opor às leis do Governo que chocam frontalmente com a ética cristã, como a regulação dada à união homossexual ou a pesquisa com embriões, e que em consciência não pude apoiar. Em consequência, impunha-se a decisão que tomei", afirma em seu comunicado.
Já em Junho de 2005, Mercedes Aroz anunciou sua oposição à lei socialista do matrimónio homossexual, como publicou em seu momento "Fórum Libertas", quando aquela lei se debateu no Senado e foi rejeitada por este órgão político, mas essa decisão não foi respeitada pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Mercedes Aroz disse, em declarações à Europa Press: "Eu quis tornar pública a minha conversão para sublinhar a convicção da Igreja Católica de que o cristianismo tem muito a dizer aos homens e mulheres de nosso tempo, porque há algo mais que a razão e a ciência. Através da fé cristã, chega-se a compreender plenamente a própria identidade como ser humano e o sentido da vida".
Por seu lado o novo Presidente francês fez uma afirmação que levantou os cabelos aos laicistas de França e não só: “A República precisa dos crentes”. E o mesmo Sarkozy foi ainda mais longe, assumindo as raízes cristãs da França, "cimento da identidade nacional", e defendendo uma laicidade positiva que não encare as religiões "como um perigo, mas sim como um trunfo", numa França hoje religiosamente diversa.
Nunca um Presidente tinha ido tão longe, desde a lei da Separação de 1905. Tais afirmações levantaram muitas vozes contra mas são bem a evidência de que os tempos mudaram e são hoje mais favoráveis a uma liberdade para todos.
Subscrever:
Mensagens (Atom)